7 de novembro de 2014

HISTÓRIA Na cabeceira do rio Jequitinhonha


 

HISTÓRIA Na cabeceira do rio Jequitinhonha

 

Na cabeceira do rio Jequitinhonha, às margens dos córregos Quatro Vinténs e Lucas, paulistas fincaram suas bandeiras a serviço da Coroa Portuguesa. Corria o ano de 1.701 quando chegou à região uma expedição chefiada pelo Guarda-Mor Antônio Soares Ferreira. Na terra habitada por índios e chamada por eles de Ivituruí, que significa serro frio, a exemplo de outras terras das Minas Gerais, descobriu-se mais jazidas de ouro.

Vários ranchos foram erguidos nas proximidades dos córregos dando início a formação dos arraiais de Baixo e de Cima que se desenvolvem em pouco tempo e, juntos, deram origem ao povoado das Lavras Velhas do Serro Frio. Novas levas de pessoas chegaram atraídas pela abundância de ouro daquelas terras.

A exploração desordenada da primeira década do século XVIII levou a criação do cargo de superintendente das minas de ouro da região, ocupado pelo sargento-mor Lourenço Carlos Mascarenhas em 1.711. E mais e mais gente chegou, o povoado cresceu e, em 1.714, Lavras Velhas é elevada a Vila do Príncipe.

Mais tarde, além do ouro, os mineradores descobrem lavras de diamante na região onde hoje está Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. Para defender os interesses do império, em 1.720 é criada a comarca do Serro Frio, sediada pela Vila do Príncipe, que abrange uma grande área da qual faz parte o arraial do Tijuco, hoje, Diamantina.

Muitas foram as restrições impostas à exploração de ouro na comarca. Em 1.751 é criada a Casa de Fundição, para onde toda a produção aurífera da região deveria ser encaminhada.

Mas, apesar de todas as regras impostas, muitos aventureiros ganharam contrabandeando ouro e diamante.

As minas foram exploradas exaustivamente durante quase 100 anos. No início do século XIX, com a decadência da mineração, somente alguns mineradores, encorajados pelo governo, conseguiam arcar com os altos custos de produção. A grande maioria da população passou a se dedicar a agricultura de subsistência, atividade dificultada pela localização geográfica da vila.

O empobrecimento das minas interfere na vida econômica e social do lugar. Em 1.817, o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire visita Vila do Príncipe e descreve sua situação da seguinte forma: "naquele tempo, a vila possuia umas 300 casas, de 2.500 a 3.000 pessoas, duas estalagens e umas 15 casas de comércio com quase tudo importado da Inglaterra". Ainda segundo seus relatos, a vila não possuía nenhum chafariz e o abastecimento de água era feito por escravos que traziam barris de água do vale. Não havia estabelecimentos de lazer e a diversão ficava a cargo da caça ao veado, pratica comum na região. Saint-Hilaire, no entanto, se encanta com as festas religiosas que já eram tradição na antiga vila.

Para tentar reverter a má situação em que se encontrava, em 1.838 a vila é elevada a cidade e torna-se o centro administrativo e jurídico da região. O comércio se desenvolve e pequenas fábricas de ferro são instaladas. Serro volta então a ocupar uma posição de destaque na região e a cidade ganha também em importância política. Vários de seus filhos, como Teófilo Otoni, líder da Revolução Liberal de 1.842, se destacam politicamente. Bons casarões são construídos durante a primeira metade do século.
Mas novamente a estagnação econômica e social voltaria a tomar conta da cidade. Na época da proclamação da república, Serro encontrava-se isolada dos grandes centros devido a péssima condição de suas estradas e assim permaneceu por mais algum tempo. O isolamento forçado ajudou na conservação do patrimônio histórico de Serro. Cem anos após sua emancipação, em 1.938, todo seu acervo urbano-paisagístico é tombado pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ao longo do século XX, o desenvolvimento se dá através da criação de gado, base econômica da cidade - grande parte do leite é usado na fabricação do queijo do Serro - e também da exploração de seu potencial para o turismo cultural

História da Páscoa

 
História da Páscoa
A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas.
Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa judaica. É uma das mais importantes festas do calendário judaico, que é celebrada por 8 dias e comemora o êxodo dos israelitas do Egito durante o reinado do faraó Ramsés II, da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida.
No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pessach. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques.
Os símbolos da Páscoa
Nas últimas cinco décadas a humanidade se transformou. O capitalismo tomou conta do mundo e transformou tudo (ou quase tudo) em fonte de capital, de lucro, de consumo. Assim as festas - grande parte de caráter religioso - se tornaram ocasião de um consumo maior. Entre elas temos o Natal, Páscoa, dia das mães, dia dos pais e até o dia das crianças.
Com a profanização, esses eventos perderam seus sentidos originais, humanos, familiares e religiosos. E hoje a riqueza simbólica das celebrações muitas vezes não passa de coisas engraçadas, incomuns e sem sentido. Por isso, o propósito deste artigo é tentar resgatar um pouco o sentido das coisas, das festas e celebrações e, simultaneamente, refletir sobre o sentido da vida humana.

História da Cruz Queimada


História da Cruz Queimada


por Waldemar Barbosa


 


Segundo Waldemar Fajardo, "...os desbravadores, enfrentando animais ferozes e todas as dificuldades, rasgando florestas virgens, chegaram a este recanto de Minas. E com estes primeiros homens mais ou menos civilizados, também chegaram as primeiras lutas e guerrilhas pelas posses de terrenos ainda um tanto virgens. Entre duas famílias tiveram início as dúvidas que foram causadoras do terrível e horrendo sacrilégio que adiante iremos tentar descrever. A luta desenvolveu-se em torno da posse dos terrenos situados nas vertentes da bacia do Rio Pardo, calculada em 33 alqueires, e na qual se acha situada a localidade hoje denominada Piacatuba, antigamente Piedade de Leopoldina."

As divergências não teriam ficado restritas aos que pretendiam a posse das terras, tendo se espalhado entre escravos e feitores dos confrontantes. Ainda assim, foi feita a doação do terreno onde deveria ser localizada uma povoação, cuja Padroeira seria Nossa Senhora da Piedade.

 Mas as lutas continuaram. Certa ocasião travou-se terrível batalha nas trevas e nas matas e não sabemos, e ninguém poderá calcular, se nessas lutas fôra sacrificada até, quem sabe? alguma vida humana.

Resolvida que foi a doação, como demarcação foi feita uma tosca cruz ali colocada como marco. O nome *Cruz Queimada* é um símbolo do poder divino, e raro é o habitante da Zona da Mata, em Minas, que não ouviu falar, com muito repeito, da *Santa Cruz Queimada* de Piacatuba de Leopoldina. De longe vêm pessoas aqui trazer as suas dádivas, em cumprimento de promessas atendidas.

Mas, passemos a falar sobre a Cruz Queimada e seus milagres. Era uma manhã de sol brilhante, o feitor e outras pessoas levantaram de seus leitos improvisados em cabanas cobertas de folhas de sapé, e foram iniciar a sua tarefa, que era fincar o marco dos terrenos de Nossa Senhora da Piedade. Um velho escravo escolheu uma madeira de lei que se chamava "tapinoã" e em pouco tempo se ouvia o eco do machado que lavrava o pau para fazer um cruzeiro. O sol já descambava para o horizonte, quando o velho escravo, auxiliado por outros, juntou os dois pedaços de madeira mal lavrada e formou uma cruz. Outros escravos cavaram a terra e furaram dois metros mais ou menos em um alto arenoso, que fica nas proximidades do açude, para o lado da povoação atual. Todos se juntaram e levantaram o madeiro em cruz, regulando 5 a 6 metros de altura.

Era tarde e o trabalho estava terminado, e lá no altinho ficava a cruz de braços abertos, lembrando-nos a cruz em que morreu o Salvador da Humanidade, há quase 2.000 anos...

A noite cobriu com seu manto negro a solidão das matas, mas o homem construía em seu cérebro uma desforra e esta não tardou. Os homens não se conformavam de forma alguma em ficar sem aquelas terras que tanto ambicionavam, e que no seu modo de entender lhes pertenciam. Acompanhados de seus escravos e servidores, rumaram para o local em que foram informados se erguia uma cruz, marco da sesmaria doada a Nossa Senhora da Piedade.

O fazendeiro cheio de ódio e irritado, mandou que os seus escravos escavassem ao pé da cruz. Mas embora em terreno arenoso, depois de longo trabalho não conseguiram. Fizeram força e a cruz não se desprendia da terra, e mal conseguiram tombá-la. O homem encolerizou-se e mandou que a cortassem e fizessem em pedaços. Mas os machados, embora manejados pelas mãos fortes dos escravos, nada conseguiram. Ao tocar a madeira, não cortavam, simplesmente amassavam a madeira onde a lâmina afiada do machado tocava. O homem começou a desconfiar de que qualquer coisa de anormal estava acontecendo.

Mas não desanimou... e ... espumando de raiva, mandou os escravos juntarem grande quantidade de lenha em uma pequena derrubada que fizeram para uma plantação de milho, e colocassem em redor da cruz até que ela desaparecesse. No meio da lenharia seca, colocou então algumas taquaras secas e lançou fogo àquela montanha de madeira. Satisfeito, regressou à sua fazenda. Durante toda a noite o fogo crepitou terrível e altas labaredas iluminavam sinistramente a floresta.

Até que a madrugada aparecesse novamente e um novo dia raiou. Com ele a faina diária na fazenda. Um dos escravos que tinha ajudado nos trabalhos da véspera para tentarem arrancar a cruz, deu por falta de sua foice e lembrou-se que a havia esquecido junto ao lugar em que fizeram a fogueira na véspera. Logo veio procurá-la e, ao se aproximar do local que fizeram a fogueira, lá estava um braseiro ardente, e a cruz imponente e majestosa continuava de pé sem que o fogo conseguisse destruí-la. Simplesmente chamuscada, tomou uma cor escura como se se vestisse de luto pela impiedade dos homens. E o símbolo da redenção triunfando das chamas ardentes, proporcionou aos nossos antepassados um grandioso milagre... E todos que fizeram parte deste sacrilégio foram castigados.








 O Padre Raymundo N. F. de Araújo, foi o aquiteto do monumento da Torre da Cruz Queimada, cuja construção iniciou-se aos 18 de julho de 1924, concluindo-se os trabalhos aos 20 de abril de 1928.

Joaquim Fajardo de Mello Campos, com sua esposa Guilhermina Balbina Henriques Soares Fajardo, foram os idealizadores e benfeitores da construção do monumento.

 

© copyright Cantoni 1999


 

HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO DE FUTEBOL - Notícias e toda história da copa

 
História da Copa do Mundo
Nenhum outro evento esportivo chama tanto a atenção das pessoas como a Copa do Mundo™ da FIFA. Desde sua primeira edição no Uruguai, em 1930, a competição da FIFA vem crescendo em prestígio e popularidade.
Um grupo de visionários administradores futebolísticos franceses, liderado na década de 1920 pelo inovador Jules Rimet, teve a idéia original de juntar as melhores seleções de futebol do mundo para lutar pelo título de campeões mundiais. A taça de ouro original levava o nome de Jules Rimet e foi disputada três vezes nos anos de 1930 antes da Segunda Guerra Mundial interromper o campeonato por doze anos.
Quando foi retomada, a Copa do Mundo da FIFA avançou rapidamente até alcançar o status de maior evento esportivo de modalidade única do mundo moderno. Sediada na Europa e na América sucessivamente desde 1958, a Copa do Mundo atingiu mais um nível quando o Comitê Executivo decidiu, em maio de 1996, que a Coréia e o Japão seriam os anfitriões da edição de 2002.
Desde 1930, as 17 edições do torneio tiveram apenas sete vencedores diferentes. No entanto, a Copa do Mundo da FIFA também foi marcada por momentos dramáticos que ajudaram a escrever a história do futebol: a vitória dos Estados Unidos sobre a Inglaterra em 1950, a derrota da Itália para a Coréia do Norte em 1966, a ascensão de Camarões nos anos 1980 e sua vitória sobre a Argentina, defensora do título, em 1990....
Atualmente, a Copa do Mundo consegue hipnotizar todo o público do planeta. O torneio realizado na França em 1998 atraiu uma audiência de mais de 37 bilhões de pessoas, das quais aproximadamente 1,3 bilhões assistiram a final. Mais de 2,7 milhões de pessoas lotaram os estádios franceses nas 64 partidas.
No entanto, depois de todos esses anos e de muitas mudanças, o principal centro das atenções da Copa do Mundo da FIFA continua sendo o mesmo: a reluzente taça de ouro que personifica as aspirações de todos os jogadores.
Fonte: http://fifaworldcup.yahoo.com/06/pt/p/h/fwc.html
Links Semelhantes - Copa do Mundo 2006

História da Capoeira


História da Capoeira

 

 

"H I S T Ó R I A"
O Brasil a partir do século XVI foi palco de uma das maiores violências contra um povo. Mais de dois milhões de negros foram trazidos da África, pelos colonizadores portugueses, para se tornarem escravos nas lavouras da cana-de-açúcar.Tribos inteiras foram subjugadas e obrigadas a cruzar o oceano como animais em grandes galeotas chamadas de navios negreiros. Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro foram os portos finais da maior parte desse tráfico. Ao contrário do que muitos pensam, os negros não aceitavam pacificamente o cativeiro; a história brasileira está cheia de episódios onde os escravos se rebelaram contra a humilhante situação em que se encontravam. Uma das formas dessa resistência foi quilombo; comunidades organizadas pelos negros fugitivos, em locais de difícil acesso. Geralmente em pontos altos das matas. O maior desses quilombos estabeleceu-se em Permambuco no século XVII, numa região conhecida como Palmares. Uma espécie de Estado africano foi formado.


Distribuindo em pequenas povoações chamadas mocambos e com uma hierarquia onde no ápice encontrava-se o rei Ganga-Zumbi, Palmares pode ter sido o berço das primeiras manifestações da Capoeira. Desenvolvida para ser uma defesa, a Capoeira foi sendo ensinada aos negros ainda cativos, por aqueles que eram capturados e voltavam aos engenhos. Para não levantar suspeitas, os movimentos da luta foram sendo adaptados às cantorias e músicas africanas para que parecessem uma dança. Assim, como no Candomblé, cercada de segredos, a Capoeira ganhou a malícia dos escravos de "ganho" e dos frequentadores da zona postuária. Na Cidade de Salvador, capoeiristas organizados em bandos provocavam arruaças nas festas populares e reforçavam o caráter marginal da luta. Durante décadas a Capoeira foi proibida no Brasil. A liberação da sua prática deu-se apenas na década de 30, quando uma variação da Capoeira (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente, Getúlio Vargas.

"C A P O E I R A R E G I O N A L B A I A N A"

Mestre Bimba (Manuel dos Reis Machado) filho de Luiz Cândido Machado e Maria Martinha do Bonfim, nasceu no bairro de Engenho Velho, freguesia de brotas, Salvador - Bahia em 23 de novembro de 1900. Recebeu esse apelido devido a uma aposta que sua mãe fizera com a parteira que o "aparou". Ao contrário do que dona Martinha achava, a parteira disse que se nascesse menino, receberia o apelido de "Bimba" pôr se tratar, na Bahia, de um nome popular do órgão sexual masculino. Começou a praticar capoeira aos 12 anos de idade na estrada das Boiadas, hoje o Bairro Negro da Liberdade, com o africano Bentinho, capitão da navegação Baiana. Foi estivador durante 14 anos e começou a ensinar capoeira aos 18 anos de idade no Bairro onde nasceu no "Clube União em Apuros". Até 1918 não existia esquinas, nas portas dos armazéns e até no meio do mato.


Era eficaz e muito folclorizada a capoeira da época, devido ao fato de os movimentos que eram extremamente disfarçados, mestre Bimba resolveu desenvolver um estilo de capoeira mais eficiente, inspirando-se no antigo "Batuque" (luta na qual seu pai era um grande lutador, considerado até um campeão) e acrescentando sua própria criatividade, introduziu movimentos que ele julgava necessário para que a capoeira fosse mais eficaz. Então em 1928, mestre Bimba criou o que ele denominou Capoeira Regional Baiana por ser esta praticada única e exclusivamente em Salvador. A partir da década de 30, com a implantação do Estado Novo, o Brasil atravessou uma fase de grandes transformações políticas e culturais, onde os ideais nacionalistas e de modernização ficaram em evidência. Nesse contexto, surge a oportunidade de Mestre Bimba fazer com que o seu novo estilo de capoeira alcançasse as classes sociais mais privilegiadas.

Em 1936 fez a 1ª apresentação do seu trabalho e no ano seguinte foi convidado pelo governador da Bahia, o General Juracy Magalhães, para fazer uma apresentação no palácio do governador onde estavam presentes autoridades e convidados. Dessa forma a capoeira foi reconhecida como "Esporte Nacional" e mestre Bimba foi reconhecido pela Sec. Ed. Ass. Pública ao estado da Bahia como Professor de Educação Física e sua academia foi a 1ª no Brasil reconhecida por Lei. O que faz com que Mestre Bimba se destacasse dos demais capoeiristas de sua época, é que ele foi o 1º a desenvolver um sistema de ensino e a ensinar em recinto fechado. Além desse sistema, ele elaborou técnicas de defesa Pessoal até mesmo contra armas. Mestre Bimba preocupava-se demais com a imagem da capoeira, não permitindo treinar em sua academia aqueles que não trabalhavam nem estudavam. Em 1973, Mestre Bimba, por motivos financeiros, deixou a Bahia, sob acusação de que os "Poderes Públicos" jamais haviam o ajudado. Faleceu em Fevereiro de 1974 em Goiânia, vítima de um derrame cerebral. Mestre Bimba foi embora, mas seus ensinamentos e seus métodos ainda inspiram e influenciam os novos métodos de hoje em dia.

"E X A M E D E A D M I S S Ã O"

Dizia-se que em outros tempos, Mestre Bimba aplicava uma "Gravata" no pescoço do indivíduo que quisesse treinar e dizia "Aguenta ai sem chiar", se aguentasse o tempo que ele mesmo determinava estaria matriculado. Mestre Bimba justificava esse critério dizendo que só queria macho em sua academia. Mais tarde mudou os critérios, submetendo o Candidato a fazer alguns movimentos para que ele pudesse avaliar se o pretendente tinha condição ou não para praticar a capoeira regional. Sendo a próxima fase aprender a "Sequência de Ensino".
"O A P R E N D I Z A D O"
O aluno nessa faze aprendia o que se chama "Sequência de Ensino" que eram as oito sequências de movimentos de ataque, esquivas e contra ataque destinadas somente aos iniciantes, simulando as situações mais comuns que o aluno enfrentaria durante o jogo de capoeira. Esse foi o 1º método de ensino criado para ensinar alguém a jogar a capoeira e o calouro treinava essas sequências em duplas sem o acompanhamento dos instrumentos.


Quando estas estivessem decoradas o Mestre dizia: "Amanhã você vai entrar no aço, no aço do Berimbau". Também fazia parte do aprendizado os "movimentos de projeção" que ensinava o iniciante cair de forma correta, sempre de pé e uma sequência com esses movimentos denominada "cintura desprezada". Por fim, o aluno aprendia os "golpes ligados" que eram as situações de agarramento que aconteciam em brigas de rua. Era comum naquele tempo dizerem que o capoeirista quando agarrado, não tinha como reagir. Então Mestre Bimba, com sua criatividade ensinava seus alunos quais eram as melhores saídas. Todos esses ensinamentos faziam com que o método de mestre Bimba fosse incompáravel e esse treinamento durava cerca de 3 meses, só então é que o aluno seria batizado.

"O B A T I Z A D O "

O batizado era quando o aluno jogava pela 1ª vez na roda com o acompanhamento dos instrumentos que era formado por 1 berimbau e 2 pandeiros. O mestre escolhia o formado que jogaria com o calouro e então toca "São Bento Grande", toque que caracterizava a capoeira regional, para isso o calouro era colocado no centro da roda para que o formado ou o próprio mestre desse um apelido a ele. Escolhido o "nome de guerra" todos aplaudiam e então o mestre mandava o calouro pedir a "Benção" do padrinho, e ao estender a mão para o formado que o batizou, receberia uma Benção (golpe) que o jogava no chão.


 Era necessários pelo menos, 6 meses de treino para se formar na Capoeira Regional. O exame era realizado em 4 domingos seguidos, no Nordeste de Amaralina, academia do mestre, os alunos a serem examinados eram escolhidos por ele. Durante 4 dias os alunos eram submetidos a algumas situações onde teriam que mostrar os valores adquiridos durante a fase de aprendizado, como por exemplo: força, reflexo, flexibilidade e etc. No último domingo é que o mestre dizia quem havia sido aprovado e então ensinava novos golpes e também marcava o dia da formatura.

"A F O R M A T U R A "


A Cerimônia iniciava com uma roda de formados antigos para que as madrinhas e os convidados pudessem ver o que era a Capoeira Regional. Mestre Bimba ficava ao lado do som, que era formado por 1 Berimbau e 2 pandeiros, comandando a roda e cantando as músicas características da Regional. Terminada a roda, o mestre chamava o orador que geralmente era um formado mais antigo para falar um breve histórico da Capoeira Regional e do mestre. Após o histórico, o mestre entregava as medalhas aos paraninfos e os lenços azuis (Graduação dos Formados) as madrinhas. O paraninfos colocava a medalha ao lado esquerdo do peito do Formado e as madrinhas colocavam os lenços nos pescoços dos seus respectivos afilhados.


A partir dai os formados demonstravam alguns movimentos a pedido do mestre para mostrar a sua competência, incluindo os movimentos de "cintura desprezada", "jogo de floreto" e o "escrete" que era o jogo combinado com o uso dos Balões. Para Terminar, chegava a hora do "Tira-medalha" onde o recém formado jogava com um formado antigo que tentava tirar a sua medalha com qualquer golpe aplicado com o pé. Só então depois de passar por isso tudo é que o aluno poderia se considerar aluno formado de mestre Bimba, tendo direito até a jogar na roda quando o mestre estivesse tocando Iuna que era o toque criado por ele para esse fim. A partir dai só restava o curso de especialização.


"O C U R S O D E E S P E C I A L I Z A Ç Ã O "



Tinha duração de 3 meses, sendo 2 na academia e 1 nas matas da Chapada do Rio Vermelho. Tratava-se de um treinamento de guerrilha, onde aconteciam as emboscadas, armadilhas e etc., que consistia em submeter o formado a situações das mais difíceis, desde defender-se de 3 ou mais Capoeiristas, até defender-se de armas. Terminando o curso, o mestre fazia a mesma festa para os novos especializados, e estes recebiam o lenço vermelho que representava a nova graduação. O aluno que se formava ou se especializava, tinha a obrigação de pendurar um quadro com a foto do mestre, do padrinho, do orador, e a própria foto.



"Minha Mãe sempre dizia"
Minha mãe sempre dizia
Minha mãe sempre dizia
Filho meu tome juízo
Mulher é muito bom
Mulher é muito bom
Mas também da prejuízo
Eu não vou na sua casa
que é pra você não ir na minha
você tem a boca grande
vai comer minha galinha
Lá na terra onde eu nasci
de manhã tem oração
ajoelhado na igreja (colega velho)
na cintura seu facão, camará
Iê viva meu Deus...

"Eu já Vivo enjoado"
Eu já vivo enjoado
De viver aqui na Terra
O mamãe eu vou pra Lua
Falei com minha mulher
Ela então me respondeu
Nós vamos se Deus quiser
vamos fazer um ranchinho
Todo cheio de sapé
Amanhã as sete horas
Nós vamos tomar café
E eu nunca acreditei
Não posso me conformar
Vem a Lua vem a Terra
Vem a Terra e a Lua
Tudo isto é conversa
Vão comer sem trabalhar
Ô senhor amigo meu
Veja bem o meu cantar
Quem é dono não ciuma
Quem não é quer ciumá
Iêê viva...


 


 

 

 

Hino da Proclamação da República

 
Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!


Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, avante, da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!


Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!


Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!


Veja Mais! Proclamação da República



Hino da Independência

 
Já podeis da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil
Já raiou a liberdade,
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil;
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil,
Houve mão mais poderosa,
Zombou deles o Brasil;
Houve mão mais poderosa
Houve mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil;
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
Não temais ímpias falanges
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil;
Vossos peitos, vossos braços
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil;
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.

Parabéns, ó brasileiros!
Já, com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil;
Do universo entre as nações
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil;
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.


ZEZITO


ZEZITO


ZEZITO


ZEZITO


ZEZITO E HELENA


ZEZITO