9 de agosto de 2020

Aviões da British Airways

Aviões da British Airways têm rachaduras em suas asas 24/07/2000 08h11 da Reuters em Londres (Inglaterra) A British Airways disse nesta segunda-feira (24) que detectou rachaduras nas asas de seus sete Concordes - o que forçou um avião a sair de serviço - mas insistiu em dizer que não havia perigo para os passageiros. A companhia aérea disse que as rachaduras foram detectadas há alguns meses, mas as sete aeronaves continuaram voando até que um dos aviões mostrou-se em pior condição na semana passada. "Detectamos há alguns meses algumas rachaduras em todos os nossos Concordes. Elas se estendem na parte traseira das asas dos aviões", disse uma porta-voz da British Airways. "Cada rachadura tem cerca de 50 mm de largura", acrescentou. "Nós imediatamente alertamos o fabricante, a Aerospatiale, e a Autoridade de Aviação Civil", disse. "Eles vieram e olharam os estragos, que não estavam em áreas críticas. Permitiram, então, que continuássemos voando." Segundo a British Airways, os passageiros não correm riscos e não há perigo para as seis aeronaves que continuam em serviço. Os dois vôos diários entre Londres e Nova York não serão afetados, embora o horário possa mudar se mais aviões apresentarem problemas. Concorde, um projeto anglo-francês que começou seus serviços nos anos 70, é o único avião de passageiros supersônico do mundo. Atualmente existem 13 em serviço, sete com a British Airways e seis com a Air France. Clique aqui para ler mais notícias internacionais na Folha Online. Leia mais notícias da Reuters na Folha Online Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online Índice

Atrás do barão que a selva enlouqueceu

Atrás do barão que a selva enlouqueceu Marcada por tragédias, a expedição Langsdorff é refeita sob encomenda do canal Discovery O nome do alemão Georg Heinrich von Langsdorff, ou sua versão em russo pós-naturalização, Grigóry Ivanovitch Langsdorff, nada dirá à maioria das pessoas. Poucos sabem que o cientista, cônsul e barão Langsdorff foi o mentor da maior e mais importante expedição fluvial pelo ainda inóspito interior brasileiro. Uma arriscada aventura por 6 mil quilômetros que deixou como legado iconográfico, cartográfico e antropológico cerca de 2 mil páginas manuscritas, 300 desenhos, peças de indumentária indígena e uma série de animais empalhados. A odisséia consumiu oito anos, entre 1821 e 1829, e a sanidade mental do barão, que enlouqueceu no final do trajeto sem ver publicado o resultado de sua minuciosa pesquisa. Essa história será recontada não só a brasileiros como a telespectadores de 100 países no documentário Expedição Langsdorff, da Grifa Cinematográfica. O filme de 52 minutos, co-produzido pelo canal Discovery e patrocinado pela Petrobrás, será exibido no dia 22 de abril como parte das comemorações dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil. As filmagens começaram em 16 de outubro, em Porto Feliz (SP), e vão até a metade deste mês, em Santarém (PA), onde acontece a última tomada em território nacional. A Grifa segue parte do trajeto original da expedição, especificamente o trecho fluvial do percurso. A equipe de 11 pessoas viaja em três botes infláveis, equipados com motores de popa, kit de sobrevivência a naufrágio, material de primeiros socorros, minifreezer para guardar os negativos e um telefone que funciona via satélite. Alimenta-se com uma dieta pré-preparada, dorme em seis barracas de camping e leva, para os dias de relax, 11 CDs. Numa segunda etapa, as filmagens vão-se estender até a França (Paris, no castelo dos Langsdorff), a Alemanha (Freiburg, onde jaz o expedicionário) e a Rússia (São Petersburgo, onde estão os desenhos originais). "Pretendemos registrar os mesmos ângulos documentados nos desenhos e nas gravuras originais, mostrando as transformações que ocorreram neste período que separa as duas viagens", situa o diretor do projeto, Maurício Dias, enquanto filma a exuberância natural em Porto Jofre, no coração do Pantanal Mato-Grossense. Uma presença importante na equipe é a artista plástica Adriana Florence. Tataraneta de Hércules Florence, o desenhista francês responsável pela conclusão de três dos diários de viagem da expedição, Adriana é uma espécie de narradora sentimental do documentário, o elo entre os Florence. E também entre o passado, gravado em aquarela, e o presente, que está sendo reproduzido em suas próprias telas ao longo da viagem. "Produzirei dez telas que estarão expostas no mesmo período de lançamento do filme", conta. E antecipa que todo o trabalho irá a leilão, com renda revertida às tribos indígenas a ser visitadas. Neste final de semana, Maurício, Adriana e os técnicos chegam ao trecho mais perigoso do percurso: a travessia dos rios Juruena, Tapajós e Munducurus, entre os Estados de Mato Grosso e Pará. Terão de vencer 1.200 quilômetros em meio a florestas sob condições de navegação e transporte das quais praticamente não há registro. "Corremos o risco de, no mínimo, afundar o barco", adianta Dias. Na expedição do século XIX, só 15 das 34 pessoas que desceram o Juruena permaneceram sãs. As demais caíram doentes de febre ou de malária. Além disso, as provisões estavam no final e, naquele pedaço de selva fechada, havia índios. Daquele período, encontra-se registrado no diário de viagem de Langsdorff: "Desde o dia 24 de abril tenho passado a maior parte do dia e da noite deitado inconsciente, tendo pesadelos fantásticos". Uma semana depois, o expedicionário contraiu febre amarela, perdeu parte da memória e interrompeu as anotações. Voltou para casa. Tinha 54 anos.

CINE BRASIL

assassino, um maníaco sexual com várias vítimas em seu currículo, meias pretas cobrindo o rosto e roupa reluzente de da vida. La Ragaza che sappere troppo O 'marco zero' do giallo é 'La Ragazza che sappere troppo' (lançado nos EUA como 'Evil Eye'), de Mario Bava, de 1961. Neste filme, uma turista americana vai passar as férias em Roma ao mesmo tempo que um maníaco sexual está à solta, cometendo seus criminhos. Esse filme incluiu vários elementos que se tornariam padrão no gênero, como o assassino de luvas e máscara pretas à solta, com uma navalha afiada. A Itália tem uma fantástica tradição de filmes policiais que vêm desde a época do cinema mudo, mas esta obra de Bava acabou gerando uma nova variante que dominaria as telas italianas por boa parte dos anos 60/70. A primeira 'revolução' no gênero foi gerada em outro filme de Mario Bava, 'Sei Donne per il Asesino' ('Blood & Black Lace' nos EUA). É o primeiro filme policial italiano a cores. É muito influenciado pelos 'krimis' alemães, com a inovação do uso da fotografia, emulando a capa dos livros policiais (sempre em tons pastel). Esas influência acabou retornando, pois depois do filme de Bava os krimis começaram a serem produzidos a cores. Mas tudo é pré-história, pois o gênero explode mesmo com 'O Pássaro com Plumas de Cristal' (1969), de Dario Argento. A história do escritor americano que acha que pode resolver uma série de crimes que estão aterrorizando Roma é um modelo a ser seguido por dezenas e dezenas de cineastas que se aventuraram no gênero. Inclui a brilhante trilha atonal de Ennio Morricone, as técnicas 'arcanas' de edição que Argento utiliza até hoje (cenas aparentemente sem relação com o resto da história que adiantam momentos posteriores da mesma), a câmera pervertida e descontrolada que cria pontos de vista impossíveis. Tem um final absurdo e totalmente implausível (e totalmente imprevisível, talvez por causa destes detalhes), mas isso é um dos charmes do gênero. É o filme que lança moda na utilização de animais nos títulos. O Pássaro com Plumas de Cristal Se Argento fez o giallo definitivo, isso não impediu a concorrência de fazer filmes brilhantes. A começar por Mario Bava, que. Por Prelúdio para Matar O gênero alcança seu apogeu no impecável 'Prelúdio para Matar' (Profondo Rosso), de Argento (1975). Esse filme é uma unanimidade: mesmo os críticos mais turrões e metidos a 'diferentes' o consideram o melhor giallo da história. Roteiro brilhante (de Argento e Bernardino Zapponi, parceiro de Fellini em 'Histórias Extraordinárias'), atuações notáveis (principalmente do casal protagonista, David Hemmings e Daria Nicolodi) e violência extremíssima. E, para fechar tudo, a trilha baseada no rock progressivo do Goblin, grupo italiano. Isso mudou o modo que os thrillers são musicados no mundo inteiro. Torso Se na época de seu lançamento 'Torso' foi considerado inferior aos filmes da concorrência (Argento e Bava), hoje percebe-se que ele seguiu as 'regras' do gênero tão fielmente que nennhum outro filme simboliza tanto as qualidades do ciclo. Tem tudo: o ultra-alucinado assassino de luvas pretas e navalha afinada (como sempre com um trauma de infância explicado na última cena), a mocinha inocente (mas nem tanto), uma turma de adolescentes 'soltando a franga' (por algum motivo os diretores adoravam assassinar sadicamente hippies liberados sexualmente), o investigador ligado ao mundo artístico (neste caso, professor de antropologia), a polícia totalmente incompetente (dá a impressão que qualquer assassino de mulheres faria a festa na Itália naquela época). Tem também uma fantástica trilha roqueira, providenciada por Maurizio e Fabrizio de Angelis (que seriam responsáveis, depois, pela música obras-primas de Lucio Fulci no início dos anos 80). Só faltou o uruguaio George Hilton, vindo direto do ciclo do spaghetti western, que normalmente fazia o papel do vizinho com cara de tarado que servia como suspeito óbvio até se descobrir que ele não tinha nada a ver com a história... à moda ditas por personagens que teoricamente não tem grande intimidade com os livros... é um filme que pede para ser redescoberto. O fim 'oficial' do gênero se dá com 'Giallo a Venezia', de Mario Landi, de 1979. Sem a classe e o domínio de narrativa dos diretores citados no início do artigo, ele parte para a apelação explícita. O filme é um festival de sadismo, com mulheres sendo esfaqueadas no sexo, vítimas sendo queimadas e torturas afins, além uma dúzia de cenas de sexo. O gênero havia esgotado seu potencial. Foi revivido várias vezes nos anos seguintes, os diretores continuaram a fazer filmes ocasionais que seguiam os moldes aperfeiçoados por Bava, Argento e Martino, mas não mais podendo ser considerado um ciclo, e sim uma referência. Banho de Sangue Um dos grandes charmes do gênero são as dublagens em inglês. Como os produtores normalmente não tinham dinheiro para pagar um serviço decente, normalmente faziam o próprio elenco se dublar na língua do Tio Sam. Isso resultava em diálogos elaborados por escritores que não dominavam a língua de Shakespeare e falados por atores quase tão perdidos quanto. Resultado: um legítimo samba do crioulo doido, frases totalmente sem sentido, faladas com forte sotaque. É normal, hoje, os fãs ficarem se passando as 'quotes' favoritas do gênero... redacao@cineclick.com.br LEIA A REPORTAGEM DA SEMANA PASSADA

Ayrton Senna

Apesar de ser o piloto com o segundo maior número de vitórias na F-1 (41), Ayrton Senna venceu apenas duas vezes no Brasil, em 1991 e 1993. Ambas de forma dramática e emocionante. Em 1991, Senna já era bicampeão mundial (1988 e 1990), e ainda não havia vencido em casa. A vitória era um objetivo fixo do campeão. As Williams, pilotadas por Nigel Mansell e Riccardo Patrese eram mais rápidas, impulsionadas pelos motores Renault, que começavam a despontar como concorrentes sérios aos até então imbatíveis Honda que equipavam a McLaren de Senna. A disputa pela pole position foi um prenúncio do que seria a prova. Senna conseguiu a pole na última volta, marcando 1m16s392, contra 1m16s775 de Patrese. A corrida começou com Senna na liderança e Mansell em segundo. Os pit-stops seriam determinantes. O da McLaren foi perfeito, assim como o da Williams. Mas Mansell, com um pneu avariado, teve que fazer uma segunda parada, o que deu a Senna alguns segundos de vantagem sobre Patrese, que assumiu a segunda colocação. Neste momento, os problemas mecânicos começaram a aparecer no carro do brasileiro. Primeiro, Senna perdeu a quarta marcha, tendo assim, que passar da terceira direto para a quinta. Depois, nenhuma marcha funcionava sem que o piloto brasileiro tivesse que segurar a alavanca de marchas para que ela permanecesse engatada. Senna teve que segurar a alavanca de câmbio com a mão direita e pilotar com a esquerda. Mansell novamente se aproximara, mas na 60ª volta, o inglês cometeu um erro que deu a Senna um pouco mais de esperança de, após sete tentativas, vencer o GP Brasil. Mas, subitamente, a sete voltas do final, Senna, que tinha grande vantagem sobre Patrese, passou a perder sete segundos por volta, já que nenhuma marcha mais entrava. O brasileiro, desesperado, tentou engatar a sexta marcha e, por pura sorte, ela entrou. Foi aí que Senna percebeu que teria que terminar o GP Brasil de 1991 com apenas uma marcha, a sexta, enquanto a Williams de Patrese se aproximava velozmente. O italiano, informado que Senna tinha problemas, tentou aproximar-se, mas seu carro também não estava em condições ideais. Ele tirava de dois a três segundos por volta, mas isso não era o suficiente para chegar em condições de ultrapassar Senna. Faltando duas voltas para o final, começou a chover em Interlagos, o que acabou decidindo a corrida. Patrese preferiu não arriscar-se e tratou de garantir o segundo lugar. Mas Senna não sabia disso, e, com um esforço imenso, levou o carro à bandeirada de chegada. Após cruzar a linha final, Senna permaneceu no carro, sem forças para sair. Depois, auxiliado, entrou em um carro da organização e foi para os boxes. No pódio ficou evidente seu esforço para obter a vitória. Ele mal conseguiu levantar a taça, precisando da ajuda de Ron Dennis, para delírio da torcida. Dois anos depois, em 1993, Senna venceria novamente em casa. Mas de uma forma inesperada, já que, desta vez, as Williams eram nitidamente superiores à McLaren. Damon Hill e Alain Prost dominariam toda a temporada, a não ser pelas vitórias heróicas de Senna com sua McLaren/Ford. Na briga pela pole position, a Williams dominou a primeira fila, com Prost na pole e Hill em segundo. Senna vinha em terceiro cerca de dois segundos mais lento que Prost. Mas, assim que foi dada a largada, os erros de Prost, que demorou demais a fazer as suas trocas de pneus, enquanto Senna as fez nos momentos exatos, e as alterações climáticas (chuvas fortíssimas caíam e cessavam) favoreceram o maior arrojo do piloto brasileiro. A superioridade da Williams, entretanto, era nítida. Hill liderava a prova e Prost vinha em segundo. Na 29ª volta, Prost cometeu seu último erro. Ao ver Christian Fittipaldi derrapar na pista molhada, o francês assustou-se e perdeu o controle do carro, batendo em Christian e saindo da prova. Senna, que vinha em terceiro, partiu à caça de Hill. O jovem piloto inglês ia bem na liderança, mas não era páreo para a determinação do brasileiro. Ao chegar em condições de ultrapassagem, Senna o fez de forma espetacular, com uma manobra digna dos grandes campeões. Após a ultrapassagem, Senna abriu grande vantagem e pôde comemorar a sua segunda vitória no Brasil junto aos fãs. Ao cruzar a linha de chegada, Senna foi cercado por torcedores e teve que parar o carro. Os torcedores fizeram questão de retirá-lo do cockpit e levá-lo nos ombros aos boxes. Um momento inesquecível tanto para o pilto quanto para aqueles que acompanharam sua carreira.

Apesar de comprovado

Apesar de comprovado cientificamente a existência das mensagens subliminares, o Brasil não segue o exemplo de países como Itália, Estados Unidos, Japão e Alemanha, que fiscalizam e punem aqueles que se utilizam deste recurso. A legislação vigente em nosso país, infelizmente, não aborda, e muito menos proíbe a utilização das mensagens subliminares, também chamadas de 'merchandising'. Portanto não tem meios de punir os que se utilizam destas mensagens com fins comerciais, políticos ou ideológicos. Dependendo do caso, muitas propagandas poderiam ser enquadradas em outros artigos, como o artigo 20 do Código de Ética dos Profissionais de Propaganda, que afirma que toda propaganda deve ser 'ostensiva'. A criação de orgãos de fiscalização, aliadas a associações e/ou centros de pesquisas, atuando nos meios de comunicação em geral, certamente seria a solução ideal na coibição das mensagens 'escondidas'. No Brasil, o Conar - Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária, tem atuado de forma brilhante na defesa do público consumidor. Na seção: "Como se Defender" você encontrará dicas imperdíveis de como se utilizar de alguns órgãos não governamentais para se defender ou contra-atacar, contra todo 'lixo' despejado pela mídia. Vale a pena conferir! Deixamos para você um intrigante questionamento: por que nossos legisladores ainda não deram a devida atenção para o fato, uma vez que estas mensagens são consideradas antiéticas, criminosas, proibidas e até repudiadas no meio publicitário?!?

ANO DO DRAGÃO,

ANO DO DRAGÃO, 35 ANOS DA REVOLUÇÃO, MOTIVO NÃO FALTA PRA VOCÊ SAIR DESSE ESTAGNÃO!!! Prós chineses 2000 não é só o ano do Dragão, é o ano do Dragão Dourado (só rola a cada 60 anos)!!! Previsão: Prosperidade total! Mudança radical! Ousadia geral!!! Isso quer dizer, minha filha, que esse é o momento certo de você chutar o pau da barraca, de estourar a boca do balão, de dar um meterão com aquele cara que você achou que nunca ia te dar bola. Xô teia de aranha! Xô vida besta! Xô bolor! Xô caneta bic que não escreve! Agora, se você é católica pra caramba e acha esse papo de horóscopo e de bicho que solta fogo pelas ventas papo furado, lembre-se que, nesse ano, também rola o 35o. aniversário da Revolução de 64. Sei lá que cacete de Revolução é essa. Isso não é importante, o importante é que eu tô devendo uma puta grana pró meu cheque especial. O importante é que Revolução é Revolução e está na hora de você fazer a sua: Queime o seu sutiã de óleo e água! Jogue fora aquele resto de Diet Coke sem gás da geladeira! Mude a marca da ração do seu cachorro! Aperte o seu tubo de KY no meio e não no fim! Coma pizza de alho e alitche de café da manhã! Mande à merda aquele cara que só aparece quando quer te comer! Exija Vale Motel da sua empresa! Mande um 7 Day Diet para a sua maior inimiga! Obrigue a Sandy e o Júnior a ouvirem os seus próprios cds!!! Pé na jaca já!!!

Ângela Maria

Ângela Maria faz 74 anos da Redação A cantora Ângela Maria, uma das mais importantes intérpretes brasileiras dos anos 50 -durante a Era do Rádio-, completa 74 anos nesta segunda (13). A cantora completou também este ano 50 anos de carreira. Com seu grande domínio vocal, Ângela foi figura central na linhagem das cantoras brasileiras, e fez a ponte entre Dalva de Oliveira, cujos trinados imitava no começo da carreira, e Elis Regina, sua fã confessa e fonte de inspiração. Abelim Maria da Cunha, de "voz doce e cor do sapoti", como mais tarde definiria o presidente Vargas, começou a cantar em programas de calouro na rádio aos 20 anos, em 1948. Para que seus pais não descobrissem, inventou o pseudônimo Ângela Maria, e só se apresentava com esse nome. Seu primeiro sucesso veio em 52, com "Não Tenho Você". Nesse ano e nos três seguintes a cantora foi eleita Rainha do Rádio por sua legião de fãs. Com um repertório centrado em boleros e sambas-canções, Ângela Maria gravou mais de 50 discos e se tornou um nome mítico da música brasileira. Para saber mais sobre a vida e carreira da cantora, clique no link abaixo: CliqueMusic

Ana Paula Padrão

Jornalismo Ana Paula Padrão: o desafio da repórter A bailarina clássica que se transformou em jornalista assume o lugar de Lilian Witte Fibe no Jornal da Globo Carlos Henrique Ramos A menina que pisava torto tornou-se bailarina clássica quase que por acaso. O médico supunha que os exercícios específicos dessa arte seriam capazes de corrigir aquele descompasso. Mas ela acabou tomando gosto pela coisa. Transformou-se em aluna, professora e profissional dedicada. Foram 15 anos de aplicação espartana. A dança, porém, atingia os propósitos da ciência, mas não supria suas necessidades intelectuais. Depois de submeter-se a uma maratona de testes do grupo Corpo, de Belo Horizonte, decidiu abandonar a carreira. Foi assim que o balé perdeu a brasiliense Ana Paula Padrão para o jornalismo. Aos 34 anos, essa repórter prepara-se para enfrentar seu mais novo desafio, a partir do dia 7 deste mês, agora como apresentadora do Jornal da Globo – função que era ocupada por Lilian Witte Fibe. Às vésperas da estréia, Ana Paula tem chegado por volta das 10 horas nos estúdios da Rede Globo, em São Paulo. E não sai antes da meia-noite. A ex-correspondente da emissora em Nova Iorque e Londres está ansiosa. Nesse período, não encontra tempo para se alimentar corretamente. Muito menos disposição. “Não consigo comer em situação de tensão”, revela a também editora-executiva do telejornal. A jornalista, que não freqüenta academia de ginástica nem pratica esportes, deseja carimbar sua marca pessoal no Jornal da Globo logo no início do seu reinado. “Continuarei sendo uma repórter na função de apresentadora, quero trazer notícia para o telespectador”, diz. “Eu nunca deixarei de apurar uma informação.” Casada com o jornalista Marcelo Netto e sem filhos, Ana Paula Padrão tem uma trajetória de sucesso. Quando abandonou o balé, aos 19 anos, atuou como produtora num programa rural da Rádio Nacional de Brasília. Nessa época, aprofundou-se no jornalismo econômico e destrinchou temas como desabastecimento, poupança e alta de preços. “Orgulho-me de ter tornado a economia um assunto mais fácil para o consumidor brasileiro.” Da rádio partiu para a ex-Manchete. Em abril de 1987 era contratada pela Rede Globo da capital federal. Lá, participou da cobertura de todos planos econômicos. Sua última experiência em campo aconteceu no Afeganistão, numa série de reportagens que foi ao ar no Fantástico. Durante 20 dias, ela colecionou 25 horas de gravação, emagreceu quatro quilos, driblou a censura local e retornou encantada com o país. E essa história pode virar livro. “A última matéria é sempre a melhor.”

ALGUNS PRINCÍPIOS DA MAÇONARIA

ALGUNS PRINCÍPIOS DA MAÇONARIA A Maçonaria é a Instituição orgânica da Moralidade . Seus Princípios são a Moral Universal e a Lei Natural , ditadas pela Razão e definidas pela Ciência ; reconhece um Ser Supremo ; não admite debates acerca da religião , raça ou política . A Instituição é una e indispensável , e seus ensinamentos se comunicam , em três graus : Aprendiz , Companheiro , e Mestre . A Maçonaria respeita a organização civil e política do País em que vive . Aprecia nos homens o mérito pessoal , não a classe social , ou a Antigüidade ; em seu seio , todos os irmãos são iguais , sem que a Instituição despoje de seus méritos civis ao que os possua . Somente podem ser recebidos maçons , os homens livres , de bons costumes e de idade adulta . Os maçons têm o dever de conduzir-se , moral e decorosamente , dentro e fora da Loja ; dão-se mutuamente o título de "Irmãos" ; devem amar-se fraternalmente , proteger-se , e viver em harmonia .

Alcione canta anos 50

Alcione canta anos 50 Quinta, 06 de julho de 2000, 17h42min Alcione seguiu os conselhos da amiga Maria Bethânia e gravou em abril deste ano, ao vivo, Nos Bares da Vida. Neste novo trabalho, a Marrom, como é conhecida, interpreta clássicos românticos da MPB dos anos 50 aos 80, como canções de Dolores Duran e Pixinguinha. Além da manjada Carinhoso, a cantora gravou outras menos conhecidas, como Que Sejam Bem Vindos, de Cartola. Aliás, a intenção de Alcione é justamente essa: como artista, ela se sente na obrigação de revelar ao público canções pouco conhecidas. A turnê de lançamento do disco tem início no dia 12, no Rio. Depois disso, a cantora parte para São Paulo, onde os shows iniciam no dia 10 de agosto. Em outubro deste ano, a Marrom entra novamente em estúdio. Desta vez, será para gravar o primeiro disco, em quatro anos, com canções inéditas

Ainda há chances de sobreviventes no submarino russo

Ainda há chances de sobreviventes no submarino russo Domingo, 20 de agosto de 2000, 06h51min A equipe de resgate a bordo do minissubmarino britânico LR5 acredita que possa haver sobreviventes entre os 118 tripulantes do submarino russo Kursk, que afundou no mar de Barents no último dia 12. De acordo com informações da TV estatal russa RTR, mergulhadores noruegueses conseguiram visualizar os manômetros do Kursk (sensores que informaram que as condições de pressão do ar e oxigênio no interior do submarino) e concluiram que as condições internas permitiriam que alguns marinheiros sobrevivessem. Por outro lado, o Kursk está com sua estrutura seriamente danificada, segundo informações já divulgadas pela televisão russa. Há poucas horas, os noruegueses descobriram, por meio de uma câmera submarina, que a escotilha de acesso do Kursk estava danificada, o que impossibilita uma acoplagem do LR5 e o transporte imediato do tripulantes presos.

Acidente mata Claudinho

Acidente mata Claudinho da dupla Claudinho e Buchecha SÃO PAULO - O cantor Claudio Rodrigues de Mattos, o Claudinho da dupla Claudinho e Buchecha, morreu na manhã deste sábado em um acidente de carro, na Via Dutra. O velório será às 16 horas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o Golf (placas LAZ-4665) que levava Claudinho derrapou na na altura do uilômetro 203, em Seropédica, Baixada Fluminense. O cantor voltava de um show realizado na noite de sexta-feira na cidade de Lorena (SP). O secretário da dupla, Ivan Manzieli, que dirigia o carro do cantor na hora do acidente, ficou ferido e foi encaminhado para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. O quadro clínico do secretário é estável. A dupla começou sua carreira em 1992. O primeiro CD, lançado em 1996, vendeu mais de um milhão de cópias. Em 97, a dupla foi escolhida "Artista Revelação" pela MTV. Entre os sucessos da banda estão "Só love" e "Conquista". Claudinho era casado com Vanessa e tinha uma filha chamada Andressa. O corpo do cantor foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçú. Amigos do cantor e integrantes da equipe aguardam pelo corpo no IML.

Caetano Veloso E Roberto Carlos Samba Do Avião

Caetano Veloso E Roberto Carlos u Sei Que Vou Te Amar Incidental Soneto

Caetano Veloso E Roberto Carlos Tereza Da Praia

Caetano Veloso E Roberto Carlos Chega De Saudade

 

Acesso a WWW pelo Windows 95

 

Acesso a WWW pelo Windows 95

          Configurando o Windows 95 para acesso à Rede Cidadão

 

          Primeiro Passo

 

               Instalando o Dial-Up

               No botão Iniciar da Barra de Status, aponte para

               Configurações e Painel de Controle. Clique duas vezes em

               Adicionar e Remover Programas. Selecione Instalação do

               Windows e aponte Comunicações. clique em Detalhes. Agora

               marque o retângulo pequeno à esquerda de Acesso à Rede

               Dial-Up e clique em OK. Vá respondendo OK até a janela inicial.

               Se for preciso, tenha à mão os disquetes ou o CD-ROM de

               instalação do Windows 95.

               Com esta instalação, quando clicar em Meu Computador, existirá

               um novo ícone: Acesso à Rede Dial-Up.

               Com ele faremos o acesso a conta, mas isto está descrito mais

               adiante.

 

 

          Segundo Passo

 

               Instalando e configurando o TCP-IP

               Como no item anterior, abra o Painel de Controle e clique duas

               vezes em Rede. Deve estar aparecendo o Adaptador Dial-Up e

               Cliente para Redes Microsoft. Clique em Adicionar, em seguida

               selecione o item Protocolo e clique em Add. Aparecerá a janela

               Selecionar Protocolo da Rede com duas colunas: Fabricantes e

               Protocolos da Rede. Selecione Microsoft em Fabricantes e

               TCP-IP em Protocolos da Rede. Clique em OK.

 

               Em seguida, antes de sair de Redes, configure o TCP-IP. Para

               isso, aponte para TCP-IP e clique em Propriedades. Será aberta a

               janela Propriedades TCP/IP com as opções Gateway, Ligações,

               Configuração WINS, Avançado, Endereço IP e Configuração

               DNS. É preciso somente configurar as opções Endereço IP e

               Configuração DNS.

 

               Em Endereço IP deve estar marcada a opção Obter um

               Endereço IP automaticamente.

 

               Em Configuração DNS, marque Ativar DNS.

               O campo "Host" e o campo "Domínio" pode ser preenchido com

               qualquer nome, pois não têm importância para nosso servidor.

               No campo Ordem de Pesquisa do Servidor DNS digite o

               número "200.17.129.66" e em seguida clique em Adicionar

               No campo Ordem de Pesquisa Sufixo digite "emprel.gov.br" e em

               seguida clique em Adicionar

               (você pode colocar até 3 IPs, caso voce tenha outras contas em

               servidores diferentes). Voce pode também colocar o nome domínio

               do seu servidor em Ordem de Pesquisa Sufixo.

 

               Em Configuração WINS deve estar Desativar Resolução

               WINS.

 

               Assim o TCP-IP está configurado e o DNS está habilitado para o

               seu servidor. Basta clicar em OK para salvar a configuração do

               TCP-IP.

 

 

          Terceiro Passo

 

               Criando a conexão ao Servidor da sua conta

               Clique duas vezes em Meu Computador e em Acesso à Rede

               Dial-Up. Para criar a conexão, clique em Fazer Nova Conexão,

               digite um nome para esta conexão (uma boa opção é colocar o

               nome que identifica seu servidor de acesso : EMPREL). Em

               Selecionar um Modem, deve estar aparecendo o nome do seu

               modem. Clique em Configuração e depois em Opções e marque o

               pequeno retângulo à esquerda de Exibir a Janela de Terminal

               após a Discagem. Clique OK. Em seguida clique em Avançar.

               Entre com o telefone de acesso : 421.1535 ou 421.1166. Selecione

               Brasil e clique em Avançar. E, para terminar, Concluir. Está criado

               o acesso a sua conta.

 

               Agora, basta acionar o ícone criado para a conexão. Quando, após

               a discagem, o sistema entrar em contato com nosso servidor uma

               janela preta irá aparecer pedindo password, que você deverá digitar

               recweb e dar enter, logo após aparecerá o sinal CS> onde você

               deverá digitar ppp e dar enter. Em seguida clique no botão Seguir

               (F7). Aguarde a conexão ser estabelecida, e acione o Netscape

               para a navegação.

 

 

 

               No menu da janela Acesso à Rede Dial-Up tem a opção

               Conexões, clique em Configurações e marque Rediscar, coloque

               um número razoável para tentativas de rediscagem em Vezes.

               Para o protocolo PPP, basta esses procedimentos.

 

                          Dúvidas e comentários para :

                             alexande@emprel.gov.br,

                             castro@emprel.gov.br ou

                            webmaster@emprel.gov.br

Caravelas da globalização

 

Caravelas da globalização

Quinto maior investidor no país, Portugal

exporta executivos para o Brasil, onde a

colônia se reduz em tamanho, mas não em

 importância

 

 

A história da imigração portuguesa no

país se confunde com a própria

formação do povo brasileiro. Se

Cabral, ao lançar âncoras no litoral

baiano em 1500, só pretendia

estabelecer um entreposto mercantil

de Portugal, logo aportariam seus

patrícios, como João Ramalho e

Diogo Álvares Correia, com planos de permanência e

dispostos a fundar uma nova raça. Desde então, o

exemplo foi seguido por mais de 3 milhões de lusitanos,

hoje reduzidos a aproximadamente um décimo (300 mil).

A herança lusitana vai muito além das estatísticas. Ela se perpetua na arquitetura das cidades coloniais, a exemplo de Ouro Preto, Olinda, Parati, São Luís e Rio de Janeiro. Na língua falada em todo o país e na religiosidade. Está presente em vários aspectos do cotidiano, como na culinária - muitos doces mineiros são criação portuguesa - e na cachaça, nascida como subproduto da primeira empresa agrícola nacional, o engenho de açúcar. A herança tem raízes bem fincadas nos campos de futebol, onde o Vasco da Gama e a Portuguesa de Desportos são destaque. Com base nessa identidade, não é de estranhar que, em plena globalização, os portugueses tenham eleito o Brasil como o principal porto de seus investimentos no Exterior. Como os primeiros navegadores, os imigrantes que continuam a chegar de além-mar, embora em número bem menor, querem provar que ainda sabem fazer a América melhor que ninguém.

Vai longe o tempo em que o retrato mais bem acabado do imigrante português no Brasil era o daquele senhor bigodudo e afável, metido em camiseta e calçado em tamancos, atrás de um balcão de botequim ou padaria. Era o imigrante clássico, personagem bonachão conhecido de todos os brasileiros que os anos cuidaram de reduzir a mera caricatura. Hoje, os patrícios chegam d'além-mar em ternos bem talhados, passeiam com desenvoltura pelos salões mais requintados da elite econômica e disputam palmo a palmo com empresários de outros países o topo do ranking dos investimentos externos no país. Quinhentos anos depois de Cabral, Portugal já ocupa a quinta posição na lista dos maiores investidores em solo brasileiro. Perde apenas para os Estados Unidos, a Alemanha, a França e quase ganha da Espanha. Deixa para trás vizinhos europeus poderosos como a Itália e potências como o Canadá.

É transformação recente. Ocorreu nos últimos três anos. Segundo o Ministério da Economia de Portugal, que mantém em São Paulo uma representação do Departamento de Investimentos, Comércio e Turismo (Icep), cerca de 180 empresas vieram para cá nesse período. São gigantes como o grupo Sonae, holding da terceira maior rede de supermercados do Brasil (Big, Cândia e Mercadorama). Ou como a Cervejaria Cintra, já instalada em Mogi Mirim (SP) e a caminho de Campos (RJ). Ou ainda como a Caixa Geral de Depósitos, imagem e semelhança da Caixa Econômica Federal brasileira, que comprou aqui o Banco Bandeirantes. Somadas a outras dezenas de empreitadas - pequenas e grandes -, os portugueses já investiram US$ 7 bilhões na ex-colônia nestes três anos. A cifra corresponde a 40% de todos os investimentos de Portugal mundo afora. Nota atrás de nota, a fila de dólares atravessaria o Atlântico numa ponte imaginária entre Lisboa e Porto Seguro, a primeira parada de Cabral, em 1500.

Nesse oceano de dólares, R$ 1 bilhão veio de um grupo, o Sonae. Vicente Dias, 47 anos, diretor de marketing do grupo, conta que o Brasil se tornou "destino prioritário" dos investimentos portugueses por "afinidades culturais". O Sonae chegou em 1996. Emprega 24 mil brasileiros em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O faturamento bruto este ano deve chegar a R$ 3,5 bilhões. "Ainda estamos na fase de investimentos pesados", diz Vicente. Num tempo em que "navegação" não é mais sinônimo de caravelas, mas de Internet, demonstrações como essa apontam para uma espécie de Redescobrimento do Brasil. Há coincidências. Como Cabral e seus marinheiros do 22 de abril de 1500, nem todos os viajantes portugueses do ano 2000 vêm para ficar. Chegam, estabelecem negócios, deixam meia dúzia de patrícios representantes e voltam para a Península Ibérica.

É o caso de José Manuel Romão Mateus, de 42 anos, presidente da Telesp Celular, arrematada pela Portugal Telecom em leilão de privatização, em julho do ano passado, por US$ 3,1 bilhões. "Ficarei três anos aqui", conta ele. "Para depois disso, não faço planos." A empresa está há 14 meses sob o comando de Romão. O tempo é curto, mas ele já coleciona resultados invejáveis. Só no primeiro semestre de 1999, a receita operacional líquida bateu R$ 1,016 bilhão - 32% maior que a do mesmo período do ano anterior. Os portugueses foram pioneiros no Brasil no lançamento do celular pré-pago.




 

HISTORIA DO CINEMA BRASILEIRO

 

Introdução


A crise gerada pelo desinteresse dos exibidores por filmes brasileiros, criando um distanciamento entre a produção e a exibição em 1912, não foi uma questão superficial, nem momentânea. Os circuitos de exibição, que começavam a se formar na época, foram seduzidos por perspectivas de melhores negócios com a produção estrangeira e assim acabaram por abraçar definitivamente o produto de fora, principalmente o norte-americano. Tal fato colocou o cinema brasileiro na marginalidade por tempo indeterminado.

Essa ligação dos exibidores com o cinema estrangeiro estabeleceu uma ida sem volta, pois transformou-se num processo de desenvolvimento comercial de tal magnitude, controlado pelas empresas de distribuição norte-americana, que até hoje o nosso cinema se mantém preso a uma situação anômala de comercialização.
Daí em diante a produção de filmes brasileiros passou a ser precária. Até os anos vinte a quantidade de filmes ficcionais ficou numa média de seis filmes anuais, às vezes com apenas dois ou três ao ano, sendo que uma boa parte destes era de curta duração.

Encerrada a fase de produção regular de filmes, quem fazia cinema foi procurar trabalho na área documental (documentário ou cine-jornal), único campo cinematográfico que restara com demanda. Este tipo de atividade permitiu certa continuidade ao cinema brasileiro.
Veteranos, como Antônio Leal e os irmãos Botelho, voltaram-se para esse campo, só conseguindo realizar filmes de enredo esporadicamente, com investimentos próprios. Foi o caso de O Crime de Paula Matos, de 1913, um filme longo, de 40 minutos, que seguia o já bem sucedido filão policial.


 Apesar das dificuldades, mesmo marginalizada, essa atividade sobreviveu. Entre os anos 1915 e 1918, Leal desenvolveu intenso trabalho. Além de outras iniciativas, produziu, dirigiu e fotografou A Moreninha, de Macedo; construiu um estúdio de vidro onde produziu e fotografou Lucíola; produziu Pátria e Bandeira. No muito bem sucedido filme Lucíola lançou a atriz Aurora Fúlgida. Muito elogiada pela primeira geração de espectadores e comentaristas, foi a primeira atriz a causar impacto no nosso cinema .


Nessa época, um fenômeno que começou a dar mais vida ao cinema brasileiro foi a sua regionalização. Em alguns casos, com o próprio dono do cinema produzindo os filmes, formando assim a conjunção de interesses entre produção e exibição, seguindo o mesmo caminho que, por um tempo, dera certo no Rio e São Paulo.

 

Aurora Fúlgida:
primeira atriz a causar
impacto no cinema brasileiro

 

Tal regionalização levou os estudiosos de cinema a classificar cada movimento isolado como um ciclo. Considerando que a origem de cada ciclo regional foi circunstancial, nunca tendo tido relações entre si e ainda tendo seu perfil próprio, tal denominação não representa uma situação histórica ou um valor definido, torna-se válida apenas para efeito indicativo ou didático.



Paulo Benedetti:
Produtor e técnico de
extensa filmografia

 

Por isso mesmo, o ciclo regional é definido na historiografia cinematográfica brasileira com alguma desigualdade. Em princípio trata-se da produção de filmes de ficção em cidades fora do eixo Rio/São Paulo, no período do cinema mudo. No entanto, alguns historiadores tem usado o termo para cidades que tiveram uma produção de documentários mais intensa ou iniciativas pequenas, porém relevantes, como no caso da passagem de Paulo Benedetti em Barbacena

  

Mais do que ciclo, este é um caso curioso. Benedetti, que fazia exibições itinerantes, fixou-se na cidade mineira de Barbacena, entre os anos 1910 e 1915, onde instalou o primeiro cinema local e realizou alguns documentários. Conhecendo mecânica e engenharia, dedicava-se a inventar aparelhos para aperfeiçoar a técnica de cinema sonorizado. Um de seus inventos bem sucedido foi o Cinemetrófono. Aperfeiçoando esse aparelho, obteve um bom sincronismo do som do gramofone com as imagens da tela. Assim, acabou constituindo com investidores locais a produtora Ópera Filme, para realizar filmes cantados.



Os Óculos do Vovô,
Acervo Cinemateca Brasileira

 

Cena de O Guarani (1920), da Botelho Film. Da esquerda para a direita, Abigail Maia, Pedro Dias, Josefina Barco e João de Deus, também diretor do filme

 

Fez alguns pequenos filmes experimentais, depois encenou um trecho da ópera O Guarani e por último o mais interessante, Um Transformista Original, uma opereta em cinco partes que, além das atrações musicais, utilizava trucagens cinematográficas tipo Méliès. Tendo perdido o apoio dos capitalistas, foi para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu suas atividades.

Outro desses pequenos e primeiros surtos regionais foi o de Pelotas, no Rio Grande do Sul, cuja figura principal foi a do português Francisco Santos. Ator, jornalista, fotógrafo e autor de cine-reportagem em seu país, quando veio ao Brasil se instalou em Pelotas. Inicialmente dedicou-se ao teatro, formando uma companhia dramática que excursionava pelo país. A seguir, abriu cinemas em Bagé e Pelotas, onde constituiu a produtora Guarany Film, na qual realizou, em 1913, Os Óculos do Vovô, uma pequena comédia, cujos fragmentos são hoje os mais antigos dos filmes ficcionais brasileiros preservados.

 

Em 1914, Santos realizou O Crime dos Banhados, que marcou época pelo estrondoso sucesso que fez em Porto Alegre e por ter sido na ocasião uma superprodução, pois tinha uma duração incomum de duas horas. O filme era inspirado num rumoroso massacre de toda uma família, motivado por questões políticas. Santos fez mais dois filmes e, não conseguindo terminar o último, Amor e Perdição, pela falta de película virgem que não chegava devido à I Guerra Mundial, resolveu encerrar suas atividades como produtor

 

Na mesma ocasião, São Paulo também dava sinais de vida cinematográfica. Vittorio Capellaro, chegando ao Brasil após uma experiência teatral e cinematográfica na Itália, estabeleceu-se em São Paulo. Associando-se com Antônio Campos, produziu em 1915 uma adaptação do romance de Taunay, Inocência, ficando para Capellaro a direção e a interpretação e para Campos a fotografia. O imigrante prosseguiu sua carreira nesse período realizando documentários e filmes de ficção, principalmente baseados em temas brasileiros: O Guarani (1916), O Cruzeiro do Sul (1917), Iracema (1919), O Garimpeiro (1920).

Muitos filmes do período mudo foram baseados na literatura brasileira. Taunay, Bilac, Macedo, Bernardo Guimarães, Aluísio Azevedo e, principalmente, a obra de José de Alencar, que serviu de ponto de partida para inúmeros filmes. O fato singular é ser um italiano, Vittorio Capellaro, o cineasta que mais se interessou e investiu nas adaptações da nossa literatura.

 

É extraordinária a participação dos imigrantes europeus na história do cinema mudo brasileiro. Geralmente com pouca qualificação profissional, mas com habilidade no manuseio de aparelhos mecânicos, tinham facilidade em entrar para o ramo fotográfico e depois no cinematográfico. Havia também aqueles que traziam consigo experiências das artes cênicas ou mesmo do próprio cinema.
O pioneiro pesquisador Peri Ribas aponta doze produtoras estabelecidas no Rio e São Paulo durante os anos da Guerra, 14 a 18. A maioria criadas por imigrantes, principalmente italianos, mas também algumas por brasileiros. Uma destas é a Guanabara, de Luís de Barros, cineasta de interessante biografia, que realizou a mais longa carreira do cinema brasileiro.

 

Com o passar do tempo, tornou-se um especialista em filmes rápidos, baratos e populares, dos mais diversos gêneros, sobretudo da comédia musical. Luís de Barros realizou, entre 1915 e 1930, cerca de vinte filmes, sendo os primeiros, Perdida, Vivo ou Morto, Zero Treze, Alma Sertaneja, Ubirajara, Coração de Gaúcho, Jóia Maldita. "Para o leitor de hoje, a maior parte dos filmes velhos de Luís de Barros não passa de simples título com alguns nomes de intérpretes e uma ou outra foto. Mas sempre que se aprofundam as investigações a respeito dos trabalhos que realizou aproximadamente até 1920, avulta a importância de sua contribuição ao cinema brasileiro" já observavam os historiadores Paulo Emílio e Adhemar Gonzaga em meados dos anos 60.

 Perdida (1916), filme de Luiz de Barros

 

 A entrada do Brasil na Guerra de 14, embora simbólica, estimulou a realização de uma série de filmes patrióticos, geralmente bastante ingênuos, algumas vezes contando com a cooperação das Forças Armadas. Enquanto no Rio fazia-se Pátria e Bandeira, que focalizava a espionagem alemã em nosso território, em São Paulo era a vez de Pátria Brasileira, que, além de contar com o exército, era reforçado com a participação de Olavo Bilac. Entre eles surge uma curiosidade: um filme bem brasileiro que foi lançado com o título em francês, Le Film du Diable. Tinha a ação situada no Rio e na Bélgica invadida pelos alemães, e ainda acrescentava cenas de nudez. Ainda nessa linha surgiram outros, como O Castigo do Kaiser e o primeiro desenho animado brasileiro, O Kaiser. Para completar o quadro não faltaram os filmes cívicos, como Tiradentes e O Grito do Ipiranga. 


Essa tendência não eliminou outros gêneros, como o policial, que vez ou outra aparecia novamente. O produtor Irineu Marinho fez em 1919, Os Mistérios do Rio de Janeiro (O Tesouro Viking - 1a parte). Em 1920, Arturo Carrari e Gilberto Rossi realizaram O Crime de Cravinhos, reconstituindo o chamado "crime da rainha do café". Surgiram também O Furto dos 500 Milhões, A Quadrilha do Esqueleto e, mais tarde, O Mistério do Dominó Negro.

 


Exemplo Regenerador (1919)
filme de estréia do
diretor José Medina

 

Além de cineasta, José Medina também era um homem de laboratório

 

O filme foi exibido durante uma semana com sucesso. Em seguida organizaram a Rossi Filme e, com o resultado financeiro de Exemplo, realizaram Perversidade, seu primeiro longa-metragem. Rossi, no entanto, não abandonara o documentário, ao contrário, desenvolvera essa atividade, inclusive criando um cine-jornal quinzenal, Rossi Atualidades, e além disso fotografava filmes para outros diretores. Depois enfrentaram um projeto de maior envergadura, com argumento de Canuto Mendes de Almeida, Do Rio a São Paulo para Casar e mais tarde, também com a colaboração de Canuto, Gigi, todos com a direção de Medina. Esses filmes foram bem sucedidos e infelizmente destruídos num incêndio que a Rossi Filme sofreu, sobrando apenas Exemplo Regenerador. No final dos anos 20, Medina realizou seu último filme, Fragmentos da Vida, uma bela obra de feição naturalista, com um tratamento simples e harmonioso. Foi saudado na época por Guilherme de Almeida, que escreveu: "Como diretor, José Medina é, indiscutivelmente por enquanto, o nosso único diretor de verdade. Pela primeira vez senti... essa ligação suave, espécie de traço-de-união que das partes várias de um filme faz um todo" . Exibido no circuito Serrador, o filme foi muito bem sucedido, tendo rendido 100 contos quando custara apenas 28. Apesar disso, Medina abandonou aí o cinema, para abraçar o rádio.

 

Nos anos vinte, cresce a produção e a qualidade dos filmes é aprimorada. Surgem as idéias e o cinema brasileiro começa a ser discutido. Algumas revistas dão cobertura, especialmente Cinearte. Também começam a surgir com maior relevo as estrelas e os astros. O vigor que o cinema brasileiro começa a demonstrar estimula a produção de filmes fora do eixo Rio/São Paulo.

 

 

Filmes "ousados" também surgiram na década de vinte, tais como Depravação, de Luís de Barros, com cenas apelativas e que teve a sua estréia em São Paulo com sessão exclusiva para homens, fazendo em seguida grande sucesso de bilheteria. Vício e Beleza,dirigido por Antônio Tibiriçá, com argumento de Menotti del Picchia, tratava das drogas e ilusões com as óbvias conseqüências trágicas. Morfina seguia a mesma linha. A crítica mais exigente da época não aprovou tais filmes: a revista Fan, em seu primeiro número, sentenciava "Morfina é morfina para o cinema nacional".

Filmes de cunho religioso também foram produzidos desde cedo, entre os quais Os Milagres de Nossa Senhora da Aparecida, em 1916, e no fim do cinema silencioso, As Rosas de Nossa Senhora, de 1930.

 

Vício e Beleza- um filme "ousado" de Antônio Tibiriçá

 

Apesar da pequena filmografia, é fundamental uma referência a Alberto Traversa, que iniciou sua carreira na Itália e prosseguiu na Argentina. Vindo ao Brasil, em 1924 realizou O Segredo do Corcunda e, em 1926, Risos e Lágrimas. O Segredo, um dos filmes preservados até hoje, revela um apurado conhecimento da técnica cinematográfica e um bom diretor de atores. Traversa conseguiu naquela ocasião uma fluência narrativa rara entre nós. O filme não esconde certas influências de grandes mestres do cinema norte-americano, como Griffith e Ince.

Na mesma ocasião, Vittorio Cappelaro realizou sua segunda versão de O Guarani, confirmando seu interesse pela nossa literatura e contando com a parceria da Paramount Pictures, fato inédito até então no cinema brasileiro.
Rodolpho Rex Lustig e Adalberto Kemeny, cinegrafistas húngaros que vieram ao Brasil na década 20 após uma estada na Alemanha, fixaram-se em São Paulo e acabaram comprando de Armando Pamplona a empresa e laboratório onde trabalhavam, transformando-a na Rex Filme, que ganhou fama com o tempo.

 

 



São Paulo, Sinfonia de uma Metrópole

 

Inspirados no filme alemão de Walter Ruthmann, Berlim Sinfonia da Metrópole, resolveram realizar, em 1929, São Paulo, Sinfonia de uma Metrópole, um filme singular. Retrata com muita sensibilidade um dia da cidade de São Paulo, de uma forma livre, utilizando efeitos visuais, trucagens e ritmos, para chegarem a uma obra diferente de tudo o que se fazia por aqui, lembrando alguns momentos da avant-garde francesa. O filme permanece como um dos melhores documentos da cidade de São Paulo antiga. Recentemente, o filme recebeu um acompanhamento musical especial composto por Lívio Tratemberg.
A regionalização do cinema ampliou-se e tornou-se mais consistente na década de 20.

 

 

No Estado de São Paulo surgiu um importante ciclo de filmes produzidos em Campinas, cidade que rivalizava com São Paulo. O primeiro foi João da Mata, de 1923, produzido e dirigido pelo dramaturgo e jornalista Amilar Alves, que havia fundado com outros a Fênix Filme para tal empreendimento. Este filme, apesar da precária distribuição mais direcionada à própria região, teve grande êxito, conseguindo o retorno do capital investido. Houve também exibições em São Paulo e Rio, com boa receptividade da imprensa. A soma desses fatos causou animação para o prosseguimento da produção local que acabou fazendo mais quatro películas "posadas". Entretanto, o êxito de João da Mata não se repetiria.


Filmagem de Sofrer para gozar (1923), de Eugênio Kerrigan

 O ciclo campineiro seguia duas das linhas do cinema brasileiro, uma voltada para a tendência nacionalista e a outra aderindo à vocação americanizada. Às vezes, as duas articuladas, como no caso de João da Mata, que mostrava um drama rural tipicamente brasileiro, com influência do filme western.

Alma Gentil é feito por Dardes Neto e a dupla Felipe Ricci e Tomás de Túlio produzem Sofrer para Gozar, um melodrama rural em parte encenado num saloon munido de roleta com um croupier chinês. Este filme foi proposto e dirigido pelo cineasta ambulante E.C.Kerrigan, que já tinha seu roteiro pronto.

O genovês E.C. Kerrigan, cujo nome verdadeiro seria Eugênio Centenaro, foi um dos mais pitorescos cineastas que tivemos. Chegando a São Paulo, fazia-se passar pelo conde Eugênio Maria Piglione Rossiglione de Farnet. Constatando o sucesso de João da Mata, transferiu-se para Campinas, onde apresentou-se como o norte-americano E.C. Kerrigan, ex-diretor de filmes produzidos pela Vitagraph e Paramount. Ali fundou a Escola Cinematográfica Campineira, na qual ensinava aos alunos como representar diante da câmera. Foi quando convenceu Tomás de Túlio a participar de sua empreitada, fundando com ele e alguns alunos a Apa Filme. Antes de terminar Sofrer para Gozar, confrontado com um americano verdadeiro, foi desmascarado, sendo obrigado a sair da cidade em busca de novas aventuras cinematográficas. Mais tarde, quando deixou de trabalhar em cinema, foi acusado de tráfico de escravas brancas e de passar-se por hindu capacitado para ler bolas de cristal.

 

Apesar das confusões com Kerrigan, Sofrer para Gozar teve um relativo sucesso, levando Ricci e Túlio a aventurarem-se numa complexa adaptação do romance de Júlio Ribeiro, A Carne, para posteriormente encerrarem esse ciclo campineiro, em 1927, com Mocidade Louca.

 

A carne, do Ciclo de Campinas

 

Em Minas, houve um evento na cidade de Guaranésia, onde os irmãos Carlos e Américo Masotti já produziam documentários nos anos vinte. Chegando na cidade, o ambulante E.C.Kerrigan, que parava onde conseguisse fazer cinema, convenceu os Masotti a produzirem um filme de enredo. A pequena cidade, que passava por um surto industrial, recebeu a notícia com emoção e, diante da expectativa de que Guaranésia poderia se tornar um centro de produção cinematográfica, houve uma grande mobilização. Fizeram Corações em Suplício (1925), dirigido pelo próprio Kerrigan e produzido e fotografado pelos Masotti. Diante do fracasso financeiro, sobrou apenas o sonho para Guaranésia.

Ainda neste Estado, encontramos o cinema em Pouso Alegre, onde em 1921 haviam sido ensaiadas fitas de enredo. Aqui, a figura de destaque foi Almeida Fleming, que tomou gosto pelo filme gerenciando o cinema Iris, um dos cinemas de sua família. Em 1918 comprou um laboratório e fez o documentário Pouso Alegre. Após algumas tentativas, fundou a produtora América Filme e produziu, além de documentários, Paulo e Virgínia e O Vale dos Martírios, este último introduzindo na história questões psicológicas complexas, envolvendo um amor entre irmãos. Mais tarde Fleming mudou-se para o Rio, onde instalou seu laboratório, e em seguida acabou indo a São Paulo, onde continuou trabalhando em cinema.

 


 

 

Em Belo Horizonte, o pioneiro Igino Bonfiogli, um hábil artesão, iniciou sua carreira em 1920 fazendo documentários e em 1923 co-produziu e fotografou Canção da Primavera (A Primavera da Vida), dividindo a direção do filme com o francês Cyprien Ségur. Com o pouco retorno financeiro das exibições do filme, Bonfiogli concentrou-se no documentário, principalmente em filmes que destacavam políticos. Financiado por um destes, conseguiu realizar o longa Minas Antiga. Com a Revolução de 30, as encomendas de Bonfiogli diminuíram muito, pois seus clientes eram os políticos da República Velha.

 No Rio Grande do Sul, após a experiência de Francisco Santos, voltou a haver uma certa movimentação cinematográfica na década de vinte. O fotógrafo José Picoral realiza um importante documentário, Torres, que retrata, talvez pela primeira vez, o trabalho do homem.


No campo ficcional, o destaque vai para Eduardo Abelim, que, após realizar um filme de enredo curto em 1926, funda a sua Gaúcha Filme para fazer dois filmes de longa-metragem interessantes, Castigo do Orgulho e O Pecado da Vaidade. O lado curioso deste cineasta é que percorria o Estado levando seus filmes para exibir e quando chegava às cidades, afim de atrair o público, realizava shows, fazendo arriscadas proezas automobilísticas. Em 1985, Lauro Escorel retratou essa figura singular em seu filme Sonho Sem Fim.
Ainda em Porto Alegre, nesses mesmos anos vinte, não poderia faltar o aventureiro Kerrigan, que acabou dirigindo dois filmes de enredo, Amor que Redime e Revelação.

 O mais produtivo dos ciclos foi o de Recife, com um total de treze filmes e vários documentários, realizados entre 1922 e 1931. Edson Chagas foi a figura chave desse movimento. Voltando do Rio de Janeiro, chegou entusiasmado com a idéia de fazer cinema. Juntando-se a Gentil Roiz, que possuía uma câmera, fundaram a Aurora Filmes. Em torno da produtora formou-se um grupo de jovens de diversas atividades, todos fãs de cinema, com pretensões de passarem a ser técnicos ou atores. Superando as dificuldades e a inexperiência, e com os tostões do próprio grupo e dos próprios bolsos, realizaram o primeiro filme, Retribuição, escrito e dirigido por Roiz e fotografado por Chagas. Era um filme de aventura, calcado nos chavões americanos tão admirados por Roiz. O filme que levou mais de um ano para ser concluído, sendo realizado apenas nos fins de semana, teve sua estréia em 1925, numa sala de segunda categoria, o cine Royal. Este cinema teve grande importância durante todo o ciclo de Recife, graças ao co-proprietário, o português Joaquim Matos, que sempre garantiu as exibições dos filmes locais acompanhadas de grandes festas com banda de música, rua iluminada, fachada coberta de flores e bandeiras e até folhas de canela colocadas no chão da sala

 Cinema Royal em Recife

 Publicidade da Aurora Film,

uma das empresas de Recife

  

O sucesso do filme, que ficou oito dias em cartaz, permitiu à Aurora Filmes comprar o patrimônio da Pernambuco Filmes, produtora de documentários que falira. O segundo filme da Aurora foi um curta-metragem de ficção, Um Ato de Humanidade, que fazia propaganda de um remédio contra a sífilis.
Ainda em 1925, são produzidos Jurando Vingar, com roteiro de Roriz e direção de Ary Severo, e Aitaré da Praia, agora com funções invertidas, Severo escrevendo e Roriz dirigindo. Contraditoriamente, Aitaré tem grande êxito e a Aurora Filmes vai à falência. No entanto volta às atividades um ano depois, produzindo Herói do Século XX e A filha do Advogado, para depois novamente falir.

 

Surgem outras produtoras em Recife: Vera Cruz, Planeta, Veneza, Olinda, Goiana, Liberdade, Spia e Iate, todas realizando um ou alguns filmes, entre os quais destacam-se Sangue de Irmão, Reveses, Dança Amor e Ventura, História de uma Alma, esta narrando a vida de Santa Tereza de Lisieux.
Alguns atores, como Almeri Esteves, Rildo Fernandes e Jota Soares, se destacaram em vários filmes. Alguns dos filmes, a exemplo de Retribuição e Jurando Vingar, eram aventuras com alguns personagens que lembravam os dos westerns americanos. Outros atinham-se ao tema regional, como Aitaré da Praia, com suas jangadas e jangadeiros, ou com os coronéis da cultura de cana, que aparecem em Revezes e Sangue de Irmão.

 Herói do século XX (1926). Pedro Neves e Jota Soares

 

As condições técnicas, artísticas e econômicas dessas produções pernambucanas eram muito precárias. Só o fervor juvenil e o orgulho regional de fazer cinema explicam a continuidade do ciclo, que acabara dando alguns bons resultados. Com raras exceções, os filmes só eram exibidos na região e o custo de algumas produções eram cobertos com as estréias festivas no Royal. O aparecimento do cinema sonoro fez com que a produção pernambucana se encerrasse.

Esses movimentos, surtos ou ciclos regionais, eram frágeis e geralmente não sustentáveis, principalmente por terem as exibições de seus produtos restritas às suas próprias regiões. Com o advento do cinema falado a feitura dos filmes ficara tecnicamente muito mais complexa e os custos das produções aumentaram consideravelmente, tornando os ciclos regionais inviáveis. Dessa forma, a produção voltou a concentrar-se no eixo Rio/São Paulo.
Em três localidades surgiram importantes produções no campo do documentário. Foram estas Curitiba, João Pessoa e Manaus.

Em Curitiba, na década 20, a produção cinematográfica tem à frente Arthur Rogge e João Batista Groff. O documentário mais importante é Pátria Redimida, de Groff, que mostra o trajeto das tropas revolucionárias de 1930, de Curitiba ao Rio de Janeiro.
Em João Pessoa, o pioneiro local é Walfredo Rodrigues. Aprendeu a filmar no Rio de Janeiro e voltou a Paraíba, onde fez uma série de documentários curtos, além de dois longos: O Carnaval Paraibano e Pernambucano, e Sob o Céu Nordestino, que focaliza aspectos geográficos, econômicos e humanos do Estado.

Em Manaus, a atividade cinematográfica pioneira concentra-se em Silvino Santos, uma personalidade interessante e portador de rica biografia. Nascido em Portugal em 1886, chega ao Brasil aos treze anos. Filho de abastados agricultores, dedicou-se à fotografia e à pintura. Em 1910 instalou-se em Manaus, encantou-se com a floresta, os rios e as lendas que lhe despertaram o espírito aventureiro. Convidado pelo cônsul peruano, realizou um estudo fotográfico sobre os índios, na fronteira entre o Peru e a Colômbia. Para transformar este estudo em imagens em movimento, foi à França afim de estudar cinema e pesquisar formas de preservar os negativos no clima tropical. Voltou à selva amazônica, na fronteira que estivera fazendo as fotos, e realizou o tal documentário, passando pelo sacrifício e dificuldades que um empreendimento desse exige. Lamentavelmente acabou perdendo os negativos do filme, com o naufrágio do navio que os levava à Europa.

Voltando a Manaus, continuou fazendo fotografias e documentários registrando fatos políticos, esportivos e sociais, além de passar três anos realizando o filme dos seus sonhos, Amazonas, o Maior rio do Mundo. Este, como o primeiro, também teve fim trágico, quando os negativos foram roubados a caminho de Londres para copiagem.
Filmou No País das Amazonas para a exposição do Centenário da Independência no Rio de Janeiro, em 1922. Este longa-metragem foi um filme revelação que conquistou as platéias do Rio e São Paulo e de quase todas as capitais brasileiras. O documentário ganhou a medalha de ouro na exposição e teve versões em línguas estrangeiras para ser exibido na Europa e Estados Unidos. Já no Rio, filmou outro longa metragem, Terra Encantada, sobre a cidade e a exposição. Fez mais um longa em Roraima e, passando dois anos em Portugal no fim dos anos vinte, realizou uma série grande de documentários naquele país.

 

Humberto Mauro foi o primeiro vulto do cinema brasileiro. Venerado por boa parte de nossos críticos, por historiadores e por muitos cineastas, particularmente por aqueles do Cinema Novo, é figura central do nosso cinema mudo, tendo também participação marcante no período do falado.
Nascido em Volta Grande (MG) em 1897, aos treze anos mudou-se para Cataguazes, onde participou de um grupo teatral. Na década vinte, tendo uma natural atração pela técnica, apaixonou-se pelo radioamadorismo. Interessou-se pelo cinema, atraído por grandes mestres do cinema americano, como Henry King, Vidor e Lubitsch. Com uma câmera de 9,5 mm. partiu para a prática filmando Valadião, o Cratera, uma experiência amadora que misturava aventura e comédia.

 Humberto Mauro era um "rapaz

cheio de talentos, de uma beleza
rude", escreve Paulo Emílio
Sales Gomes

 Brasa Dormida, de Humberto Mauro

  Com o italiano Pedro Comello e apoiado em comerciantes locais, fundaram a Phebo Filme para realizar seu primeiro longa-metragem, Na Primavera da Vida. O segundo filme de Mauro, Tesouro Perdido, foi recebido com elogios pela critica e recebeu o Medalhão de Bronze da revista Cinearte, como melhor filme de 1927. Seu próximo filme é Brasa Dormida,uma trama romântica que mistura acontecimentos urbanos com rurais. Nesta altura, Humberto Mauro já era respeitado como grande realizador pela crítica e intelectuais cariocas. Sangue Mineiro é o último filme que realiza em Cataguazes. Neste, teve a participação da atriz Carmen Santos, inclusive como co-produtora. Carmen, já muito conhecida na época mais pelas fotos publicadas do que por filmes feitos anteriormente que nunca chegaram a ser exibidos, teve mais tarde significativa participação no desenrolar do nosso cinema.

 A convite de Adhemar Gonzaga, Mauro mudou-se para o Rio de Janeiro, onde dirigiu a primeira produção dos estúdios da Cinédia, Lábios Sem Beijos, substituindo o próprio Gonzaga, que iniciara a direção dessa comédia carioca.

Seu primeiro filme sonoro foi Ganga Bruta, que manteve as características narrativas do cinema mudo, tendo nos discos que o seguia um acompanhamento musical e apenas algumas falas. Esta foi a sua obra prima. Suas imagens tem o dom de refletir as situações psicológicas dos personagens e os seus sentimentos. Essas mesmas imagens são trabalhadas em função da integração com as situações dramáticas e, para tanto, Mauro ainda utiliza-se com freqüência de eficientes metáforas. Além das qualidades gerais, Ganga Bruta tem uma seqüência inicial antológica, digna de qualquer mestre do cinema universal.

 Eva Nil e Carlos Modesto em Barro Humano (1928)

 

Apesar de todas essas virtudes, que hoje são indiscutíveis aos olhos da crítica, na ocasião o filme foi pouco compreendido e recusado pelo público. Apenas vinte anos depois, em 1952, o filme foi consagrado, na 1a Retrospectiva do Cinema Brasileiro realizado pela Cinemateca Brasileira, então denominada Filmoteca do Museu de Arte Moderna.
Os filmes de Mauro realizados em Cataguazes não são os únicos produzidos na cidade. Além dos filmes que foram feitos, esse ciclo propiciou o aparecimento de duas figuras relevantes. Uma é Edgar Brasil, um dos maiores fotógrafos brasileiros, que fotografou dois dos filmes de Mauro. Outra é a atriz Eva Nill, filha de Pedro Comello, mito estelar que se forjou na época e musa do final do cinema mudo, revelada por Humberto Mauro em três de seus filmes.

 

Paolo Benedetti, que de Barbacena foi parar no Rio, continuou se dedicando a pesquisas e desde 1917 instalara um laboratório cinematográfico nessa cidade. Em 1924, justamente quando a produção carioca sofreu um declínio quantitativo, inclusive com a saída de Luiz de Barros, que foi para São Paulo, fundou a Benedetti Filme. Logo no primeiro ano realizou dois filmes que impressionaram a crítica: A Gigoleti e Dever de Amar.

 Associando-se a um produtor italiano que se fixara na Argentina, realizou A Esposa do Solteiro, a primeira co-produção internacional do cinema brasilerio. Ligando-se a um grupo de pequenos exibidores de cinemas marginalizados da cidade, instituiu uma cooperativa de produção, o Circuito Nacional de Exibição. Não obtendo êxito neste empreendimento, desanimado, Benedetti resolveu abandonar o cinema e voltar ao seu laboratório e invenções. No entanto, Adhemar Gonzaga, Pedro Lima e redatores da revista Cinearte conseguiram convencê-lo a voltar atrás, garantindo-lhe realizar o filme da cooperativa, desde que ele assumisse a responsabilidade técnica. O resultado foi Barro Humano, realizado entre 27 e 29, que se tornou um dos maiores clássicos do cinema mudo brasileiro, com enorme sucesso de crítica e público. Foi tamanho o impacto, que Adhemar Gonzaga resolveu fundar a Cinédia em 1930.

  A esposa do solteiro, de Paolo Benedetti

 

Após outras tentativas que não foram bem sucedidas, Benedetti acabou voltando aos seus inventos. Chegou a realizar alguns curtas musicais com cantores populares, para testar os sistemas de sonorização que vinha aperfeiçoando.
Recentemente foi encontrado um destes filmes com o Bando dos Tangarás, no qual se pode ver e ouvir. tocando e cantando, Almirante, Braguinha, Noel Rosa, uma saborosa raridade de nossa história.
Adhemar Gonzaga é um dos grandes nomes do cinema brasileiro. Jornalista, após colaborar em várias revistas escrevendo sobre cinema, fundou a revista Cinearte, exercendo um tipo de crítica muito simpática ao cinema brasileiro e divulgando o quanto fosse possível a nossa cinematografia, seus técnicos, seus atores. Cinearte foi uma lanterna que sinalizava o que se fazia, para iluminar e integrar os cineastas brasileiros do Norte ao Sul.

Fundando a Cinédia, sob o impacto de Barro Humano, entrou na produção encontrando várias dificuldades para realizar seu primeiro filme. Após enveredar por vários caminhos, foi superando os obstáculos e chegou ao primeiro filme da Cinédia pronto: Lábios Sem Beijos, dirigido por Humberto Mauro. Mulher, por Otávio Gabus Mendes e Ganga Bruta, novamente de Mauro, foram os próximos filmes dessa companhia. A história da Cinédia apenas começava, para se desenvolver posteriormente com o cinema sonoro.

 

 

Limite é o mito do nosso cinema. Um filme que se isola na filmografia brasileira. Não é à-toa que a Cinédia no seu início de 1930 não se interessou pelo projeto. No entanto, Humberto Mauro e Adhemar Gonzaga devem ter estimulado o jovem Mário Peixoto a fazer o filme, indicando atores da Cinédia e Edgar Brasil para fotografá-lo.
Peixoto, ligado a intelectuais que se interessavam pelo cinema arte, principalmente aqueles que fundaram o Chaplin Clube e a revista Fan, conhecia as tendências mais avançadas do experimentalismo cinematográfico. Realizou uma obra cujo sentido plástico e rítmico predominam. É um filme modernista e reflete o espírito que reinou na avant-garde francesa de dez anos antes. O ritmo e a plasticidade suplantam a própria história do filme, que se resume na situação de três pessoas perdidas no oceano. São três personagens, um homem e duas mulheres, que vagam num pequeno barco e cada uma delas conta uma passagem de sua vida. O infinito do mar representa seus sentimentos, seus destinos

 Limite, de Mário Peixoto

 Plínio Sussekind Rocha, pertinaz admirador de Limite, em entrevista à revista Láge du Cinéma, manifestou-se sobre o filme dizendo: "É preciso ressaltar que é compromisso sério contar com palavras alguma coisa que foi concebida e realizada com imagens... O tema geral é o do infinito do homem, sempre insatisfeito e cujo impulso é impedido pelas limitações de toda espécie, desde as mais ínfimas até aquelas que emanam de uma contemplação quase metafísica do universo. Exprimir porém com palavras o tema central de Limite é correr o risco de passar por uma elocubração estéril e barata, ao passo que nas imagens é vivo ou terrivelmente concreto ou largamente transposto para um plano poético".


Para o contentamento dos velhos intelectuais da revista Fan, Morfina pode ter sido a morfina do cinema brasileiro; Limite sem ter sido o último dos filmes silenciosos foi um glorioso ponto final do cinema mudo; Os Estranguladores, um dos nossos primeiros filmes "posados" pode simbolizar os distribuidores americanos que sempre tentaram estrangular o cinema brasileiro. No entanto, a trajetória do nosso cinema mudo com seus heróis, sua diversificação, seus registros documentais, com os imigrantes, com Humberto Mauro e Ganga Bruta, mostrou-nos os caminhos possíveis e a vitalidade cultural do cinema brasileiro que, aos trancos e barrancos, não terminaria aí.


Textos de Rudá de Andrade e Guilherme Lisboa
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