20 de março de 2008

A VIDA É O TREM QUE PASSA

A vida é o trem que passa
Os sonhos são vagões
O amor é o maquinista
Somos nós, a estação!

Adquira seu bilhete, faça sua escolha
O trem vai seguindo continuadamente
Em cada vagão, o desejo de sua mente
...há também tristezas, desilusões
Com a passagem na mão, escolha!

A viagem se longa nao sabemos
A bagagem é cada dia vivenciada
Mudar o rumo, podemos
Sem mesmo saber da parada

A estação nunca pode estar vazia
Será sempre um passeio, viver
Se sentar na janela, aprecia
Tudo é passagem, algo pode reter

Cada dia que passa é contagem regressiva
Viaje como se cada instante fosse unico
Cada olhar como se fosse o ultimo

Respire fundo, o caminho é longo
Encontrará adversidades
...tristezas
...saudades
...abismos
...retas
...curvas
inúmeras serão as vezes
que não veremos o que há além da curva
Mas, o percurso seguirá sonhando

A vida é uma viagem
Somos mutantes
Somos passageiros
Somos nuvens
Somos fumaça

Por não saber decifrar o mapa da vida
Algumas vezes se perderá no trajeto
Mas, para quem sonha, nada é impossível
nunca se perde, sempre se encontra

Escuta, ouça, é o apito de mais uma partida
Poderá estar partindo para novos lugares
sem roteiros
sem destino
sem poente ou nascente
A direção é para a felicidade
Conduzirá e será conduzido
O maquinista sempre atento
na historia, na vida

De tudo que viver, uma coisa é certa
Não se canse da viagem, prossiga
Lute, grite, implore
Mas, não desista
...se cansar, acene, sorria
O maquinista nao te deixará
Não hesite, não tema
Onde parar, um coração
certamente o acalentará

A viagem prossegue
...e sabendo onde quer ir
Vá seguro, você consegue
Sabendo sempre que vai valente...
sua viagem será eternamente...
no vagão de primeira classe.
Autora Marillena S. Ribeiro

A Cura

... E então fez-se silêncio.
E dele surgiram vozes e vultos.
Eram ecos de minha alma atormentada
que bradava por Ele.
“Ajude-me!”
Dizia ela enlouquecida.

E do meio das trevas
Fez-se um caminho de luz.
De onde uma voz
Doce e terna me disse:
“Demorou a chamar-me, filha.
Mas eis-me aqui para ajudá-la.
Que precisas?”

Já não enxergava nada.
Pois as lágrimas que desciam,
compulsivamente,
pelo meu rosto
não me deixavam ver.
E meu coração
angustiado e dolorido,
tirava-me a força
para falar de minha dor.

Um sopro suave e quente
passou pelo meu rosto
nesse instante.
Um cheiro de flor.
Senti meu coração
sendo tocado.
Uma mão suave a carregá-lo.

Então,
o estreito caminho de luz
iluminou-me inteira.
Bem como tudo ao redor.
E eu,
de leve,
toquei o rosto de Deus.
E ele abraçou-me
docilmente,
Enquanto dizia-me:
“Seu coração ficou ferido à toa.
Só porque você se esqueceu
que eu sou seu Pai.
E que os pais sempre estão prontos
para socorrer seus filhos.”

E dizendo isso se foi,
mas deixando meu coração
muito mais feliz.


Maria de Lourdes Boniceli

A cor da pele e da alma

Os seres humanos são todos iguais perante a Deus
E às Leis que regem o universo.
Os homens são quase iguais perante às leis
Que eles tão bem confeccionaram à alguns deles.
E Deus que moldou o homem (branco) qual se supõe sua face ser
Não fez as leis discriminativas dos homens Dele;
Nem disseminou o segregacionismo entre eles;
Muito menos deu-lhes um Paraíso, um Céu, um Inferno...
Será que o negro tem alma?
Será que o índio é gente?
E os japoneses o que são?
E os esquimós, espanhóis, mongóis...
Então os alemães, ingleses, franceses... macarrão?
Comemos a todos com ou sem molho
Quais as devoradoras canibais minhocas....
Será que a alma é igual à pele do branco?
Existe alma?
Não sei.
Há homens – divididos!


Waleska Zibetti

A Visão do Carpinteiro

Certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas,
separadas apenas por um riacho, entraram em conflito.
Foi a primeira grande desavença em toda uma vida
trabalhando lado a lado, repartindo as ferramentas
e cuidando um do outro.

Durante anos percorreram uma estreita, porém comprida
estrada que corria ao longo do rio para, ao final de cada
dia, poderem atravessá-lo e desfrutarem um da
companhia do outro.
Apesar do cansaço, faziam-no com prazer, pois se amavam.

Mas agora tudo havia mudado.
O que começara com um pequeno mal entendido,
finalmente explodiu numa troca de palavras
ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.
Ao abri-la, notou um homem com uma caixa de ferramentas
de carpinteiro em sua mão.
"Estou procurando por trabalho" -disse ele.
"Talvez você tenha um pequeno serviço aqui e ali.
Posso ajudá-lo?"

"Sim!" -disse o fazendeiro
"Claro que tenho trabalho para você.
Veja aquela fazenda além do riacho.
É de meu vizinho, na realidade,
meu irmão mais novo.
Brigamos muito e não mais posso suportá-lo.
Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro?
Quero que você me construa uma cerca bem alta
ao longo do rio para que eu não mais precise vê-lo."

"Acho que entendo a situação"
- disse o carpinteiro
"Mostre-me onde estão a pá e os pregos que certamente
farei um trabalho que lhe deixará satisfeito."

Como precisava ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o
carpinteiro à encontrar o material e partiu.

O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia
medindo, cortando e pregando.
Já anoitecia quando terminou sua obra,
ao mesmo tempo que o fazendeiro retornava.
Porém, seus olhos não podiam acreditar no que viam.
Não havia qualquer cerca!
Em seu lugar estava uma ponte que ligava um lado
do riacho ao outro.
Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou:
"Você é muito insolente em construir esta ponte
após tudo que lhe contei".

No entanto, as surpresas não haviam terminado.
Ao erguer seus olhos para a ponte mais uma vez,
viu seu irmão aproximando-se da outra margem,
correndo com seus braços abertos.
Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio,
quando, num só impulso, correram um na direção do outro,
abraçando-se e chorando no meio da ponte.

Emocionados, viram o carpinteiro arrumando
suas ferramentas e partindo.

"Não, espere!" disse o mais velho
"Fique conosco mais alguns dias.
Tenho muitos outros projetos para você"

E o carpinteiro respondeu:
"Adoraria ficar.
Mas tenho muitas outras pontes para construir."

Autor Desconhecido

A Morada no Céu

Um homem muito rico morreu e foi recebido no céu.
O anjo guardião levou-o por várias alamedas e foi
mostrando-lhe as casas e moradias.
Passaram por uma linda casa com belos jardins.
O homem perguntou: "Quem mora aí?"
O anjo respondeu:
"É o Raimundo, aquele seu motorista que morreu
no ano passado."
O homem ficou pensando:
Puxa! O Raimundo tem uma casa dessas!
Aqui deve ser muito bom!
Logo a seguir surgiu outra casa ainda mais bonita.
"E aqui, quem mora?" - perguntou o homem.
O anjo respondeu: "Aqui é a casa da Rosalina,
aquela que foi sua cozinheira."
O homem ficou imaginando que, tendo seus empregados
magníficas residências, sua morada deveria ser no
mínimo um palácio.
Estava ansioso por vê-la.
Nisso o anjo parou diante de um barraco construído
com tábuas e disse:
"Esta é a sua casa!"
O homem ficou indignado. "Como é possivel!
Vocês sabem construir coisa muito melhor."
"Sabemos - respondeu o anjo
- mas nós construímos apenas a casa.
O material são vocês mesmos que selecionam
e nos enviam lá de baixo.
Você só enviou isso!"

Moral da História
Cada gesto de amor e partilha é um tijolo
com o qual construímos a eternidade.
Tudo se decide por aqui mesmo,
nas escolhas e atitudes de cada dia.
Não devemos dizer a Deus que temos grandes problemas,
mas dizer aos problemas que temos um grande Deus...
Autor Desconhecido

A Mais Bela Flor

O estacionamento estava deserto
quando me sentei para ler embaixo
dos longos ramos de um velho carvalho.
Desiludida da vida, com boas razões para chorar,
pois o mundo estava tentando me afundar.
E se não fosse razão suficiente para arruinar
o dia, um garoto ofegante se chegou,
cansado de brincar.
Ele parou na minha frente, cabeça pendente,
e disse cheio de alegria:
- "Veja o que encontrei".
Na sua mão uma flor, e que visão lamentável,
pétalas caídas, pouca água ou luz.
Querendo me ver livre do garoto com sua flor,
fingi pálido sorriso e me virei.
Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu
lado, levou a flor ao nariz e declarou com
estranha surpresa:
- O cheiro é ótimo, e é bonita também....
Por isso a peguei; ei-la, é sua.
A flor à minha frente estava morta ou
morrendo, nada de cores vibrantes como laranja,
amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha
que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá.
Então me estendi para pegá-la e respondi:
- O que eu precisava.
Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a
segurou no ar sem qualquer razão.
Nessa hora notei, pela primeira vez,
que o garoto era cego, que não podia ver o
que tinha nas mãos.
Ouvi minha voz sumir,
lágrimas despontaram ao sol
enquanto lhe agradecia por escolher
a melhor flor daquele jardim.
- "De nada", ele sorriu.
E então voltou a brincar sem perceber
o impacto que teve em meu dia.
Me sentei e pus-me a pensar
como ele conseguiu enxergar um ser humano
autopiedoso sob um velho carvalho.
Como ele sabia do meu sofrimento
auto-indulgente?
Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado
com a verdadeira visão.
Através dos olhos de uma criança cega,
finalmente entendi que o problema
não era o mundo, e sim EU.
E por todos os momentos em que eu
mesma fui cega,
agradeci por ver a beleza da vida
e apreciei cada segundo que é só meu.
E então levei aquela feia flor ao meu nariz
e senti a fragrância de uma bela rosa,
e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor
em suas mãos, prestes a mudar a vida
de um insuspeito senhor de idade.
Descobri que o amor está na maneira como
enxergamos as coisas, basta olharmos com
carinho que tudo fica mais reconfortante...
Mesmo uma flor que está morrendo...

Autor Desconhecido

A Flor

Durante algum tempo, em todos os domingos uma
pessoa me deu um botão de rosa para colocar na
lapela do meu terno.
Como eu sempre recebi a flor pela manhã,
realmente nunca pensei muito naquilo.
Foi um belo gesto que apreciei,
mas tornou-se rotina.
Contudo, em um domingo, o que eu considerava
comum tornou-se muito especial.

Quando eu saía da igreja, um garoto veio em
minha direção e disse:
- Senhor, o que vai fazer com essa flor?
Em princípio eu não soube do que ele estava
falando, mas depois compreendi.
- Está falando disto?
- perguntei, apontando para a rosa em
minha lapela.
- Sim - respondeu ele.
- Gostaria que me desse, se for jogá-la fora.
Então eu sorri, disse-lhe que poderia ficar
com a flor e perguntei casualmente o que
pretendia fazer com ela.
O garoto, que provavelmente tinha menos de
dez anos, ergueu os olhos para mim e respondeu:

- Vou dá-la para a minha avó. Minha mãe e meu
pai se divorciaram no ano passado.
Eu estava morando com a minha mãe, mas quando
ela se casou novamente, quis que eu fosse morar
com o meu pai.
Morei com ele durante algum tempo, mas ele disse
que eu não podia ficar, por isso me mandou ir
morar com a minha avó.
Ela é muito boa.
Cozinha para nós dois e cuida de mim.
Tem sido tão boa que eu quero dar-lhe
essa linda flor para que fique feliz comigo.

Quando o garotinho terminou, eu mal podia falar.
Meus olhos encheram-se de lágrimas e eu soube
que ele tocara nas profundezas da minha alma.
Eu tirei a flor da lapela.
Com a flor na minha mão, olhei para ele e disse:

- Filho, essa é a coisa mais bonita que eu já ouvi,
mas você não pode ficar com esta flor porque não
é o suficiente.
Se olhar para o púlpito da igreja,
verá um grande buquê de flores.
Famílias diferentes o compram para a igreja
todas as semanas.
Por favor, leve aquelas flores para a sua avó,
porque ela merece as melhores.

Como se não bastasse a minha emoção,
ele proferiu uma última frase da qual sempre
me lembrarei:
- Que dia maravilhoso!
Pedi apenas uma flor,
mas recebi um lindo buquê!






Autor Pastor John R. Ramsey

Joyce

MALLU