Artur
da Silva Bernardes
(1875 - 1955)
Presidente da república
brasileira (1922-1926) nascido em Viçosa, MG, cujo governo foi marcado por
revoltas militares e crises políticas que o levaram a governar quase que
durante todo o mandato, sob estado de sítio. De formação básica no colégio do
Caraça, trabalhou como comerciário para continuar os estudos em Ouro Preto,
onde se matriculou na Faculdade Livre de Direito. Transferiu-se posteriormente
para São Paulo onde formou-se (1900). Voltando a Viçosa foi eleito
vereador e presidente da Câmara Municipal (1906) e no ano seguinte deputado
estadual. Eleito deputado federal (1909), ocupou o cargo de secretário das
Finanças do estado de Minas Gerais. Novamente eleito para a Câmara dos
Deputados, foi conduzido ao governo de Minas (1918-1922). Numa campanha
histórica por sua violência concorreu à presidência da república contra Nilo
Peçanha. Antes da sua posse ocorreu o episódio das cartas falsas, a
ele atribuídas, com grosseiros insultos às forças armadas e alusões
desabonadoras ao marechal Hermes da Fonseca, publicadas pelo jornal
Correio da Manhã. A questão levantou acirrada polêmica e protestos entre os
militares, sobretudo a oficialidade jovem, e deu origem ao histórico levante do
Forte de Copacabana (1922). Essa primeira manifestação do tenentismo foi
debelada e ele assumiu a presidência em 15 de novembro. Para conter o surto
revolucionário e as agitações operárias, o presidente muniu-se de poderes
especiais por meio do Decreto no 4.743 (1923), chamado lei infame pela
imprensa oposicionista. Decretou novo estado de sítio (1924) para combater a
revolução chefiada pelo general Isidoro Dias Lopes, em São Paulo.
Dominado o levante em São Paulo, o capitão Luís Carlos Prestes sublevou
a guarnição de Santo Ângelo, RS, para se reunir em Foz do Iguaçu, PR, com os
revolucionários paulistas, dando início ao movimento denominado Coluna
Prestes, que percorreu 36.000km no interior do país e travou uma série de
combates com as forças legalistas. Após o mandato presidencial foi eleito
senador por Minas Gerais (1927), pela Aliança Liberal. Apoiou a revolução
constitucionalista de São Paulo (1932) e foi preso em Viçosa, remetido para
o Rio de Janeiro e deportado para a Europa, onde permaneceu durante quase dois
anos. Novamente no Brasil, elegeu-se deputado federal (1935), mas o golpe de
novembro (1937) afastou-o da ação política durante o governo comandado por Getúlio
Vargas. Eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte (1946) fundou o
novo Partido Republicano, após divergências com a União Democrática Nacional
(UDN). Foi presidente da Comissão de Segurança Nacional da Câmara dos Deputados
(1947) e assumiu a liderança no debate sobre o petróleo, em defesa do monopólio
estatal. Ainda como deputado, combateu a internacionalização da Amazônia e
morreu no Rio de Janeiro.
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