9 de junho de 2008

SAUDADE


SAUDADE
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.

Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia. Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzbier; se ela continua preferindo Margarita;
se ela continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ela continua cantando tão bem; se ela continua detestando o Mc Donald's; Se ele continua amando; Se ela continua a chorar até nas comédias. Saudade é não saber mesmo!

Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.

É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.

Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer; Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

(Miguel Falabella

AMAR É


Amar é olhar para dentro de si mesmo e dizer:
Eu quero.

É viver intensamente.
É sonhar com uma gota de realidade
e realizar uma gota desse sonho.
É estar presente até na ausência.

Amar é ter em quem pensar.
É razão que ninguém teria razão para nos tirar.
É ser só de alguém e nunca deixar esse alguém só.
É pensar em você tão alto a ponto de você escutar.

Amar é ir até a morte.
É acordar para a realidade do sonho.
É vencer através do silêncio.
É ser feliz até com um pouco,
Quando muito não é bastante.

Amar é dar anistia ao seu coração.
É sonhar o sonho de quem sonha com você.
É sentir saudades.
É chegar perto na distância.

Amar é a força da razão.
É quando os momentos são eternos.

Amar é ser adulto e se sentir criança.
É viver a vida em versos e ao inverso.
É a maior experiência na vida de um homem...

Mas acima de tudo,
Amar é crer em Deus porque Deus é amor.
E você é tudo que um dia eu pedi pra mim.

(Autoria: Alberto Brizola)

QUANDO OS AMANTES DORMEM


QUANDO OS AMANTES DORMEM

Quando as pessoas se amam e
querem se amar, selam um pacto:
dormir juntas.

E quando se fala "dormir juntos" o
sentido é duplo:

Significa primeiro amar acordado
em plena vigília da carne, mas,
depois, na lassidão do pós-gozo,
deixar os corpos lado a lado,
à deriva, dormindo, talvez.

Na verdade, os amantes, quando
são amantes mesmo, mesmo
enquanto dormem se amam.

Agora ouço esses versos de Aragón
cantados por Ferrat:
"Durante o tempo que você quiser
Nós dormiremos juntos".

E penso. É um projeto de vida, dormir juntos, continuamente.
A mesma ambigüidade: dormir/amar
juntos, dormir/acordar juntos, ou
então, dormir/morrer de amor juntos.

Deve ser por causa disto que os franceses chamam o orgasmo de "pequena morte".

Deve ser por isto que os amantes julgam poder continuar amando mesmo
através da morte, como Inês
de Castro e D. Pedro, que foram
sepultados um diante do outro, para
que no dia do reencontro um
seja o primeiro que o outro veja.

Amor: um projeto de vida, um projeto
de morte.

Se numa noite dessas o vento da insônia soprar em suas frestas, repare no
corpo dormindo despojado ao seu lado.

Ver o outro dormir é negócio de muita responsabilidade.

Mais que ver as águas de um rio
represado gerando uma usina de sonhos,
é ver uma semente na noite pedindo um guardião.

Pode ser banal, mas é isto: amar é ser
o guardião do sonho alheio.

Os surrealistas diziam: o poeta enquanto dorme trabalha.
Pois os amantes enquanto dormem,
se amam.
Se amam inconscientemente, quando
seus desejos enlaçam raízes e seivas.

O pé de um toca o pé do outro, a mão espalmada corre sobre o lençol e toca
o corpo alheio e, dormindo,
se abraçam animados.

Quando isso ocorre, pode ter vários significados.
Talvez um tenha lançado um apelo
silencioso ao outro:
"Ajude-me a atravessar esse sonho",
ou:
"Venha, sonhe esse sonho comigo,
é bonito demais".

E o outro, às vezes, sem se mexer,
parte em seu socorro.

É que certos sonhos, sobretudo os de
quem ama, não cabem num só corpo.

Transbordam os poros da noite e
pedem cumplicidade.

E se há um pesadelo, aí um se agarra
ao tronco do outro na crispação
do instante, e o corpo do parceiro é
bóia na escuridão.

Por isto, no ritual do casamento,
quando o sacerdote indaga se os que
se amam sabem que terão que se
socorrer na saúde e na doença, na
opulência e na miséria etc...

Deveria se inserir um tópico a mais
e advertir:
... Amar é ser cúmplice do sonho alheio.
Passar a metade da vida dormindo a
o lado do outro.

Há pessoas que vivem 25 anos -
bodas de prata,
50 anos - bodas de ouro, 75 anos -
bodas de diamante;
Ao lado do outro, e não sabem com
que o outro sonha.

E há quem passe uma tarde, uma
noite ou uma temporada ao lado de
um corpo e sabe seus sonhos
para sempre.

Engana-se quem escuta o silêncio
no quarto dos que amam.

Estranhos rumores percorrem o
sonho alheio.
Não é o rugir do tigre pelas brenhas.
Não é o bater das ondas na enseada.
Nem os pássaros perfurando
a madrugada.

São os sonhos dos amantes em plena elaboração.
E se numa noite dessas o vento da
insônia de novo soprar em suas
frestas, olhe pela janela os muitos apartamentos
onde pulsam dormindo
os amorosos.
Quando se compra um apartamento
novo, nas alturas, alguns compram
lunetas e ficam vasculhando a vida
alheia.

Mas para ouvir o ruído dos sonhos
basta abrir os ouvidos na escuridão.
Os sonhos pulsam na madrugada.

Era uma vez um chinês que toda vez
que sonhava com sua amada
acordava perfumado.

Deve ser por isso que, ainda hoje,
o quarto dos amantes amanhece
com um perfume de almíscar, lavanda
e alfazema.

E é comum achar troféus dos sonhos
ao pé da cama de quem ama.
Quando se abre a pálpebra do dia,
aí pode-se ver um unicórnio de ouro
e uma coroas de rubis.

À noite os sonhos dos amantes
se cristalizam e de dia se liqüefazem
em beijos e lágrimas.

Quem ama diz boa-noite como quem abre/fecha a porta de um jardim.
Não apenas como quem viaja, mas
como quem vai para a colheita.
Quando se ama, acontece de um
habitar o sonho do outro,
e fecundá-lo.

(Autoria: Affonso Romano de Sant'Anna)

ROSAS VERMELHAS


ROSAS VERMELHAS

Rosas vermelhas eram as suas favoritas,
seu nome também era Rose.
E todo ano seu marido as enviava,
atadas com lindo enfeites.
No ano em que ele morreu,
as rosas foram entregues em sua porta.
O cartão dizia:
"Seja Minha Namorada"
como nos anos anteriores.
Cada ano ele enviava suas rosas
e o cartão sempre dizia:
"Eu Te Amo, mais este ano
do que no ano passado.
Meu amor por você sempre aumentará
com o passar dos anos".
Ela sabia que aquela seria a última
vez que as rosas apareceriam.
Ela pensava,
"Ele encomendou as rosas adiantado".
Seu amado marido não sabia que ele iria...
Ele sempre gostou de preparar as coisas
com antecedência.
Pois, se estivesse muito ocupado,
tudo funcionaria perfeitamente.
Ela ajeitou as flores e colocou-as num vaso especial. E depois, colocou o vaso ao lado
do retrato sorridente dele.
Ela sentaria por horas na cadeira favorita dele. Enquanto olhava para sua fotografia
e as rosas lá.
Um ano havia se passado e tinha sido
difícil viver sem seu companheiro.
Em solidão e isolamento havia sido transformado seu destino.
E então, na mesma hora de sempre,
como no Dia dos Namorados anterior a campainha tocou, e lá estavam as rosas, esperando em sua porta.
Ela levou-as para dentro e as olhou chocada.
Então, foi ao telefone para ligar para
a floricultura.
O dono atendeu e ela perguntou-lhe
se poderia explicar:
Por que alguém faria isso com ela
causando tanta dor?
"Eu sei que seu marido faleceu a mais de um ano" O dono disse: "eu sabia que ligaria e quereria saber".
As flores que recebeu hoje foram pagas adiantadas.
Seu marido sempre planejou adiante,
ele não deixava nada imprevisto.
Existe um pedido que eu tenho arquivado aqui:
E ele pagou adiantado,
você vai recebê-las todos os anos.
E tem outra coisa que você deveria saber:
Ele escreveu um pequeno cartão especial...
ele fez isso no ano passado.
E como eu descobri que ele não estaria mais aqui.
Aí está o cartão...ele deveria ser mandado
a você no próximo ano.
Ela agradeceu e desligou, e suas lágrimas caíram copiosamente.
Seus dedos tremiam, enquanto avançava
devagar para pegar o cartão.
Lá dentro, ela viu que ele havia escrito uma mensagem.
Então, em silêncio total, ela viu o que ele havia escrito... "Oi, meu amor, eu sei que faz um ano que eu me fui, eu espero que não tenha sido
tão ruim pra você superá-lo.
Eu sei que deve estar solitária
e que a dor é grande.
Mas se fosse diferente, eu sei como
eu me sentiria.
O amor que nós tivemos fez a minha vida ser
maravilhosa.
Eu amei você mais do que as palavras
podem dizer, você foi a esposa perfeita.
Você foi amiga e amante e me deu tudo o que precisei. Eu sei, isto foi há apenas um ano,
mas por favor tente não ficar triste.
Eu quero que você seja feliz, mesmo quando banhada em lágrimas. Por isso é que as rosas serão enviadas durante anos.
Quando você recebê-las, pense na felicidade,
que tivemos juntos, e como fomos abençoados.
Eu sempre amei você sei que sempre vou amá-la. Mas, meu amor, você tem que continuar,
você ainda esta viva. Por favor...
tente achar a felicidade,
enquanto vive o resto dos seus dias.
Eu sei que não é fácil,
mas eu espero que ache algum modo.
As rosas irão todos os anos, e só irão parar, quando sua porta não mais atender,
quando o entregador parar de bater,
ele irá cinco vezes nesse dia,
caso você tenha saído.
Mas depois desta última visita,
quando ele não estiver mais dúvidas,
ele levará as rosas ao lugar onde eu o instrui.
E colocará as rosas onde nós estaremos juntos novamente".

(Desconheço a Autoria)



Rosas vermelhas eram as suas favoritas,
seu nome também era Rose.
E todo ano seu marido as enviava,
atadas com lindo enfeites.
No ano em que ele morreu,
as rosas foram entregues em sua porta.
O cartão dizia:
"Seja Minha Namorada"
como nos anos anteriores.
Cada ano ele enviava suas rosas
e o cartão sempre dizia:
"Eu Te Amo, mais este ano
do que no ano passado.
Meu amor por você sempre aumentará
com o passar dos anos".
Ela sabia que aquela seria a última
vez que as rosas apareceriam.
Ela pensava,
"Ele encomendou as rosas adiantado".
Seu amado marido não sabia que ele iria...
Ele sempre gostou de preparar as coisas
com antecedência.
Pois, se estivesse muito ocupado,
tudo funcionaria perfeitamente.
Ela ajeitou as flores e colocou-as num vaso especial. E depois, colocou o vaso ao lado
do retrato sorridente dele.
Ela sentaria por horas na cadeira favorita dele. Enquanto olhava para sua fotografia
e as rosas lá.
Um ano havia se passado e tinha sido
difícil viver sem seu companheiro.
Em solidão e isolamento havia sido transformado seu destino.
E então, na mesma hora de sempre,
como no Dia dos Namorados anterior a campainha tocou, e lá estavam as rosas, esperando em sua porta.
Ela levou-as para dentro e as olhou chocada.
Então, foi ao telefone para ligar para
a floricultura.
O dono atendeu e ela perguntou-lhe
se poderia explicar:
Por que alguém faria isso com ela
causando tanta dor?
"Eu sei que seu marido faleceu a mais de um ano" O dono disse: "eu sabia que ligaria e quereria saber".
As flores que recebeu hoje foram pagas adiantadas.
Seu marido sempre planejou adiante,
ele não deixava nada imprevisto.
Existe um pedido que eu tenho arquivado aqui:
E ele pagou adiantado,
você vai recebê-las todos os anos.
E tem outra coisa que você deveria saber:
Ele escreveu um pequeno cartão especial...
ele fez isso no ano passado.
E como eu descobri que ele não estaria mais aqui.
Aí está o cartão...ele deveria ser mandado
a você no próximo ano.
Ela agradeceu e desligou, e suas lágrimas caíram copiosamente.
Seus dedos tremiam, enquanto avançava
devagar para pegar o cartão.
Lá dentro, ela viu que ele havia escrito uma mensagem.
Então, em silêncio total, ela viu o que ele havia escrito... "Oi, meu amor, eu sei que faz um ano que eu me fui, eu espero que não tenha sido
tão ruim pra você superá-lo.
Eu sei que deve estar solitária
e que a dor é grande.
Mas se fosse diferente, eu sei como
eu me sentiria.
O amor que nós tivemos fez a minha vida ser
maravilhosa.
Eu amei você mais do que as palavras
podem dizer, você foi a esposa perfeita.
Você foi amiga e amante e me deu tudo o que precisei. Eu sei, isto foi há apenas um ano,
mas por favor tente não ficar triste.
Eu quero que você seja feliz, mesmo quando banhada em lágrimas. Por isso é que as rosas serão enviadas durante anos.
Quando você recebê-las, pense na felicidade,
que tivemos juntos, e como fomos abençoados.
Eu sempre amei você sei que sempre vou amá-la. Mas, meu amor, você tem que continuar,
você ainda esta viva. Por favor...
tente achar a felicidade,
enquanto vive o resto dos seus dias.
Eu sei que não é fácil,
mas eu espero que ache algum modo.
As rosas irão todos os anos, e só irão parar, quando sua porta não mais atender,
quando o entregador parar de bater,
ele irá cinco vezes nesse dia,
caso você tenha saído.
Mas depois desta última visita,
quando ele não estiver mais dúvidas,
ele levará as rosas ao lugar onde eu o instrui.
E colocará as rosas onde nós estaremos juntos novamente".

(Desconheço a Autoria)

FAZER AMOR É...


FAZER AMOR É...


Quando põe as mãos em seu ombro,
frente a cama de seu filho e lhe diz:
"não se preocupe, te amo".

Quando vêm juntos o pôr do sol, e com cada amanhecer sentem renovado esse amor que nasceu com um "te amo".

Quando têm problemas econômicos, os enfrentam juntos e mesmo na adversidade lhe diz
"não se preocupe, te amo".

Quando ao chegar do trabalho sente o abraço confortável e o doce beijo dessa pessoa que com um "te amo"
acelera seu pulso e o seu coração bate mais depressa.

Quando na madrugada se preocupa com o filho que não chegou e
na cama ao seu lado ouve uma voz que diz "não se preocupe, te amo".

Quando no momento do parto sente suas mãos e sua voz que lhe diz
"te amo".

Quando vêm crescer juntos aos seus filhos e ao seu lado sente
a mesma voz que durante anos lhe fez apaixonar-se com um "te amo".

Fazer amor é caminhar juntos na vida, superando os obstáculos
que a vida pode apresentar, é crescer juntos espiritual e intelectualmente, evoluir unidos, fortalecer os laços em comum com esses pequenos detalhes que algumas vezes nos parecem bobos e insignificantes, mas que todavia, são tão importantes para evitar a rotina que é a mais cruel inimiga do amor.

Quando se sente triste, quando se sente feliz, quando se sente deprimido, quando está doente, quando se sente saudável e sempre sente essa pessoa ao seu lado, dizendo "te amo" e respondendo-lhe “eu te amo mais"...
nesses momentos você pode dizer
“eu fiz amor".

Fazer amor é chegar ao final de sua vida ao lado dessa pessoa
que durante anos lhe conquistou e que lhe fez sentir-se o ser mais feliz e querido sobre a terra.

Aproveite a vida fazendo muito amor...Viva com intensidade...
Lute por seus ideais...
Busque a felicidade...
E que você encontre alguém
que te diga:
“Eu te amo”
Hoje e Sempre!!!

(Desconheço o autor)

O AMOR MADURO


O AMOR MADURO


O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas quase silencioso. Não é menor em extensão. É mais definido, colorido e poetizado. Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento. Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.

O amor maduro somente aceita viver os problemas da felicidade. Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer. Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.

O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão. Basta-se com o todo do pouco. Não precisa nem quer nada do muito. Está relacionado com a vida e a sua incompletude, por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso. É feito de compreensão, música e mistério. É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança. O amor maduro não disputa, não cobra, pouco pergunta, menos quer saber. Teme, sim. Porém, não faz do temor, argumento. Basta-se com a própria existência. Alimenta-se do instante presente valorizado e importante porque redentor de todos os equívocos do passado. O amor maduro é a regeneração de cada erro. Ele é filho da capacidade de crer e continuar, é o sentimento que se manteve mais forte depois de todas as ameaças, guerras ou inundações existenciais com epidemias de ciúme.

O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa. Ele vive do que não morreu mesmo tendo ficado para depois. Vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados cheios de sementes. Ele não pede, tem. Não reivindica, consegue. Não persegue, recebe. Não exige, dá. Não pergunta, adivinha. Existe, para fazer feliz. Só teme o que cansa, machuca ou desgasta.
(Artur da Távola)

RECORDAÇÕES


RECORDAÇÕES

" Lembras, quando fomos namorados?"
Pois Eu lembro...e como lembro...
Olhava o teu rosto tímido,
sempre, com medo dos meus ataques,
que surgiam não sei de onde,
mas que de repente eu me transformava
num amante sedutor e te envolvia
num romance indefinido.....
AAAHHH.....como era bom!!!
Teus beijos, teu corpo quente, encostando-se
ao meu, passando-me um calor que quase
em delírios eu suportava aliviado.
Foram horas e grandes momentos
que desfrutamos juntos... Resta-me
a lembrança, para consolar a minha alma,
que num relance te enxerga aqui, alí, acolá e
me deixa aéreo, vagando muito longe
da realidade. Hoje, solitário, daria a vida
para recobrar aqueles momentos que
não voltam mais. O destino assim quis e
nos separou com um simples
Até-logo....implacável.
Sinto-me culpado pela nossa separação,
pois usei o capricho, para provar
a minha ...covardia...Sim covardia, porque
com uma simples palavra, teríamos
voltado e nos reconciliado.
Mas é tarde! Passaram-se horas,
dias, meses, anos e não nos vimos mais.
A lembrança consola-me o coração, mas
a tua imagem continua presa à minha alma
que não te esqueceu, jamais.....
Teu sempre amado??????????

Carta recebida em caráter de anonimato.
(Autor desconhecido)