Afonso
Augusto Moreira Pena
(1847 - 1909)
Presidente da república
brasileira (1906-1909) nascido em Santa Bárbara, MG, que desenvolveu um governo
caracteristicamente menos político e mais administrador. Estudou no Colégio
Caraça, dos padres lazaristas, em Minas Gerais, e bacharelou-se pela
Faculdade de Direito de São Paulo (1870), onde foi colega de Rodrigues Alves,
Rui Barbosa e Castro Alves. Inicialmente dedicado à magistratura,
voltou-se para a carreira política e foi deputado provincial e, por quatro
vezes deputado geral pelo Partido Liberal (1878-1889). Com a
subida dos liberais ao poder (1878), foi ministro da Guerra, da Agricultura e
da Justiça. Com a proclamação da república, tomou parte na Assembléia
Constituinte mineira e foi relator da constituição estadual. Renunciou ao
mandato de deputado em protesto contra a dissolução do Congresso Nacional pelo
marechal Deodoro da Fonseca e apoiou Floriano Peixoto contra o
então presidente, defendendo firmemente a realização de eleições normais, o que
contribuiu decisivamente para que a república retornasse à normalidade
constitucional. Com o afastamento de Cesário Alvim da presidência de
Minas Gerais, foi eleito para completar seu mandato e tomou a iniciativa de
transferir a sede do governo da então capital Ouro Preto, para Curral del-Rei,
onde deu início a construção da nova capital, Belo Horizonte (1894), a primeira
cidade brasileira totalmente planejada e com toda a infraestrutura urbana
projetada. Fundou a Faculdade de Direito de Minas Gerais, onde foi professor
durante o período em que governou a província. Ocupou a presidência do Banco do
Brasil, no mandato de Prudente de Morais, e a presidência do conselho
deliberativo de Belo Horizonte (1900), cargo correspondente ao hoje de
prefeito. Com a morte de Francisco Silviano de Almeida Brandão, eleito
mas não empossado, elegeu-se vice-presidente da república (1902-1906). Sem
oposição elegeu-se presidente da república (1905) com Nilo Peçanha, para
a sucessão de Rodrigues Alves. Viajou por todos os estados litorâneos
brasileiros, ouvindo os governos locais e a opinião pública e deu ênfase às
questões econômicas. Incentivou a imigração como meta de povoamento e
colonização, promoveu o crescimento industrial, reformou o sistema monetário,
por intermédio da Caixa de Conversão, facilitando o câmbio com moedas
estrangeiras como marcos, francos, liras, dólares e libras esterlinas. Fomentou
a construção de ferrovias e apoiou a obra de penetração de Rondon,
encarregado-o de ligar por telégrafo a Amazônia à capital da república (1907).
Criou também o Serviço Geológico e Mineralógico, para pesquisa e
aproveitamento das riquezas minerais do país. Sua maneira de tratar a política
em segundo plano provocou uma grave crise sucessória, gerando a famosa campanha
civilista. Em plena crise, após rápida enfermidade, morreu no palácio do
Catete, no Rio de Janeiro, em 14 de junho.
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