5 de julho de 2008

VIDA


VIDA

Dom gratuito
liberdade divina, contingência humana.
Finitude presente, esperança fincada,
num passado escrito, indelevelmente num futuro
num futuro projetado, todo desconhecido.
Associada ao tempo, torna possível, fácil, prático o impossível.
De maneiras mil se manifesta:
pelo corpo se viabiliza
vibra pela emoção, cala fundo no coração
se satisfaz na oração.
Dinâmica é, estagnação do terreno,
a solidão afoga, angustia na comunhão plena
com outro Ser mais diferente ,do que fisicamente
se encontra, se afirma, cresce, frutifica.
É no e pelo amor, se faz sentir na união dos corpos e das almas
O êxito, a mais profunda e vibrante linguagem nela
o gerar, o dar, o participar, o doar--se.
No seu mistério, o mérito da luta da compreensão da doação.
No perfilar dos anos, qual camaleão assume diferentes formas;
na infância, inocência, peraltice
na puberdade, razão, descoberta
na juventude, vigor, meiguice
doação irrestrita ...
no amor a dois vivido, abertura, participação
na maturidade, contemplação
aceitação na velhice.
O ciclo da vida se contempla mais cedo ou mais tarde
e Deus é amado, glorificado nas suas criaturas.

GLÁCIA DAIBERT

VÊ COMO VIVES


VÊ COMO VIVES



"E chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes:
negociai até que eu venha." - Jesus. (LUCAS, 19:13.)



Com a precisa madureza do raciocínio, compreenderá o homem que toda a sua existência é um grande conjunto de negócios espirituais e que a vida, em si, não passa de ato religioso permanente, com vistas aos deveres divinos que nos prendem a Deus.

Por enquanto, o mundo apenas exige testemunhos de fé das pessoas indicadas por detentoras de mandato essencialmente religioso.

Os católicos romanos rodeiam de exigências os sacerdotes, desvirtuando-lhes o apostolado. Os protestantes, na maioria, atribuem aos ministros evangélicos as obrigações mais completas do culto. Os espiritistas reclamam de doutrinadores e médiuns as supremas demonstrações de caridade e pureza, como se a luz e a verdade da Nova Revelação pudessem constituir exclusivo patrimônio de alguns cérebros falíveis.

Urge considerar, porém, que o testemunho cristão, no campo transitório da luta humana, é dever de todos os homens, indistintamente.

Cada criatura foi chamada pela Providência a determinado setor de trabalhos espirituais na Terra.

O comerciante está em negócios de suprimento e de fraternidade.

O administrador permanece em negócios de orientação, distribuição e responsabilidade.

O servidor foi trazido a negócios de obediência e edificação.

As mães e os pais terrestres foram convocados a negócios de renúncia, exemplificação e devotamento.

O carpinteiro está fabricando colunas para o templo vivo do lar.

O cientista vive fornecendo equações de progresso que melhorem o bem-estar do mundo.

O cozinheiro trabalha para alimentar o operário e o sábio.

Todos os homens vivem na Obra de Deus, valendo-se dela para alcançarem, um dia, a grandeza divina. Usufrutuários de patrimônios que pertencem ao Pai, encontram-se no campo das oportunidades presentes, negociando com os valores do Senhor.

Em razão desta verdade, meu amigo, vê o que fazes e não te esqueças de subordinar teus desejos a Deus, nos negócios que por algum tempo te forem confiados no mundo.


EMMANUEL

Do livro: Vinha - de - Luz

Por Francisco Cândido Xavier

VAZIO



VAZIO


Vazio é o que sinto, estar sem você,
vazio é saudade, eternidade, distância,
é vontade de falar e não conseguir,
é vontade de chorar e não ter lágrimas.
Vazio é sentir ódio e amor ao mesmo tempo,
é querer ir e ter que ficar,
é esperar o que nunca chega.
Vazio é tentar dizer não,
quando o coração só diz sim,
é sentir e não saber expressar,
é tudo que eu sinto, quando estou longe de você.
Vazio é tentar fugir da realidade,
é não conseguir nada quando se pode fazer tanta coisa.
Vazio é tudo e nada,
é estar longe de você.
Vazio é quando eu tenho a sensação
de que você está perto de mim,
quando (infelizmente) você não está.
O maior vazio é ficar sem você,
é vontade de dizer a você
tudo que sinto e não encontrar palavras.
Mas não é vazio o que sinto por você.
Eu estou apaixonada por você.

Glácia DAIBERT

SUPLICA


SUPLICA


Empresta-me os teus dedos para tanger além do tempo,
a harpa azul de um sonho leve.
Empresta-me os teus lábios para cantar além da vida,
uma canção de amor e paz.
Empresta-me os teus olhos, para que eu leia além da pedra onde te escondes,
"até breve"quando os outros só lêm "aqui jaz".
Empresta-me as tuas asas para seguir além das nuvens,
o caminho que seguistes.
Empresta-me os teus pés para firmar-me além do céu,
na estrada branca onde tu moras.
Dá-me a tua vontade para viver além do amor,
a inútil vida obscura e triste
e pra sofre-la sem contar as horas.
Soltarei os cabelos pra neles dormir além de tí,
um sonho bom que à dor me baste.
Estenda-me os teus braços pra alcançar além de mim,
o que ambiciono e o que não sei.
Dá-me o teu coração pra voltar além do além,
a amar no amor que o abandonaste,
aquele amor que eu nunca abandonarei.

Glácia DAIBERT

Sou Amor


Sou Amor

Porque o Amor são envolto em Mistérios e Magias.
È uma criação dos caminhos
Da mente, da vaga imaginação,
Da liberação dos silêncios da alma...
Sou Amor, porque o Amor;
Corre livre junto ao vento,
Buscando as vozes da memória para que alcancem
As histórias perdidas no tempo...
Sou Amor, pelo desejo incontido;
Que há em mim, de tornar possível;
O encontro entre a Lua e o Sol,
Diminuindo o entrave da dor...
Então sendo Amor
Posso cavalgar pelos sonhos,
Velejar pelos mares da sua saudade,
Passear, solto, pelo seu pensamento...
Sendo Amor,
Posso brincar na sua alegria,
Ser parte de sua emoção e caminhar,
Tranqüilo, pela sua ilusão...
Sendo Amor,
Posso escrever meu nome em sua vida,
E me instalar no aconchego do seu coração,
Como uma sensação
De que não existo, mas sou...
Sendo Amor,
Posso ser parte de você,
Sem você perceber...
Posso amar muita,
Mas nunca poderei dar o Amor
Que dei a ti
Pois sou Amor,
E não Paixão e Ilusão.

Dercio

Quisera



















































Quisera, Senhor neste Natal, armar uma árvore
dentro de meu coração e nela pendurar, em vez
de presentes, o nome de
todos os meus amigos.



Os amigos de longe e de perto,
os antigos e recentes,
os que vejo todos os dias
e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que, às
vezes, ficam esquecidos.
Os constantes e os intermitentes,
os das horas difíceis e os
das horas alegres.


Os que, sem querer, eu magoei ou, sem
querer me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente
e aqueles que me são conhecidas só
as aparências.
Os que pouco me devem e aqueles
a quem devo muito.
Meus amigos jovens,
meus amigos velhinhos.
Meus amigos homens feitos e as crianças,
minhas amiguinhas.
Meus amigos humildes e meus amigos importantes.
Os nomes de todos que já passaram por minha vida.
Os que me estimam e admiram sem eu saber e,
os que amo e estimo sem lhes dar a entender.


Quisera, Senhor, neste Natal armar uma árvore
de raízes muito profundas para que seus
nomes nunca mais sejam arrancados de minha vida.
Uma árvore de ramos muito extensos para que os
novos nomes, vindos de todas as partes, venham
juntar-se aos já existentes.
Uma árvore de sombra muito agradável
para que nossa amizade,
seja um momento de repouso no meio das lutas da vida.
Autor desconhecido