Juscelino
Kubitschek de Oliveira
(1902 - 1976)
Presidente da república
brasileira (1956-1960) nascido em Diamantina, MG, cujo feito mais notável foi a
construção de Brasília no planalto Central e para lá transferiu a capital
federal, inaugurada em 21 de abril (1960). Filho de um caixeiro-viajante e de
uma professora pública, ficou órfão de pai aos três anos de idade. Estudou no
seminário de Diamantina e concluiu o curso de medicina em Belo Horizonte (1927)
trabalhando como telegrafista do serviço público, cargo no qual ingressara por
concurso (1921). Estudou cirurgia em Paris com o professor Maurice Chevassu
e estagiou no hospital Charité de Berlim (1930). De volta à Minas Gerais,
casou-se com Sara Lemos (1931) e foi nomeado capitão-médico da polícia mineira,
chefiando o hospital de sangue de Passa Quatro, MG, onde distinguiu-se como
cirurgião durante a revolução (1932). Ingressou na política como chefe de
gabinete de Benedito Valadares, na ocasião interventor federal em Minas
Gerais (1934) e, no mesmo ano, elegeu-se deputado federal, mas perdeu o mandato
(1937) com o advento do Estado Novo. Trabalhando como médico foi prefeito de
Belo Horizonte (1940-1945), numa administração, que projetou o nome então
desconhecido de Oscar Niemeyer, com as obras do bairro de Pampulha.
Eleito deputado federal pelo PSD (1946) e governador de Minas Gerais (1950),
criou as Centrais Elétricas de Minas Gerais, a Cemig, e construiu cinco
usinas para a produção de energia elétrica, elevando em trinta vezes o
potencial instalado do estado. Com o apoio do PSD e do PTB, e com a
oposição na União Democrática Nacional (UDN) e de alguns setores militares, foi
eleito presidente da república (1955), mas sua posse só foi garantida após a
intervenção do então Ministro da Guerra, General Teixeira Lott,
em novembro daquele ano. Com o propósito de realizar um vasto programa de
desenvolvimento econômico, energia e transporte, implantação das indústrias
automobilística e de construção naval, além de incentivos à industrialização e
à exportação de minérios. Construiu duas usinas hidrelétricas, Três Marias
e Furnas, a abertura de rodovias e a pavimentação das já existentes,
como a ligação por estrada asfaltada entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte e
a construção das estradas Belo Horizonte-Brasília, Belém-Brasília e
Brasília-Acre. Formulou também nova política social e econômica para a região
Nordeste. Porém a mudança da capital para o planalto Central, prevista nas
disposições transitórias da constituição (1946), foi considerada a síntese de suas
metas, símbolo da ampliação das fronteiras e do início da integração da
Amazônia na vida brasileira. Entrou em confronto com as recomendações do Fundo
Monetário Internacional (FMI), por causa de sua política de investimentos, mas
a sensação de progresso despertada no país, fez de seu governo um marco de
popularidade. Após passar o governo para Jânio Quadros e elegeu-se
senador por Goiás, foi indicado pela convenção nacional do PSD (1964), porém o
governo militar cassou seu mandato e suspendeu seus direitos políticos por dez
anos. Exilado, viveu em Nova York e depois em Paris. De volta ao Brasil,
ingressou na empresa privada e começou a escrever suas memórias, intituladas Meu
caminho para Brasília, em cinco volumes, e tornou-se membro da Academia
Mineira de Letras (1975). Morreu num acidente de automóvel, perto de Resende,
Rio de Janeiro, quando viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro, a 22 de
agosto.
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