25 de maio de 2015

vamos rir um pouco


Patos Paraiba


NICK Você


Proverbios para Gente Culta-TaniaC


RECEITA Editado por JRC



DENTRO DE VOCÊ . JRC


bacaninha_as_sete_maravilhas Editado por zezito_80@hotmail.com


24 de maio de 2015

A Tábua

A Tábua

Para meu AMIGO IRMÃO.
Era uma vez um garoto que tinha um temperamento muito explosivo.
Um dia ele recebeu um saco cheio de pregos e uma placa de madeira. O pai
disse a ele que martelasse um prego na tábua toda vez que perdesse a
paciência com alguém.
No primeiro dia o garoto colocou 37 pregos na tábua. Já nos dias seguintes,
enquanto ele ia aprendendo a controlar sua raiva, o número de pregos
martelados por dia foram diminuindo gradativamente.
Ele descobriu que dava menos trabalho controlar sua raiva do que ter que
ir todos os dias pregar diversos pregos na placa de madeira...
Finalmente chegou um dia em que o garoto não perdeu a paciência em
hora alguma. Ele falou com seu pai sobre seu sucesso e sobre como estava
se sentindo melhor em não explodir com os outros e o pai sugeriu que ele
retirasse todos os pregos da tábua e que a trouxesse para ele.
O garoto então trouxe a placa de madeira, já sem os pregos, e entregou a
seu pai. Ele disse, Você está de parabéns, meu filho, mas dê uma
olhada nos buracos que os pregos deixaram na tábua, a tábua nunca mais será como antes.
Quando você diz coisas estando com raiva, suas palavras deixa marcas
como essas. Você pode enfiar uma faca em alguém e depois retirá-la. Não
importa quantas vezes você peça desculpas, a cicatriz ainda continuará lá.
Uma agressão verbal é tão ruim quanto uma agressão física. Amigos são como
jóias raras. Eles te fazem sorrir e te encorajam para alcançar o sucesso.
Eles te emprestam o ombro, compartilham dos teus momentos de alegria, e
sempre querem ter seus corações abertos para você.



A Busca Certa

A Busca Certa


Qualquer hora dessas, o sol vai deixar de brilhar...
Mas isso não importa, a lua brilhará dia e noite...
Qualquer dia desses, as estrelas vão cair...
Mas ninguém precisa ter medo,
o oceano as receberá em suas águas...
Algumas coisas costumam acontecer na hora errada,
outras coisas acontecem na hora exata.
A sublimidade do ser humano,
é capaz de tornar as coisas perfeitas...
A paz interior de cada um,
e o desejo de busca,
influenciam o encontro...
Mesmo que o encontro seja virtual,
ou imaginário. (Seria a mesma coisa?)
Sei que pode se tornar real,
por causa da sublimidade e da paz interior,
e da busca de felicidade que cada ser tem dentro de si.
Busco sem medo...
Encontro com medo...
Sinto, com desejo...
Às vezes correr o risco de não encontrar,
é melhor do que nem tentar procurar.
Busquei e te encontrei!
Ou foi você que me encontrou???
Bom, o que importa é que o destino é amigo dos homens,
e os homens são amigos entre si...
Mesmo que o destino se torne nosso inimigo,
nós jamais poderemos fazer o mesmo,
devemos continuar nos amando...
Os amigos se amam. Os verdadeiros...
As estrelas nem vão mais cair,
nem o céu deixará de ter o brilho do sol,
nem as coisas erradas irão acontecer.
Por que o amor e a amizade são maiores,
e dominam o coração e o espaço.
A busca foi verdadeira
e o verdadeiro sentido dessa busca...
é você,
que veio para ficar...

Você me Trouxe a Paz

Você me Trouxe a Paz

Obrigado não é bem a palavra que eu queria lhe dizer. Eu queria poder encontrar
outra forma de lhe falar o quanto você foi e é importante para mim e um
simples Obrigado não possibilitaria isso. Um dia eu vi a tristeza chegar
de mansinho, o vento bater na janela, a chuva cair no telhado... e eu tive
medo! Parecia que tudo a minha volta estava errado, que o mundo estava virado,
eu não tinha mais aquela alegria de viver, que geralmente percebemos nos
olhos das crianças. Então, eu te encontrei... e foi tão estranho porque
você sempre esteve ali... mas só então eu te senti e melhorei. O sorriso
aos poucos foi ficando nos meus lábios, cada vez que eu te tinha do meu
lado. Hoje eu sei que não importa o tamanho da tragédia, se você tem um
amigo. E amigo não é só aquele que mora na outra casa, que você conheceu
no trabalho, na escola. Amigo também é aquele que você tanto ama, seu namorado
ou namorada,

 sua mãe, seu pai, avô... amigo, pra mim, é você!


Você é especial

Você é especial

Quanto tempo já faz que nós nos conhecemos;
Meus olhos enchem-se de lágrimas quando lembro dos momentos felizes que juntos desfrutamos.
Lembra-se do dia em que sorríamos juntas como duas crianças contagiadas pela alegria do momento, pela emoção de ter um ao outro?
Quanto por mim você já fez...e eu, nem sequer agradeci...
Quantas lágrimas você derramou, e eu, nem sequer as enxuguei...
Quantas vezes você chamou meu nome, mas eu não quis ouvi...
Quantos sorrisos você me lançou e eu fingia não serem para ignorei...
Em muitos pedaços parti seu coração, e nem se quer ofereci-me para juntá-los...
Em todos os momentos da minha vida, você foi minha amiga, meu pai, minha mãe, minha irmã e conselheira, e eu não soube dar o valor merecido...
Agora que estou sem você, vejo quanto és importante pra mim...
O que eu precisaria fazer para lhe agradecer e me perdoar??
Seria pouco te dar o mundo...talvez o mar...a minha vida... não, talvez a felicidade plena...
Ainda assim, seria pouco demais perto do que merece...
Porém, eu sei que te dar tudo isso seria impossível. Portanto, o que tenho a lhe oferecer em forma do meu agradecimento, seria todo o meu amor sincero, o meu sorriso verdadeiro, e dizer que quando precisar de alguém chame por mim novamente, e eu virei com toda ternura do mundo para lhe dar a minha vida se for possível. Muito obrigada. Amo-te mais do que tudo nesse mundo. Você é meu mundo, minha vida.



Tudo como era antes!

Tudo como era antes!


Tenho vontade de ter tudo
o que tinha antes...
Meus amigos, minha mãe, minha avó!
Tenho vontade de ser tudo o que eu era antes...
Segura
Tenho vontade de sorrir como eu sorria antes...
De verdade
Tenho vontade de chorar como eu chorava antes...
Sem motivos realmente tristes
Tenho vontade de dormir como eu dormia antes...
Tranqüila
Tenho vontade de sonhar como eu sonhava antes...
Sem limites
Tenho vontade de olhar como eu olhava antes...
Sem ter que desviar o olhar para não deixar transparecer minha tristeza
Tenho vontade de falar como eu falava antes...
Que minha vida está com certeza completa!
Mas não posso ter, ser, andar, sorrir, chorar, dormir, sonhar, olhar e nem falar.
Tudo como era antes!
Simplesmente porque um dia eu fui assim. FUI! Não sou mais...
Mudei muito. As custas da minha história, de tudo o que já foi escrito por mim.
Mas ainda não mudei o bastante.
Tudo e todos que a vida vai me dar...
Tudo e todos a que essa mesma vida...
Vai me privar
Tudo como era antes?

Ah se querer fosse poder...
Eu era feliz e sabia

Te Amo

Te Amo

Às vezes nos perguntamos qual a razão pra tanta tristeza ou pra tamanha felicidade...
Até ontem eu não sabia....
Mas foi prestando atenção nos acontecimentos que pude perceber...
Que a tristeza se fazia todas às vezes em que eu olhava ao meu redor e via milhares de pessoas ao meu lado e eu me sentindo sozinho.....e que a felicidade se fez a partir do momento que passei a olhar a vida de outro ângulo...
Que passei a olhar a vida através dos seus olhos....
que vi meus sorrisos correspondidos...
e que as lagrimas que corriam do meu rosto agora eram de felicidade....
Por ter te reencontrado....por ter me reencontrado em você....por você existir....por ver meu mundo se encher de luz simplesmente porque você sorriu pra mim...
Tocou-me...me fez um carinho.....
e sentir minhas energias serem recarregadas com um abraço seu....
e vi com tudo isso que a vida é simples assim....que mais uma vez ficou provado que a palavra " amor" é simples de se escrever....mas muito poderosa de se sentir....
Obrigado por você existir pra mim.....

Te amo...



Se me Amas de Verdade

Se me Amas de Verdade


Se Me Ama de Verdade
Não deixe para Mostrar este Amor depois
Pois o Depois, poderá ser tarde Demais .

Se Me Ama de Verdade,
Não me digas, me preocupo com você ...
Mas sim, esteja ao meu lado sempre,
pois juntos, dividiremos e superaremos as adversidades do dia-a-dia.

Se Me Ama de Verdade,
Não espere eu te chamar para um passeio ...
Pegue-me pelas mãos e me faça uma surpresa
Me leve para qualquer lugar,
pois por mais simples que seja o mais importante,
Será ao seu lado, sempre estar.

Se Me Ama de Verdade,
Se me vires triste, não me digas não fique assim ...
Brinque, conte-me uma piada e
Tente arrancar aquele sorriso dos meus lábios,
Me fazendo esquecer, pelo menos, naquele momento,
O que estiver doendo em minha alma.

Se Me Ama de Verdade,
Não me digas
Vou tentar te ajudar no que for possível ...
Me mostre que está tentando o impossível
Pois para quem ama, o impossível é pouco,
Mas vale sempre a intenção, e jamais esquecerei que um dia,
Você pelo menos tentou.

Se Me Ama de Verdade
Não me digas, quero te beijar ...
Corra para os meus braços e me beije loucamente
Como se fosse sempre a primeira vez
Em que com ele você me enlouqueceu.

Se Me Ama de Verdade
Não me pergunte, quer fazer amor comigo? ...
Me arraste com você, e viraremos um só.
Me encante com todos os seus encantos,
Me ame arrebatadouramente,
E me eleve aos céus, e depois repousaremos nas nuvens.

Se Me Ama de Verdade
Não me digas que um presente não pode me comprar,
Seja lá por que circunstância for ...
Mostre simplesmente que se lembrou, que aquela data,
Era muito importante para mim.
Pois já estar ao seu lado, é o maior presente
Que recebo de você, diariamente.

Agora, Se Me Ama de Verdade
Não me digas simplesmente Eu Te Amo ...
Jamais me mostre este amor apenas com palavras.
Pois as palavras, o vento as levam.
Mostre-me este amor
Com toda a sua capacidade de amar,
Com seus gestos, seus carinhos, e principalmente
Com as suas atitudes mais inesperadas
Que me surpreendem e até roubam-me algumas lágrimas
Lágrimas estas de felicidade, pois sentirei sempre em Você
Que Você
Me Ama De Verdade

Quanto a Mim, me dê a chance de lhe mostrar
O tamanho do Meu Amor por Você,
Mas não lhe mostrarei por Simples Palavras
Me entregarei a você de Corpo e Alma
Porque Eu, Te Amo de Verdade.

Pai

Pai


Quantas e quantas noites em claro acalentando meu choro...
Quantas vezes ajudou-me com os deveres da escola mesmo depois de um dia de trabalho exaustivo...
Ensinou-me que o mais importante na vida é o crescimento interior..
Cultivar amigos sempre...
Buscar sempre o que desejar, porque tudo se torna possível quando se tem vontade e coragem para lutar...
Quando achava que o mundo inteiro estava errado e contra mim, você, com a sabedoria de um mestre encontrava as mais belas palavras para me fazer entender a verdade...

Quando te deixei, jamais esquecerei das suas palavras dizendo: filha lembre-se sempre que você tem duas casas...
Para tudo, Pai, deu-me base e estrutura de conhecimento, sobretudo a como agradecer as pessoas por menor que fosse o seu gesto...

Mas você, meu pai, esqueceu de me ensinar como posso lhe agradecer por tudo isso! Entendo que agora estou crescida precisarei aprender sozinha. Portanto vou começar a aprender a agradecer você com as palavras fluidas do meu coração: PAI, obrigada pela vida, pela atenção, por me fazer enxergar a verdade, a aceitar o que sou e buscar meus objetivos. E principalmente OBRIGADA por ter me dado a oportunidade de ser um pedacinho de você e por ser um pedaço de mim. Amo-te mais do que possa imaginar, e saibas que também sempre terás duas casas, sendo uma delas em meu coração...

Obrigado, mamãe!

MAMÃE, já perdi as contas das noites que fico acordada pensando em tudo que você me fez, mesmo quando estava na cama daquele hospital que foi nossa casa durante seis meses, você se preocupava comigo.
Eu não tinha coragem para lhe agradecer pela minha vida, personalidade, agradecer pela pessoa que você fez eu ser, carinhosa, meiga, honesta, humilde, eu sou isso porque eu cresci tendo uma pessoa assim ao meu lado, olhando sempre para uma mãe que foi maravilhosa e que tinha um jeitinho especial e carinhoso de resolver as coisas.
Bom, estou aqui hoje diante de tantas e tantas pessoas para agradecer à você por todo carinho e atenção, em especial te agradeço por você ter se esforçado para sobreviver à aquele enfermidade maligna que afastou você de mim, se esforçou até o ultimo momento sabia que um minutinho a mais comigo significava muito para você.
Você me falou que se existisse alguma forma de ficar comigo que você ficaria, então se esta forma existe você esta vendo esta carta... engraçado, sempre nas dificuldades sinto sua presença, pode até ser a saudade que esteja me enlouquecendo, mas isso não importa o que importa é que você significa na minha vida.
Vou confessar uma coisa muitas e muitas vezes cheguei pertinho de você para dizer TE AMO mas sempre deixava para o outro dia acreditava que teria você para sempre, como me arrependo, se o tempo voltasse juro que ia gritar para todo mundo ouvir TE AMO, TE AMO, TE AMO...
Quero agradecer-lhe também pelas broncas e conversas sérias que teve comigo eu achava que era besteira sua, preocupação de mãe, hoje sei o quanto foi importante para mim ser chamada à atenção quando fazia algo que achava que era certo.
Te agradeço por ter confiado em mim, acreditado que eu mesmo sozinha , sem você, iria conseguir vencer, tudo que sou e tenho devo a Deus e a você.
Foi tudo como você falou, encontrei na minha vida vários obstáculos eu encontrei espinhos, pedras, muros altíssimos, e até me decepcionei com pessoas que juravam ser minhas melhores amigas, porém seguir teu exemplo e não desistir... por isso conseguir vencer.
OBRIGADO MAMÃE, por você ter me preparado tão bem para enfrentar este mundo tão mau.




Obrigada por você existir

Obrigada por você existir


Obrigada...
Obrigada por você existir...

Você...
uma criatura linda que Deus colocou em meus caminhos...
De início não entendi, bem ao certo, hoje sei que você faz parte da minha vida, simplesmente porque divide comigo todos os momentos, alegrias, tristezas, ganhos, perdas, me abraça quando precisa, me dá uma dura quando preciso...

Você...
Você é uma amiga especial...
Uma jóia preciosa que jamais encontrarei em outro lugar...
Quero guardar-te sempre em meu coração...
Aliás, como sairá de lá, se já tem um lugar essencial, que jamais poderei tirar?
Amiga...
você é simplesmente alguém que me ensinou a ver a vida com outros olhos, deu rumo as minhas perturbações, encheu de alegria meus dias, ofereceu-me seu ombro amigo, sem pedir nada, simplesmente minha amizade.

Obrigada...
Não tenho nada que possa recompensar ter uma amizade tão linda assim...
Apenas digo obrigada...

Meu tesouro

Meu tesouro

Ele conquista a todos com seu jeitinho doce;
A pureza é uma de suas maiores características;
É meigo e amável;
Seus cabelos pretos e finos como pluminhas
entram em perfeita harmonia com a cor clara de sua pele,
que ao toque é macia e delicada.
Seus olhos arredondados e ainda sem cor definida, acinzentados no momento,
são dois pontinhos brilhantes
que carregam toda a inocência característica das crianças.
O narizinho achatado e pequenininho
ainda está se acostumando aos variados cheiros deste mundo.
Sua boca ainda sem dentes com de lábios finos e rosados
é no momento a coisa mais importante de sua vida,
pois é através dela que se comunica com o mundo.
Seu sorriso discreto é algo magnífico, apesar de não dar gargalhadas,
transmite muita alegria e paz de espírito
através de seus pequenos olhinhos.
A harmonia de seus traços resulta
em um rosto lindo e rechonchudo
que com sua chupeta de cor azul, amarela e vermelha
observa o mundo e as pessoas que o rodeiam.
Seu pescoço é muito cheiroso e adora um cafunezinho;
As mãos gordas, com unhas tão pequenas
ainda não aprenderam a pegar objetos,mas
já sabem tocar com delicadeza e ternura o seio ao mamar.
Seus pés são largos e frágeis, com dedos longos,
e nem sabem o quanto são úteis,
mas a cada dia novas descobertas acontecem e o quão
lindo é observar o desabrochar de uma vida
Seu corpo é coberto por uma lanugem
que o deixa parecer um ursinho.
É tão frágil que se torna dependente,
mas aos poucos vai descobrindo
como é a vida fora do útero.
Enfim, juntando todas as suas partes formamos o todo
de uma "pessoinha" muito especial que é meu filho,
um ser iluminado que veio fazer parte da minha vida e
enriquecer minha existência.
Carrego ele no coração e no pensamento
aonde quer que eu vá , onde quer que eu esteja!



Lenbrança de Morrer

Lenbrança de Morrer

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça a dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lagrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adorme ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste pensamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
(...)

Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas
De ti, ó minha mãe! Pobre coitada
Que por minha tristeza te desfinhas!
(...)

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecidos,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Elson Santos da Silva - 1983 à ...,
Foi poeta - Sonhou - E amou a vida

Então eu vos direi: Muito Obrigado!!!



Floquinho

Floquinho

Havia aldeia pequena onde o dinheiro não entrava.
Tudo o que as pessoas compravam, tudo o que era
cultivado e produzido por cada
um, era trocado.
A coisa mais importante, a coisa mais valiosa, era a Amizade.
Quem nada produzia, quem não possuía coisas que pudessem ser trocadas por alimentos,
ou utensílio, dava seu CARINHO.

O CARINHO era simbolizado por um floquinho de algodão.
Muitas vezes, era normal
que as pessoas trocassem floquinhos sem querer nada em troca. As pessoas davam seu CARINHO pois sabiam que receberiam outros num outro momento ou outro dia.


Um dia, uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia, convenceu um pequeno garoto a não mais dar seus floquinhos.

Desta forma, ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria o que quisesse.

Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar CARINHOS e em pouquíssimo tempo sua casa estava repleta de floquinhos, ficando até difícil de circular dentro dela.

Daí então, quando a cidade já estava praticamente sem floquinhos, as pessoas
começaram a guardar o pouco CARINHO que tinham e toda a HARMONIA da cidade desapareceu.
Surgiram a GANANCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro ROUBO, o ODIO, a DISCORDIA,
as pessoas se XINGARAM pela primeira vez e passaram a IGNORAR-SE pelas ruas.


Como era o mais querido da cidade, o garoto foi a primeiro a sentir-se TRISTE
e SOZINHO, o que o fez o menino procurou a velha para perguntar-lhe e dizer-lhe
se aquilo fazia parte da riqueza que ele acumularia.
Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão. Pegou uma grande carriola, colocou todos os seus floquinhos em cima e caminhou por toda a cidade distribuindo aleatoriamente
seu CARINHO. A todos que dava CARINHO, apenas
dizia: Obrigado por receber meu
carinho.

Assim, sem medo de acabar com seus floquinhos, ele distribuiu até o último CARINHO sem receber um só de volta.

Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu CARINHO. Um outro fez o mesmo...Mais outro...e outro...até que definitivamente a aldeia voltou ao normal.

MORAL DA ESTORIA: Nunca devemos fazer as coisas pensando em receber em troca.
Mas
devemos fazer sempre. Lembrar que um amigo existe é muito importante.

Muito mais importante do que cobrar dos outros que se lembrem de você, pois assim, você estará querendo acumular amizades sem fazer o seu
papel de amigo.

Receber CARINHO é muito bom. E o simples gesto de lembrar que um amigo existe é a forma mais simples de fazê-lo.



4 de maio de 2015

Capitanias Hereditárias


Capitanias Hereditárias
A colonização do Brasil, iniciada em 1530 com a expedição de Martim Afonso de Souza, não foi uma tarefa fácil. Em 1532, Martim Afonso fundou São Vicente, a primeira vila brasileira. No entanto, um único núcleo de povoamento na imensidade da costa não resolvia os problemas causados por navios franceses que vinham buscar pau-brasil.

Era necessário povoar rapidamente a região costeira, mas a Coroa portuguesa não dispunha na época de recursos humanos nem econômicos para colonizar, em curto prazo, o litoral brasileiro. Por isso, a partir de 1534, o governo português resolveu iniciar no Brasil um processo de colonização que já havia sido aplicado, com muito sucesso, na ilha da Madeira e nos Açores: a divisão da terra em capitanias. Dessa forma, a Coroa portuguesa pretendia ocupar o território brasileiro e torná-lo uma fonte de lucros.

As capitanias eram imensos lotes de terra que se estendiam, na direção dos paralelos, do litoral até o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Esses lotes foram doados em caráter vitalício e hereditário a elementos pertencentes à pequena nobreza lusitana. Os donatários tinham de explorar com seus próprios recursos as capitanias recebidas.

Ao doar as capitanias, a Coroa portuguesa abria mão de certos direitos e vantagens, em favor dos donatários, esperando com isso despertar seu interesse pelas terras recebidas. A Carta de Doação e o Foral garantiam os direitos do capitão donatário.

  • Pertenciam-lhe todas as salinas, moendas de água e quaisquer outros engenhos da capitania.
  • Podia escravizar índios em número indeterminado, mas devia enviar 39 para Lisboa, anualmente.
  •  Ficava com a vigésima parte da renda do pau-brasil.
  • Podia criar vilas, administrar a justiça e doar sesmarias, menos para a esposa, para o filho mais velho e para judeus e estrangeiros. Sesmaria era uma extensão de terra que o donatário doava a quem se dispusesse a cultivá-la. Ao contrário da capitania, da qual o donatário não tinha a propriedade (mas apenas o uso), a sesmaria era propriedade do sesmeiro, após dois anos de real utilização
    O rei reservava para si algumas vantagens que, na verdade, lhe garantiam os melhores proveitos que a terra poderia oferecer;
  • dez por cento de todos os produtos da terra;
  •  vinte por cento (um quinto) das pedras e metais preciosas;
  •  monopólio do pau-brasil, das drogas e das especiarias.
    No Brasil, o sistema de divisão da terra em capitanias não deu bons resultados. A grande extensão dos lotes talvez a principal razão do insucesso. Sem recursos suficientes, os donatários só conseguiam fundar estabelecimentos precários na região costeria dos lotes que recebiam; não tinham condições de tentar a colonização do interior.
A enorme distância que separava as capitanias da metrópole, de onde vinham os recursos necessários para a sobrevivência dos núcleos iniciais, dificultava ainda mais a colonização.

As capitanias de São Vicente e de Pernambuco, apresentaram resultados melhores do que as outras. O sucesso dessas capitanias se deveu ao êxito da cultura canavieira e da criação de gado.

Com o passar do tempo, as capitanias foram revertendo ao governo português. No século XVIII, quando Portugal era governado pelo Marquês de Pombal, o sistema foi ttalmente extinto. Os limites das capitanias sofreram modificações, mas determinaram os contornos gerais das províncias do Império que se limitavam com o Atlântico; estas, por sua vez, deram origem aos Estados litorâneos do Brasil atual. Os estados do interior tiveram origem diferente.

Brasil Colônia - História do Brasil - Brasil Escola


Óperas de Carlos Gomes O Guarani

Óperas de Carlos Gomes

O Guarani

Texto de Sergio Nepomuceno


Ceci
Opera-balé em quatro atos. Libreto de Antônio Scalvini, baseado no romance do mesmo título de José de Alencar. Estréia a 19 de março de 1870 no Teatro Alla Scala de Milão, Itália.

Peri


Capa da Partitura
  • Resumo: A história se passa nos arredores do Rio de Janeiro por volta de 1560. Os Índios aimorés e guaranis estão em guerra. Cecília, filha de D. Antônio de Mariz, velho fidalgo português e chefe dos caçadores de uma colônia lusitana, está comprometida por imposição paterna a casar-se com D. Álvaro, aventureiro português, apesar de a este os caçadores haverem prometido uma índia aimoré. Entretanto, Cecília enamora-se do índio Pery, líder da tribo guarani, que, por sua vez, apaixonado, resolve apoiar os caçadores em sua luta contra os aimorés. Em meio à contenda, Gonzáles, outro aventureiro português, hóspede de D. Antônio, planeja trair os companheiros, seqüestrando Cecy, mas Pery descobre o plano e susta a tentativa. Durante a disputa, Cecy é aprisionada pelos aimorés e o Cacique destes, por sua vez, apaixona-se por ela. Pouco depois, também Pery é aprisionado pelos guerreiros. Ciente do amor entre Pery e Cecy, o Cacique resolve sacrificá-los. Entrementes, com a repentina chegada do velho d. Antônio e seus companheiros, tudo se resolve. Uma nova traição de Gonzáles faz com que D. Antônio e Cecília sejam encarcerados em seu próprio castelo. Pery vai em busca da amada, pois sabe que d. Antônio pretende matar-se e levá-la consigo. Pery implora por Cecília e d. Antônio, emocionado ante a força do sentimento que une os dois amantes, tomando da espada batiza Pery, tornando-o cristão. Cecília e Pery fogem e, ao longe, contemplam a explosão do castelo junto com d. Antônio, que resolveu sacrificar a vida para salvar a da filha.

Cenário

Sobre a encenação de O Guarani em 1933 comenta Mário de Andrade na coluna Teatro Lírico


Biografia
Óperas

Carlos Gomes - Índice

Richard Wagner

Richard Wagner

1813/1883


Nascido em Leipzig, na Alemanha, Wagner, compositor e maestro, iniciou seus estudos musicais influenciado pela literatura e filosofia românticas. Buscou, em sua arte, alcançar a síntese perfeita entre música e drama. Construiu o Teatro Bayreuth, que, segundo ele, era o espaço perfeito para a apresentação de suas óperas. O "Templo da Arte" seguia o modelo do teatro grego, concebido para unificar gestos, luz, cenário, figurino e música , tudo sob a direção do maestro. Em suas montagens, a orquestra permanecia invisível para o público, transformando a cena numa emanação da música e criando um clima mágico com fortes efeitos cênicos.


Wagner foi um maestro prodigioso, experimentando todas as possibilidades da arte de reger. Sua expressão artística destacava-se pelo refinamento da utilização orquestral, pela força dramática dos cantores e pelo desenvolvimento do tema e motivo que assumiam um papel estrutural em sua obra (Leitmotiv).

Reconhecido na Europa como o representante máximo do neo-romantismo alemão, seus ideais artísticos foram a expressão de sua vida particular e pública, sendo considerado um dos intelectuais mais atuantes do século XIX. Suas convicções estavam fundadas na tragédia clássica e na criação de uma música nacional que, baseada nos mitos de origem do povo alemão e na criação da identidade coletiva, fosse capaz de educar e formar um novo homem. Segundo ele, a concretização desses ideais somente seria possível se um efeito revolucionário atingisse a sociedade, sendo que tal elemento revolucionário era a música. Assim, a sua arte resultou numa estética rigorosa e moralizante, com o objetivo de determinar e influenciar todos os âmbitos sociais.
Havia, na época, uma disputa entre a ópera italiana e a alemã. Wagner sempre rejeitou todas as convenções da ópera italiana, classificando-as de "frívolas"; a francesa, segundo ele, possuía um "ar coquete com um sorriso frio". A música de Richard Wagner era um "modismo" incompreensível para os ouvintes italianos, habituados aos dramas românticos e ao teatro bufo.
Dom Pedro II desejava muito que Carlos Gomes fosse estudar música na Alemanha. O Imperador era grande admirador da obra de Wagner, colaborando, inclusive, com a construção do Teatro Bayreuth. No entanto, Gomes preferiu a Itália, terra do Bellcanto, das revistas das cançonetas românticas, terra de Verdi.
Ironicamente, Gomes chegou a ser acusado de inserir certos wagnerismos em sua ópera Fosca, segundo Mário de Andrade:
"É sabido que uma das causas a que se atribui o pouco sucesso da Fosca em 1873, é ser música erudita demais. Chegaram mesmo a afirmar que a ópera estava impregnada de wagnerismos. O que determinaria a influência de Wagner sobre Gomes, seria a utilização do Leitmotiv wagneriano, o que não ocorre. Para Carlos, o motivo condutor não é o elemento sinfônico como em Wagner, é antes o elemento melódico"


Biografia

Carlos Gomes - Índice

Villa Brasília em Lecco

Villa Brasília em Lecco



"Conhecida também como Villa Gomes, em Lecco, Maggianico, a obra foi encomendada ao arquiteto Attilio Bolla. O edifício de refinado gosto eclético, com feições burguesas, reproduz o estilo neoclássico em alta na época. Se tornou um ponto de referência para artistas e burgueses de Milão. "

"Na mansão que ele fez questão de denominar Brasília, havia reunido tudo o que lhe podia recordar o Brasil... Nas gaiolas imensas voavam uma quantidade enorme de pássaros brasileiros e macaquinhos ressoavam nos jardins. "

"É nesta pequena aldeia, recanto genial preferido por muitos artistas, que Almicare Ponchielli e Carlos Gomes fixaram suas moradas... A de Gomes suntuosa, vasta e principesca; a outra, de Ponchielli, simples, sem ares de grandiosidade, muito semelhante ao caráter nada pretensioso do proprietário."

Gaspare Nello Vetro


Biografia
Carlos Gomes - Índice


Visconde Alfredo d' Escragnolle Taunay

Visconde Alfredo d' Escragnolle Taunay

1843 - 1899


De família renomada do Império, Taunay exerceu a carreira militar, tendo sido recrutado para a Guerra do Paraguai em 1865, o que lhe valeu muitas honras. Foi presidente de Santa Catarina e do Paraná. Eleito senador, defendeu, com André Rebouças e José do Patrocínio os princípios abolicionistas.

Monarquista convicto, após a Proclamação da República tornou-se um crítico mordaz do novo regime, escrevendo nesta época O Encilhamento.

Como escritor, ganhou notoriedade com o romance Inocência.

Amigo íntimo de Carlos Gomes, mantiveram durante anos uma assídua correspondência, sendo grande incentivador e divulgador de sua obra. Juntamente com André Rebouças, intermediou a concretização de vários projetos do maestro, ajudando-o financeiramente em momentos difíceis de sua vida.

Foi o autor do argumento original de O Escravo, posteriormente alterado por Rodolfo Paravicini, o que causou sério desentendimento entre Taunay e Gomes.


"Amigo Alfredo,
Creio não tê-lo ofendido nunca em coisa alguma
para merecer as humilhações de seu silêncio,
a não ser alguma falta involuntária de etiqueta
que espero me perdoará."
Carta de Carlos Gomes a Visconde de Taunay (1888)


Biografia

Carlos Gomes - Índice

O Navio Negreiro Castro Alves I

O Navio Negreiro
Castro Alves

I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço 
Brinca o luar — dourada borboleta; 
E as vagas após ele correm... cansam 
Como turba de infantes inquieta. 
'Stamos em pleno mar... Do firmamento 
Os astros saltam como espumas de ouro... 
O mar em troca acende as ardentias, 
— Constelações do líquido tesouro... 
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos 
Ali se estreitam num abraço insano, 
Azuis, dourados, plácidos, sublimes... 
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas 
Ao quente arfar das virações marinhas, 
Veleiro brigue corre à flor dos mares, 
Como roçam na vaga as andorinhas... 
Donde vem? onde vai?  Das naus errantes 
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço? 
Neste saara os corcéis o pó levantam,  
Galopam, voam, mas não deixam traço. 
Bem feliz quem ali pode nest'hora 
Sentir deste painel a majestade! 
Embaixo — o mar em cima — o firmamento... 
E no mar e no céu — a imensidade! 
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa! 
Que música suave ao longe soa! 
Meu Deus! como é sublime um canto ardente 
Pelas vagas sem fim boiando à toa! 
Homens do mar! ó rudes marinheiros, 
Tostados pelo sol dos quatro mundos! 
Crianças que a procela acalentara 
No berço destes pélagos profundos! 
Esperai! esperai! deixai que eu beba 
Esta selvagem, livre poesia 
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa, 
E o vento, que nas cordas assobia... 
.......................................................... 
Por que foges assim, barco ligeiro? 
Por que foges do pávido poeta? 
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira 
Que semelha no mar — doudo cometa! 
Albatroz!  Albatroz! águia do oceano, 
Tu que dormes das nuvens entre as gazas, 
Sacode as penas, Leviathan do espaço, 
Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas. 
 
II
     
Que importa do nauta o berço, 
Donde é filho, qual seu lar? 
Ama a cadência do verso 
Que lhe ensina o velho mar! 
Cantai! que a morte é divina! 
Resvala o brigue à bolina 
Como golfinho veloz. 
Presa ao mastro da mezena 
Saudosa bandeira acena 
As vagas que deixa após. 
Do Espanhol as cantilenas 
Requebradas de langor, 
Lembram as moças morenas, 
As andaluzas em flor! 
Da Itália o filho indolente 
Canta Veneza dormente, 
— Terra de amor e traição, 
Ou do golfo no regaço 
Relembra os versos de Tasso, 
Junto às lavas do vulcão! 
O Inglês — marinheiro frio, 
Que ao nascer no mar se achou, 
(Porque a Inglaterra é um navio, 
Que Deus na Mancha ancorou), 
Rijo entoa pátrias glórias, 
Lembrando, orgulhoso, histórias 
De Nelson e de Aboukir.. . 
O Francês — predestinado — 
Canta os louros do passado 
E os loureiros do porvir! 
Os marinheiros Helenos, 
Que a vaga jônia criou, 
Belos piratas morenos 
Do mar que Ulisses cortou, 
Homens que Fídias talhara, 
Vão cantando em noite clara 
Versos que Homero gemeu ... 
Nautas de todas as plagas, 
Vós sabeis achar nas vagas 
As melodias do céu! ... 
 
III
     
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano! 
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano 
Como o teu mergulhar no brigue voador! 
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras! 
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ... 
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror! 
 
IV
      
Era um sonho dantesco... o tombadilho  
Que das luzernas avermelha o brilho. 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar de açoite...  
Legiões de homens negros como a noite, 
Horrendos a dançar... 
Negras mulheres, suspendendo às tetas  
Magras crianças, cujas bocas pretas  
Rega o sangue das mães:  
Outras moças, mas nuas e espantadas,  
No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs! 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente  
Faz doudas espirais ... 
Se o velho arqueja, se no chão resvala,  
Ouvem-se gritos... o chicote estala. 
E voam mais e mais... 
Presa nos elos de uma só cadeia,  
A multidão faminta cambaleia, 
E chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece,  
Outro, que martírios embrutece, 
Cantando, geme e ri! 
No entanto o capitão manda a manobra, 
E após fitando o céu que se desdobra, 
Tão puro sobre o mar, 
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
Fazei-os mais dançar!..." 
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . . 
E da ronda fantástica a serpente 
          Faz doudas espirais... 
Qual um sonho dantesco as sombras voam!... 
Gritos, ais, maldições, preces ressoam! 
          E ri-se Satanás!...  
 
V
     
Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus?! 
Ó mar, por que não apagas 
Co'a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão?... 
Astros! noites! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão! 
Quem são estes desgraçados 
Que não encontram em vós 
Mais que o rir calmo da turba 
Que excita a fúria do algoz? 
Quem são?   Se a estrela se cala, 
Se a vaga à pressa resvala 
Como um cúmplice fugaz, 
Perante a noite confusa... 
Dize-o tu, severa Musa, 
Musa libérrima, audaz!... 
São os filhos do deserto, 
Onde a terra esposa a luz. 
Onde vive em campo aberto 
A tribo dos homens nus... 
São os guerreiros ousados 
Que com os tigres mosqueados 
Combatem na solidão. 
Ontem simples, fortes, bravos. 
Hoje míseros escravos, 
Sem luz, sem ar, sem razão. . . 
São mulheres desgraçadas, 
Como Agar o foi também. 
Que sedentas, alquebradas, 
De longe... bem longe vêm... 
Trazendo com tíbios passos, 
Filhos e algemas nos braços, 
N'alma — lágrimas e fel... 
Como Agar sofrendo tanto, 
Que nem o leite de pranto 
Têm que dar para Ismael. 
Lá nas areias infindas, 
Das palmeiras no país, 
Nasceram crianças lindas, 
Viveram moças gentis... 
Passa um dia a caravana, 
Quando a virgem na cabana 
Cisma da noite nos véus ... 
... Adeus, ó choça do monte, 
... Adeus, palmeiras da fonte!... 
... Adeus, amores... adeus!... 
Depois, o areal extenso... 
Depois, o oceano de pó. 
Depois no horizonte imenso 
Desertos... desertos só... 
E a fome, o cansaço, a sede... 
Ai! quanto infeliz que cede, 
E cai p'ra não mais s'erguer!... 
Vaga um lugar na cadeia, 
Mas o chacal sobre a areia 
Acha um corpo que roer. 
Ontem a Serra Leoa, 
A guerra, a caça ao leão, 
O sono dormido à toa 
Sob as tendas d'amplidão! 
Hoje... o porão negro, fundo, 
Infecto, apertado, imundo, 
Tendo a peste por jaguar... 
E o sono sempre cortado 
Pelo arranco de um finado, 
E o baque de um corpo ao mar... 
Ontem plena liberdade, 
A vontade por poder... 
Hoje... cúm'lo de maldade, 
Nem são livres p'ra morrer. . 
Prende-os a mesma corrente 
— Férrea, lúgubre serpente — 
Nas roscas da escravidão. 
E assim zombando da morte, 
Dança a lúgubre coorte 
Ao som do açoute... Irrisão!... 
Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus, 
Se eu deliro... ou se é verdade 
Tanto horror perante os céus?!... 
Ó mar, por que não apagas 
Co'a esponja de tuas vagas 
Do teu manto este borrão? 
Astros! noites! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão! ... 
 
VI
        
Existe um povo que a bandeira empresta 
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... 
E deixa-a transformar-se nessa festa 
Em manto impuro de bacante fria!... 
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, 
Que impudente na gávea tripudia? 
Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto 
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ... 
Auriverde pendão de minha terra, 
Que a brisa do Brasil beija e balança, 
Estandarte que a luz do sol encerra 
E as promessas divinas da esperança... 
Tu que, da liberdade após a guerra, 
Foste hasteado dos heróis na lança 
Antes te houvessem roto na batalha, 
Que servires a um povo de mortalha!... 

Fatalidade atroz que a mente esmaga! 
Extingue nesta hora o brigue imundo 
O trilho que Colombo abriu nas vagas, 
Como um íris no pélago profundo! 
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga 
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! 
Andrada! arranca esse pendão dos ares! 
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

Poesias Coligidas Castro Alves

Poesias Coligidas
Castro Alves
                                                                


A EUGÊNIA CÂMARA

Ainda uma vez tu brilhas sobre o palco,

Ainda uma vez eu venho te saudar...

Também o povo vem rolando aplausos

Às tuas plantas mil troféus lançar...

 

Após a noite, que passou sombria,

A estrela-d'alva pelo céu rasgou...

Errante estrela, se lutaste um dia,

Vê como o povo o teu sofrer pagou...

 

Lutar!... que importa, se afinal venceste?

Chorar!... que importa, se lutaste um dia,

A tempestade se não rompe a estátua

Vê como o povo o teu sofrer pagou...

 

Lutar!... que importa, se afinal venceste?

Chorar!... que importa, se afinal sorris?

A tempestade se não rompe a estátua

Lava-lhe os pés e a triunfal cerviz.

 

Ouves o aplauso deste povo imenso

Lava, que irrompe do pop'lar vulcão?

É o bronze rubro, que ao fundir dos bustos

Referve ardente do porvir na mão.

 

O povo... o povo... é um juiz severo,

Maldiz as trevas, abençoa a luz...

Sentiu teu gênio e rebramiu soberbo:

- P'ra ti altares, não do poste a cruz.

 

Que queres? Ouve! - são mil palmas férvidas,

Olha! - é o delírio, que prorrompe audaz.

Pisa! - são flores, que tu tens às plantas,

Toca na fronte - coroada estás.

 

Descansa pois, como o condor nos Andes,

Pairando altivo sobre a terra e mar,

Poisa nas nuvens p'ra arrogante em breve

Distante... longe... mais além de voar.

 

               Recife, 1866

 

 

O POVO AO PODER

Quando nas praças s'eleva

Do Povo a sublime voz...

Um raio ilumina a treva

O Cristo assombra o algoz...

Que o gigante da calçada

De pé sobre a barrica

Desgrenhado, enorme, nu

Em Roma é catão ou Mário,

É Jesus sobre o Cálvario,

É Garibaldi ou Kosshut.

 

A praça! A praça é do povo

Como o céu é do condor

É o antro onde a liberdade

Cria águias em seu calor!

Senhor!... pois quereis a praça?

Desgraçada a populaça

Só tem a rua seu...

Ninguém vos rouba os castelos

Tendes palácios tão belos...

Deixai a terra ao Anteu.

 

Na tortura, na fogueira...

Nas tocas da inquisição

Chiava o ferro na carne

Porém gritava a aflição.

Pois bem...nest'hora poluta

Nós bebemos a cicuta

Sufocados no estertor;

Deixai-nos soltar um grito

Que topando no infinito

Talvez desperte o Senhor.

 

A palavra! Vós roubais-la

Aos lábios da multidão

Dizeis, senhores, à lava

Que não rompa do vulcão.

Mas qu'infâmia! Ai, velha Roma,

Ai cidade de Vendoma,

Ai mundos de cem heróis,

Dizei, cidades de pedra,

Onde a liberdade medra

Do porvir aos arrebóis.

 

Dizei, quando a voz dos Gracos

Tapou a destra da lei?

Onde a toga tribunícia

Foi calcada aos pés do rei?

Fala, soberba Inglaterra,

Do sul ao teu pobre irmão;

Dos teus tribunos que é feito?

Tu guarda-os no largo peito

Não no lodo da prisão.

No entanto em sombras tremendas

Descansa extinta a nação

Fria e treda como o morto.

E vós, que sentis-lhes os pulso

Apenas tremer convulso

Nas extremas contorções...

Não deixais que o filho louco

Grite "oh! Mãe, descansa um pouco

Sobre os nossos corações".

 

Mas embalde... Que o direito

Não é pasto de punhal.

Nem a patas de cavalos

Se faz um crime legal...

Ah! Não há muitos setembros,

Da plebe doem os membros

No chicote do poder,

E o momento é malfadado

Quando o povo ensangüentado

Diz: já não posso sofrer.

 

Pois bem! Nós que caminhamos

Do futuro para a luz,

Nós que o Calvário escalamos

Levando nos ombros a cruz,

Que do presente no escuro

Só temos fé no futuro,

Como alvorada do bem,

Como Laocoonte esmagado

Morreremos coroado

Erguendo os olhos além.

 

Irmão da terra da América,

Filhos do solo da cruz,

Erguei as frontes altivas,

Bebei torrentes de luz...

Ai! Soberba populaça,

Dos nossos velhos Catões,

Lançai um protesto, ó povo,

Protesto que o mundo novo

Manda aos tronos e às nações.

 

               Recife, 1864


Cazuza

Todo dia morre um amor. Quase nunca percebemos, mas todos os dias morre um amor. Às vezes de forma lenta e gradativa, quase indolor, após anos e anos de rotina. Às vezes melodramaticamente, como nas piores novelas mexicanas, com direito a bate-bocas vexaminosos, capazes de acordar o mais surdo dos vizinhos. Morre em uma cama de motel ou em frente à televisão de domingo. Morre sem beijo antes de dormir, sem mãos dadas, sem olhares compreensivos, com gosto de lágrima nos lábios.
Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados, cartas cada vez mais concisas, beijos que esfriam aos poucos. Morre da mais completa e letal inanição.
Todo dia morre um amor. Às vezes com uma explosão, quase sempre com um suspiro. Todo dia morre um amor, embora nós, românticos mais na teoria que na prática, relutemos em admitir. Porque nada é mais dolorido do que a constatação de um fracasso. De saber que, mais uma vez, um amor morreu. Porque, por mais que não queiramos aprender, a vida sempre nos ensinaalguma coisa. E esta é a lição: amores morrem.
Todos os dias um amor é assassinado. Com a adaga do tédio, a cicuta da indiferença, a forca do escárnio, a metralhadora da traição. A sacola de presentes devolvidos, os ponteiros tiquetaqueando no relógio, o silêncio insuportável depois de uma discussão: todo crime deixa evidências.
Todos nós fomos assassinos um dia. Há aqueles que, como o Lee Harvey Oswald, se refugiam em salas de cinema vazias. Ou preferem se esconder debaixo da cama, ao lado do bicho papão. Outros confessam sua culpa em altos brados e fazem de pinico os ouvidos de infelizes garçons. Há aqueles que negam, veementemente, participação no crime e buscam por novas vítimas em salas de chat ou pistas de danceteria, sem dor ou remorso. Os mais periculosos aproveitam sua experiência de criminosos para escrever livros de auto-ajuda, com nomes paradoxais como "O Amor Inteligente" ou romances açucarados de banca de jornal, do tipo "A Paixão Tem Olhos Azuis", difundindo ao mundo ilusões fatais aos corações sem cicatrizes.
Existem os amores que clamam por um tiro de misericórdia: corcéis feridos.
Existem os amores-zumbis, aqueles que se recusam a admitir que morreram. São capazes de perdurar anos, mortos-vivos sobre a Terra teimando em resistir à base de camas separadas, beijos burocráticos, sexo sem tesão. Estes não querem ser sacrificados e, à semelhança dos zumbis hollywoodianos, também se alimentam de cérebros humanos e definharão até se tornarem laranjas chupadas.
Existem os amores-vegetais, aqueles que vivem em permanente estado de letargia, comuns principalmente entre os amantes platônicos que recordarão até o fim de seus dias o sorriso daquela ruivinha da 4a. série ou entre fãs que até hoje suspiram em frente a um pôster do Elvis Presley (e pior, da fase havaiana). Mas titubeio em dizer que isso possa ser classificado como amor (Bah, isso não é amor. Amor vivido só do pescoço pra cima não é amor).
Existem, por fim, os amores-fênix. Aqueles que, apesar da luta diária pela sobrevivência, dos preconceitos da sociedade, das contas a pagar, da paixão que escasseia com o decorrer dos anos, da mesa-redonda no final de domingo, das calcinhas penduradas no chuveiro, das toalhas molhadas sobre a cama e das brigas que não levam a nada, ressuscitam das cinzas a cada fim de dia e perduram: teimosos, belos, cegos e intensos. Mas estes são raríssimos e há quem duvide de sua existência. Alguns os chamam de amores-unicórnio, porque são de uma beleza tão pura e rara que jamais poderiam ter existido, a não ser como lendas. E é esse amor que eu quero viver com você, PARA SEMPRE!!!



FUNDADOR: CELSO MARIZ

FUNDADOR: CELSO MARIZ



               CELSO Marques MARIZ: Nasceu no sítio Escadinha, município de Sousa, Estado da Paraíba, em 17 de dezembro de1885 e faleceu em João Pessoa, a 03 de novembro de 1982. Era filho do Dr. Manuel Maria Marques Mariz e D. Adelina de Aragão Mariz; ficando órfão de pai aos três anos de idade, foi criado pelo Dr. Félix Joaquim Daltro Cavalcanti, seu padrinho e Juiz Municipal de Piancó, passando a residir em Taperoá , onde freqüentou a escola do Professor Minervino Cavalcanti, matriculando-se, depois, como ouvinte, no Seminário Diocesano da Paraíba, na capital do Estado. Iniciou a sua carreira jornalística como redator de O Comércio, ao lado de Arthur Achiles, e como colaborador do Jornal A União. Atraído pela tão decantada beleza amazônica, viajou até o norte do país, visitando Belém e Manaus, retornando ao seu Estado em 1907, quando passou a integrar a equipe do Jornal O Norte, fundado pelos irmãos Orris e Oscar Soares, assumindo por algum tempo a gerência desse órgão. Nessa condição, viajou por alguns municípios do Estado , tendo a oportunidade de colher dados que, mais tarde lhe serviriam de subsídios para a elaboração dos seus livros. Nomeado professor público, com exercício em Catolé do Rocha, lá, casou-se com D. Santina Henriques de Sá.
Algumas funções exercidas por Celso Mariz: Inspetor Regional do Ensino, Conselheiro Municipal, em Taperoá; Diretor da Secretaria da Assembléia Legislativa, 1914/1930; Deputado Estadual (1924/1928); Diretor do Jornal A União; Secretário de Governo, na Administração de Argemiro de Figueiredo. Em 1915, fundou A Notícia, jornal que representava o pensamento dos "jovens turcos", grupo que pretendia firmar-se como vanguarda do epitacismo. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, do qual chegou a ser presidente por um período, integrou, também, o Conselho Estadual de Cultura e foi um dos fundadores da Academia Paraibana de Letras. Escreveu e publicou: Através do sertão, 1910; Apanhados históricos da Parahyba, 1922; Evolução econômica da Paraíba, 1939; Ibiapina, um apóstolo do nordeste, 1942; Carlos Dias Fernandes, 1943; Cidades e homens, 1945; Areia e a rebelião de 1946; Memória da Assembléia Legislativa, 1946; Pilões, antes e depois do termo, 1948; Notícia histórica de Catolé do Rocha, 1956; Figuras e fatos, 1976.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :

MARIZ, Celso. Memória da Assembléia Legislativa aumentada e atualizada por
Deusdedit Leitão, João Pessoa: 1987.
Revista da Academia Paraibana de Letras, vol. 08, 1978.
Revista do IHGP, vol. 18, 1971 .