19 de janeiro de 2015

Jonathan Antoine - Time to say goodbye


A saudade

A saudade com certeza machuca, na verdade faz doer, ela não vem do nada, vem de você...
Dizem que ela não tem nome, mas encontrei alguns que definem bem, este sentimento, que neste momento eu chamo de tormento...
Uma delas foi vontade. Sim, vontade de tê-la ao meu lado,
O outro foi à razão, que insistiu em dizer sobre distância, mas com esta polêmica fiquei com a esperança...
O medo apareceu, perguntei a ele do que se tratava, ele lembrou da saudade, mas o medo, cá entre nós, não pertence aos que amam...
Veio à desilusão, não teve segredo, e muito menos medo, pra esta tal desilusão encontrei a paixão, não tão longe, perto de meu coração...
Dentre todos o que me chamou atenção foi o AMOR. Ele veio tímido, não me falou a que veio, nem como me conheceu, me fortaleceu. Disse a ele: “Amor, eu procuro por uma dama, uma linda mulher”. Doe demais o silêncio, à distância, as incertezas.
Ele olhou nos meus olhos e disse: As borboletas virão, as rosas se abrirão, a lua vai refletir sua luz, o sol vai brilhar, a chuva vai cair, e outra vez o sol surgir.
Eu preocupado comecei a refletir, e com certeza entendi, que o medo e o amor, são sentimentos distintos, onde os mitos se confundem com a realidade.
Mas na verdade eu realmente compreendi que o AMOR, supera a distância, a ausência, as incertezas; ele está além do infinito com sua grandeza, é uma surpresa agradável, que só desfrutam aqueles que o buscam e o recebem de braços abertos.
Eu sou o amor, eu sou a verdade, puro e sem vaidade, que quebra as barreiras, que dá força e coragem, que é uma fortaleza de emoções puras e belas, não aquelas, mas estas que estamos vivendo.
NÃO SE ESQUEÇA, O AMOR, É MEU, ELE É SEU, ELE É NOSSO....

ADHEMAR VIDAL

1º SUCESSOR: ADHEMAR VIDAL



               ADHEMAR Victor de Menezes VIDAL: Nasceu no dia 07 de outubro de 1897, na capital do Estado da Paraíba e faleceu no Rio de Janeiro no dia 30 de novembro de 1986. Deixou viúva a senhora Maria do Céu Vidal co cinco filhos . Eram seus pais o jornalista Francisco de Assis Vidal e D. Amélia Augusta Menezes Vidal; foi alfabetizado em casa, com a sua mãe, freqüentando depois o Colégio Nossa Senhora das Neves, Colégio Diocesano Pio XII , preparando-se para ingressar no Lyceu com o poeta Augusto dos Anjos, cujas aulas eram ministradas na própria residência do poeta, à Rua Direita, 93, atual Duque de Caxias. Desse contato diário com Augusto dos Anjos, Adhemar Vidal armazenou lembranças que, mais tarde, lhe ofereceram subsídios para escrever o livro intitulado O outro EU de Augusto dos Anjos . Formou-se em Direito pela Faculdade do Recife, em 1920 , começando a advogar na capital do seu Estado, depois, transferiu-se para o Rio de Janeiro, submetendo-se a concurso público para o Itamaraty , tendo sido aprovado e nomeado para a Legação do Brasil na Holanda, porém, teve problema de saúde e renunciou ao cargo, retornando à Paraíba. Aqui chegando, foi nomeado Oficial de Gabinete do Presidente Solon de Lucena ocupando, também, o cargo de Procurador da República . Mais tarde, o Presidente João Pessoa convidou-o para assumir as pastas de Justiça e Segurança, permanecendo à frente dessas Secretarias até 1930. Aos doze anos, começou a trabalhar no jornal A União como revisor, ocupando, mais tarde, a direção do órgão. Fundou a Revista A Novela, que circulou na capital e foi classificada como precursora do movimento modernista no Nordeste. Escreveu em vários jornais do país e em revistas estrangeiras, representou o Brasil em Congressos, fez conferências em diversas Universidades sobre temas políticos e jurídicos. Colaborador assíduo da Revista Era Nova e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Foi eleito, por aclamação, membro efetivo da Academia Paraibana de Letras, tendo sido empossado no dia 24 de outubro de 1979 e recepcionado pelo acadêmico José Octávio de Arruda Mello. A sua produção literária é vasta e variada. Além de artigos em jornais e revistas, publicou:: Fome, 1922; O incrível João Pessoa, 1931; 1930 – História da Revolução na Paraíba, 1933; Epitácio Pessoa ou o sentimento de autoridade, 1942; Recordações sentimentais de Epitácio Pessoa, 1942; Guia da Paraíba, 1943; Terra de homens, 1945; América, mundo livre, 1945; Espírito de reforma, 1945; Importância do açúcar, 1945; Lendas e superstições, 1950; Europa, 1950; Reparações de guerra, 1952; Organização judiciária dos Estados Unidos do Brasil, 1959; Liquidação dos bens de guerra, 1960; O outro Eu de Augusto dos Anjos, 1967; Canção de liberdade; Regime jurídico do estrangeiro; Moderno sentido de soberania, s/d. O grande presidente; A família brasileira e as suas origens; João Pessoa e a Revolução de 30.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana.
de Janeiro:1972.

DUARTE, Waldemar. Adhemar Vidal um revolucionário de 30 que se
Projetou nas letras nacionais. In: Jornal A UNIÃO. João Pessoa: 07/12/86.
RAMOS, Adauto. Ademar Vidal – Súmula – biobibliográfica. João Pessoa: 1999.

VIDAL, Adhemar. O outro Eu de Augusto dos Anjos. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1967 .




Adelina Peri

Adelina Peri

1842 – 1887






Conheceu Carlos Gomes quando era professora de piano do Conservatório de Milão, e logo iniciaram um namoro, contra a vontade de seus pais. Casaram-se somente após receberem uma carta de D. Pedro II recomendando Carlos Gomes ao pai de Adelina.


Tiveram cinco filhos e um casamento instável, devido à personalidade inconstante de Carlos, às dificuldades financeiras e aos sofrimentos causados pelas mortes prematuras de três filhos. Separaram-se em 1885, em meio à falência do maestro.

"... figura de ter 25 a 28 anos de idade, muito inteligente, uma irradiação geral de bondade e de amor infinito a Carlos Gomes. Cabelos negros, olhos pretos com fundo azul à brasileira, dentes de rara beleza, cútis alva, estatura média... A vê-la ao lado do caboclo Gomes, sempre impaciente e de mau humor dir-se-ia uma ovelha ao lado de um leão."

André Rebouças (Milão -1873)

Breve Histórico da Academia Paraibana de Letras

 Breve Histórico da Academia Paraibana de Letras


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palavra academia origina-se da Escola de Filosofia fundada, no séc. IV a.C., pelo filósofo grego Platão.
Localizava-se perto de Atenas, numa caverna que se dizia ter pertencido a Academus, um herói da Guerra de Tróia.
                    Muitas academias européias surgiram nos séculos XVII e XVIII. Dedicam-se, até hoje, à literatura, ao culto da língua, às belas-artes, à história e às ciências. Ao contrário das universidades, não têm professores e estudantes, nem fornecem diplomas pela conclusão de cursos obrigatórios. As mais famosas são a Academia Francesa, de Paris e a Real Academia de Artes, de Londres.
                    No Brasil, a tradição européia reflete-se em instituições como a Academia Brasileira de Letras, criada em 1897, com sede no Rio de Janeiro. Teve como seu primeiro presidente Machado de Assis que permaneceu no cargo até morrer.
                    O gosto pelas academias espalhou-se pelas Províncias, posteriormente pelos Estados, surgindo assim em cada unidade da Federação uma co-irmã da "Casa do Pensamento" do povo brasileiro.
                    Na Paraíba, em fins do século XIX, o movimento intelectual teve um surto renovador da maior importância. Os jornais que circulavam em nosso Estado, dirigidos por grandes jornalistas da época, com a cooperação de corpo redacional da melhor categoria, se tornaram centros culturais em que os vocacionados para as letras, manifestavam as suas tendências literárias.
                    Muitas entidades destinadas ao cultivo do espírito foram se formando,como bem assinalou o acadêmico Eduardo Martins em esboço histórico intitulado "Instituições Paraibanas de Cultura – 1801-1941", publicado na Revista da Academia Paraibana de Letras, n.º 8, ano 26, setembro de 1978, pp. 175/180. Enumerou as associações surgidas e que "foram, sem dúvida, as precursoras dessa vida laboriosa das letras", no Estado. Relacionou em seu artigo as seguintes entidades: Clube Literário e Recreativo, Clube Cardoso Vieira, Centro Literário Paraibano, Clube Literário Benjamim Constant, Clube Sete de Setembro, Instituto Histórico Geográfico Paraibano, Associação dos Homens de Letras, que deu origem a Academia dos Novos, Gabinete de Estudinhos de Geografia e História da Paraíba.
                    Apenas o IHGP mantém-se em atividade, os demais tiveram vida efêmera. Certamente as idéias, as aspirações e os sonhos desses homens de letras motivaram Coriolano de Medeiros a reunir um grupo formado por Mathias Freire, Horácio de Almeida, Luiz Pinto, Rocha Barreto, Álvaro de Carvalho, Durwal Albuquerque, Veiga Júnior, Celso Mariz e Hortêncio Ribeiro (este representado por procuração) constituindo-se em autênticos fundadores da Academia.
                    Na tarde do dia 14 de setembro de 1941, o professor Coriolano de Medeiros concretizou o seu ideal de criar a "Casa do Pensamento da Paraíba". Este era o único Estado da Federação que ainda não contava com uma entidade desse tipo. A reunião inaugural realizou-se no gabinete do diretor da Biblioteca Pública do Estado.
                    Em poucas palavras, Coriolano de Medeiros assumiu a direção dos trabalhos, disse da finalidade daquele encontro, declarou que estava fundada a Academia Paraibana de Letras, destinada a "perpetuar as tradições literárias da Paraíba".
                    Por sugestão do Côn. Mathias Freire, Coriolano passou a presidir a novel instituição, dessa data até 14 de setembro de 1946, quando renunciou, por motivo de saúde.
                    Foi eleito, naquele mesmo dia, o Dr. Oscar de Oliveira Castro que, em seu breve discurso de agradecimento, disse: "Coriolano de Medeiros continua sendo o Presidente de Honra desta Casa, que lhe deve tão assinalados trabalhos."
                    Para caracterizar a instituição, criou-se um emblema, idealizado pelo Côn. Mathias Freire e desenhado pelo Prof. Eduardo Stuckert; a insígnia traz, além do nome e da data de criação da APL, o desenho de um sol, simbolizando a inteligência e o talento dos que integram o sodalício. A expressão latina, também sugerida pelo Côn. Mathias Freire, "DECUS ET OPUS", que se traduz Estética e Trabalho, tornou-se o lema da associação.
                    Inicialmente, a APL contou com 11 cadeiras, número, depois, aumentado para 30. Em 1959, com a reforma dos estatutos criaram-se mais 10, fixando-se, oficialmente, em 40.
                    Todos com patronos, escolhidos, entre os nomes mais representativos das nossa intelectualidade. São eles: Augusto dos Anjos, Arruda Câmara, Albino Meira, Adolpho Cirne, Alcides Bezerra, Aristides Lobo, Arthur Achiles, Afonso Campos, Antonio Gomes, Cardoso Vieira, Cordeiro Sênior, Coelho Lisboa, Diogo Velho, Eliseu Cézar, Eugênio Toscano, Francisco Antônio Carneiro da Cunha, Gama e Melo, Irineu Joffily, Irineu Pinto, Joaquim da Silva, Maximiano Machado, Maciel Pinheiro, Neves Júnior, Pedro Américo, Perillo Doliveira, Pe. Inácio Rolim, Pe. Azevedo, Pe. Lindolfo Correia, Rodrigues de Carvalho, Santos Estanislau, Epitácio Pessoa, Carlos Dias Fernandes, Castro Pinto, Pereira da Silva, Raul Machado, Tavares Cavalcanti, Allyrio Wanderley, Américo Falcão, José Lins do Rego, Mello Leitão.
                    A Sede - Nos primeiros tempos, tiveram os acadêmicos de enfrentar grandes problemas financeiros. Por causa disso, reuniam-se, inicialmente, na Biblioteca Pública, onde se instalaram por mais de dois meses. Posteriormente, na residência do confrade Côn. Mathias Freire, Vice-Presidente da Instituição. Depois, abrigou-se na casa do acadêmico Álvaro de Carvalho.
                    Oscar de Castro, após assumir, a Presidência, procurou o Prefeito Municipal da época, Dr. Abelardo Jurema, obtendo a doação, em 1947 do prédio n.º 179, situado à Rua Visconde de Pelotas, para que, ali, se instalasse a Academia.
                    A pequena dimensão do terreno não permitiu, porém, a construção do nosso silogeu. Finalmente, por compra do velho casarão de número 25, situado à Rua Duque de Caxias, desta Capital, conseguiu-se a sede própria. Nela se encontra até hoje.
                    O Estado da Paraíba, na administração do então Governador Tarcísio de Miranda Burity, forneceu recursos para aquisição do prédio contíguo, de n.º 37 que se deu por escritura pública, lavrada em 26 de novembro de 1981. Os dois imóveis, passaram a formar uma só unidade imobiliária. Neles situa-se a Casa de Coriolano de Medeiros.
                    Os edifícios conjugados passaram por diversas reformas, principalmente a realizada na gestão do acadêmico, Dr. Manuel Batista de Medeiros, hoje, é o mais importante ‘centro de cultura’ do Estado, não só pela ação daquele excelente administrador, mas de outros que o sucederam.
                    O ex-presidente, acadêmico Luiz Augusto Crispim, entre outras benfeitorias, criou o Memorial Augusto dos Anjos (1984), que foi totalmente revitalizado, sendo reinaugurado na passagem do sexagésimo aniversário de fundação da instituição, ocorrido em 14 de setembro de 2001, na administração do escritor Joacil de Britto Pereira
                    A APL é filiada à Federação das Academias de Letras do Brasil, e reconhecida de utilidade pública, entidade de direito privado, sem fins lucrativos. Esse reconhecimento se deu pela Lei Municipal n.º 39, de 23.08.1948.
                    Tem a sua biblioteca registrada no Instituto Nacional do Livro (INL), com o nome de Biblioteca Álvaro de Carvalho.
                    Desde a sua fundação, a entidade já foi dirigida por 10 presidentes: Coriolano de Medeiros (1941-1946), Oscar de Castro (1946-1970), Clovis Lima (1970-1973), Higino Brito (1973-1976), Aurélio de Albuquerque (1976-1978), Afonso Pereira (1978-1984), Luís Augusto Crispim (1984-1991), Manuel Batista de Medeiros (1991 -1994), Joacil de Britto Pereira (1994-1996), Wellington Hermes Vasconcelos de Aguiar (1996-1998). Atualmente é presidida pelo escritor Joacil de Britto Pereira, estando este no seu terceiro mandato.
                    O Conselho Diretor editou 17 revistas, além de outras publicações e criou um periódico, que já está na 27 ª tiragem.
                    Aberta ao público, realiza na última sexta-feira de cada mês, o ‘Chá Acadêmico’. Tem lançado, em seu Auditório Celso Furtado e em seu Jardim de Academos, livros de sócios, e de escritores alheios aos seus quadros.
                    Acresceu ao número de sócios beneméritos e correspondentes algumas ilustres personalidades. Da mesma forma ampliou, embora com parcimônia, o número dos sócios honorários.
                    A Academia é um centro ativo, vivo e dinâmico, estuante de entusiasmo.

A república dos companheiros

A república dos companheiros

Deputados eleitos pelo PT, a maior bancada da Câmara, dividem apartamentos em Brasília e preservam o espírito de coletividade

Leila Youssef


João Magno (E), o amigo Edmo, Iara Bernardi, Luiz Sérgio e Angela Guadagnin: petistas unidos no café da manhã
BRASÍLIA - O fato de o PT ter conseguido eleger a maior bancada na Câmara do Deputados não vai mudar só o perfil das decisões políticas do Congresso, mas também o jeito de viver na capital do poder. Porque companheiro que é companheiro faz de tudo para manter tradições de coletividade. E alguns dos novos petistas eleitos que estão procurando lugar para morar em Brasília colocaram entre suas opções a formação de repúblicas.
Não dá para dizer, é claro, que são repúblicas totalmente aos moldes da época de faculdade. Agora no poder, os petistas podem se unir em belos apartamentos de quase 200 metros quadrados. E o que é melhor, sem pagar nada. Para quem quer saber se a experiência dá certo ou não, é só perguntar aos correligionários Luiz Sérgio (RJ), Angela Guadagnin (SP), João Magno (MG) e Iara Bernardi (SP). Os quatro foram reeleitos e dividem o mesmo teto desde 1998. Na linguagem partidária, pode-se dizer que convivem muito bem no seu núcleo de base domiciliar, obedecendo inclusive a direitos e deveres.

Jaques Wagner e Olívio Dutra, hoje ministros, já viveram em ‘república’

Angela se encarrega das finanças e, por ser médica, ainda presta atendimento a seus companheiros. Iara, cuida da alimentação. Ela faz questão de preparar suas três refeições diárias e acaba dividindo com todos. Mas, como na exploração de serviços deve haver igualdade, os homens também têm as suas. Luiz Sérgio, que é ex-prefeito de Angra dos Reis, prefere ser o animador da turma, mas vai ao supermercado, às vezes. Iara diz que ficaria feliz se ele trocasse mais lâmpadas na casa. João Magno, ex-prefeito de Ipatinga, também vai ao supermercado. Além disso, é o orientador espiritual do grupo: o mais zen, que coloca músicas de meditação e espalha incensos pela casa. A limpeza pesada fica por conta da diarista que vai uma vez por semana e ganha R$ 50 por dia. A hora sagrada para eles, por exemplo, é o café da manhã, quando todos estão juntos.
No dia da posse de Lula, 19 convidados na república
“Aqui nós obecedemos à regra do bom senso para conviver bem. Ninguém bagunça as áreas comuns, lavamos louça de vez em quando e não enchemos a casa com convidados, sem avisar”, diz Angela. Mas essa regra caiu por terra no dia da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A república abrigou 19 convidados naquele dia. Os colchonetes foram espalhados pela sala, pelos quatro quartos e nos dois quartos de serviço – que, aliás, eles não chamam de “quarto de empregada”, e sim de hóspedes.
Todos racham as despesas por igual, exceto Angela. O apartamento, cedido pela Câmara, está em nome dela e, por isso, a deputada perde o direito ao auxílio-moradia em dinheiro, no valor de R$ 2.150. Os outros três retiram o dinheiro e dividem as despesas, em torno de R$ 600 para cada um. Angela também teve direito a escolher o seu quarto, a única suíte.



16 de janeiro de 2015

Carta ao Amor


AQUELE BEIJO




A PÁZ DO SENHOR JESUS

A PÁZ DO SENHOR JESUS

ASSIM DIZ O SENHOR!!!
QDO EU DETERMINO ALGO PRA SUA VIDA,
NAO SE DESESPERE E NEM DUVIDES DE MIM
POIS EU TE FIZ UMA PROMESSA
MESMO QUE TDO AOS SEUS OLHOS PAREÇA CONTRÁRIO
AO QUE TU ME PEDES,
SE TU JA ME PEDIU;
EU OUVI!!!!! EU FAREI!!!
DA MINHA MANEIRA ... NAO DA SUA!!!
SE PRECISO FOR EU MOVO O MUNDO POR TUA CAUSA
ESQUECESTES QUE EU DEI MEU FILHO UNIGENITO PARA TE SALVAR???
CONFIE EM MIM!! EU ABRO CAMINHOS ONDE NAO EXISTEM SAIDAS
SOU O MESMO DEUS QUE ABRIU O MAR PARA MEU SERVO MOISES PASSAR
TU LEMBRAS?
ABRO PORTAS ONDE TU NAO ENXERGA
ABRA SEUS OLHOS!
POR AMOR A TI EU QUEBRO GRILHOES
PARA MIM NAO EXISTE LIMITES
CREIA QUE DE TODAS AS PROMESSAS QUE EU LHE FIZ
NENHUMA DELAS VOLTARÁ ATRÁS
PORQUE EU NAO SOU HOMEM PARA QUE MINTA
NEM SOU FILHO DO HOMEM PARA QUE SE ARREPENDA
MESMO QUE VOCE NAO ESTEJA VENDO SAÍDAS
CREIA QUE EU FAÇO! DO MEU JEITO NAO DO SEU
AGINDO EU? QUEM ME IMPEDIRÁ FILHO MEU?
NADA NEM NINGUEM PODEM FRUSTAR OS SONHOS Q EU COLOQUEI EM TEU CORAÇÃO




MEU QUERIDO!!

A paixão da carne

A paixão da carne

Envolto em toalhas
Frias
, pego ao colo
O corpo escaldante.
Tem apenas dois anos
E embora não fale
Sorri com doçura.
É Pedro, meu filho
Sêmen feito carne
Minha criatura
Minha poesia.
É Pedro, meu filho
Sobre cujo sono
Como sobre o abismo
Em noites de insônia
Um pai se debruça.
Olho no termômetro:
Quarenta e oito décimos
E através do pano
A febre do corpo
Bafeja-me o rosto
Penetra-me os ossos
Desce-me às entranhas
Úmida e voraz
Angina pultácea
Estreptocócica?
Quem sabe... quem sabe...
Aperto meu filho
Com força entre os braços
Enquanto crisálidas
Em mim se desfazem
Óvulos se rompem
Crostas se bipartem
E de cada poro
Da minha epiderme
Lutam lepidópteros
Por se libertar.
Ah, que eu já sentisse
Os êxtases máximos
Da carne nos rasgos
Da paixão espúria!
Ah, que eu já bradasse
Nas horas de exalta-
Ção os mais lancinantes
Gritos de loucura!
Ah, que eu já queimasse
Da febre mais quente
Que jamais queimasse
A humana criatura!
Mas nunca como antes
Nunca! nunca! nunca!
Nem paixão tão alta
Nem febre tão pura.

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A noite


A noite  DIA 20 DE JULHO " DIA DA AMIZADE"Lúcia Fernandes

Noite, melhor que o dia, quem não te ama!
Quem não vive mais brando em teu regaço!
Filinto


Eu amo a noite solitária e muda,
Quando no vasto céu fitando os olhos,
Além do escuro, que lhe tinge a face,
Alcanço deslumbrado
Milhões de sóis a divagar no espaço,
Como em salas de esplêndido banquete
Mil tochas aromáticas ardendo
Entre nuvens d'incenso!


Eu amo a noite taciturna e queda!
Amo a doce mudez que ela derrama,
E a fresca aragem pelas densas folhas
Do bosque murmurando:
Então, malgrado o véu que envolve a terra,
A vista, do que vela enxerga mundos,
E apesar do silêncio, o ouvido escuta
Notas de etéreas harpas.


Eu amo a noite taciturna e queda!
Então parece que da vida as fontes
Mais fáceis correm, mais sonoras soam,
Mais fundas se abrem;
Então parece que mais pura a brisa
Corre, — que então mais funda e leve a fonte
Mana, — e que os sons então mais doce e triste
Da música se espargem.


O peito aspira sôfrego ar de vida,
Que da terra não é; qual flor noturna,
Que bebe orvalho, ele se embebe e ensopa
Em êxtase de amor:
Mais direitas então, mais puras devem,
Calada a natureza, a terra e os homens,
Subir as orações aos pés do Eterno
Para afagar-lhe o trono!


Assim é que no templo majestoso
Reboa pela nave o som mais alto,
Quando o sacro instrumento quebra a augusta
Mudez do santuário;
Assim é que o incenso mais direito
Se eleva na capela que o resguarda,
E na chave da abóbada topando,
Como um dossel, se espraia.


Eu amo a noite solitária e muda;
Como formosa dona em régios paços,
Trajando ao mesmo tempo luto e galas
Majestosa e sentida;
Se no dó atentais, de que se enluta,
Certo sentis pesar de a ver tão triste;
Se o rosto lhe fitais, sentis deleite
De a ver tão bela e grave!


Considerai porém o nobre aspecto,
E o porte, e o garbo senhoril e altivo,
E as falas poucas, e o olhar sob'rano,
E a fronte levantada:
No silêncio que a veste, adorna e honra,
Conhecendo por fim quanto ela é grande,
Com voz humilde a saudarei rainha,
Curvado e respeitoso.


Eu amo a noite solitária e muda,
Quando, bem como em salas de banquete
Mil tochas aromáticas ardendo,
Giram fúlgidos astros!
Eu amo o leve odor que ela difunde,
E o rorante frescor caindo em pér'las,
E a mágica mudez que tanto fala,
E as sombras transparentes!


Oh! quando sobre a terra ela se estende,
Como em praia arenosa mansa vaga;
Ou quando, como a flor dentre o seu musgo,
A aurora desabrocha;
Mais forte e pura a voz humana soa,
E mais se acorda ao hino harmonioso,
Que a natureza sem cessar repete,
E Deus gostoso escuta.

A mulher que passa

A mulher que passa
Vinicius De Moraes



Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!

Oh! como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!

Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pêlos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.

Meu Deus, eu quero a mulher que passa!

Como te adoro, mulher que passas
Que vens e passas, que me sacias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me encontrava se te perdias?

Por que não voltas, mulher que passas?
Por que não enches a minha vida?
Por que não voltas, mulher querida
Sempre perdida, nunca encontrada?
Por que não voltas à minha vida?
Para o que sofro não ser desgraça?

Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Eu quero-a agora, sem mais demora
A minha amada mulher que passa!

No santo nome do teu martírio
Do teu martírio que nunca cessa
Meu Deus, eu quero, quero depressa
A minha amada mulher que passa!

Que fica e passa, que pacifica
Que é tanto pura como devassa
Que bóia leve como a cortiça
E tem raízes como a fumaça.
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A mulher na noite

A mulher na noite

Eu fiquei imóvel e no escuro tu vieste.
A chuva batia nas vidraças e escorria nas calhas – vinhas andando e eu não
(te via
Contudo a volúpia entrou em mim e ulcerou a treva nos meus olhos.
Eu estava imóvel – tu caminhavas para mim como um pinheiro erguido
E de repente, não sei, me vi acorrentado no descampado, no meio de insetos
E as formigas me passeavam pelo corpo úmido.
Do teu corpo balouçante saíam cobras que se eriçavam sobre o meu peito
E muito ao longe me parecia ouvir uivos de lobas.
E então a aragem começou a descer e me arrepiou os nervos
E os insetos se ocultavam nos meus ouvidos e zunzunavam sobre os meus
(lábios.
Eu queria me levantar porque grandes reses me lambiam o rosto
E cabras cheirando forte urinavam sobre as minhas pernas.
Uma angústia de morte começou a se apossar do meu ser
As formigas iam e vinham, os insetos procriavam e zumbiam do meu
(desespero
E eu comecei a sufocar sob a rês que me lambia.
Nesse momento as cobras apertaram o meu pescoço
E a chuva despejou sobre mim torrentes amargas.

Eu me levantei e comecei a chegar, me parecia vir de longe
E não havia mais vida na minha frente.


Rio de Janeiro, 1935
VINICIUS DE MORAES
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8 de janeiro de 2015

A morte de madrugada


A morte de madrugada

 

Muerto cayó Federico.

Antonio Machado



Uma certa madrugada
Eu por um caminho andava
Não sei bem se estava bêbado
Ou se tinha a morte n'alma
Não sei também se o caminho
Me perdia ou encaminhava
Só sei que a sede queimava-me
A boca desidratada.
Era uma terra estrangeira
Que me recordava algo
Com sua argila cor de sangue
E seu ar desesperado.
Lembro que havia uma estrela
Morrendo no céu vazio
De uma outra coisa me lembro:
... Un horizonte de perros
Ladra muy lejos del río...


De repente reconheço:
Eram campos de Granada!
Estava em terras de Espanha
Em sua terra ensangüentada
Por que estranha providência
Não sei... não sabia nada...
Só sei da nuvem de pó
Caminhando sobre a estrada
E um duro passo de marcha
Que em meu sentido avançava.

Como uma mancha de sangue
Abria-se a madrugada
Enquanto a estrela morria
Numa tremura de lágrima
Sobre as colinas vermelhas
Os galhos também choravam
Aumentando a fria angústia
Que de mim transverberava.

Era um grupo de soldados
Que pela estrada marchava
Trazendo fuzis ao ombro
E impiedade na cara
Entre eles andava um moço
De face morena e cálida
Cabelos soltos ao vento
Camisa desabotoada.
Diante de um velho muro
O tenente gritou: Alto!
E à frente conduz o moço
De fisionomia pálida.
Sem ser visto me aproximo
Daquela cena macabra
Ao tempo em que o pelotão
Se dispunha horizontal.

Súbito um raio de sol
Ao moço ilumina a face
E eu à boca levo as mãos
Para evitar que gritasse.
Era ele, era Federico
O poeta meu muito amado
A um muro de pedra seca
Colado, como um fantasma.
Chamei-o: Garcia Lorca!
Mas já não ouvia nada
O horror da morte imatura
Sobre a expressão estampada...
Mas que me via, me via
Porque em seus olhos havia
Uma luz mal-disfarçada.
Com o peito de dor rompido
Me quedei, paralisado
Enquanto os soldados miram
A cabeça delicada.

Assim vi a Federico
Entre dois canos de arma
A fitar-me estranhamente
Como querendo falar-me.
Hoje sei que teve medo
Diante do inesperado
E foi maior seu martírio
Do que a tortura da carne.
Hoje sei que teve medo
Mas sei que não foi covarde
Pela curiosa maneira
Com que de longe me olhava
Como quem me diz: a morte
É sempre desagradável
Mas antes morrer ciente
Do que viver enganado.

Atiraram-lhe na cara
Os vendilhões de sua pátria
Nos seus olhos andaluzes
Em sua boca de palavras.
Muerto cayó Federico
Sobre a terra de Granada
La tierra del inocente
No la tierra del culpable.

Nos olhos que tinha abertos
Numa infinita mirada
Em meio a flores de sangue
A expressão se conservava
Como a segredar-me: – A morte
É simples, de madrugada...

 

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MEUS AGREDECIMENTOS PARA TODOS OS QUE VISITA O MEU FLOG

ESCOLHA DA FOTO MUSICA E MENSAGEN É DE ZEZITO FIQUE COM DEUS

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A minha saudade...


A minha saudade...

A saudade de teu corpo
me arrasta pela noite
acordada numa insônia sem fim...
A saudade de teus beijos
machuca minha boca solitária
seca a espera de tua água...
A saudade de tuas mãos
a me vasculhar os mínimos lugares
perturba-me a ponto de procura-las...
A saudade de tua lingua
faz me delirar e recordar
o doce passar dela em mim...
A saudade de você
está me fazendo chamar-te
nos sonhos que tenho
quando, sozinha comigo
gozo...
A saudade vai me matar...
Saudade de você...
De seu corpo no meu...
De sua boca na minha...
De sua língua em mim...
De seus dedos nas minhas mãos...
De nossos olhos um no outro...
De nossos gozos molhados...
A saudade de você dói demais...
Sinto tua falta...
Quero tua voz no meu ouvido,
tua boca na minha me mordendo,
teu corpo no meu me satisfazendo...
Quero a saudade de você,
com você em mim
me penetrando e sussurrando
como senti também, SAUDADE DE VOCÊ...

Ivete Barros, 09 de janeiro de 2008, 07hs e 44 min.


 

A Mensagem de Tommy


A Mensagem de Tommy

John Powell, S.J., professor da Loyola University de Chicago,

escreve a respeito de um aluno de uma turma sua de

Teologia da Fé, chamado Tommy.
 Há cerca de doze anos atrás, eu estava em pé, dentro da classe,

 esperando enquanto meus alunos entravam para

nossa primeira aula de Teologia da Fé.
 Aquele foi o primeiro dia em que vi Tommy.

 Tanto meus olhos quanto a minha  mente piscaram ao vê-lo.

Ele estava penteando seus cabelos longos e muito louros

que batiam uns vinte centímetros abaixo dos ombros.

 Aquela era a primeira vez em que eu via um rapaz com

cabelos tão longos.

Acho que estavam  começando a entrar na moda.

Dentro de mim,

eu sei que o que conta não é o que vai sobre a cabeça,

mas o que vai dentro dela,

mas naquele dia eu estava  despreparado e

minhas emoções me confundiram.

 Imediatamente classifiquei 

Tommy com um "E" de estranho...

 muito estranho.

Tommy acabou se revelando o
 "ateísta de plantão"

do meu curso de Teologia da Fé.

 Constantemente, ele  fazia objeções, fazia troça ou gemia

contra a possibilidade de existir um Deus-Pai que nos amasse

incondicionalmente.
 Convivemos em relativa paz um com o outro por um semestre,

embora eu tenha que admitir que às vezes ele era

um estorvo as minhas costas.

Quando ao fim do curso,

ele se aproximou para entregar seu exame final,

ele me perguntou num tom ligeiramente cínico:
 "O  senhor acredita que eu possa encontrar Deus algum dia?"
 Imediatamente eu me decidi por uma terapia de choque.
 "Não!", respondi enfaticamente.
 "Ah!", ele respondeu,

"eu pensei que este fosse o produto que o senhor  estava tentando nos impingir".
 Eu deixei que ele desse uns cinco passos fora da sala quando

gritei para ele:

 "Tommy, eu não acredito que você consiga encontrar Deus,

mas tenho absoluta  certeza de que Ele o encontrará".
 Ele deu de ombros e saiu da minha sala e da minha vida.

 Eu fiquei ligeiramente desapontado diante da idéia de que ele

 não tivesse escutado minha frase tão inteligente:

 "Ele o encontrará!"

Pelo menos eu achei que era inteligente...

 Mais tarde

eu vim a saber que Tommy tinha se formado e

eu

fiquei especialmente aliviado;

depois,

uma notícia triste:

eu soube que Tommy  estava com um câncer terminal.

Antes que eu pudesse ir a sua procura, ele veio me ver.

Quando ele entrou no meu escritório,

reparei que seu físico tinha sido devastado pela doença e

que os cabelos longos tinham caídos todos 

como resultado da quimioterapia.

 Mas os seus olhos estavam brilhantes e

a sua voz estava firme,

pela primeira vez na vida, acredito eu.

"Tommy, tenho pensado tanto em você!

Ouvi dizer que você estava doente!", disparei.

 "Ah, é verdade, estou muito doente.

Tenho câncer em ambos os pulmões.

É uma questão de semanas agora."

 "Você consegue conversar a respeito disso, Tom?"

 "Claro, o que o senhor gostaria de saber?"

 "Como é ter apenas vinte e quatro anos e estar morrendo?"

"Acho que poderia ser pior."

 "De que maneira?"

 "Bem, assim como ter cinquenta anos e não ter noção de valores

 ou ideais, assim como ter cinquenta anos e pensar que bebida,

mulheres e dinheiro são as coisas verdadeiramente

 "importantes" na vida."

 Comecei a procurar através do meu arquivo mental a letra

"E" onde eu havia  classificado Tommy como "estranho".

  (Parece que todas as pessoas que tento rejeitar na vida com

 estas minhas classificações, Deus as manda de volta
 como que para me ensinar uma lição).


 "Mas a razão pela qual eu realmente vim vê-lo",

disse Tom,

"foi a frase que  o senhor me disse no último dia de aula".

 (Ele se lembrava!) Tom continuou.
 "Eu lhe perguntei se o senhor acreditava que eu encontraria

Deus algum dia e o senhor respondeu, 'Não!',

o que me surpreendeu.

 Em seguida, o senhor  disse,

'mas Ele o encontrará'.

Eu pensei um bocado a respeito daquela frase, 

embora naquela época eu não pensasse muito em procurar por Deus.

 (Minha  frase "inteligente".Ele tinha pensado muito a respeito!)

 Mas quando os médicos removeram um nódulo da miha virilha e me disseram que era um tumor maligno,

aí encarei com mais seriedade a procura de Deus.

E quando a doença espalhou-se pelos meus órgãos vitais,

eu comecei, realmente,

a dar murros desesperados nas portas de bronze do paraíso.

 Mas Deus não apareceu.

 De  fato, nada aconteceu.

O senhor já tentou fazer alguma coisa por um longo período de tempo, sem sucesso? A pessoa fica psicologicamente saturada, cansada de tentar.

 E então, desiste.

 Um dia, eu acordei e em vez de atirar mais alguns apelos por cima de um muro alto de tijolos atrás de onde Deus  poderia ou não estar, eu desisti simplesmente.

 Eu decidi que de fato não  estava me importando...

com Deus,

com uma vida eterna

ou qualquer coisa parecida.

E decidi gastar o tempo que me restava fazendo alguma coisa

mais proveitosa.

 Eu pensei no senhor e nas suas aulas e eu me lembrei de outra
 coisa que o senhor tinha dito:

'A tristeza mais profunda, essencial, é passar pela vida sem amar.

Mas seria quase tão triste passar pela vida e deixar este mundo

sem jamais ter dito às pessoas

que você amou

que você as tinha amado.

' Então comecei pela pessoa mais difícil:

meu Pai.

Ele estava lendo o jornal  quando me aproximei dele.

'Papai'. . .'Sim, o quê?' Ele perguntou sem baixar  o jornal.

 'Papai, eu gostaria de conversar com você.'

'Então converse.'

 'É  um assunto muito importante!'

 O jornal desceu alguns centímetros vagarosos.
 'O que é?'

'Papai, eu te amo. Eu só queria que você soubesse disso.'"
  Sorrindo para mim,

Tom disse com uma satisfação evidente, como se ele sentisse uma alegria quente e secreta fluindo dentro dele.
 "O jornal escorregou para o chão e o meu pai fez duas coisas que eu não me  lembro de tê-lo visto fazer jamais.

Ele chorou e me abraçou.

 E conversamos durante toda a noite,

embora ele tivesse que ir trabalhar na manhã seguinte.
 Foi tão bom poder me sentir junto do meu pai, ver as suas

lágrimas, sentir o seu abraço, ouvi-lo dizer que me amava.

Foi mais fácil com a minha mãe e com o meu irmão mais novo.

Eles choraram comigo também e nós nos abraçamos e
 começamos a falar coisas realmente boas uns para os outros.

 Falamos sobre as coisas que tínhamos mantido segredo por tantos anos.

Eu só lamentei uma coisa: que eu tivesse esperado tanto tempo.

 Naquele momento eu estava apenas começando a me abrir com todas as pessoas com as quais eu me sentia ligado.

 Então, um dia, eu me voltei e lá estava Deus.

Ele não veio ao meu encontro quando eu Lhe implorei.

Eu acho que eu tinha agido como um domador de  animais

que segurando um aro diz

'Vamos, pule! Eu lhe dou três dias... três  semanas'.

Aparentemente Deus age a seu modo e a seu tempo.

Mas o que é  importante é que Ele estava lá.

Ele me encontrou.

 O senhor estava certo. 

Ele me encontrou, mesmo depois de eu ter parado de procurar por Ele."
  "Tommy," eu disse quase soluçando,

"eu acho que o que você está dizendo é alguma coisa muito mais importante e muito mais universal do que você pode imaginar.

 Para mim, pelo menos, você está dizendo que a maneira mais certa de se encontrar Deus, não é fazer d'Ele um bem pessoal,

uma solução para os próprios problemas ou um consolo instantâneo em tempos difíceis,

mas sim tornando-se disponível para o amor.

O apóstolo João disse isto: 'Deus é Amor  e aquele que vive no

 amor vive com Deus e Deus vive com ele.

 ' Tom, posso lhe  pedir um favor?

 Você sabe que quando você foi meu aluno,

você me deu muito trabalho.

Mas, (aos risos) agora você pode me recompensar por tudo aquilo.
 Você viria a minha aula de Teologia da Fé e contaria aos meus

alunos o que  você acabou de me contar?

Se eu lhes contasse a mesma história,

não calaria tão fundo neles."
 "Oooh . . . eu estava preparado para vir vê-lo,

mas não sei se estou preparado para enfrentar seus alunos."
 "Tom, pense nisto.

 Se você se sentir preparado, telefone para mim".


 Alguns dias mais tarde, Tom telefonou e disse que falaria para

a minha turma, que ele queria fazer aquilo por Deus e por mim.

 Então marcamos uma data.

Mas, ele não pode vir.

Ele tinha um outro encontro,

muito mais importante do que aquele

com a minha turma e comigo.

É claro, que sua vida não terminou realmente com a sua morte,

apenas se transformou.

Ele tinha  dado o grande passo da fé para a visão.

Ele foi ao encontro de uma vida muito mais bonita do que os olhos humanos jamais viram ou

que os ouvidos humanos jamais ouviram

ou que a mente humana jamais imaginou.

Antes de morrer, ainda conversamos uma vez.
 "Não vou ter condições de falar com sua turma", ele disse.

 "Eu sei, Tom".

 "O senhor falaria com eles por mim?

 O senhor falaria ... com todo mundo por mim?"

 "Vou falar, Tom. Vou falar com todo mundo.

 Vou fazer o melhor que puder".
 Portanto,

a todos vocês que foram tão bons e

pacientes em escutar esta declaração de amor tão singela, obrigado por fazê-lo.

  E a você, Tommy, 

onde  quer que você esteja

nas colinas verdejantes e ensolaradas do paraíso:

 eu falei com todo mundo...

do melhor modo que eu consegui."

 E se esta história significa alguma coisa para você...

 "Os amigos são o meio pelo qual Deus cuida de nós".