Manoel
Deodoro da Fonseca
(1827 - 1892)
Presidente da república
brasileira (1889-1891) nascido em Alagoas, hoje Deodoro, AL, marechal do
Exército proclamador da República e primeiro presidente do Brasil
(1891). De uma família de militares, entrou na Escola Militar (1843), lutou
contra a revolução praieira (1848-1849), como tenente do Exército
enviado para Pernambuco. Já capitão, participou do cerco e capitulação de
Montevidéu (1865) e, depois, da campanha do Paraguai de onde retornou como
herói, no posto de coronel (1870). Promovido a brigadeiro (1874) e a
marechal-de-campo (1884), no comando de armas do Rio Grande do Sul, apoiou o
tenente-coronel republicano Antônio de Sena Madureira em sua crítica a
administração de um ex-ministro da Guerra. De volta ao Rio, foi alvo de grandes
homenagens por parte de abolicionistas e republicanos e acabou absolvido do
processo. Em seguida assinou um manifesto juntamente com o visconde de
Pelotas definindo os pontos de vista das forças armadas e fundou o
Clube Militar, tornando-se seu primeiro presidente (1887). Após a abolição da
escravatura, o governo imperial resolveu afastá-lo da corte, designando-o para
o comando em Mato Grosso (1888). Inconformado com a nomeação para presidente da
província do coronel Ernesto Augusto da Cunha Matos, um oficial de
patente inferior, regressou ao Rio de Janeiro, em setembro (1889), quando a
queda da monarquia era questão de dias. Por seu prestígio junto à tropa,
coube-lhe papel decisivo no movimento de 15 de novembro e assumiu a chefia do
governo provisório. Procedeu à separação da igreja e do estado, instituiu o
casamento civil e convocou o Congresso Constituinte que o elegeu presidente da
república no primeiro mês do ano (1891). Auxiliado pelo barão de Lucena,
se mostrou impotente para enfrentar a crise entre os poderes legislativo e
executivo, no dia 3 de novembro dissolveu o Congresso, por se sentir atingido
em sua honra pessoal e de chefe de estado pela lei de responsabilidade do
presidente da república em curso no Senado, o que gerou uma imediata e profunda
crise institucional que só terminaria com sua renúncia, inclusive com a revolta
da Marinha. Perdido o controle sobre as forças armadas, renunciou no dia 23 de
novembro com um manifesto lacônico, afirmando "o desejo de não deixar
atear-se a guerra civil na minha cara pátria". Morreu no Rio de Janeiro,
em 23 de agosto do ano seguinte, nove meses depois de deixar a presidência.
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