29 de julho de 2017

Página Não-Oficial do Teixeirinha Biografia



Página Não-Oficial do Teixeirinha
Biografia

VITOR MATEUS TEIXEIRA, Teixeirinha, nasceu na cidade de Rolante, distrito de Mascaradas, Rio Grande do Sul, em 03 de março de 1927. Filho de Saturno Teixeira e Ledurina Mateus Teixeira, teve um irmão e duas irmãs.
Aos seis anos de idade perdeu o pai e aos nove anos a mãe. Ficando órfão foi morar com parentes, mas estes como não tinham condições de sustentá-lo, saiu pelo mundo fazendo de tudo um pouco, como: trabalhou em granjas do interior e quando veio para Porto Alegre carregou malas em portas de pensões, vendeu doces como ambulante, entregador de viandas, vendeu jornais, enfim fazia qualquer atividade para poder sobreviver.
Com Dezesseis anos se auto-registrou como Cidadão Brasileiro. Aos dezoito anos se alistou no Exército, mas não chegou a servir, quando nesta ocasião foi trabalhar no DAER (Departamento de Estradas de Rodagem), como operador de máquinas durante seis anos. Dali saiu para tentar a carreira artística cantando nas rádios das cidades do interior, tais como: Lajeado, Estrela, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, nesta última conheceu sua esposa Zoraida Lima Teixeira. Casaram-se em 1957 e foram morar em Soledade, em seguida mudaram-se para Passo Fundo, onde compraram um “Tiro ao Alvo” que era cuidado por ele e sua esposa e a noite Teixeirinha se apresentava na Rádio Municipal de Passo Fundo.
Em 1959 foi convidado para gravar em São Paulo. Viajou na segunda classe de um trem. Gravou seu primeiro 78RPM, de um lado a música “Xote Soledade” e do outro lado “Briga no Batizado”.
Segundo depoimento de um dos membros da Gravadora Chantecler, Dr. Biaggio Baccarin, o sucesso assim aconteceu:
“A sigla PTJ, no 78 RPM, abrigava três nomes: Palmeira, Teddy e Jairo, então diretores da Chantecler e fundadores do selo sertanejo. Como se constata, “Coração de Luto” ocupou o lado “B” do quarto disco gravado por Teixeirinha, o qual foi lançado sem qualquer preocupação de sucesso, no entanto aconteceu espontaneamente após seis meses de seu lançamento. As primeiras reações vieram de Sorocaba/SP e em pouco tempo já era sucesso nas demais cidades da região. Foi nessa ocasião que a gravadora Chantecler resolveu trazer o cantor para São Paulo a fim de trabalhar o disco, cujo trabalho teve início com um show na cidade de Sorocaba/SP e, posteriormente, nas demais cidades do Estado de São Paulo, até o triângulo mineiro.

O sucesso aconteceu em todo o Brasil, com venda superior a um milhão de cópias no ano de 1961. Um acontecimento inédito na história da música popular brasileira. Para se ter idéia deste fato, o disco Coração de Luto chegou a ser vendido no câmbio negro em Belém do Pará, havia fila para comprá-lo. A gravadora não tinha condições de atender os pedidos e era obrigada a distribuir cotas para cada loja. O fato de Belém do Pará foi registrado pelo saudoso Edgard Pina, então agente da Chantecler naquela capital”.
Teixeirinha voltou a Passo Fundo, vendeu o “Tiro ao Alvo” e se mudou para Porto Alegre. Foi chamado novamente pela Chantecler, desta vez para morar na capital paulista e continuar a divulgação do sucesso de Coração de Luto, no entanto, recusou domiciliar-se em São Paulo, voltando para Porto Alegre.

Com o que ganhou na excursão em São Paulo, comprou uma casa, no bairro da Glória em Porto Alegre, onde viveu toda sua vida e uma Kombi para viajar por todo o Brasil. Então, definitivamente Teixeirinha assumiu a carreira artística, passando a trabalhar em circos, parques, teatros, cinemas e demais casas de espetáculos. Como o próprio cantor relatou em uma de suas últimas entrevistas à imprensa: “... onde o povo me pediu para estar, eu fui...”(RBS/TV- julho/1985).
Teixeirinha começou a viajar para todo o Brasil como o “Gaúcho Coração do Rio Grande”. Em 1963, ganhou o troféu “Chico Viola” outorgado pela TV Record de São Paulo, no programa “Astros do Disco”, um programa de gala da televisão brasileira e tinha por objetivo premiar os melhores dos disco de cada ano e Teixeirinha ganhou por ter sido o cantor campeão de vendagem por dois anos consecutivos, 1962/1963.
Internacionalmente ganhou o troféu “Elefante de Ouro” como maior vendagem de discos em Portugal.

A música Coração de Luto, até hoje, vendeu mais de vinte e cinco milhões de cópias, a única no mundo mais vendida, superando cantores como Michael Jackson, Julio Iglesias, cantores contemporâneos de grande vendagem de discos, mas não de uma única música, como o caso de Coração de Luto, que continua na cotação de uma das músicas mais vendidas.
Em 1964, Teixeirinha escreveu a história do filme “Coração de Luto”, que foi produzido pela Leopoldis Som, em 1966, outro recorde de bilheteria. Em 1969, encenou no filme “Motorista sem Limites” juntamente com Valter D’Avila, produzido por Itacir Rossi.
Em 1970 criou sua própria produtora “Teixeirinha Produções Artísticas Ltda, pela qual escreveu, produziu e distribuiu dez filmes, quais sejam: “Ela Tornou-se Freira” (1972); “Teixeirinha 7 Provas”(1973); “Pobre João” (1974); “A Quadrilha do Perna Dura” (1975); “Carmem a Cigana (1976); “O Gaúcho de Passo Fundo”(1978) ; “Meu Pobre Coração de Luto”(1978); Na trilha da Justiça (1978); “Tropeiro Velho” (1980); “A Filha de Iemanjá” (1981).
Durante vinte anos, apresentou programas de rádio diariamente com duas edições: “Teixeirinha Amanhece Cantando” (de manhã) e “Teixeirinha Comanda o Espetáculo” (a noite) e “Teixeirinha Canta para o Brasil”(domingos, pela manhã) em diversas rádios da capital, com transmissão para o interior e outros estados brasileiros.
Recebeu nove discos de ouro, foi cidadão emérito de vários municípios como: Passo Fundo, Santo Antônio da Patrulha, Rolante e etc.
Em 1973 foi contratado para fazer quinze apresentações nos Estados Unidos da América. Em 1975 foi para o Canadá, onde realizou dezoito espetáculos. Fez shows na maioria dos países da América do Sul.
Teve nove filhos: Sirley Marisa; Líria Luisa; Victor Filho; Margareth; Elizabeth; Fátima Lisete; Márcia Bernadeth; Alexandre e Liane Ledurina.
Durante vinte e dois anos Mary Terezinha lhe acompanhou com acordeon em shows, rádio e cinema.
Gravou 49 Lps inéditos, com mais de 70 Lps, incluindo regravações, atualmente sendo todos reeditados em disco laser, gravando mais de 700 músicas de sua autoria, deixando um acervo superior a 1200 composições de sua lavra.
Teixeirinha faleceu dia 04 de dezembro de 1985 e está sepultado no Cemitério da Santa Casa, quadra n.4, túmulo n.4, na capital gaúcha.



Teixeirinha nasceu em Rolante/RS em 03 de março de 1927, tornando-se popular a partir de Passo Fundo/RS com a gravação da música "Coração de Luto", em 1961.
A vida de Teixeirinha foi uma explosão de sucessos, surpreendendo tanto a ele como ao meio empresarial que assistia o fenômeno deste disco. Teve mais de 700 canções gravadas, 69 LPs editados e um acervo de 1.200 composições. Manteve por mais de 20 anos programas radiofônicos conhecidos tanto no Rio Grande do Sul como em outras rádios pelo Brasil.
Graças ao sucesso da música "Coração de Luto", foi convidado pela Leopoldis Som (1967) a encenar a história da música. Achou que o cinema seria apenas mais uma experiência, mas os fãs pediram mais e, depois de "Motorista Sem Limites" (1969) de Itacir Rossi, acaba por tornar-se produtor e ator de mais de 10 filmes:
  • Ela Tornou-se Freira - 1970
  • Teixeirinha Sete Provas - 1973
  • Pobre João - 1975
  • O Gaúcho de Passo Fundo - 1978
  • Meu Pobre Coração de Luto - 1978
  • Tropeiro Velho - 1979
  • A Filha de Iemanjá - 1980
Sempre teve convidados ilustres em seus filmes, tanto do cenário gaúcho como nacional, tais como Valter D'Ávila, Edith Veiga, Amélia Bittencourt, Darci Fagundes, Ricardo Hoeper, Dimas Costas e as presenças constantes de Vânia Elizabeth, Suely Silva e Jimmy Pipiolo, entre outros nomes.
Segundo o próprio Teixeirinha, seu sucesso se deve à simplicidade com que ele escrevia suas músicas: "Eu canto para o povo" e "Onde o povo for, eu vou". Assim, ele cantou sua música por todo o Brasil, América do Sul, Estados Unidos e Canadá. Seus discos são editados nas colônias portuguesas de todo o mundo, tendo recebido de Portugal o troféu Elefante de Ouro.
Sua carreira durou 27 anos, recebeu inúmeros troféus, discos de ouro, títulos de cidadão emérito e, após seu falecimento em 04 de dezembro de 1985, outras várias homenagens.
Na entrada da cidade de Passo Fundo, foi erguido um monumento de sua figura e, em dezembro de 1999, a RBS TV lhe outorgou o mérito como um dos "Vinte Gaúchos que Marcaram o Século XX", a partir de votação popular, como um dos nomes mais ilustres do Rio Grande do Sul.
Teixeirinha, como todo ídolo, não morre. Seus sucessos como Coração de Luto, Gaúcho de Passo Fundo, Tordilho Negro, O Colono, Xote Soledade, Gaúcho Amigo, Tropeiro Velho e Querência Amada, permanecem no canto do Rio Grande do Sul e além fronteiras.
(texto fornecido pela Fundação Vitor Mateus Teixeira)

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