23 de junho de 2010

Ronaldinho Gaúcho

Ronaldinho nasceu em 21 de março de 1980 na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Brasil. Na infância, a sua principal diversão era brincar com a bola, junto dos seus melhores amigos.Com sete anos começou a jogar na escola de futebol infantil do Grêmio Football Porto-Alegrense. Aos oito anos teve que suportar o falecimento do seu pai e recebeu apoio de sua mãe, irmã e de seu irmão mais velho como figura paterna.
Desde pequeno, Ronaldinho já demonstrava habilidade com a bola , como se pode ver em vídeos caseiros da sua família. Entre seus ídolos, além do seu irmão Assis, encontram-se Rivaldo e Ronaldo (com os quais ganhou a Copa do Mundo de 2002), Valdo, Romário, Maradona e Pelé.
Carreira
O início no Grêmio
A carreira profissional de Ronaldinho iniciou-se no time do Grêmio, tendo como seu primeiro treinador Celso Roth. Em 1997 havia ganho o título sub-17 jogando pelo time. Sua primeira aparição como profissional ocorreu em 1998 na Copa Libertadores, onde logo sua habilidade e seu grande domínio de bola começaram a ser notados pelos clubes.
Além da consagração no jogo contra a Seleção Venezuelana pela Copa América, Ronaldinho também brilhou nas finais do Campeonato Gaúcho de 1999, quando fez o gol do título para o Grêmio contra o Internacional (time arqui-rival do Grêmio), além de, audaciosamente, ter realizado dribles maliciosos sobre o tetracampeão Dunga. Sua atuação nessa final foi um importante fator para sua convocação à Seleção Brasileira pelo então técnico Vanderlei Luxemburgo. Um fato curioso sobre a convocação é que Ronaldinho foi convocado depois que o técnico da seleção cortou Edilson da equipe nacional por ter provocado e se envolvido em uma briga pelo Corinthians na final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras.
Disputou 141 partidas e marcou 68 gols pelo Grêmio, contando partidas oficiais e amistosos. Alguns o consideram a maior revelação do Grêmio desde Renato Gaúcho. A seguir um depoimento do zagueiro Scheidt:
Eu vi o Ronaldinho crescer e se tornar profissional no Grêmio. Estava lá em 1998 e todos no clube falavam que ele seria craque um dia. Ele tinha até um tratamento diferenciado. Já mostrava habilidade com a bola nos pés, mas ainda faltava a experiência.
—Scheidt

A transferência para a Europa
O PSV Eindhoven já tinha levado Romário e Ronaldo rumo ao sucesso na Europa. Cabia a Ronaldinho Gaúcho a tarefa de seguir os mesmos passos dos craques quando o clube francês Paris Saint-Germain fez uma proposta de 7 milhões de euros pelo jogador. Mas, com o craque na equipe, o Grêmio tinha aumentado a venda de camisas, bilhetes e lugares-cativos no estádio; assim, recusou a proposta, tendo recusado também posteriormente as recebidas de empresários italianos de 60 milhões e de 75 milhões de reais do Leeds United, da Inglaterra.


Ronaldinho e Deco.
O clube gaúcho conseguiu segurar o jogador até 2001, quando o contrato ia só até Fevereiro desse ano e a família, juntamente com o jogador, decidiram que estava na hora de ir para a Europa. Enquanto as propostas continuavam a chegar ao clube, o Grêmio insistia em manter Ronaldinho no clube, fazendo questão de, inclusive, colocar uma faixa no Estádio Olímpico dizendo que o craque não estava à venda. Sem o aval do clube, o jogador assina um pré-contrato às escondidas e parte para o Paris Saint-Germain sem o Grêmio obter qualquer contrapartida pelo seu passe, mesmo tendo dito que adoraria ficar no clube neste mesmo período em que já tinha assinado o pré-contrato com o Paris Saint-Germain. Tal disputa faz com que Ronaldinho seja visto como o maior prejudicado perante o clube e os adeptos, tendo-se iniciado uma longa batalha judicial entre o Grêmio e o clube francês, o que deixa Ronaldinho sem jogar durante meses, voltando a jogar só em Agosto, pelo Paris Saint-Germain.
Paris Saint-Germain
Durante sua passagem pelo Paris Saint-Germain, Ronaldinho teve problemas com o treinador Luis Fernández, pois este alegava que Ronaldinho estava freqüentando demais a vida noturna parisiense, e deixando o futebol de lado. Ele desenvolveu uma reputação de obter desempenho brilhante contra as maiores equipes, mas de não jogar bem contra as equipes pequenas.
Depois de 2002 da Copa do Mundo, tendo demonstrado o seu valor na cena internacional, não houve falta de interesse de grandes clubes. Em 2003, Ronaldinho deixou claro que queria deixar o PSG, depois do time não ter conquistado nenhum título. Após várias propostas de clubes europeus, dentre eles estava o Manchester United, mas o clube que acabou ganhando a batalha para ter os seus serviços foi o Barcelona.
Barcelona


Ronaldinho no Barcelona.
Em 19 de julho de 2003, o presidente do Barcelona, Joan Laporta, adquiriu o passe de Ronaldinho por € 21 000 000,00 (vinte e um milhões de euros). Ronaldinho disse também ter assinado com o Barcelona em vez do Manchester United por causa de sua amizade com o ex-executivo da Nike no Brasil e em Barcelona o então vice - presidente encarregado de esportes, Sandro Rosell. Ao assinar com o Barcelona, Ronaldinho seguiu os passos de vários ilustres jogadores que já tiveram carreiras bem sucedidas no clube, como Evaristo de Macedo, Romário, Ronaldo e Rivaldo.
Logo o Barcelona promoveu um amistoso para mostrar sua nova contratação e o clube escolhido foi o Milan. Em sua estréia, Ronaldinho ajudou seu time fazendo 1 gol na vitória de 2 a 0. Durante a temporada 2003-2004 suas jogadas levaram o Barcelona a terminar em 2° lugar na liga espanhola, mas foi na temporada 2004-2005 que o craque se consagrou realizando jogadas fantásticas conquistando a Liga Espanhola e o título de melhor jogador do mundo da FIFA, sendo considerado até hoje um dos maiores ídolos do Barcelona, em 2006 repetiu o feito conquistando novamente a Liga Espanhola. No Barcelona ainda conquistou os títulos da Liga dos Campeões da UEFA (2005-06) e Supercopa da Espanha (2005 e 2006).
Em 2004 e em 2005, defendendo o Barcelona e a seleção brasileira, consagrou-se como o Melhor Jogador do Mundo, segundo a FIFA. Em 2005 ganhou a Ballon d'or ("Bola de Ouro"), da revista esportiva francesa France Football, que elege o melhor jogador atuando na Europa a cada temporada.
Com esses prêmios e mostrando um futebol cada vez mais surpreendente, Ronaldinho já tem sido comparado com os maiores da história como Pelé e Maradona.
Em 2005, Ronaldinho descobriu que tinha um filho, de nome João, com uma dançarina carioca. Ele logo assumiu a paternidade e já declarou que gostaria muito que seu filho seguisse seus passos no futebol.
No dia 29 de março de 2006, um estudo apontou Ronaldinho como o jogador com mais valor comercial no mundo, deixando para trás os ingleses David Beckham e Wayne Rooney. Sua imagem foi avaliada em €47 milhões, a de Beckham, €44,9 milhões e a de Rooney, €43,7 milhões.
Milan


Ronaldinho atuando
pelo Milan
Ronaldinho Gaúcho transferiu-se para o Milan. Na estreia, fez um bom cruzamento que resultou em gol, mas o clube milanês perdeu de virada, dois a um para o Bologna em pleno San Siro. Passou algumas partidas no banco de reservas, mas voltou no clássico milanês frente ao Internazionale, arqui-rival do Milan. O Milan recuperou-se, então, de uma série de derrotas, após derrotar a Lazio do artilheiro Zárate e, consequentemente, o Inter, com um gol de cabeça do Ronaldinho Gaúcho. Após uma série de jogadas com o também brasileiro Kaká, Ronaldinho abriu o placar de cabeça. O craque lançou Kaká, que dominou, esperou o momento certo e cruzou com precisão para a cabeça de Ronaldinho, que marcou.
Depois, na Copa da UEFA, Carlo Ancelotti entrou com os reservas mas lançou Ronaldinho, que precisava ganhar ritmo de jogo. Ronaldinho ajudou a equipe na vitória sobre o Zurique e na classificação para a fase de grupos após um belo passe para Shevchenko.
No Milan, Ronaldinho atua com a camisa número 80, em referência ao fato de ter nascido no ano de 1980.[2]
Em 10 de Dezembro de 2009, foi eleito o futebolista da década pela revista inglesa World Soccer, ficando a frente de jogadores como Lionel Messi e Ronaldo.
O dia 17 de Janeiro de 2010 foi com certeza um dia marcante para Ronaldinho. O craque que já vinha jogando bem nas últimas partidas,deu um verdadeiro show de bola com belos passes e três gols na goleada do Milan de 4 a 0 em cima do Siena, sendo uma das principais notícias dos últimos dias.
Seleção Brasileira
Estreou na Seleção Brasileira em um jogo contra a Letônia, em junho de 1999. Porém, foi na Copa América de 1999, disputada no Paraguai, que se destacou pela primeira vez na seleção, marcando um gol na goleada contra a Venezuela (7 a 0), ao dar um chapéu no zagueiro e em seguida chutar forte no canto do goleiro.
Na Copa do Mundo de 2002, Ronaldinho teve relevância na conquista do quinto título brasileiro em Copas do Mundo ao marcar um gol de falta contra a Inglaterra na vitória de 2 a 1 do Brasil, pelas quartas-de-final em Shizuoka, no Japão.
Alguns avaliam que o goleiro inglês Seaman falhou de forma grotesca no referido lance. Após o gol, Ronaldinho fez uma falta grave em um jogador inglês e foi expulso, não participando do jogo da semifinal contra a Turquia, na cidade japonesa de Saitama.


Ronaldinho cobrando um escanteio na Copa 2006.
Copa do Mundo de 2006
O melhor jogador da Europa e do mundo era a maior promessa brasileira para a Copa do Mundo FIFA de 2006, realizada na Alemanha. Porém, demonstrou um futebol aquém do que se esperava e recebeu várias críticas dos torcedores brasileiros. Fãs do futebol do craque alegaram que Ronaldinho foi prejudicado pelo esquema tático da seleção brasileira. Ronaldinho jogava de atacante no Barcelona, sem grandes preocupações defensivas. Porém, por determinação do então técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, Ronaldinho atuou durante o Mundial de 2006 como um meia-atacante, mais afastado da área e tendo que participar defensivamente. O único jogo em que ele atuou na mesma posição em que jogava no Barça foi na partida contra a França, e mesmo assim Ronaldinho teve um péssimo desempenho, chegando inclusive a tropeçar na bola.
Uma estátua de Ronaldinho com 7,25 metros de altura, construída pela artista plástica Kattielly Lanzini especialmente para a Copa, que estava instalada na Avenida Getúlio Vargas, na cidade de Chapecó, em Santa Catarina, chegou a ser incendiada, um dia após a eliminação da Seleção Brasileira pela França, com uma atuação notável do meia Zinedine Zidane. A obra custou R$ 5,5 mil e a artista pretendia vendê-la por R$ 7 mil. A artista autora da obra abriu um Boletim de Ocorrência para punir os responsáveis pelo vandalismo.
Sua última partida pela seleção principal foi nas eliminatórias para a Copa 2010. Foi no jogo entre Brasil e Peru, no Beira-Rio, onde o Brasil venceu por 3x0, ele entrou no intervalo tempo e não participou de nenhum gol.


Ronaldinho atuando pela seleção brasileira nas Olimpíadas 2008.
Jogos Olímpicos de 2008
Recebeu uma nova chance na seleção brasileira nas Olimpíadas de 2008, na China. Foi convocado pelo técnico Dunga e comandou a equipe, já que era o jogador mais velho do elenco.
O Brasil fez uma campanha razoável no torneio, se classificando com 100% de aproveitamento na primeira fase e sendo eliminado pela maior rival, a Argentina, comandada por Lionel Messi (ex-companheiro de Ronaldinho no Barcelona), nas semi-finais.
Os argentinos viriam a conquistar mais uma vez a medalha de ouro olímpica, título ainda não conquistado pelo Brasil.
Copa do Mundo de 2010
Muitas eram as expectativas sobre a convocação da Seleção para a Copa do Mundo FIFA de 2010. Dos que não vinham sendo chamados recentemente, Ronaldinho era um dos jogadores mais pedidos pela população brasileira[3] e por profissionais.[4][5][6]
Porém, no dia 11 de maio, apenas apareceu na lista suplente de Dunga, que consiste na lista de jogadores para substituir outros em caso de lesão ou alguma ocorrência.[7]
Grêmio
• Campeonato Gaúcho: 1999
• Copa Sul: 1999
Paris Saint-Germain
• Copa Intertoto da UEFA: 2001
Barcelona
• Liga dos Campeões da UEFA: 2005-06
• Campeonato Espanhol: 2004-05, 2005-06
• Supercopa da Espanha: 2005 e 2006
Seleção Brasileira
• Mundial Sub-17: 1997
• Copa América: 1999
• Copa do Mundo: 2002
• Copa das Confederações: 2005
• Jogos Olímpicos: Bronze em 2008
Prêmios individuais
• Revelação do ano no Campeonato Gaúcho: 1999
• Melhor jogador da Copa das Confederações: 1999
• Bola de Prata: 2000
• Time da Copa do Mundo FIFA: 2002
• FIFA 100
• Melhor jogador do mundo pela FIFA: 2004 e 2005
• World Soccer: 2004 e 2005
• Melhor atacante da UEFA: 2004-05
• Time do ano da UEFA: 2004, 2005 e 2006
• FIFPro Word XI: 2004-05, 2006-06 e 2006-06
• FIFPro World Player of the Year: 2004-05, 2006-06
• Ballon d'Or: 2005
• Onze d'Or: 2005
• Melhor jogador da UEFA: 2005-06
• Jogador da década da revista World Soccer: 2009
• Golden Foot: 2009
Artilharias
• Campeonato Gaúcho: 1999 (15 gols)
• Copa das Confederações: 1999 (6 gols)
• Torneio Pré-Olimpico: 2000 (9 gols)




Kaká

Nascido no Gama, cidade-satélite de Brasília, e criado em São Paulo, Kaká teve uma infância privilegiada pela boa condição de seus pais, mas isso não impediu que passasse por um momento difícil: aos dezoito anos, enquanto se divertia em uma piscina, sofreu uma fratura na espinha dorsal, lesão que quase o deixou paralisado, o que impediria a sua carreira no futebol.[5] "Em outubro de 2000. Eu estava disputando o Campeonato de Juniores. Fui visitar meus avós paternos em Caldas Novas, e lá fui descer num escorregador de piscina, um toboágua. Quando caí na água, bati a cabeça no fundo da piscina e torci o pescoço. Aquela virada causou a fratura de uma vértebra. Os médicos diziam que eu tinha muita sorte por ainda poder andar normalmente. Eles falando em sorte e minha família falando em Deus. Em casa, nós sempre agradecíamos a Deus porque sabíamos que tinha sido a mão e o livramento d'Ele que tinha me protegido."

São Paulo
Despontando em seu primeiro ano
Kaká estreou como profissional em 7 de março de 2001, contra o Botafogo, na final do Torneio Rio-São Paulo de 2001, jogo vencido por 2-1 pelo São Paulo. Ainda conhecido como Cacá, entrou no decorrer do jogo e fez dois gols em dois minutos, aos 34 e 36 do segundo tempo, fato que deu a vitória de virada sobre o clube carioca. O São Paulo foi o campeão do torneio, conquistando o único título oficial que ainda não havia conquistado. Logo, seu apelido fica com a letra K no lugar do C [6] e torna-se novo ídolo da torcida tricolor, surgindo comparações a Raí, que jogava na mesma posição do meio de campo e que, como o novo talento, desfrutava de grande carisma e assédio do público feminino em especial, pela imagem de galã e de bom moço.[7]
Em dez meses, tão querido quanto Rogério Ceni e França,[8] Kaká cumpre sete dos dez objetivos que havia traçado no final do ano anterior para a sua carreira: desde voltar a jogar futebol, após um acidente que quase o deixou paraplégico, a manter-se entre os titulares do São Paulo após jogar o Mundial Sub-20 pela Seleção Brasileira.[8] Apesar de alternar atuações boas e outras discretas, é um dos líderes do São Paulo no Campeonato Brasileiro de 2001, do qual deixa sobre uma maca, após violenta falta cometida nele por Cocito, na eliminação frente ao futuro campeão Atlético Paranaense.[6]
Protagonista no Tricolor
Foi chamado para a Seleção Brasileira principal (seu oitavo objetivo; jogar por ela era o nono) no ano seguinte, e convocado para a Copa do Mundo de 2002, onde fez parte do time misto que jogou já classificado contra a Costa Rica, na primeira fase.[6] Foi à Ásia como azarão[9] - o favorito para a vaga era o experiente Djalminha, preterido pelo técnico Luiz Felipe Scolari após desferir cabeçada em seu treinador no Deportivo La Coruña, Javier Irureta.[10]
A experiência na Copa e ter saído dela como campeão, embora jogado apenas cerca de vinte minutos, fez bem ao novato:[11] foi um dos líderes da boa campanha sãopaulina no Brasileirão que se seguiu, em que o São Paulo terminou a primeira fase do campeonato disparado na liderança, com ele mais maduro e se responsabilizando para armar as jogadas do time.[12] Seu desempenho no torneio, onde marcou nove vezes e distribuiu várias assistências para Reinaldo e Luís Fabiano,[13] lhe renderia a Bola de Ouro da Placar. Entretanto, nas oitavas-de-final, faz duas partidas ruins contra o rival Santos, que, vindo da oitava colocação, vence os dois clássicos, elimina o Tricolor e segue rumo ao título.
A eliminação precoce lhe renderia os primeiros atritos com a torcida..[6] A pecha de "amarelão" aumenta com outro título perdido a seguir, o Paulistão de 2003, em que ele, com um estiramento na coxa, não joga a final contra o Corinthians. Mesmo sem jogar, é apontado como culpado pelos torcedores pelos resultados ruins da equipe,[14] bem como na eliminação na Copa do Brasil, pelo Goiás.[6] Kaká chegou a disputar o Campeonato Brasileiro de 2003, quando finalmente recebe convite para transferir-se para um grande clube europeu da Itália ou Espanha, a última meta que ele havia traçado dois anos antes.[8]
Milan
Chegada


Kaká em partida pelo Milan
Em 2003, embora houvesse uma proposta de €12 milhões do Chelsea, Kaká preferiu o ambiente recém-campeão europeu e de ambiente brasileiro do Milan (que contava com Dida, Cafu, Roque Júnior, Serginho, Rivaldo e o cartola Leonardo, um dos responsáveis pela sua contratação e seu ex-colega de São Paulo, em 2001),[15] numa transação inicialmente programada apenas para o verão seguinte,[16] e apressada justamente pelo interesse do clube inglês.
O acerto da transferência de Kaká para o clube de Milão foi fechado por €8,5 milhões. Devido ao destaque que vinha tendo no São Paulo, este valor foi considerado muito baixo pelos torcedores do tricolor e jornalistas esportivos, além de ter sido ridicularizado pelo presidente do Milan, Silvio Berlusconi, que, com seu característico bom-humor, batizou a contratação de Kaká como "preço de banana".[16]
Chegou para ser reserva, mas, surpreendendo a todos, desbancou o português Rui Costa (e também a Rivaldo) ainda no primeiro turno e transformou-se no principal astro da equipe, ao lado de Andriy Shevchenko.[17] Em dois meses sua camisa já estava entre as mais vendidas do clube,[16] tornando-se ídolo logo no início do campeonato, ao dar passe de 30 metros para Shevchenko marcar o gol da vitória contra o Ancona, logo em sua estreia pela Serie A[18] e, rodadas depois, ao marcar um dos gols da vitória por 3 x 1 sobre a rival Internazionale, em partida em que peitou o argentino e carniceiro adversário Kily González. "Eu precisava me impor naquele momento. Não por maldade, mas para mostrar que estava ali de fato, que vim para ficar, que não era só um garoto", declarou.[16]
Eleito o melhor da partida em diversos jornais, tornou-se o primeiro jogador latinoamericano a fazer parte de campanha mundial da Adidas, da qual também entrou no grupo dos cinco atletas mais importantes, desbancando Oliver Kahn.[16] Foi eleito pelo Guerin Sportivo também o melhor jogador da campanha que levou o Milan novamente ao título italiano depois de cinco anos, marcando dez gols em seus trinta jogos no campeonato.
As decepções ficaram na Liga dos Campeões: defendendo o título, o Milan venceu a partida de ida contra o La Coruña, no San Siro, por 4 x 1, com Kaká marcando duas vezes. Na partida de volta, na Espanha, os galegos conseguiram espantosamente reverter o resultado e vencer por 4 x 0, eliminando os rossoneri nas quartas-de-final; e quanto ao sonho de participar das Olimpíadas de 2004, mas a Seleção foi eliminada ainda no torneio pré-olímpico, do qual ele não foi liberado pelo Milan para participar.[19]
Já como estrela mundial


Kaká em treinamento com a Seleção Brasileira
Na temporada seguinte, a de 2004/05, com Kaká já intocável, mas sendo melhor conhecido entre os adversários da Serie A, o time não teve o mesmo desempenho. Em determinado momento do campeonato, com o título cada vez mais próximo da Juventus, o Milan abriu mão da competição, escalando reservas para priorizar a Liga dos Campeões.[20] A equipe chegou à final, eliminando no caminho a rival Internazionale. Na decisão, favorita, abriu 3 x 0 no primeiro tempo sobre o oponente, os ingleses do Liverpool. Na segunda etapa, novo revés espantoso, com o clube britânico empatando em seis minutos o placar, no que ficou conhecido como Milagre de Istambul, cidade onde foi realizada a partida. O título foi decido nos pênaltis e, abalados, os milanistas perderam, com Kaká sendo um dos dois únicos do Milan que acertaram as cobranças, junto com o colega dinamarquês Jon Dahl Tomasson. A nova decepção é compensada com o título na Copa das Confederações de 2005 sobre a rival Argentina, em que Kaká fez o segundo gol na vitória por 4 x 1.
A estratégia do Milan repete-se na temporada seguinte, com o time ficando em segundo no italiano, atrás da campeã Juventus, para tentar novo título europeu. Na Liga dos Campeões, entretanto, a equipe é parada nas semifinais pelo Barcelona de Ronaldinho Gaúcho, com quem foi à Copa do Mundo de 2006 como dois dos componentes do "quadrado mágico", composto também por Ronaldo e Adriano. Kaká inicia a Copa como protagonista da Seleção, marcando o gol da vitória apertada de 1 x 0 sobre a Croácia na estreia.
Entretanto, passou a ter desempenho aquém do primeiro jogo e afundou com o resto do time na eliminação frente à França,[6] em partida em que foi um dos piores em campo.[21] Atribuiu a má atuação a fortes dores no joelho, que fizeram-lhe jogar no sacrifício.[22]
Melhor do Mundo
Ainda assim, é bastante assediado pelo Real Madrid após a Copa,[23] tornando-se a estrela máxima do Milan com a saída de Shevchenko,[24] seu melhor amigo no elenco.[25] Na seleção, é a primeira estrela do fiasco na Copa a ser chamada pelo novo técnico, Dunga, que adota como medida pô-las inicialmente na reserva.[6]


Kaká com sua seleção nacional, no final de 2006
Logo conquistou a confiança deste, não criando polêmicas e marcando inclusive belíssimo gol de arrancada em sua reestreia, em amistoso contra a Argentina vencido por 3 x 0.[6] A temporada segue com Kaká demonstrando sua melhor fase desde a de sua chegada na Europa, culminando finalmente em título na Liga dos Campeões, vencido em revanche contra o Liverpool. Não marcou na decisão, mas foi o artilheiro do torneio, marcando dez gols, quatro cruciais: o da vitória sobre o retrancado Celtic, nas oitavas-de-final, e três na vitória agregada de 5 x 3 nas semifinais, contra o Manchester United (os dois na derrota por 2 x 3, no jogo de ida, e um na vitória por 3 x 0 na volta).
O desempenho decisivo lhe rendeu ao final de 2007, quando já tinha seu irmão Digão alçado ao time principal,[26] os prêmios de melhor do mundo pela FIFA e do Ballon d'Or da France Football.
2007-2008 viu Kaká formar no Milan um trio brasileiro denominado Ka-Pa-Ro (uma referência ao trio sueco Gre-No-Li, que fizera sucesso no clube nos anos 1950), com os reforços de Alexandre Pato e Ronaldo, mas o time não se deu bem no italiano, não se classificando para a Liga dos Campeões de 2008-09. Na edição de 2007/08 do torneio, o detentor do título foi eliminado logo nas oitavas-de-final pelo Arsenal. A nova temporada iniciou-se com Ronaldinho Gaúcho substituindo o xará Fenômeno (que deixara lesionado o time, no início de 2008) na sigla do trio e com o clube tendo de contentar-se em disputar a Copa da UEFA, com o consolo de jamais ter conquistado o troféu. Nesta competição, todavia, os rossoneri foram eliminados no início do mata-mata.
Saída
Em meio à temporada, Kaká balançou com tentadora proposta de €105 milhões do Manchester City, novo-rico clube da Inglaterra.[27] Embora pressionado pelos próprios dirigentes do Milan e por parte da família,[28] recusou o que seria a mais cara transferência do futebol mundial e permaneceu no Milan, ajudando-o a voltar a classificar-se para a Liga dos Campeões do ano seguinte: na última rodada, em confronto direto contra a Fiorentina, fora de casa, Kaká marcou o primeiro o gol e deu a assistência ao outro na vitória por 2 x 0.[29]
Especulações na imprensa que davam como certa sua transferência para o Real Madrid vieram na semana que se seguiu, o que foi confirmado no dia 8 de junho de 2009, em valores estimados em €65 milhões por um contrato de seis anos com o clube madrilenho.[30][31]
Real Madrid


Apresentação de Kaká no Real Madrid
Sua chegada ao Real Madrid, pouco tempo após a eleição de Florentino Pérez à presidência do clube, marcou uma volta à era galáctica (em que Pérez era o presidente) dos merengues, sensação intensificada com a contratação, dois dias depois, de seu sucessor nos prêmios de melhor do mundo, o português Cristiano Ronaldo.
A primeira temporada, no entanto, acabaria frustrante para as expectativas merengues: apesar dos reforços caros (que incluíam também Raúl Albiol, Xabi Alonso e Karim Benzema), o Real não conseguiu nenhum título. No campeonato espanhol, perseguiu o arquirrival Barcelona até a última rodada, com o título ficando com os catalães, cujas vitórias nos dois clássicos mostraram-se decisivas. Na Copa do Rei, os blancos caíram frente a uma equipe da terceira divisão. Na Liga dos Campeões da UEFA, torneio prioritário, inclusive pelo fato de a decisão estar programada para o Santiago Bernabéu, a eliminação veio nas quartas, para o Lyon.
Além da falta de troféus, Kaká conviveu com críticas ao futebol aquém do esperado, ainda por cima ofuscado com as boas atuações de Cristiano Ronaldo.[22] Seu rendimento foi prejudicado por pubalgias, que lhe fizeram ficar fora dos gramados duas vezes por mais de um mês.[22] A torcida madridista deu sinais de impaciência, com alguns exaltados afirmando que o brasileiro estaria se poupando para a Copa do Mundo de 2010.[22] Ao ser substituído no jogo em que o time terminaria elimado pelo Lyon, sofreu vaias e demonstrou irritação pela substituição, com seu assessor de imprensa polemizando ao fazer declarações contra o técnico Manuel Pellegrini no twitter.[22]