4 de janeiro de 2009

JAMELÃO


Jamelão



12/05/1913, Rio de Janeiro (RJ)14/06/2008, Rio de Janeiro (RJ)
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Luciana Cavalcanti/Folha Imagem
Jamelão começou tocando tamborim e depois virou inérprete

Filho de um pintor de paredes, José Bispo Clementino dos Santos foi engraxate, vendedor de jornal e tocador de tamborim e cavaquinho nos subúrbios cariocas.Aos 15 anos conheceu o sambista Lauro Santos, que o levou à Escola Estação Primeira de Mangueira, onde começou tocando tamborim, na bateria. Com o tempo, entrou nas rodas de samba que aconteciam após o desfile, na Praça Onze.Ganhou o apelido de Jamelão quando se apresentava em gafieiras da capital fluminense. Já a alcunha de "Gogó de ouro" veio por causa de sua bela voz, de enorme versatilidade.Em 1945 participou do programa "Calouros em Desfile", comandado por Ary Barroso, interpretando "Ai, que Saudades da Amélia", de Ataulfo Alves e Mário Lago. A partir daí conseguiu trabalhos em boates e no rádio. Também assinou um contrato com a gravadora Continental.Em 1949, começou a sua carreira como intérprete da Mangueira. Três anos depois viajou para a França como crooner da Orquestra Tabajara, do maestro Severino Araújo, para cantar em uma festa promovida por Assis Chateaubriand e pelo estilista francês Jacques Fath. Ainda como crooner, Jamelão protagonizou um "duelo" ocorrido no auditório da antiga rádio Tupi entre a Orquestra Tabajara e a big band norte-americana de Tommy Dorsey.Na gravadora Continental, em 1954, obteve destaque com as músicas "Leviana" (Zé Keti e Armando Reis), "Folha Morta" (Ari Barroso) e "Deixa de Moda" (Padeirinho). Dois anos depois, fez sucesso com "Exaltação à Mangueira" (Enéias Brito e Aluísio Augusto da Costa), feita para o desfile daquele ano. Em 1959, gravou "Ela Disse-me Assim" de Lupicínio Rodrigues.Jamelão entrou para a ala de compositores da Mangueira em 1968. Quatro anos depois, gravou o disco "Jamelão Interpreta Lupicínio Rodrigues", acompanhado pela Orquestra Tabajara. A seguir, lançou o LP "Jamelão", que incluía "Coquetel de Sofrimento" e "Castigo e Molambo". Em 1987, outro disco dedicado a Lupicínio Rodrigues, "Recantando Mágoas - A Dor e Eu" fez os críticos o colocarem como um cantor de músicas de "dor de cotovelo", enquanto Jamelão preferia considerar-se um "cantor romântico".
Personalidade forte
No carnaval de 1990, Jamelão anunciou o fim da sua carreira de intérprete de escola de samba; mas no ano seguinte, ele voltou a ativa. De personalidade forte e com muitas manias, tinha o costume de andar com uma caixa cheia de elásticos no bolso e alguns deles nas mãos. Dizia que iria utilizá-los no dia em que ganhasse bastante dinheiro.Em 1994, Jamelão gravou com Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia o samba "Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu", de Davi Corrêa, Carlinhos Sena, Bira do Ponto e Paulinho Carvalho. Em 1997, a gravadora Continental lançou a coletânea "Jamelão - A Voz do Samba", em 3 CDs.Nesse ano Jamelão também participou da gravação do CD "Chico Buarque da Mangueira". No carnaval de 1998, conquistou seu sexto Estandarte de Ouro como intérprete de samba-enredo no carnaval carioca, do qual também foi eleito intérprete do século, no ano seguinte.Em 2001 foi eleito presidente de honra da Mangueira. No mesmo ano recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural, pelas mãos do presidente Fernando Henrique Cardoso. Jamelão tinha hipertensão e diabetes. Em 2006, sofreu dois derrames e passou a ter dificuldades para se alimentar. No fim de 2007, foi internado com um quadro de desnutrição e desidratação. Outros problemas decorrentes da idade avançada resultaram em novas internações e na morte, por falência múltipla dos órgãos, aos 95 anos.

FRANCISCO ALVES


Francisco Alves




Foto: Coleção Benjamin Batista - Abril Press
Francisco de Morais Alves nasceu no Rio de Janeiro RJ em 19 de Agosto de 1898. Filho de portugueses, nasceu na rua Conselheiro Saraiva, no centro, sendo criado nos bairros da Saúde, Estácio e Vila Isabel. Seu pai tocava alguns instrumentos e era dono de botequim. Cursou apenas a escola primaria e desde cedo interessou-se pela música. Da irmã Nair ganhou uma guitarra e as primeiras lições. Começou sua carreira de cantor em abril de 1918, na Companhia de João de Deus-Martins Chaves. Depois ingressou na Companhia de Teatro São José, do empresário José Segreto.
Em 1919, para o Carnaval de 1920, levado por Sinhô, gravou na etiqueta Popular (recém-fundada por Paulo Lacombe e João Batista Gonzaga, suposto filho de Chiquinha Gonzaga) dois discos com a marcha O pé de anjo e os sambas Fala meu louro e Alivia estes olhos, todas de Sinhô. Ganhava a vida como motorista de praça, apresentando-se como cantor-ator secundário de revistas musicais. Casou-se em 1920 com Perpétua Guerra Tutóia, de quem logo se separou. No mesmo ano conheceu a atriz-cantora Célia Zenatti, sua companheira por 28 anos. Em 1924 gravou para o Carnaval dois discos na Odeon, com o samba Miúdo (Sebastião Santos Neves) e as marchas Não me passo pra você e M.lle. Cinema (ambas de Freire Júnior). Voltou em 1927 a Odeon na qual rapidamente gravou 11 discos com 19 músicas ainda no sistema mecânico, com destaque para Cassino Maxixe (primeira versão de Gosto que me enrosco) e Ora vejam só, sambas de Sinhô. Em julho de 1927, quando a Odeon inaugurou no Brasil o sistema elétrico de gravações, foi o interprete da marcha Albertina e do samba Passarinho do má (ambas de Duque), as duas faces do primeiro disco produzido eletricamente, o Odeon 10.001. Em 1928 passou a gravar concomitantemente na Parlophon, subsidiaria da Odeon, utilizando o apelido de Chico Viola. Em fevereiro de 1929 fez sua estreia no radio, apresentando-se na Rádio Sociedade. Seus discos começaram a sair em profusão e sem tardar alcançou o topo do qual jamais saiu até falecer. Só em 1928 e 1929 gravou quase 300 musicas de reconhecida qualidade. Interpretou todos os gêneros e foi quem mais gravou em toda a historia dos discos de 78 rpm no Brasil: 526 discos com 983 musicas. Como compositor deixou cerca de 132 musicas, sendo seu forte a melodia.
Em 1928 fez na Parlophon o primeiro registro da canção A voz do violão, melodia sua e versos de Horácio Campos, grande sucesso, tanto que a regravou em 1929, 1939 e 1951. Nesse ano também lançou de Sinhô os sambas A favela vai abaixo, Ora vejam só (segunda matriz) e Não quero saber mais dela, em dueto com Rosa Negra, e de Pixinguinha com letras de Cícero de Almeida os sambas Festa de branco e Samba de nego, bem como a modinha Malandrinha, de Freire Júnior, e a canção Lua nova, sua e de Luís Iglesias. Nos anos de 1929 e 1930, de campanha presidencial, foi quem mais gravou canções de conteúdo político, como em 1929, o samba É sim senhor e a marcha Seu doutor (ambos de Eduardo Souto), a marcha Seu Julinho vem (Freire Júnior), e, em dueto com Araci Cortes, o samba É no toco da goiaba (Eduardo Souto e José Jannyni). No Carnaval de 1930 obteve notável êxito com a marcha Dá nela (Ary Barroso). Outro sucesso memorável foi sua gravação do Hino a João Pessoa (Eduardo Souto e Osvaldo Santiago), antes da revolução de outubro desse ano, durante o qual também excursionou pela primeira vez ao exterior, apresentando-se em Buenos Aires, Argentina, com a companhia de revistas musicais de Jardel Jercolis.
Na volta a Odeon reuniu-o a Mário Reis, por sugestão sua, para cantarem em dupla, estreando com os sambas Deixa essa mulher chorar (Brancura) e Qua-qua-quá (Lauro dos Santos), êxitos no Carnaval de 1931. A dupla durou ate o final de 1932 e deixou 12 discos com 24 gravações importantes, entre as quais o samba Se você jurar (1931), com Ismael Silva e Nilton Bastos, Marchinha do amor (1932), de Lamartine Babo, a marcha Formosa (Carnaval de 1933), de Nássara e J. Rui, e Fita amarela (Carnaval de 1933), de Noel Rosa.
Em 1931 gravou entre outros sucessos a versão da valsa Dançando com lagrimas nos olhos (Joe Burke e Lamartine Babo), a modinha Deusa (Freire Júnior) e o samba Mulher de malandro (Heitor dos Prazeres), no Carnaval de 1932, primeiro prêmio no primeiro concurso oficial de musicas carnavalescas. Ainda nesse ano lançou o samba Gandaia (seu com Ismael Silva) e Para me livrar do mal (Ismael e Noel Rosa) e começou sua parceria com Orestes Barbosa, apenas letrista, com a canção Meu companheiro, que produziu 14 composições ate 1934. Em 1933 gravou de Noel Rosa os sambas Fita amarela, já referido, Pra esquecer, Feitio de oração (com Vadico) em dueto com Castro Barbosa, Não tem tradução, entre outros, bem como a marcha junina Cai, cai balão (Assis Valente), com Aurora Miranda em sua estreia no disco, a rumba Garimpeiro do Rio das Garças (João de Barro), a canção Pálida morena (Freire Júnior). Nesse ano, o locutor César Ladeira deu-lhe o slogan de Rei da Voz. Em 1934 transferiu-se para a RCA Victor, na qual ficou ate 1937. Passou a dirigir um programa na Radio Cajuti, nele 1ançando o cantor Orlando Silva, que se tornaria seu grande rival junto ao publico. Ainda em 1934 gravou a valsa A mulher que ficou na taça (sua com Orestes) e fez aquele que seria seu único disco com Carmen Miranda, com a marcha Retiro da saudade (Noel Rosa e Nássara). Tinha se iniciado de certa forma no cinema em Voz do Carnaval (1933), de Ademar Gonzaga, no qual foi aproveitada apenas sua voz tirada de discos. Em 1935 estreia de fato na tela em Alô, alô Brasil, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, a que se seguiriam os filmes Alo, alo Carnaval, de Ademar Gonzaga (1936), Laranja da China (1940), de J. Rui, e Samba em Berlim (1943), Berlim na batucada (1944), Pif-paf (1945), Caídos do céu (1946) e Esta e fina (1948), todos de Luís de Barros.
No Carnaval de 1935 lançou o samba Foi ela (Ary Barroso) e a marcha Grau dez (Ary e Lamartine) e depois o samba Na virada da montanha (mesma parceria). Depois de vários anos, e pela ultima vez, atuou no teatro musicado na bem sucedida burleta Da favela ao Catête, de Freire Júnior. No Carnaval de 1936 lançou as marchas Manhas de sol (João de Barro e Alberto Ribeiro), Uma porta e uma janela (Nássara e Roberto Martins), A.M.E.I. (Nássara e Frazão), os sambas É bom parar (Rubens Soares) e Me queimei (Nássara e Valfrido Silva) e no meio do ano o samba Favela (Roberto Martins e Valdemar Silva). Nas festas juninas foi muito cantada a marcha Pula a fogueira (Getúlio Marinho e João Bastos Filho). Nesse ano apresentou-se na Radio El Mundo, de Buenos Aires, por dois meses, tendo levado Alzirinha Camargo e Benedito Lacerda, e também publicou sua autobiografia Minha vida, minha vida. Em 1937 gravou o samba-canção Serra da Boa Esperança (Lamartine Babo). Em 1938, no Carnaval pernambucano, marcou sucesso com as gravações dos frevos Ui, que medo eu tive! (Anibal Portela e José Mariano) e Júlia (Capiba) e, no Carnaval carioca, com os sambas Ando sofrendo (Roberto Martins e Alcebíades Barcelos) e Vão pro Scala de Milão (Ary Barroso). Nos gêneros sentimentais, lançou o samba-canção A única lembrança (Ary Barroso) e a canção Meu romance (Saint-Clair Senna).
Em 1939 registrou as valsas Diga-me e Minha adoração (ambas de Nelson Ferreira) e Valsa dos namorados (Silvino Neto) e o gênero a que se chamou "samba-exaltação" com Aquarela do Brasil (Ary Barroso), designado no selo do disco "cena brasileira". Transferiu-se para a Columbia e gravou nesse gênero Brasil! (Benedito Lacerda e Aldo Cabral), em dueto com Dalva de Oliveira, 1939; Onde o céu azul e mais azul (João de Barro, Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho), 1940; Canta Brasil! (Alcir e Davi Nasser), 1941; Bahia com H (Denis Brean), 1947; São Paulo, coração do Brasil (com Davi Nasser), 1951, e outros. Em 1940 lançou no Carnaval a marcha Dama das Camélias (Alcir e João de Barro) e os sambas Solteiro e melhor (Rubens Soares e Felisberto Silva) e Despedida de Mangueira (Benedito Lacerda e Aldo Cabral). Em 1941 lançou os sambas carnavalescos Poleiro de pato e no chão (Rubens Soares) e Eu não posso ver mulher (Osvaldo Santiago e Roberto Roberti) e a valsa Eu sonhei que tu estavas tão linda (Francisco Matoso e Lamartine Babo).
Depois de atuar em diversas emissoras, fixou-se a partir de 1941 na Radio Nacional ate falecer. Seu programa dos domingos ao meio-dia, Quando os Ponteiros se Encontram, apresentado pela locutora Lúcia Helena, obteve maciça audiência em todo o Brasil. Em 1942 foi um dos vencedores do Carnaval com Sandália de prata (Alcir e Pedro Caetano) e, na musica romântica, lançou as valsas Carnaval da minha vida (Benedito Lacerda e Aldo Cabral) e Capela de São José (Marino Pinto e Herivelto Martins). Em 1943 gravou as versões dos foxes-canções Beija- me muito (Consuelo Velasques e Davi Nasser) e O amor e sempre amor (Hupfeld e Jair Amorim), e a valsa- bolero A mulher e a rosa (Alcir e Davi Nasser) e, em 1944, no Carnaval, a marcha Eu brinco (Pedro Caetano e Claudionor Cruz) e o samba Odete (Herivelto Martins e Waldemar de Abreu), com o Trio de Ouro.
Em tempo de guerra gravou Canção do expedicionário (Espártaco Rossi e Guilherme de Almeida) e varias versões. Em 1945 seus sucessos no Carnaval foram o samba Isaura (Herivelto Martins e Roberto Roberti) e Que rei sou eu? (Herivelto e Valdemar da Ressurreição); em 1946, a marcha Palacete no Catête (Herivelto e Ciro de Sousa) e o samba Vaidosa (Herivelto e Artur Morais); depois, o samba Fracasso (Mário Lago) e as regravações da canção Minha terra (Valdemar Henrique) e do fox-canção O cigano (Marcelo Tupinambá e Gastão Barroso). Em 1947, no Carnaval, fez sucesso com o samba Palhaço (Herivelto e Benedito Lacerda) e depois com Cinco letras que choram (Adeus) (Silvino Neto), Bahia com H, já referido, e os sambas-canções Nervos de aço (Lupicínio Rodrigues) e Caminhemos (Herivelto Martins); em 1948, o samba Falta um zero no meu ordenado (Ary Barroso e Benedito Lacerda). Vieram então os sambas-canções Quem ha de dizer (Lupicínio e Alcides Gonçalves), Esses moços (Lupicínio) e Madrugada (Herivelto e Evaldo Rui). Em 1949 foram sucessos carnavalescos os sambas Maior e Deus (Felisberto Martins e Fernando Martins) e a marcha Pode matar que e bicho (sua com Haroldo Lobo e Nilton de Oliveira) e, em 1950, foi muito cantado o samba A Lapa (Herivelto e Benedito Lacerda); lançou ainda os sambas-exaltação Forasteiro e Aquarela mineira (ambos de Ary Barroso) e o samba Maria Rosa (Lupicínio Rodrigues). Em 1951, foi a vez dos sambas Deus lhe pague (Polera, André Penazzi e Davi Nasser) e Lili (Haroldo Lobo e Davi Nasser), das marchas Holandesa (Davi Nasser e Haroldo Lobo), com Dalva de Oliveira e Retrato do velho (Haroldo Lobo e Marino Pinto) e do samba-exaltação São Paulo, coração do Brasil (com Davi Nasser). A parceria com Davi Nasser, iniciada em 1940, resultou em 20 composições e um livro de bolso biográfico, escrito por Davi, Chico Viola, publicado em 1966. Em 1952, no Carnaval, teve muito êxito com a marcha Confete (Jota Júnior e Davi Nasser).
Faleceu em Pindamonhangaba SP em 27 de Setembro de 1952, num desastre de automóvel na Via Dutra, quando o Buick que dirigia recebeu o choque de um caminhão na contramão.
Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira Art Editora e PubliFolha

A LapaA voz do violão Amor de malandroAi, que saudades da AméliaCaminhemosConversa de botequimEu gosto, mas não é muitoHá uma forte corrente contra você
IroniaLiberdadeMe faz carinhosNão tem tradução Quem há de dizerSe você jurarSofrer é da vida

Escute uma amostra do trabalho:A voz do violão(Francisco Alves e Horácio Campos)Com Francisco Alves
Atenção: para ouvir a amostra você precisa do RealPlayer (gratuito) instalado em seu computador. Pegue-o na seção de informática do Terra, clicando aqui.
CDs Recomendados pelo MPBNet:O Rei da Voz na Rádio Nacional Vol. 1O Rei da Voz na Rádio Nacional Vol. 2O Rei da Voz na Rádio Nacional Vol. 3O Rei da Voz na Rádio Nacional Vol. 4O Rei da Voz na Rádio Nacional Vol. 5O Rei da Voz na Rádio Nacional Vol. 6O Rei da Voz na Rádio Nacional Vol. 7O Rei da Voz na Rádio Nacional Vol. 8In MemoriamFrancisco AlvesCanta Brasil!Vozes InesquecíveisQuanta SaudadeO Rei da Voz CantaNova Série: Francisco Alves

NELSON GOÇALVES


Nélson Gonçalves


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Nota: Se procura o político fluminense, consulte Nelson dos Santos Gonçalves.

Nelson Gonçalves
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Informação geral
Nome completo
Antônio Gonçalves Sobral
Data de nascimento
21 de junho de 1919
Apelido
Rei do Rádio
Origem
Santana do Livramento RS
País
Brasil
Data de morte
18 de abril de 1998 (78 anos)
Gêneros
MPB
Ocupação
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Instrumentos
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Instrumentos notáveis
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Tipo vocal
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Período em atividade
1941-1998
Outras ocupações
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Gravadoras
RCA Victor
Afiliações
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Influências
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Sítio oficial

Integrantes
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Ex-integrantes
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Antônio Gonçalves Sobral, mais conhecido como Nélson Gonçalves, (Santana do Livramento, 21 de junho de 1919Rio de Janeiro, 18 de abril de 1998) foi um cantor brasileiro. Segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com 65 milhões de unidades, fica atrás apenas de Roberto Carlos, com oitenta milhões. Seu maior sucesso foi a canção A volta do boêmio.

Biografia
[1] nasceu no Rio Grande do Sul, mudou-se com os seus pais portugueses para São Paulo, no bairro do Brás. Quando criança, era levado, para praças e feiras pelo seu pai, que fazendo-se de cego, tocava violino, enquanto ele cantava.
Foi jornaleiro, mecânico, engraxate, polidor e tamanqueiro. Foi também lutador de boxe na categoria peso-médio, recebendo aos dezesseis anos o título de campeão paulista.
Mesmo com o apelido de "Metralha", por causa da gagueira, decidiu ser cantor. Em uma de suas primeiras bandas, teve como baterista Joaquim Silva Torres. Foi reprovado duas vezes no programa de calouros de Aurélio Campos. Finalmente foi admitido na rádio PRA-5, mas dispensado logo depois.
Nesta época, casou-se com Elvira Molla e com ela teve dois filhos. Sem emprego, trabalhou como garçom, no bar do seu irmão, na avenida São João.
Seguiu para o Rio de Janeiro em 1939, onde trilhou mais uma vez o caminho dos programas de calouros. Foi reprovado novamente na maioria deles, inclusive no de Ary Barroso, que o aconselhou a desistir. Finalmente, em 1941, conseguiu gravar um disco de 78 rotações, que foi bem recebido pelo público. Passou a crooner do Cassino Copacabana (do Hotel Copacabana Palace) e assinou contrato com a Rádio Mayrink Veiga, iniciando uma carreira de ídolo do rádio nas décadas de 40 e 50, da escola dos grandes, discípulo de Orlando Silva e Francisco Alves.
Alguns de seus grandes sucessos dos anos 40 foram Maria Bethânia (Capiba), Normalista (Benedito Lacerda / Davi Nasser), Caminhemos (Herivelto Martins), Renúncia (Roberto Martins / Mário Rossi) e muitos outros. Maiores ainda foram os êxitos na década de 50, que incluem Última Seresta (Adelino Moreira / Sebastião Santana), Meu Vício É Você e a emblemática A Volta do Boêmio (ambas de Adelino Moreira).
Na década de 50, além de shows em todo o Brasil, chegou a se apresentar em paises como Uruguai, Argentina e Estados Unidos, no Radio City Music Hall.
Em 1952, casou-se com Lourdinha Bittencourt, substituta de Dalva de Oliveira no Trio de Ouro. O casamento durou até 1959.
Em 1965, casa-se de novo, COM Maria Luiza da Silva Ramos, com quem teve dois filhos, Ricardo da Silva Ramos Gonçalves e Maria das Graças da Silva Ramos Gonçalves. A caçula tem seu apelido no refrão da música Até 2001. (É no gogo gugu).
No entanto, o seu envolvimento com a cocaína, em 1958, tendo, inclusive, sido preso em flagrante em 1965 e passado um mês na Casa de Detenção, o que lhe trouxe problemas pessoais e profissionais. Superada a crise, lançou o disco A Volta do Boêmio nº1, um grande sucesso.
Após abandonar o vício com o apoio de sua mulher, retomou uma carreira bem sucedida.
Continuou gravando regularmente nos anos 70, 80 e 90, reafirmado a posição entre os recordistas nacionais de vendas de discos. Além dos eternos antigos sucessos, Nelson Gonçalves sempre se manteve atento a novos compositores, e chegou a gravar canções de Ângela Rô Rô (Simples Carinho), Kid Abelha (Nada por Mim), Legião Urbana (Ainda É Cedo) e Lulu Santos (Como uma Onda).
Ganhador de um prêmio Nipper da RCA, dado aos que permanecem muito tempo na gravadora, sendo somente Elvis Presley outro agraciado. Durante sua carreira, gravou mais de duas mil canções, 183 discos em 78 rpm, 128 álbuns, vendeu cerca de 78 milhões de discos, ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina.[2]
Morreu em consequencia de um enfarte agudo do miocárdio no apartamento de sua filha Margareth, no Rio de Janeiro.
Dramatizações
A vida de Nelson Gonçalves teve sua biografia dramatizada nas seguintes obras:
Na década de 90, foi encenado nas principais capitais do país o musical Metralha.
Em 2001 foi lançado o documentário Nélson Gonçalves, contando a sua trajetória, com direção de Elizeu Ewald e protagonizado por Alexandre Borges e Júlia Lemmertz, e tendo a sua filha Margareth Gonçalves como produtora executiva.
] Discografia
Ver artigo principal: Discografia de Nelson Gonçalves
] Maiores sucessos
(ordem cronológica)
1941 - Se Eu Pudesse um Dia
1942 - Dorme que Eu Velo por Ti
1942 - Fingiu Que Não Me Viu
1942 - Renúncia
1943 - Noite de Lua
1943 - Quando a Saudade Vier
1943 - Não Sou Feliz nos Amores
1943 - A Saudade É um Compasso de Mais
1943 - A Mulher do Seu José
1943 - Solidão
1943 - Perfeitamente
1944 - Sabiá de Mangueira
1944 - Quase Louco
1944 - Dos Meus Braços Tu Não Sairás
1944 - Ela me Beijou
1945 - Eu Não Posso Viver Sem Mulher
1945 - Aquela Mulher
1945 - Meus Amores
1945 - Maria Bethânia
1946 - Pelas Lágrimas
1946 - Seus Olhos na Canção
1946 - Segure no Meu Braço
1946 - Quando É Noite de Lua
1946 - Menina dos Olhos
1946 - A Você
1946 - Coração
1946 - Espanhola
1947 - Dona Rosa (com Isaura Garcia)
1947 - Segredo
1947 - A Rainha do Mar
1947 - Odalisca
1948 - Princesa de Bagdá
1948 - Perdôo, Sim
1949 - Normalista
1949 - Quando Voltares
1949 - Pepita
1952 - Confete Dourado
1953 - Camisola do Dia
1953 - Meu Vício É Você
1954 - Carlos Gardel
1954 - Francisco Alves
1955 - Último Desejo
1955 - Esta Noite me Embriago
1955 - Hoje Quem Paga Sou Eu
1956 - Nossa Senhora das Graças
1956 - Por um Beijo de Amor
1956 - Meu Vício É Você
1956 - Natal Branco (com o Trio de Ouro)
1957 - A Volta do Boêmio
1957 - Pensando em Ti
1957 - História da Lapa
1957 - Grilo Seresteiro
1958 - Escultura
1958 - Pensando em Ti
1959 - Prece ao Sol
1959 - Revolta
1959 - Deusa do Asfalto
1960 - Meu Dilema
1960 - Chore Comigo
1960 - Queixas
1961 - Negue
1961 - Fica Comigo Esta Noite
1962 - Dois Amores
1963 - Enigma