13 de junho de 2008

O Porquinho Marrom


O Porquinho Marrom


Tema : respeito à Propriedade Alheia
Indicação de 6 a 10 anos
Motivação a critério do Evangelizador.
Desenvolvimento:
Era uma vez um lindo porquinho chamado ventura.Era o mimoso da casa da casa. Andava pelo pátio atrás das crianças, brincando com o gato, associava-se a canja do totó e em todos os lugares era bem recebido.
Mas, apesar de tudo isso, porquinho ventura, não andava satisfeito. È que ele era muito guloso e a muito vinha cobiçando umas laranjas bem madurinhas que avistou num quintal muito longe de onde morava.

Pensava tanto nelas que ultimamente andava triste, triste
Seus amigos prediletos: a gatinha Mimi eo cachorrinho Totó preocupavam-se só de vê-lo assim,só pensando naquelas laranjas

Au Au, dizia totó meio zangado. Não sabes então que aquelas frutas são do vizinho?
Miau Miau! Aconselhava Mimi, lembra-te Amigo , é feio e perigoso pegar o que é dos outros.
Porquinho Ventura baixava a cabeça meio envergonhado. Sabia que seus amigos tinham razão e que ninguém gostava de bichinhos que mexessem nas coisas alheias. Suspirava então. As laranjas estavam tão madurinhas!...E fazia mil promessas de não tocar nelas.
Um dia, porem, Ventura resolveu passear sozinho.Atravessou o quintal e saiu estrada afora.
Ora correndo atras de uma borboleta, ora fuçando uma terrinha gostosa, foi-se afastando sem notar que estava longe demais. De repente parou preocupado. Grossas nuvens apareciam no céu e um vento frio começou a soprar. Aproximava-se um temporal.
Porquinho Ventura assustou-se, quando ouviu o primeiro trovão "Tenho que voltar depressa para casa’’
E girando nas patinhas começou a correr
"Vou atalhar por este campinho, pois ficará mais perto.’’ Mas para passar pelo tal campinho , precisava atravessar uma cerca de arame farpado e o coitado do Ventura quase ficou com o seu rabicho preso .
Não há de ser nada murmurou ele corajosamente, coçando o rabinho todo arranhado.


A chuva porem não esperou a cair. Ensopado até os ossos, Ventura teve que procurar um abrigo até que passasse o temporal. Foi então que avistou ao longe uma árvore. Era o único refugio que havia por ali Num instante achou-se todo encolhido em baixo da árvore, enquanto a chuva caia em grossos pingos.

Nisto tudo passou como por encanto e o bondoso sol surgiu como por encanto no céu azul.
Porquinho Ventura levantou-se resolvido a ir embora para casa, bem depressa. De repente sentiu um cheirinho muito seu conhecido. Levantou o focinho. Que maravilha! Lá estavam naquela mesma árvore as laranjas que tanto cobiçava! E como eram madurinhas e cheirosas!
De boca aberta e olhos brilhando de cobiça, Ventura não pode se conter Quando percebeu já estava subindo na laranjeira Ao chegar estalou a língua gulosamente e estendeu a patinha, pronto para apanhar a maior e mais madura de todas as laranjas.
Então que horror! Resvalou no tronco molhado, perdeu o equilíbrio e caiu ...caiu... caiu numa tina cheia de tinta marron.
Que é isto? Onde fui cair? Gritou ele muito assustado. Saltando para fora da lata e sacudindo-se com força. Mas de nada serviram as suas sacudidelas. Ficara todo amarronzado. Ventura nem quis saber das laranjas e tratou de ir para casa, a fim de limpar-se.
Porém ai é que foi o pior ninguém o reconheceu assim pintado de marron.
Todos fugiram, cheios de medo. Gatinha Mimi quase arranhou-lhe o focinho, e por um pouco, cachorrinho Totó não lhe mordia o rabichinho. Só quando Ventura falou, é que foi reconhecido. Então os amigos ficaram com muita pena do que lhe acontecera e trataram de lavá-lo. Então os amigos, esfregaram, esfregaram...mas a tinta não saiu mesmo. Resultado ninguém o chamou mais por Ventura. Era agora conhecido pelo nome de " porquinho Marron.
E nisso muito o entristecia, porem não tanto como a lembrança da feia ação que havia praticado.

História 20


História 20


O bom Samaritano Parábola
Evangelho Seg. São Lucas que foi médico escritor e companheiro de missão junto ao apóstolo São Paulo.
Parábola Pequena estória que contém ensinamentos grandiosos com profunda filosofia.
Certo dia, um homem, interprete da lei se levantou com o intuito de por Jesus a prova , disse-lhe: " Mestre, que farei para herdar a vida eterna ?"
Jesus lhe respondeu com uma pergunta. Que está escrito na lei? Respondeu ele : Amaras o Senhor teu Deus de todo o teu coração de toda a tua alma de todas as tuas forças e se todo o teu entendimento
E amarás o teu próximo como. A ti mesmo.
Disse Jesus: "Respondeste corretamente
Fase isto e viverás"
"E quem é o meu próximo" - perguntou o fariseu
Jesus então contou-lhe a seguinte estória.
Certo homem descia de Jerusalém para Jerico, e veio a cair nas mãos de salteadores.

Estes, depois de tudo lhe roubarem e lhe causar muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semi morto.



Descia por ali um Sacerdote que vendo o homem ferido e caído ao chão, passou ao largo.



Semelhante ao Sacerdote, passou um Levita, que descia por aquele lugar e vendo-o, também passou ao largo




Certo Samaritano, que seguia o seu caminho, passou perto e vendo-o compadeceu-se dele.





Chegando-se tratou-lhe as feridas, colocou-o sobre o seu próprio animal , levou-o para uma hospedaria e tratou dele.

No dia seguinte, tirou de sua bolsa, dois denários e os entregou ao hospedeiro dizendo: cuida bem deste homem e, se alguma coisa a mais, eu te indenizarei quando voltar.


Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?
Respondeu-lhe o interprete da Lei. O que usou de misericórdia para com o pobre homem.
Disse Jesus: "Muito bem, então vai e procede tu, de igual maneira."
Vemos nesta passagem, Jesus falar de diversas personalidades da época.
Fariseus (do hebreu, Pha rash , quer dizer divisão separação )
Parte da teologia judaica, era formada pela tradição.
Entre os doutores, assunto era objeto de intermináveis discussões. Na maioria dos casos, sobre simples questões de palavras ou de forma. A seita dos fariseus teve como chefe Hilel, doutor judeu, nascido na Babilonia, fundador de uma escola célebre, onde se ensinava que a fé só se devia as Escrituras.
Tomavam parte nas controvérsias públicas e religiosas. Observadores sérios das praticas exteriores do culto e das cerimonias, chios de zelo ardente pelo proselitismo, inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de princípios mas sob a aparência de meticulosa devoção ocultavam costumes dissolutos. Mito orgulho e sobre tudo excessivo afã de dominação. Para eles a religião era antes um meio de prosperar do que objetivo de fé sincera.
Tinham apenas no exterior a ostentação da virtude . Mesmo assim exerciam grande influência sobre o povoa cujos olhos passavam por santos, rasam porque eram poderosos em Jerusalém.
Criam na imortalidade da alma, na ressurreição dos mortos, mas apegavam-se a letra dos ensinos e Jesus que acima de tudo apreciava a simplicidade e as qualidades do coração, que preferia na Lei o espírito que vivifica à letra que mata ,dedicou-se durante a sua missão a desmascarar a hipocrisia daqueles e em conseqüência , neles teve os mais encarniçados inimigos, por isso uniram-se aos príncipes dos sacerdotes para contra ele amotinar o povo e faze-lo matar.
Sacerdote
Ministro da Bíblia, investido de autoridade. A função essencial de seu cargo era a de mediador entre Deus e os homens. As obrigações em geral eram ministrar no santuário, diante do Senhor ,ensinar o povo a guardar a Lei de Deus e tomar conhecimento da Lei Divina consultando o Urim e o Thummim
Urim e Thummim.
Nome de um ou mais objetos pertencentes ao Santuário que o sacerdote traz no peito quando se apresentava diante do Senhor. Por meio desses objetos o sacerdote consulta a vontade de Deus em coisas difíceis. A resposta consistia em uma iluminação interna (intuição).
Tinham eles maneiras especiais de se vestirem-se pentearem-se e viver.
Levita
São os descendentes de Levi, filho de Jacó
Tomavam conta do santuário . O zelo, o transporte do rico Santuário. O preparo dos materiais necessários ao culto, reclamavam serviços que excediam as forças de um homem ou de uma família
O cuidado do Tabernáculo erra um cargo muito honroso
Foram escolhidos os levitas para o serviço que se relacionava com o Tabernáculo pelo motivo de que quando o povo quebrou o pacto com Deus e fabricou o bezerro de ouro, somente os levitas permaneceram fieis a sua aliança com Deus. Os levitas, distinguiam-se nas grandes solenidade vestindo-se com túnicas de linho.
Eram portanto pessoas especiais e com cargos também especiais.
Samaritanos
Vem da Samaria que chamava-se a principio Shamron que quer dizer lugar de vigília, guardiã, sentinela,
E parecia muito apropriada a uma cidade situada no alto de um monte. Possuía um vale muito fértil com bosques e terras boas para o plantio.
Eram desprezados pelos Judeus pelo fato de ser uma raça misturada com Babilônicos. E árabes. Estes elementos estrangeiros, levaram consigo a sua idolatria. Levantavam imagens de seus deuses nos lugares altos de Israel combinando a idolatria com o culto de Jehovah (Deus ).
Oculto pagão crescia e os judeus sentiam repugnância em manter relações sociais e religiosas com os samaritanos. E não permitiam a adoração deles no Templo de Jerusalém.
Eles então se insularam na Samaria e fundaram o seu próprio templo, sobre o monte Garizim e declaravam não pertencer a mesma raça. E agradavam aos estrangeiros mostrando desejo de que seu templo fosse dedicado a Júpiter. Defensor dos estrangeiros.
Mais tarde o motivo que levou os Samaritanos a receberem o Evangelho foi a pregação
De Felipe através dos milagres operados por ele. Outro motivo , foi Jesus admitir –lhes os mesmos privilégios de que gozavam os Judeus convertidos ao Evangelho.
São Lucas o Evangelista.
Próximo é toda pessoa, necessitada que se apresente. O próximo do Samaritano foi o doente do caminho.
Certa vez Jesus disse: Graças te dou oh! Pai, porque os teus ensinos tu o revelastes aos pequeninos e humildes. E os escondestes aos sábios e orgulhosos.
Pergunta O que queria dizer Jesus com isso.
Resposta Que muitos como o Fariseu , o Sacerdote e o Levita que eram os intelectuais da época ficariam sem entender a profundidade da filosofia Cristã ao passo que homens simples como o Samaritano que não tinha cultura , mas possuía um bem inestimável que era o coração bem formado para o amor ao semelhante.
O Samaritano não perguntou, não investigou, não suspeitou, apenas ajudou. Não lhe interessou saber se o pobre irmão possuía esta ou aquela posição social esta ou aquela religião se era rico ou pobre. Somente viu nele um irmão necessitado de auxilio e mediato.
Então o Samaritano foi misericordioso . Não julgou mal Foi paciente, foi benigno .Não se conduziu inconvenientemente, não procurou interesses pessoais, não se exasperou, não se sentiu superior, entristeceu-se com a injustiça .Como diz o Apóstolo São Paulo: O AMOR È O DOM SUPREMO.
O Samaritano não falava a língua dos anjos, não profetizou, não demostrou conhecer ciências e filosofias, e entretanto foi realmente o anjo do Próximo, como disse Jesus.
O maior, Dom é o amor.
O Samaritano possuía esse Dom.
Façamos nós o mesmo.

O Índiozinho Tahiti


O Índiozinho Tahiti"


Na clareira da floresta, estava o indiozinho Tahiti sentado quase a porta de sua cabana.
Lá dentro seus irmãos dormiam. Era noite alta.
Olhando o céu, contemplava a imensidão de estrelas e o brilho claro da lua. Tudo era luar.
Ao longe a onça pintada rugia ameassadoramente.

Os curumins temiam o feros animal.
Tahiti pensava na armadilha que seu irmão mais velho havia deixado na branca areia, as margens do rio.
Haverá amanha com certeza alguma caça presa.
Com as fibras do caruá, que é uma planta, ele fazia laços para pegar antas.

Quero um laço também, pediu-lhe Tahiti.
Para que ? Laço só serve para caçar e você é criança demais para isso.



Tahiti tinha um encantamento: em casa era criança ,fora virava homem. Gostava de dar longos passeios.
De ir até a cachoeira e ver a subida dos peixes para a desova.

As bananeiras e o milharal arcando sob o peso de cachos e espigas enormes. Tudo isso deliciava a vista do indiozinho.
Quando saia para acompanhar outros meninos maiores passava dias embrenhado na mata.


Comiam o pernil de algum porco ou de alguma cotia que se atrevesse cruzar o caminho onde eles estivessem.




Do alto da montanha a vista era maravilhosa. O rio serpenteando na planície e as cabanas com fumaças de suas chaminés. Ao longe cordilheiras de montanhas de um azul dourado pelo sol.
Algumas árvores mais altas a sobressair no meio da mata.
O garoto era feliz, porem seu espirito valoroso e destemido ansiava por encontrar ou descobrir coisas desconhecidas.
Certo dia aventurou-se em uma canoa. O sol já ia alto no céu, mas o indiozinho distraído pescava e as horas se passavam Os primeiro pássaros voltavam aos ninhos. Os primeiros sapos coaxavam no brejo. Anoitecia.


O sol lentamente parecia afundar-se nas águas do rio. Remou até a margem e aquela noite dormiu pela primeira vez ao relento ouvindo o canto do uirapuru.



Era uma noite maravilhosa. De sua rede contemplava o céu cheio de estrelas e seu coração sonhador vibrava mais uma vez com a harmonia da natureza. Sonhou nesta noite com Deus Tupã, que lhe dizia.


Tahiti meu filho siga os ditames do teu coração
Seja humilde e corajoso. Ajude os seus irmãos a serem melhores. As aves as plantas e os animais esperam o teu carinho.
Seja bom para todos. Nisto acordou e o sol já estava queimando na mata.
Sentiu-se satisfeito e feliz Que sentimento maravilhoso experimentou agora. Parecia ainda ouvir aqueles sábios conselhos. Estava radiante , pôs-se a cantarolar. Voltou para casa naquele dia, sabendo que alguém muito importante vela por nós Andou distraído por uma trilha, de sua tribo.


Eis que deparou com uma campina florida. Múltiplas flores coloridas se lhe apresentaram aos olhos. Mas entre elas viu uma plantinha que sentia sobremaneira a estiagem.



Correu até o lago , trazendo uma cabaça de água. Achando que poderia dedicar amor àquela,
Plantinha, tratou-a com carinho



E qual foi a sua surpresa quando depois de algum tempo, esta plantinha transformo-se em arbusto e depois em uma frondosa árvore, sobe a qual os pássaros vieram fazer os seus ninhos.
Floriu e das flores, vieram os frutos abundantes.

E das sementes daqueles frutos encheu-se a mata.
Foi o agradecimento da planta e o bom coração de Tahiti que pode apresentar o milagre do amor e da fraternidade para com tudo o que vive neste mundo de Deus nosso Pai.




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Tabajara (Canto)
Foi Tabajara, foi Tabajara
Foi Tabajara lá na Terra de Tupã
Tem papagaio , arara, maracanã
Todas aves do céu,quem nos deu foi Tupã.
Foi Tupã foi Tupã......
Os peixinhos
Deus quem fez os peixes
Para o rio e para o mar
Deus quem fez os peixes
Pô-los a nadar.
Vejam como nadam
Para o fundo vão
Vejam como nadam
Contentes eles estão
Um é pequenino
Outro é bem grandão
Um é delgadinho
Outro é gorduchão
Gostam de minhocas
E de migalhas de pão
Fogem bem depressa
Do seu tubarão

A Violeta"


A Violeta"

Em uma casa muito grande, cercada de imenso jardim colorido, onde o clima permite que as flores se abram durante todo o ano, tem-se a impressão de uma orquestra executando a canção da Primavera.
Desse jardim maravilhoso é o encanto dos felizes moradores da casa, principalmente das crianças, que fazem dele um parque de diversões; brincam, correm, jogam bola no gramado, andam de bicicleta e carrinho
Contudo , não são apenas esses os moradores do grande jardim. Há também as flores, os insetos, que trabalham e brincam em silêncio, porque só entre eles se entendem. Porem eles falam e vivem como nós. Vamos entrar no jardim e ficar bem escondidos para não assusta-los e, assim poderemos ouvir o que dizem e ver o que fazem. Estamos no fim da tarde, num dos caminhos do jardim. O sol já se vai escondendo de mansinho, enquanto as flores e as árvores se preparam para receber a noite e o repouso.
Bandos de andorinhas voam em direção aos seus ninhos. Os pássaros se abrigam nos galhos das árvores.
Tudo parece em movimento. Somente as crianças continuam brincando sem perceber o que se passa no jardim, quando a rosa vermelha diz :Ah! Que linda tarde! Não é mesmo queridas amigas?
Realmente! Responderam as flores vizinhas. –Vamos Ter uma noite linda.
A rosa vermelha suspira: "Que pena! a noite vem me obrigar a dormir Gosto tanto da luz do dia, porque ela faz com que todos me admirem!"
Minha prima você é sem duvida mito bonita, mas isso não é motivo para tanta vaidade, falou a rosa branca.
"Ora , rosa branca , você então não sabe que nós as rosa vermelhas , somos as flores mais procuradas e admiradas Somos nós que enfeitamos as casas ! E é o nosso perfume o mais gostoso!" – Todas as outras flores desaparecem diante de nossa beleza.
Protesto, exclama uma linda Orquidia, eu não sou isso que você disse. Apenas me utilizo das plantas maiores para ficar mais alta e poder receber a luz do sol. Não prejudico a ninguém. –Não seja vaidosa prima! Fala a rosa branca, Lembre-se que Deus nos criou de acordo com sua sabedoria e não devemos brigar por causa disso. Somos todas irmãs e todos gostam de nós.
Rosa branca tem razão diz o grande cravo amarelo!
Devemos viver em harmonia! Vejam a violeta por exemplo! È a flor que há em maior quantidade neste jardim e, entretanto a ninguém incomoda, todos a respeitam e estimam porque nunca se vangloriou apesar de ser muito apreciada.
"Oh! O senhor está defendendo essa florzinha insignificante que vive ai metida nessas folhas e sem mostrar-nos suas pétalas tão pequenas, Imaginem quem há de gostar de uma flor roxa?"
Senhora Rosa Vermelha ,por favor! Exclamou o Cravo Amarelo, Se defendo a violeta é porque a estimo, garanto que todos fariam isso.
"Sim ,sim dizem todas , nós também a defenderemos."
"Obrigada, amigas, obrigada" - agradece a violeta comovida.

Olhem só! Diz a Rosa Vermelha, essa violetazinha que vive escondida pare que ninguém veja sua feiura, quer se fazer agora de boazinha. Enquanto o nosso perfume e beleza se espalham pelos ares, a violetazinha sem perfume nem sequer se mostra, é mesmo sem graça!

"Engana-se minha cara!" - fala a Rosa Branca. Violeta tem um perfume muito mais delicado que o nosso, e é muito bela, apesar de pequenina . É a flor que demostra maior sentimento, mais sinceridade quando é dada a alguém, porque é simples e humilde.
"Ora, como ousas falar-me assim!"
Nisso, a Rosa Vermelha interrompe-se e todos se calam porque duas crianças se aproximam,
Oh! Que bela Rosa Vermelha ! exclama uma delas, e estende o braço para segurá-la.
Logo porem o tira , com um grito de dor. –Tão linda e tão má, maninho , machucou-me o dedo! Mostrando o dedinho picado e saindo sangue.
As Rosas são assim mesmo maninha, diz o menino. Eu prefiro as violetas. Veja quantas!
Estas são lindas e não machucam ninguém. E colhendo um raminho de florzinhas, deu-as a irmã, e os dois afastaram-se sorrindo

Viu minha prima? Fala a Rosa Branca.- A Humildade da violeta a fez mais apreciada
Rosa Vermelha reconheceu seu erro e desculpou-se com as amigas que sorriram, compreendendo que todos nós temos rosas e violetas no coração.

"OS ESCRAVOS"





O negro Tchão


Hoje Pai João. Quando veio da África e aqui ficou, foi chamado negro Tchão. Veio trazido pôr traficantes para o Brasil Colônia e tinha 16 ou 17 anos. Era como gostavam os portugueses, "negro novo e forte".


Tchão foi caçado a traição, pois pescava em sua tosca canoa quando o cercaram. Antes fugiu pois sabia que alguns irmãos de raça haviam sido capturados pôr homens que os levaram de sua terra natal, para distantes lugares do além- mar. Mas não conseguiu chegar à sua aldeia, pois eram muitos os perseguidores. Caiu desfalecido pelo cansaço.

Correu muito, vigoroso e destemido, porém o medo e as desvantagens eram maiores. Estes malfeitores interesseiros, só pensavam nas gratificações que receberiam com tão boa presa. Não tinham o menor respeito pela vida humana. Não se interessavam se o pobre jovem era pai, irmão ou filho muito amado


Tchão fugitivo.


Será que não pensaram em suas próprias famílias? Será que não possuíam o mínimo sentimentos de solidariedade para com seus irmãos de vida terrena?

Ou pensaram que seriam superiores na sua condição de brancos. Qual a diferença de uma maçã verde e outra vermelha? Sê partirmos ambas, como são pôr dentro? Iguais no sabor e nas qualidades alimentícias. A única diferença, está nos pigmentos que dão cores aos frutos, às flores e às outras partes da planta. Também dão cor aos animais e as pessoas. Esses pigmentos chamam-se " Melanina". Na raça branca há menos melanina e na raça negra mais. Assim como as maçãs são iguais pôr dentro, diferenciando apenas na cor da casca. Todos os homens são iguais perante o Criador.

Isto é que se chama "Preconceito", achar que a diferença de cor, faz uma pessoa inferior e portanto pode ser escravizada.


Do livro" Contos reais de Rolando P. Cefaly, temos uma verídica história, intitulada José do Patrocinio.


José do Patrocinio

José do Patrocinio, advogado negro, vivia revoltado com a escravidão do Brasil.

Resolveu certo dia ir a uma reunião espírita, com o intuito de observar a comunicação dos médiuns. e fazer algumas perguntas.


Pôr que os negros são escravos?

Pôr que são torturados?

Pôr que aquele tratamento triste e discriminativo?

Como fazer para ajuda-los?

A Entidade espiritual espondeu:

"Vá a biblioteca geral, e procure tal livro"

José do Patrocinio despediu-se e procurou o livro indicado.

Para sua surpresa, a obra era de um alemão, que falava mal dos negros, dizendo que eram seres inferiores.

Ficou chocado com o que leu.

" Peço uma orientação, perguntando pôr que os negros são escravos, mal tratados e uma forma de ajuda-los, e me mandam ler um livro que fala mal deles?"

No dia marcado para a reunião seguinte, José do Patrocinio dirigiu-se ao local.

Assim que a Entidade espiritual que orientava o local se manifestou, foi dizendo:

Fiz uma pergunta, para saber pôr que os negros sofrem tanto, e me mandou ler o livro escrito pôr um alemão que fala mal deles, dizendo inclusive que constitui uma raça inferior?

A Entidade espiritual, com tranqüilidade, disse- O alemão que escreveu esse livro, falando mal da raça negra, foi você mesmo em outra encarnação. Agora você veio como negro, para sentir o sofrimento deles e com a incumbência de ajuda-los nesta encarnação"

José do Patrocinio entendeu a lição.

Pela sua inteligência e vontade de ajudar, perseverou com lideranças políticas, para que conseguisse a libertação dos negros através da Princesa Isabel.

Trabalhou, persistiu e lutou muito, junto às pessoas que ocupavam posições de destaque.

No dia 13 de Maio de 1.888, a Princesa Isabel decretou a libertação dos negros no Brasil.

José do Patrocinio resgatava, assim, o débito contraído em encarnação anterior.

O passado fala alto no presente.

Não existe efeito sem causa.

Prejudicamos criaturas no passado e Deus nos concede a reencarnação, como oportunidade de acertarmos o que ontem desacertamos.

Aproveitemos com boa vontade, esforço e renuncia as oportunidades que nos são concedidas


ÁFRICA


Continente Africano






Tchão Vivia feliz na África. Sua infância foi a de um menino alegre. Criado com as crianças de sua idade, de acordo com a cultura de sua raça


Paisagem africana







Ainda jovem, corria pelas savanas e beira dos rios, a ver animais de toda espécie.







Animais e grande árvore (Embondeiro)




Os europeus portugueses colonizavam nessa época na costa ocidental da África, diversos países, como Guiné , Congo (Cabinda) e Angola, além de arquipélagos e ilhas.



Na costa oriental, Moçambique era naquele tempo colonizada também pêlos portugueses. Os negros eram trazidos pêlos mercadores, em "navios negreiros". Amontoados e mal tratados, como se fossem míseros animais.


Navio Negreiro




Atravessando o Atlântico, chegavam no Brasil bem ao norte, outros na Bahia, Rio de Janeiro, ou no litoral Paulista.

O Brasil que também era Colônia Portuguesa, com um vasto território, precisava de braços para a lavoura de cana e café. Era fácil e cômodo para os traficantes de escravos traze-los para o Brasil. Antes escravizavam os índios, que fugiam para o interior, embrenhando-se pelas matas.

Então das Colônias portuguesas da África, vinham eles para as daqui como escravos trabalhadores da terra.

Eram vendidos a Senhores de engenhos, ou fazendeiros de café e cana de açúcar.




Casa Grande e colheita de cana.




Antes passavam pôr exames de saúde e lhes verificavam os dentes se estavam em boas condições.

Humilhados e vencidos os pobres negros não tinham nenhuma condição de se imporem aos seus compradores que os levavam para todo tipo de trabalhos forçados. Havia ainda a separação de irmãos e filhos de seus genitores

Tchão veio só. Seus pais ainda continuaram em território africano. Assim como ele, outros se despediram dos companheiros de viagem e de alguma amizade mais chegada.

Eram vendidos e levados à fazenda de destino, acompanhados de feitores que nem sempre eram criaturas que os tratavam com bondade e justiça. Alguns eram impiedosos.

Nas fazendas ou engenhos, dormiam todos juntos em grandes quartos chamados "Senzalas".

Logo de manhã bem cedo, um sino se fazia ouvir e todos a um só tempo, tinham que se levantar para o trabalho que lhes era indicado. Alguns de melhor aparência eram levados a trabalhar na casa grande da fazenda, como auxiliares domésticos, dos patrões. Outros encaminhados para serviços mais rudes, como trabalhador braçal nas lavouras de café e cana, bem como nas moendas dos engenhos, onde trabalhavam nas roldanas de moer. As refeições eram "angu", uma polenta mole e alguma fruta, se no pomar houvesse.

Pão! As vezes, quando as mucamas da Casa Grande faziam.

Fugir!, nem pensar.


Capitão do mato



Festas ou lutas de capoeira.



Represálias aos fugitivos.





Havia o Capitão do mato que os caçavam, pois conheciam muito bem as matas e as trilhas pôr onde poderiam acha-los com presteza.






Mesmo assim os escravos eram alegres. Reuniam-se a noite, para recordar seu lar distante.

Muitos choravam saudosos. Outros cantavam e dançavam. Os batuques e outros ritmos hoje tão apreciados, datam desse tempo. Reunidos ao redor da fogueira, dançavam e cantavam.

Alguns de índole dócil, apegavam-se aos patrões e seus filhos. Outros entretanto, sentiam a escravidão como torturante agonia. Seus pensamentos estavam ligados a terra de origem.

Os negros que fugiam ou pôr outros motivos considerados dignos de castigos, eram amarrados aos troncos nos terreiros da fazenda, e chicoteados sem piedade.

Nessas ocasiões, mais que em outras, os pobres, lembravam-se saudosos de sua querida África, onde tinham toda liberdade de viver com dignidade, junto aos que amavam .


A África é uma das cinco partes do mundo de formato triangular, ligada à Ásia pelo istmo de Suez, cortado pôr um canal; é limitada ao norte pelo Mediterrâneo, a O. pelo Atlântico e ao e ao S. pelo Oceano Austral, e a L. pelo Oceano Indico e a N. E, pelo Mar Vermelho.


Superfície:- 38 milhões de Km, quadrados.

População, está para mais de 140 milhões.

A África é 3 vezes maior que a Europa, 4 e meia maior que o Brasil e 412 vezes maior que Portugal.


Principais regiões naturais


Pirâmides do Egito.




Ao norte, no litoral mediterrâneo, Marrocos, Argélia, Tunísia Tripolitana e Egito; os desertos de Sahara, da Líbia e da Núbia.

O Sudão, região de clareiras, savanas e culturas, regadas pelo Senegal, pelo Niger e pelo Nilo Superior; compreende de O, a L: a Senegambia, a Guiné, a bacia do Lago Tchad, os pântanos de Bahr-el-Ghazal e a montanhosa Abissínia; A África equatorial ( florestas virgens, grandes chuvas); compreende as bacias do Zaire e do Zambeze, os massiços do Kenia, do Kilimandjaro, do Camerun,etc,os lagos Nyassa, Banguelo, Victória, etc, o pais de Zanzibar, a África austral, desértica para o interior, mas montanhosa e cultivada na costa: o Cabo, Orange, Transvaal, Moçambique.


Raças:


Árabes, Berberes, Egípcios, Núbios, Etíopes, Raças negras Cafres, Hottentotes, Boschimanos, Malgaches.


Fauna, flora e produções.


Encontra-se em África, o elefante, o rinoceronte, o hipopótamo, a girafa, o búfalo, a zebra, o leão, o antílope, o chacal, o dromedário, o chimpanzé, o gorila, o avestruz, o papagaio, a serpente píton etc.

Há na África, ouro, diamante, cobre chumbo, carvão de pedra. Árvores gigantescas, como o dragoeiro, e o embondeiro e ainda grande número de plantas úteis, a oliveira o cafeeiro cacaueiro, a pimenteira, a bananeira, o coqueiro, a tamareira e a cana doce etc.


Colonização Européia


Portugal possuía na África, os arquipélagos da Madeira, e de Cabo Verde, as ilhas de S. Tomé e do Príncipe; na Costa Ocidental, Guiné, Congo (Cabinda) e Angola. Na Costa Oriental, Moçambique. A França dominava na Argélia, Tunísia. África Ocidental Francesa, Congo Francês e Madagascar; a Inglaterra dominava no Egito e Guiné inglesa, Serra Leoa e bacia inferior do Niger, o Cabo Transvaal, Orange Natal e o Este africano; a Alemanha, o Damarolandia e a África Oriental alemã; a Belgica, o antigo estado independente do Congo, que lhe foi cedido em 1908 pelo soberano deste, o rei Leopoldo, também rei dos Belgas.


História


Foi na África que floresceu a civilização mais antiga, a Egípcia, e os Púnicos fundaram Cartago, que chegou a ter grande influência.

Ao pais de Zambeze chegaram povos antigos, em demanda do ouro; na região de Benin, descobriram-se objetos de arte remota. No norte da África houve expansão larga do povo construtor de dolmens. Os Romanos conheceram o Nilo e a região setentrional. Os Árabes navegaram na Costa Oriental até Safala.

Foram os navegadores portugueses que descobriram toda a fímbria africana. D. João I toma Ceuta em 1415.


Gil Eanes dobra o Bojador em 1432, descobre-se a costa além do Bojador em 1434, Cabo Verde em 1449, Serra Leoa em 1462, e também os arquipélagos dos Açores, Madeira. Exploram as rias e abras do Senegal.

Em 1481 levantam o Castelo da Mina, descobrem o Congo em 1484.

Bartolomeu Dias, em 1487, descobre o Cabo das Tormentas, depois chamado, Cabo da Boa Esperança, e chega mesmo a dobra-lo. Vasco da Gama, em 1497, segue a navegação de Dias, entra no Canal de Moçambique, visita portos da Costa oriental e chega ao Industão.

Exploradores e missionários portugueses, entram pela África e durante os séculos XVII e XVIII os pombeiros são numerosos; realizam-se expedições militares e diplomáticas: Poderoso Gamitto (1832) R. da Graça (1847) Silva Porto, Costa Leal etc.

Entre os estrangeiros convêm citar: Livingstone, Cameron, Stanley, Manteucci, Flatteis, Clapperton, Foureau, Baker etc.


África Ocidental Francesa, governo geral que engloba a totalidade das Colônias francesas da África do nordeste: Senegal, alto Senegal, Niger, Guiné Francesa, Costa do Marfim, Dahomey; 13 milhões de h. aproximadamente.


África Oriental Alemã-( es- col. ).alemã da África, entre o Oceano Indico e os grandes lagos, sob mandato inglês e belga; 950.000kms quadrados: 6.800.000 h.


África Oriental Inglesa: conjunto de territórios sit. Na parte oriental da África equatorial e que desde 1920 formam a Colônia do Kenia: 3 milhões de h Aproximadamente.


África Continente maravilhoso. Berço das mais antigas civilizações. Misteriosa e envolvente. Terra de aventuras, animais selvagens e de natureza luxuriante. Suas florestas equatoriais e seus caudalosos rios com cachoeiras maravilhosas. África do maior rio da Terra, o Nilo na parte Oriental que nasce no lago Vitória Nyanza, atravessa uma região pantanosa e, depois de alguns saltos e recebendo alguns afluentes que vem de outras regiões; atravessa a Núbia e o Egito, que fertiliza com as suas inundações periódicas, chega ao Cairo, onde começa o Delta, cujos dois braços principais se lançam no Mediterrâneo. Atribui-se ao Nilo, um curso de 6.500 km.

África de seus desertos infindáveis nas regiões norte, abrangendo países tais como Marrocos, Argélia, Líbia, Egito e parte da África Ocidental Francesa.


Muito se poderia dizer ou escrever desse belo Continente, porém tudo seria pouco comparado a saudades dos humildes filhos dessa extraordinária Terra.

África: Bela, misteriosa, selvagem e fascinante.

África dos povos antigos, das descobertas de objetos de artes remota, dos construtores de dolmens. Dos visitantes, exploradores e povos europeus que colonizavam suas gentes.

África dos benfeitores da humanidade que acudiam aos pobres doentes da lepra, da tuberculose e de outras doenças infecciosas mais. Benfeitores que construíram hospitais beneficiando seus filhos.

Em exemplo de benemerência destacamos alem de outros, Albert Schweitzer, que colocou à disposição dos necessitados todas as possibilidades físicas e intelectuais, num desapego de si mesmo, sacrificando o bem estar pessoal pôr amor à humanidade. Missionário, médico, escritor e organista, vive o ideal da humanitarismo, pensamento e ação voltados unicamente para aqueles que como todos os demais seres , tem direito à vida, mesmo que seja no mais profundo da selva Africana, afirmando sempre: "O principal fundamento da moral, é o respeito à vida"


Albert Schweitser




Nascido na Alsácia, aos trinta anos resolve dar um testemunho humano e responde ao apelo das almas sofredoras da África Equatorial Francesa. Cursa medicina, penetra no mundo pratico da ciência e embarca para as inóspitas regiões em que o sofrimento e as doenças triunfam, de dizimando uma população subnutrida e olvidada pala população do mundo. Vai como médico, mas continua seu mister de missionário, como lides diurnas e empunhando a pena quando a tranqüilidade da noite lhe deixa lazer. No meio dos doentes, especialmente leprosos, dá vazão à imperiosa necessidade de fazer o bem, curando o corpo e moldando a alma daquelas pobres criaturas desprovidas do mínimo conforto.


Albert Schweitzer, prêmio Nobel da paz em 1952, malgrado os 84 anos de vida, 46 dos quais junto aos seus filhos da África Equatorial Francesa, continua um exemplo vivo de dedicação ao próximo, abstração da si mesmo, dando consertos de órgão e proferindo conferencias pela Europa, como fonte de recursos para seu hospital em Lambarene na África.

Não esquecendo também do mundo restante, pois que seus livros já penetraram todos os limites da Terra Albert Schweitzer, o intemerato apóstolo das selvas africanas.


Nelson Mandela




África, de Nelson Mandela defensor da raça unificada pala paz e pela concórdia. Terror não roubará democracia, diz. Ninguém mais será discriminado pela cor da pele. Nelson Mandela político Sul- africano, sua luta serviu de inspiração aos negros da África do Sul. Pôr mais de 30 anos. Foi um dos líderes da Campanha do Desafio de 1952 e ao longo da década seguinte juntamente com outros companheiros, foram os principais responsáveis pela oposição negra ao governo da África do Sul. Depois da proibição do Congresso Nacional Africano em 1960, ajudou a montar a ala militar clandestina do C NA, aliada a um programa de sabotagem que Mandela defendeu em seu julgamento em 1964 como uma alternativa para conter o terror. Os 27 anos que passou na prisão suscitaram os protestos do mundo inteiro em relação a política da África do Sul. Seu encarceramento pôr tempo indeterminado originou grandes constrangimentos aos seus julgadores. Desde a libertação em 1990, impressionou com a sua capacidade de perdoar o passado e promover a transformação da sociedade através de negociações. A tarefa que foi entregue a ele e aos colegas é imensa: se falharem , condenarão a África do Sul ao declínio econômico e político, com desordem crescentes entre as tribos negras e aumento de desemprego. Prêmio Nobel da Paz em 1993, dividido com De Klerk, foi eleito presidente em maio de 1994. Uma das poucas unanimidades nacionais, trabalha desde as 4 da manhã até a noite na grande tarefa de consolidar esta democracia recém- adquirida.


Outro Sul- africano notável, foi Christiaan Barnard nascido em 1922. Cirurgião de renome. O médico que fez o primeiro transplante de coração nasceu na pequena cidade de Beaufort West, situada em uma região semidesértica da África do Sul. Foi um estudante tranqüilo e extremamente dedicado na Universidade da cidade do Cabo, no início da década de 40. Esteve nos EUA, onde assistiu a um dos melhores cardiologista da América, Walt Lilliehei . Na década de 60 realizou varias experiências com cães. Barnard realizou a 3 de dezembro, sua primeira operação do gênero ( transplante cardíaco) ''Milhares de pacientes são beneficiados todo ano com o método que ele desenvolveu", afirmou o presidente da Sociedade Européia de Cardiologia, Maaten Simoons.

" Ele foi corajoso ao expressar sua opinião sobre o apartheid " disse Mandela, ressaltando que o médico nunca teve medo de se posicionar contra o preconceito racial.


África de um povo religioso e das tradições e cultura, espalhadas pôr todo o mundo. Enfim querido Continente, de onde saíram filhos que mesmo escravizados, levaram com o suor de seus rostos e o cansaço de seus braços muita ajuda, especialmente para os Continentes Americanos, chamados de "Novo Mundo".

Pois foi no Brasil Colônia, e no desenvolver de muitos estados da nação Americana do Norte, que vieram os africanos para ajuda ao progresso destas nações.


Aqui no Brasil, os escravos, no dizer de Humberto de Campos em " Brasil Coração do mundo, pátria do Evangelho", vieram pôr determinação do Mestre Jesus, como raça humilde e colaboradora. Para isso aproximou Portugal daquele povo, sem violências de qualquer natureza. A colaboração africana deveria, pois verificar-se sem abalos perniciosos. O homem branco da Europa, entretanto esteve prejudicado pôr uma educação espiritual condenável e deficiente. Entregando-se ao prazer fictício dos sentidos, procurando eximir-se aos trabalhos pesados da agricultura. Tiveram a liberdade de humilhar os seus irmãos, em face da grande lei do arbítrio independente, embora limitado, instituído pôr Deus para reger a vida de todas as criaturas, dentro dos sagrados imperativos da responsabilidade individual; mas, os que praticaram o nefando comércio sofreram, igualmente o mesmo martírio, nos dias do futuro. No seu egoísmo, o homem branco, não percebeu que a evolução se processa pela prática do bem, pelo "amai o próximo como a si mesmo" Ignoram voluntariamente que o mal gera outros males com um largo cortejo de sofrimentos. Infelizmente Portugal, que representava um agrupamento de espíritos trabalhadores e dedicados, remanescente dos antigos fenícios, não souberam receber as facilidades que a misericórdia de Deus lhes outorgou nesta ocasião. Então, na velha península, já não existe o povo mais laborioso da Europa. O luxo das conquistas lhe amoleceu as fibras criadoras e todas as sus preciosas energias e qualidades de trabalho foram esmorecendo sob o amontoado de riquezas fabulosas.

Entretanto o tempo é o grande mestre de todos os homens e de todos os povos. A casa de Avis, sob cujo reinado se iniciou o trafico hediondo dos homens livres, desapareceu para sempre, depois de sucessivos desastres. Após a derrota de D. Sebastião em Alcá-cer-Quibir, o trono caiu nas mãos do Cardeal D. Henrique e, em 1580, Portugal, exânime, se entrega ao Domínio da Espanha, acentuando-se a sua decadência com Felipe II, o mais cruel e fanático de todos os príncipes da Europa no Século XVI.


Os filhos da África, foram humilhados e abatidos. O Senhor, porém, lhes sustentou o coração oprimido, iluminando o calvário dos seus padecimentos. Através de linhas tortuosas dos homens, realizou Jesus os seus grandes e benditos objetivos, porque os negros das costas africanas foram uma das pedras angulares do monumento Evangélico do Coração do mundo. Sobre os seus ombros flagelados, carrearam-se quase todos os elementos materiais para a organização física do Brasil. Do manancial de humildade de seus corações resignados e tristes, nasceram lições comovedoras, imunizando todos os espíritos contra os excessos do imperialismo e do orgulho injustificáveis das outras nações do planeta, dotando-se a alma brasileira dos mais belos sentimentos de fraternidade, de ternura e de perdão.


Foi assim que os negros do Brasil, se incorporaram à raça nova, constituindo um dos baluartes da nacionalidade, em todos os tempos. Com as suas abnegações santificantes e os seus prantos abençoados, fizeram brotar as alvoradas do trabalho, depois das noites primitivas. Na pátria do Evangelho tem eles sido estadistas, médicos, artistas, poetas, escritores, representando as personalidades mais eminentes. Eles deram desde o princípio de sua localização no país, os mais extraordinários exemplos de sacrifício à raça branca.

Todos os grandes sentimentos que nobilitam as almas humanas eles os demonstraram e foi ainda o coração deles, dedicado ao ideal da solidariedade humana, que ensinou ao europeu, a lição do trabalho e da obediência, na comuna fraterna dos palmares, onde não havia nem ricos nem pobres e onde resistiram com seu esforço e a sua perseverança, pôr mais de setenta anos, escrevendo , com a morte pela liberdade, o mais belo poema dos seus martírios nas terras americanas.

Pôr toda parte, no país, há um ensinamento carinhoso do seu resignado heroísmo e foi pôr essa razão que a terra brasileira soube reconhecer-lhes as abnegações santificadas, incorporando-os definitivamente à grande família, de cuja direção muitas vezes participam, sem jamais se esquecer o Brasil de que os seus maiores filhos se criaram para a grandeza da pátria, no generoso seio africano.


Pôr todas essas razões, rende-se-lhes as homenagens cabidas. Salve 13 de Maio de 1888, quando a princesa Isabel, cheia de piedade pêlos escravos no Brasil, decreta a Lei Áurea, lei que os libertaria para sempre do jugo da escravidão.


Princesa Isabel




Mesmo assim, havia os velhos negros que afeiçoaram-se ao seus antigos donos, e com eles ficaram.

No seu livro " Pai Nosso" Psicografado pôr Francisco C. Xavier, a querida benfeitora espiritual Meimei, oferece um lindo conto chamado

Louvado seja Deus.



O velho André




O velho André era um escravo resignado e sofredor. Certo dia ele soube que Jesus nos ensinara a santificar o nome de Deus, e prometeu a si mesmo jamais praticar o mal.

Se o feitor da fazenda o perseguia, André perdoava e dizia de todo o coração- Louvado seja Deus.

Se algum companheiro, tentava-o a fugir das obrigações de cada dia, considerando as injustiças que o cercavam, ele dizia:- Louvado seja Deus.

Quando veio a libertação dos cativos, o dono da fazenda chamou-o e disse-lhe que a pobreza e a doença lhe batiam a porta e pediu-lhe que não o abandonasse.

Todos os companheiros se ausentaram, embriagados de alegria, mas André teve compaixão de seu Sinhô que estava humilhado, e permaneceu no serviço. O proprietário da terra pouco a pouco perdeu tudo o que tinha, vitimado pela enfermidade, mas o generoso servidor cuidou dele até a morte, afirmando sempre Louvado seja Deus.


André estava cansado e envelhecido quando o antigo patrão faleceu. Quis trabalhar, mas o corpo sentia muitas dores. Esmolou com humildade e paciência. Toda vez que recebia algum pedaço de pão, ou algum trapo para agasalhar o corpo, exclamava alegremente. Louvado seja Deus.


Certa noite, mito sozinho, com sede e com febre, notou que alguém penetrava em sua choça de palha

Quem seria?

Em poucos instantes, um anjo erguia-se a sua frente. Acanhado e aflito, quis dizer alguma coisa, mas não pode.

O anjo, sorrindo abraçou-o e exclamou:-

André, o nome de nosso Pai Celestial foi exaltado pôr seu coração e vim buscar você para que sua voz possa louva-lo agoira no Céu.

No dia seguinte, o corpo do velho escravo apareceu morto na choupana, mas sobre o teto rústico as aves pousavam cantando, e muita gente afirmou que os passarinhos pareciam repetir Louvado seja Deus!......


No canto dos passarinhos

No campo, no mar, na flor

A vida está repetindo

Louvado seja o Senhor!


Entretanto, não escrevo um romance ou descrevo uma vida. Vou sim relembrar através da história o que naquele tempo passaram os escravos. Criaturas de Deus como as demais. Sejam elas humanas ou do reino animal, ou ainda da vida vegetal.

Como diz o poeta Guerra Junqueiro "Tudo que vive, ri, canta e chora, tudo foi feito com o mesmo lodo e purificado com a mesma aurora. Porque em tudo Deus habita , Deus sonha, Deus murmura. Esse é o sagrado mistério da existência"


Porque povos escravizam povos?

Porque tanta covardia, egoísmo e crueldade?

Teria o Senhor feito seres semelhantes para se tornarem desunidos pôr causa da tonalidade da pele?

Deus criou seus filhos simples e ignorantes, porem deu-lhes o livre arbítrio, isto é o direito de escolherem o bem ou o mal, com a responsabilidade da escolha. Como irmãos, devem ajudar-se mutuamente, para a evolução moral e intelectual de cada um.


Puro egoísmo, pura covardia a escravidão. Não só dos africanos, como também dos índios e de outras raças, incluindo crianças para trabalhos forçados. A grande verdade é que além do egoísmo, existe o orgulho racial que é um erro nefando e profundo. Esse orgulho é a maldita ilusão que agrava as responsabilidades. O Senhor supremo do mundo não está somente com um povo que se diz "escolhido" Não está somente na arca de substâncias perecíveis do mundo, que não passa de mero símbolo respeitável embora.... Onde terão buscado tanta audácia alguns povos, para se julgarem privilegiados do Eterno? Que espírito satânico penetraram em seus corações e lares para que fosse odiado o trabalho pacífico, entregando-se aos monstros da guerra e escravidão aos próprios irmãos?


Voltem todos em quanto é tempo e aprendam a verdade do "amai- vos uns aos outros, auxiliando- vos reciprocamente como irmãos, porque os lares dos brancos não são melhores do que o dos africanos, os lares de Jerusalém não são melhores que os de Ascalão. Voltem todos para o trabalho pacífico e abençoado no solo da terra. Recordemos ainda da humildade que Jesus ensinou e exemplificou. Sendo o maior, se fez o menor, para que todos aprendessem de que quando Deus deseja conhecer as conquistas de uma alma ou de um povo, Dá-lhe a autoridade e a fortuna, o governo e o trono para a terrível experiência. E não para que sejam vilões, usurpadores e escravistas, porque executando a vontade do Senhor, é que se triunfa pôr sua Divina Misericórdia.

PROJETO ÁFRICA


Um trabalho atual, cheio de virilidade Cristã, é hoje o projeto África. Enriquecendo os mais pobres da Terra. São missionários de varias partes do Globo, incluindo o Brasil. Missionários Católicos, Evangélicos e outros, ajudando como lhes é possível à crianças jovens e velhos. A África é o segundo maior e o segundo mais populoso continente do planeta.


Grande parte sua, vive um drama de miséria social e espiritual. O projeto África é caro e cheio de empecilhos para o envio de missionários, mas uma obra dessas não poderia deixar de voltar seus olhos a uma região tão necessitada.


Então, não só religiosos deveriam se interessar, mas também Organizações governamentais e não Governamentais. Sabe-se que alguns países como Canadá, Suécia, Brasil, Argentina, Bolívia, Caribe, Chile, Cuba, Ilha de Páscoa Peru Romênia etc se movimentam no sentido de ajudar.


O Projeto África diz:

Não podemos desanimar com o que vemos à nossa volta. O mundo necessita de pessoas corajosas, que tenham no coração o desejo de mudar a estória.

Utopia???

".... Quem colherá no futuro, se hoje não houver quem semeie...." CHIARA LUBICH.


JOVENS PÔR UM MUNDO UNIDO.


O que é o projeto África ?

O projeto África é uma iniciativa internacional, sustentada pêlos jovens do movimento dos Focolares, que visa ajudar os povos Bangwa e Mundani ,( da Republica do Camarões) a superar a grave situação de pobreza em que se encontram.


Na verdade, a ajuda a esses dois povos é o primeiro passo do Projeto. O que pretendemos é, começando pela África, fomentar uma consciência unitária e solidaria entre todas as nações do mundo.


O QUE SERÁ FEITO?


1 Ampliação do Hospital de Fontem, com a criação de um setor para tratamento de doenças infecciosas.

2 Desenvolvimento de atividades de formação profissional.

3 Construção da rede de abastecimento de água nas aldeias, e de dois ambulatórios em Fonjumetaw


Isto será feito pôr uma ação planetária de coleta de fundos, para desenvolvimento dessa região e da colaboração pessoal de jovens voluntários (médicos, enfermeiros, mecânicos, Carpinteiros.... que passaram um período em Fontem).


Então o Projeto África é só uma ação social?


Não. O significado do Projeto, é ir ao encontro de um povo e estabelecer com ele um relacionamento fraterno e de Amor Reciproco, preservando a identidade Cultural e as tradições de um ovo, valorizando as diversidade.


Porque a África, quando existe tanta pobreza no Brasil?


Nosso objetivo não é deixar o Brasil de lado, mas sair em busca dos mais necessitados. A África é um Continente excluído do Mundo Globalizado. Queremos viver a frase do Evangelho " Ama o teu próximo como a ti mesmo". Então porque não amar outros povos, como amamos os nossos? No Brasil há várias atividades de promoção social que nasceram do mesmo princípio do Projeto África: adoções à distância em S. Paulo, Brasília e Porto Alegre; educação para crianças carentes no Recife e reforma agraria no Maranhão e em andamento em todo o país etc.


JOVENS PÔR UM MUNDO UNIDO

QUEM SOMOS?


Jovens espalhados em mais de 180 nações dos cinco Continentes de diversas raças e nacionalidades, propondo uma experiência concreta de Unidade.


QUE QUEREMOS?


Construir um Mundo mais unido, derrubando barreiras que dividem as pessoas.


Procuramos mudar a nós mesmos, despertando o espírito de solidariedade que existe em cada um de nós. Através de um sorriso, de um minuto de atenção a quem passa ao nosso lado, de um gesto de abertura aos outros, tentamos traduzir em vida uma nova visão das pessoas e do mundo.

Essa atitude de solidariedade se exprime em ações concretas. Afinal muitos precisam de nós, basta olhar ao nosso redor. E DEPOIS, MUITOS POVOS DEVEM AOS AFRICANOS O TRABALHO E O SUOR DERRAMADO, EXPECIALMENTE OS PAISES DAS AMÉRICAS.



Preto Velho.




O nosso Preto Velho PAI JOÃO, antes Tchão, e outros Pretos Velhos são os heróis deste trabalho. Sempre prontos a ajudar, sempre presente em trabalhos de cura e orientação a pessoas ou espíritos obsessores. Também nos trabalhos de assistência social, como arrecadação de gêneros alimentícios e outros. Seus conselhos e orientações, estão sempre na pauta do dia.

Suas palavras são de estimulo e esperança para todos os que sentem a sua presença. Deus nosso Pai lhe abençoe queridos amigos.


Que Jesus os proteja

E Maria também

E que os anjos do Céu

Respondam AMEM.


Em pesquisa na Internet vem um artigo sobre o assunto. Diz ele, Os Pretos Velhos são falanges de espíritos de alta hierarquia, Raios de Olorum, que assumem a roupagem de Pretos Velhos, atuando com simplicidade e carinho, em ação desobsessiva, aliviando os seres humanos de seus cobradores e obsessores, desintegrando cargas negativas pela força do amor. Também a eles está destinado o trabalho das comunicações, confortando os aflitos, revertendo quadros de sofrimento e dando esperança e paz àqueles que os consultam. São verdadeiros seres revestidos de Luz e Amor, sempre protegendo e orientando as pessoas, principalmente médiuns que são seus aparelhos, confortando-os ou, se for o caso, repreendendo-os, mas sempre com ternura e carinho, jamais magoando ou humilhando quem quer que seja.


Fim deste trabalho, feito à base de pesquisas e com desenhos da autora


Maria Rodrigues do Amaral.

A Lenda dos Índios Sioux


A Lenda dos Índios Sioux


Conta uma lenda dos índios Sioux que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda do velho feiticeiro da tribo e pediram:

Nós nos amamos e vamos nos casar. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

- Há uma coisa a fazer, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte da aldeia com apenas uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida, até o terceiro dia da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono; lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com uma rede deverás apanhá-la, trazendo-a para mim viva!

Os jovens abraçaram-se com ternura e logo partiram para cumprir a missão. No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves. O velho tirou-as do saco e constatou que eram verdadeiramente os formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido.

- E agora, o que faremos? Os jovens perguntaram.

- Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres.

Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela impossibilidade de vôo, as aves arremessaram-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar. Então o velho disse:

- Jamais esqueçam o que estão vendo, esse é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se como também, cedo ou tarde, começarão a machucar um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.

Libere a pessoa que você ama para que ela possa voar com as próprias asas. Essa é uma verdade no casamento e também nas relações familiares, de amizade e profissionais. Respeite o direito das pessoas de voar rumo ao sonho delas.

A lição principal é saber que somente as pessoas livres serão capazes de amá-lo como você quer e merece. Respeite também as suas vontades e voe em direção às realizações da sua vida. Tenho certeza que, ao ser livre, você encontrará pessoas felizes que adorarão voar ao seu lado.

A História de Rosa


A História de Rosa


No primeiro dia de aula nosso professor se apresentou aos alunos, e nos desafiou a que nos apresentássemos a alguém que não conhecêssemos ainda.

Eu fiquei em pé para olhar ao redor quando uma mão suave tocou meu ombro. Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha e enrugada, sorrindo radiante para mim. Um sorriso lindo que iluminava todo o seu ser. Ela disse: “Ei, bonitão. Meu nome é Rosa. Eu tenho oitenta e sete anos de idade. Posso te dar um abraço?” Eu ri, e respondi entusiasticamente: “É claro que pode!”, e ela me deu um gigantesco apertão.

Não resisti e perguntei-lhe: “Por que você está na faculdade em tão tenra e inocente idade?”, e ela respondeu brincalhona: “Estou aqui para encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e então me aposentar e viajar”. “Está brincando”, eu disse.

Eu estava curioso em saber o que a havia motivado a entrar neste desafio com a sua idade, e ela disse: “Eu sempre sonhei em ter um estudo universitário, e agora estou tendo um!”

Após a aula nós caminhamos para o prédio da união dos estudantes, e dividimos um milk shake de chocolate. Nos tornamos amigos instantaneamente. Todos os dias nos próximos três meses nós teríamos aula juntos e falaríamos sem parar.

Eu ficava sempre extasiado ouvindo aquela “máquina do tempo” compartilhar sua experiência e sabedoria comigo. No decurso de um ano, Rosa tornou-se um ícone no campus universitário, e fazia amigos facilmente, onde quer que fosse.

Ela adorava vestir-se bem, e revelava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Ela estava curtindo a vida!

No fim do semestre nós convidamos Rosa para falar no nosso banquete de futebol. Jamais esquecerei o que ela nos ensinou. Ela foi apresentada e se aproximou do podium. Quando ela começou a ler a sua fala, já preparada, deixou cair três, das cinco folhas no chão.

Frustrada e um pouco embaraçada, ela pegou o microfone e disse simplesmente: “Desculpem-me, eu estou tão nervosa! Eu não conseguirei colocar meus papéis em ordem de novo, então deixem-me apenas falar para vocês sobre aquilo que eu sei”.

Enquanto nós ríamos, ela limpou sua garganta e começou: “Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos porque paramos de jogar. Existem somente quatro segredos para continuarmos jovens, felizes e conseguir o sucesso. Primeiro, você precisa rir e encontrar humor em cada dia. Segundo, você precisa ter um sonho. Quando você perde seus sonhos, você morre. Nós temos tantas pessoas caminhando por aí que estão mortas e nem desconfiam! Terceiro, há uma enorme diferença entre envelhecer e crescer... Se você tem dezenove anos de idade e ficar deitado na cama por um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, você ficará com vinte anos. Se eu tenho oitenta e sete anos e ficar na cama por um ano e não fizer coisa alguma, eu ficarei com oitenta e oito anos. Qualquer um, mais cedo ou mais tarde ficará mais velho. Isso não exige talento nem habilidade, é uma conseqüência natural da vida. A idéia é crescer através das oportunidades. E por último, não tenha remorsos. Os velhos geralmente não se arrependem por aquilo que fizeram, mas sim por aquelas coisas que deixaram de fazer. As únicas pessoas que tem medo da morte são aquelas que tem remorsos”.

Ela concluiu seu discurso cantando corajosamente “A Rosa”. Ela desafiou a cada um de nós a estudar poesia e vivê-la em nossa vida diária. No fim do ano Rosa terminou o último ano da faculdade que começara há tantos anos.

Uma semana depois da formatura, Rosa morreu tranqüilamente em seu sono. Mais de dois mil alunos da faculdade foram ao seu funeral, em tributo à maravilhosa mulher que ensinou, através de seu exemplo, que nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode provavelmente ser, se realmente desejar.

O Velho e o Neto


O Velho e o Neto


Era uma vez um velho muito velho, quase cego e surdo, com os joelhos tremendo. Quando se sentava à mesa
para comer, mal conseguia segurar a colher. Derramava sopa na toalha e, quando, afinal, acertava a boca,
deixava sempre cair um bocado pelos cantos.
O filho e a nora dele achavam que era uma porcaria e ficavam com nojo. Finalmente, acabaram fazendo o velho
se sentar num canto atrás do fogão. Levavam comida para ele numa tigela de barro e - o que era pior - nem lhe
davam bastante.
O velho olhava para a mesa com os olhos compridos, muitas vezes cheios de lágrimas.
Um dia, suas mãos tremeram tanto que ele deixou a tigela cair no chão e ela se quebrou. A mulher ralhou com
ele, que não disse nada, só suspirou.
Depois ela comprou uma gamela de madeira bem baratinha e era aí que ele tinha que comer.
Um dia, quando estavam todos sentados na cozinha, o neto do velho, que era um menino de oito anos, estava
brincando com uns pedaços de pau.
- O que é que você está fazendo? - perguntou o pai.
O menino respondeu:
- Estou fazendo um cocho, para papai e mamãe poderem comer quando eu crescer.
O marido e a mulher se olharam durante algum tempo e caíram no choro. Depois disso, trouxeram o
avô de volta para a mesa. Desde então passaram a comer todos juntos e, mesmo quando o velho derramava
alguma coisa, ninguém dizia nada.

Desejos e Delirios


Desejos e Delirios


Fecho os olhos e me imagino em seus braços.
Meu corpo junto ao seu, vibra intensamente,
ao toque sutil das suas mãos.

Vejo a sua boca, a minha procurar
e não a deixo esperar.
Selo, com um beijo molhado,
esta busca gostosa, que me faz delirar.

Quero você junto a mim.
Sentir o seu cheiro e ver seu corpo inteiro
o meu também querer.

Meu peito colado ao seu,
sente o seu coração acelerado
que aumenta a cada carinho recebido,
pois minhas mãos, não consigo mais controlar.

Tudo é tão gostoso.
Até o toque de nossas bocas
em simples beijos, me faz arrepiar,
despertando ainda mais minha louca vontade
de poder te amar.

Em seu rosto, vejo a expressão do desejo.
Sinto suas mãos em meu corpo deslizar.
Todo o meu ser se estremece,
e deixa brotar ainda mais esta ânsia
de lhe pertencer.

Te desejo como nunca.
Queria seu corpo agora, para cobrí-lo de beijos.
Preciso de você, como jamais precisei de alguém.
Não sei mais viver sem o calor do seu corpo,
sem o toque das suas mãos e da sua boca,
que me diz coisas lindas
e a cada beijo, me enlouquece.

É Amor? ... É Paixão? ... É Desejo?
É tudo ...
Estou completamente embriagada por você.
Quero perder a razão
e só retornar a realidade quando, juntos,
explodirmos de prazer, Eu e Você.

É hora de paz


É hora de paz


E fez-se então, a hora da paz
Os povos calaram-se
simultaneamente
E ouviram a voz das águas
Das montanhas, da natureza
Dos animais, e nada mais
O ar soprou forte
Fazendo folhas rodopiarem
Ninguém agiu nem falou
Ninguém se moveu
E então,
A humanidade entrou
Na imensidão do silêncio
E vivenciou
A mais perfeita paz
Naquela hora
Nenhuma arma foi acionada
Nenhuma máquina foi ligada
Nenhuma agressão foi cometida
Nenhuma sirene soou
Nenhum alarme disparou
Apenas funcionava
O que da vida cuidava
E, pela primeira vez
A humanidade conheceu a paz

Minutos antes de terminar
Todos estavam armados
Com uma pequena semente
Que ao soar o sinal programado
Foram lançadas à terra

Em todo o mundo
A paz foi semeada
Na Terra
E no coração
De cada um

O sábio que profetizou
A hora da paz
Proclamou à humanidade:
E uma nova linguagem há de vir
Há de vir para ficar
Que traduz união
Justiça, igualdade
É a linguagem da paz

Somos todos irmãos
Somos todos iguais
Somos filhos da Terra
do Sol, da Água, do Ar
Somos todos peregrinos
Por esta Terra a viajar
Entrando para o novo milênio
Com a mais intensa missão
A missão de promover a paz

Uma nova linguagem
Há de vir
Há de vir para pacificar
Que traduz a Fé
A esperança, o amor
É a linguagem da paz
Que será falada, sentida, cantada
De norte a sul, de leste a oeste
Em todo planeta terrestre
Ecoará pelos confins da alma
E se expandirá pelo imenso universo
É a linguagem da paz
Que todos conhecerão
Que virá de dentro de cada ser
Para promover a união
Até que um só povo
Um povo multicor
De mãos dadas dançará
Entoando a mais bela canção
Todos a uma só voz
Unidos
Em nome da PAZ

LENDAS GAÚCHAS





A Salamanca do Jarau

No tempo dos padres jesuítas, existia um moço sacristão no Povo de Santo Tomé, na Argentina, do outro lado do rio Uruguai. Ele morava numa cela de pedra nos fundos da própria igreja, na praça principal da aldeia.
Ora, num verão mui forte, com um sol de rachar, ele não conseguiu dormir a sesta. Vai então, levantou-se, assoleado e foi até a beira da lagoa refrescar-se. Levava consigo uma guampa, que usava como copo.
Coisa estranha: a lagoa toda fervia e largava um vapor sufocante e qual não é a surpresa do sacristão ao ver sair d'água a própria Teiniaguá, na forma de uma lagartixa com a cabeça de fogo, colorada como um carbúnculo. Ele, homem religioso, sabia que a Teiniaguá - os padres diziam isso!- tinha partes com o Diabo Vermelho, o Anhangá-Pitã, que tentava os homens e arrastava todos para o inferno. Mas sabia também que a Teiniaguá era mulher, uma princesa moura encantada jamais tocada por homem.
Aquele pelo qual se apaixonasse seria feliz para sempre.
Assim, num gesto rápido, aprisionou a Teiniagá na guampa e voltou correndo para a igreja, sem se importar com o calor. Passou o dia inteiro metido na cela, inquieto, louco que chegasse a noite.
Quando as sombras finalmente desceram sobre a aldeia, ele não se sofreu: destampou a guampa para ver a Teiniaguá. Aí, o milagre: a Teiniaguá se transformou na princesa moura, que sorriu para ele e pediu vinho, com os lábios vermelhos. Ora, vinho só o da Santa Missa. Louco de amor, ele não pensou duas vezes: roubou o vinho sagrado e assim, bebendo e amando, eles passaram a noite.
No outro dia, o sacristão não prestava para nada. Mas, quando chegou a noite, tudo se repetiu. E assim foi até que os padres finalmente desconfiaram e numa madrugada invadiram a cela do sacristão. A princesa moura transformou-se em Teiniaguá e fugiu para as barrancas do rio Uruguai, mas o moço, embriagado pelo vinho e de amor foi preso e acorrentado.
Como o crime era horrível - contra Deus e a Igreja! - foi condenado a morrer no garrote vil, na praça, diante da igreja que ele tinha profanado.
No dia da execução, todo o Povo se reuniu diante da igreja de São Tomé. Então, lá das barrancas do rio Uruguai a Teiniaguá sentiu que seu amado corria perigo. Aí, com todo o poder de sua magia, começou a procurar o sacristão abrindo rombos na terra, um valos
enormes, rasgando tudo. Por um desses valos ela finalmente chegou à igreja bem na hora em que o carrasco ia garrotear o sacristão. O que se viu foi um estouro muito grande, nessa hora, parecia que o mundo inteiro vinha abaixo, houve fogo, fumaça e enxofre e tudo afundou e tudo desapareceu de vista. E quando as coisas clarearam a Teiniaguá tinha libertado o sacristão e voltado com ele para as barrancas do rio Uruguai.
Vai daí, atravessou o rio para o lado de cá e ficou uns três dias em São Francisco de Borja, procurando um lugar afastado onde os dois apaixonados pudessem viver em paz. Assim, foram parar no Cerro do Jarau, no Quaraim, onde descobriram uma caverna muito funda e comprida. E lá foram morar, os dois.
Essa caverna, no alto do Cerro, ficou encantada. Virou Salamanca, que quer dizer "gruta mágica", a Salamanca do Jarau. Quem tivesse
coragem de entrar lá, passasse 7 Provas e conseguisse sair, ficava com o corpo fechado e com sorte no amor e no dinheiro para o
resto da vida.
Na Salamanca do Jarau a Teiniaguá e o sacristão se tornaram os pais dos primeiros gaúchos do Rio Grande do Sul. Ah, ali vive
também a Mãe do Ouro, na forma de uma enorme bola de fogo. Às vezes, nas tardes ameaçando chuva, dá um grande estouro numa
das cabeças do Cerro e pula uma elevação para outra. Muita gente viu

LENDAS GAÚCHAS







O Negrinho do pastoreio

Naquele tempo os campos ainda eram abertos, não havia entre eles nem divisas nem cercas; somente nas volteadas se apanhava a gadaria xucra e os veados e as avestruzes corriam sem empecilhos...
Era uma vez um estancieiro, que tinha uma ponta de surrões cheios de onças e meias-doblas e mais muita prataria;. porém era muito cauíla e muito mau, muito.
Não dava pousada a ninguém, não emprestava um cavalo a um andante; no invemo o fogo da sua casa não fazia brasas; as geadas e o minuano podiam entanguir gente, que a sua porta não se abria; no verão a sombra dos seu umbus só abrigava os cachorros; e ninguém de fora bebia água das suas cacimbas.
Mas também quando tinha serviço na estância, ninguém vinha de vontade dar-lhe um ajutório; e a campeirada folheira não gostava de conchavar-se com ele, porque o homem só dava para comer um churrasco de tourito magro; farinha grossa e erva-caúna e nem um naco de fumo... e tudo, debaixo de tanta somiticaria e choradeira, que parecia que era o seu próprio couro que ele estava lonqueando...
Só para três viventes ele olhava nos olhos: era para o filho, menino como uma mosca, para um bafo cabos- negros, que era o seu parelheirode confiança, e para um escravo, pequeno ainda, muito bonitinho e preto como carvio e a quem todos chamava somente o - Negrinho
. A este não -deram padrinhos nem nome; por isso o Negrinho se dizia afiIhado da Virgem, Senhora Nossa, que é a madrinha de quem não a tem.
Todas as madrugadas o Negrinho galopeava o parelheiro baio; depois conduzia os avios do chimarrão e à tarde sofria os maus tratos do menino, que o judiava e se ria.
Um dia, depois de muitas negaças, o estancieiro atou carreira com um seu vizinho. Este queria que a parada fosse para os pobres; o outro que não, que não? que a parada devia ser do dono do cavalo que ganhasse. E trataram: o tiro era trinta quadras, a parada, mil onças de ouro.
No dia aprazado, na concha da carreira havia gente como em festa de santo grande.
Entre os dois parelheiros a gauchada não sabia se decidir, tão perfeito era e bem lançado cada um dos animais. Do baio era fama que quando corria, corria tanto, que o vento assobiava-lhe nas crinas; tanto, que só se ouvia o barulho, mas não se Ihe viam as patas baterem no chão... E do mouro era voz que quanto mais cancha, mais aguente, e que desde a largada ele ia ser como um laço que se arrebenta...
As parcerias abriram as guaiacas, e aí no mais já se apostavam aperos contra rebanhos e redomões contra lenços.
- Pelo baiol Luz e doble!...
- Pelo mourol Doble e luz!...
Os corredores fizeram as suas partidas à vontade e depois as obrigadas; e quando foi na última, fizeram ambos a sua senha e se convidaram. E amagando o corpo, de rebenque no ar, largaram, os parelheiros meneando cascos, que parecia uma tormenta...
- Empate! Empate! gritavam os aficionados ao longo da cancha por onde passava a parelha veloz, compassada como uma colhera.
- Valha-me a Virgem madrinha, Nossa Senhora! gemia o Negrinho. Se os sete-léguas perde, o meu senhor me mata! Hip! hip! hip!...
E baixava o rebenque, cobrindo a marca do baio.
- Se o corta-vento ganhar é só para os pobres!... retrucava o outro corredor. Hip! hip!
E cortava as esporas no mouro.
Mas os fletes corriam, compassados como numa colhera. Quando foi na última quadra, o mouro vinha arrematado e o baio vinha aos tirões.., mas sempre juntos, sempre emparelhados.
E as duas braças da raia, quase em cima do laço, o baio assentou de supetão, pós-se em pé e fez uma cara-volta, de modo que deu ao mouro tempo mais que preciso para passa, ganhando de luz aberta! E o Negrinho, de em um ginetaço.
- Foi mau jogo! gritava o estancieiro.
- Mau jogo! secundavam os outros da sua parceria.
A gauchada estava dividida no julgamento da carreira; mais de um torena coçou o punho da adaga, mais de um desapresilhou a pistola, maisn de um virou as esporas para o peito de pé... Mas o juiz, que era um velho do tempo da guerra de Sepé-Tiarajú, era um juiz macanudo, que já tinha visto muito mundo. Abanando a cabeça branca sentenciou, para todos ouvirem:
- Foi na le! A carreira é de parada morta; perdeu o cavalo baio, ganhou o cavalo mouro. Quem perdeu, que pague. Eu perdi cem gateadas; quem as ganhou venha.buscá-las. Foi na lei!
Não havia o que alegar. Despeitado e furioso, o estancieiro pagou a parada, à vista de todos, atirando as mil onças de ouro sobre o poncho do seu contrário, estendido no chão.
E foi um alegrão por aqueles pagos, porque logo o ganhador mandou distribuir tambeiros e leiteiras, côvados de baeta e baguais e deu o resto, de mota, ao pobrerio. Depois as carreiras seguiram com os changueiritos que havia.
O estancieiro retirou-se para a sua casa e veio pensando, pensando, calado, em todo o caminho. A cara dele vinha lisa, mas o coração vinha corcoveando como touro de banhado laçado a meia espalda... O trompaço das mil onças tinha-lhe arrebentado a alma.
E conforme apeou-se, da mesma vereda mandou amarrar o Negrinho pelos pulsos a um palanque e dar-lhe, dar-lhe uma surra de relho.
Na madrugada saiu com ele e quando chegou no alto da coxilha falou assim:
- Trinta quadras. tinha a cancha da carreira que tu perdeste: trinta dias ficará aqui pastoreando a minha tropilha de trinta tordilhos negros... O baio fica de piquete na soga e tu ficas de estaca!
O Negrinho começou a chorar, enquanto os cavalos iam pastando.
Veio o sol, veio o vento, veio a chuva, veio a noite. O Negrinho, varado de fome e já sem força nas mãos, enleou a soga num pulso e deitou-se encostado a um cupim.
Vieram então as corujas e fizeram roda, voando, paradas no ar, e todas olhavam-no com os olhos reluzentes, amarelos na escuridão. E uma piou e todas piaram, como rindo-se dele, paradas no ar, sem barulho nas asas.
O Negrinho tremia, de medo... porém de repente pensou na sua madrinha Nossa Senhora e sossegou e dormiu.
E dormiu. Era já tarde da noite, iam passando as estrelas; o Cruzeiro apareceu, subiu e passou; passaram as Três-Marias; a estrela-d'alva subiu... Então vieram os guaraxains ladrões e farejam o Negrinho e cortaram a guasca da sogra. O bafo sentindo-se solto rufou a galope, e toda a tropilha com ele, escaramuçando no escuro e desguaritando-se nas canhadas.
O tropel acordou o Negrinho; os guaraxains fugiram, dando berros de escárnio.
Os galos estavam cantando, mas nem o céu nem as barras do dia se enxergava: era a cerração que tapava tudo.
E assim o Negrinho perdeu o pastoreio. E chorou.
O menino maleva foi lá e veio dizer ao pai que os cavalos não estavam. O estancieiro mandou outra vez amarrar o Negrinho pelos pulsos a um palanque e dar-lhe, dar-lhe uma surra de relho.
E quando era já noite fechada ordenou-lhe que fosse campear o perdido. Rengueando, chorando e gemendo, o Negrinho pensou na sua,madrinha Nossa Senhora e foi ao oratório da casa, tomou o coto de vela aceso em frente da imagem e saiu para o campo.
Por coxilhas e canhadas, na beira dos lagoões, nos paradeiros e nas restingas, por onde o Negrinho ia passando, a vela benta -ia pingando cera no chão: e de cada pingo nascia uma nova luz, e já eram tantas que clareavarn tudo. O gado ficou deitado, os touros não escarvaram a terra e as manadas xucras não dispararam... Quando os galos estavam cantando, como na véspera, os cavalos relincharam todos juntos. O Negrinho montou no baio e tocou por diante a tropilha, até a coxilha que o seu senhor Ihe marcara.
E assim o Negrinho achou o pastoreio. E se riu...
Gemendo, gemendo; o Negrinho deitou-se encostado ao cupim e no mesmo instante apagamm-se as luzes todas; e sonhando com a Virgem, sua madrinha, o Negrinho dormiu. E não apareceram nem as corujas agoureiras nem os guaraxúns ladrões; porém pior do que os bichos maus, ao clarear o dia veio o menino, fiIho do estancieiro e enxotou os cavalos, que se dispersaram, disparando campo afora, retouçando e desguaritando-se nas canhadas.
O tropel acordou o Negrinho e o menino maleva foi dizer ao seu pai que os cavalos não estavam lá...
E assim o Negrinho perdeu o pastoreio. E chorou...
O estancieiro mandou outra vez amarrar o Negrinho pelos pulsos, a um palanque e dar-lhe, dar-Ihe uma surra de relho... dar-lhe até ele não mais chorar nem bulir, com as carnes recortadas, o sangue vivo escorrendo do corpo... O Negrinho chamou pela Virgem sua madrinha e Senhora Nossa, deu um suspiro triste, que chorou no ar como uma música, e pareceu que morreu...
E como já era de noite e para não gastar a enxada em fazer uma cova, o estancieiro mandou atar o corpo do Negrinho na panela de um formigueiro, que era para as formigas devorarem-Ihe a carne e o sangue e os ossos... E assanhou bem as formigas; e quando elas, raivosas, cobriram todo o corpo do Negrinho e começaram a trincá-lo, é que então ele se foi embora, sem olhar para trás.
Nessa noite o estancieiro sonhou que ele era ele mesmo, mil vezes e que tinha mil filhos e mil negrinhos, mil cavalos baios e mil vezes mil onças de ouro.., e que tudo isto cabia folgado dentro dem um formigueiro pequeno...
Caiu a serenada silenciosa e molhou os pastos, as asas dos pássaros e a casca das frutas.
Passou a noite de Deus e veio a manhã e o sol encoberto. E três dias houve cerração forte, e três noites o estancieiro teve o mesmo sonho.
A peonada bateu o campo, porém, ninguém achou a tropilha e nem rastro.
Então o senhor foi ao formigueiro, para ver o que restava do corpo do escravo.
Qual não foi o seu grande espanto, quando chegado perto, viu na boca do formigueiro o Negrinho de pé, com a pele lisa, perfeita, sacudindo de si as formigas que o cobriam ainda!...
O Negrinho, de pé, e ali ao lado, o cavalo baio e ali junto, a tropilha dos trinta tordilhos.., e fazendo-lhe frente, de guarda ao mesquinho, o estancieiro viu a madrinha dos que não a têm, viu a Virgem, Nossa Senhora, tão serena, pousada na terra, mas mostrando que estava no céu...
Quando tal viu, o senhor caiu de joelhos diante do escravo.
E o Negrinho, sarado e risonho, pulando de em pêlo e sem rédeas, no baio, chupou o beiço e tocou a tropilha a galope.
E assim o Negrinho pela última vez achou o pastoreio. E não chorou, e nem se riu.
Correu no vizindário a nova dó fadário e da triste morte do Negrinho, devorado na panela do formigueiro.
Porém logo, de perto e de longe, de todos os rumos do vento, começaram a vir notícias de um caso que parecia um milagre novo...
E era, que os posteiros e os andantes, os que dormiam sob as palhas dos ranchos e os que dormiam na cama das macegas, os chasques que cortavam por atalhos e os tropeiros que vinham pelas estradas, mascates e carreteiros, todos davam notícia - da mesma hora - de ter visto passa, como levada em pastoreio, uma tropilhade tordilhos, tocada por um Negrinho, gineteando de em pêlo, em um cavalo baio!...
Então, muitos acenderam velas e rezaram o Padre-nosso pela alma do judiado. Daí por diante, quando qualquer cristão perdia uma cousa, o que fosse, pela noite velha o Negrinho campeava e achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar da sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o remiu e salvou e deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.
Todos os anos, durante três dias, o Negrinho desaparece: está metido em algum formigueiro grande, fazendo visita às formigas, suas amigas; a sua tropilha esparrama-se; e um aqui, outro por lá, os seus cavalos retouçam nas manadas das estâncias. Mas ao nascer do so do terceiro dia, o baio relincha perto do seu ginete; o Negrinho monta-o e vai fazer a sua recolhida; é quando nas estâncias acontece a disparada das cavalhadas e a gente olha, olha, e não vê ninguém, nem na ponta, nem na culatra.
Desde então e ainda hoje, conduzindo o seu pastoreio, o Negrinho, sarado e risonho, cruza os campos, corta os macegais, bandeia as restingas, desponta os banhados, vara os arroios, sobe as coxilhas e desce às canhadas. O Negrinho anda sempre à procura dos objetos perdidos, pondo-os de jeito a serem achados,. pelos seus donos, quando estes acendem um coto de vela, cuja luzele leva para o altar da Virgem Senhora Nossa, madrinha dos que não a têm.
Quem perder suas prendas no campo, guarde esperança: junto de algum moirão ou sob os ramos das árvores, acenda uma vela para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo - Foi por aí que eu perdi...
Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi!...
Se ele não achar: ninguém mais

AMOR




Quem já não tentou definir o amor?
Acho também ( como tantos) que o amor não se define.
O amor se ama.
O amor é.
O amor é.
O amor apenas é.
O amor é a vida com vida.
O amor é o convite à vida.
O amor é a própria vida.
O amor é.
Apenas é.
O amor é a plenitude do pleno.
É o vazio do deserto.
É o sorriso triste.
É a alegria do retorno saudoso.
É perder a fome. É querer ficar mais bonito.
É a busca de si em alguém. É o encontro de si em alguém.
É dádiva divina.
É a razão. É a paixão.
É a esperança. O sonho.
É a maior lição que podemos aprender.
É o melhor aprendizado que devemos ter.
É o renascer em si.
É a volta à infância.
É a pureza. É a nobreza.
O amor é.
É o reflexo da alma.
É a presença de Deus.
É a vida na Terra.
É a vida eterna.
É a vida...
É o amor...
O amor é...
Lilian Russo

NAMORADOS



Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namoro de verdade é
muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem,
quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil.
Mas, namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito,
mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente
treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa
ser parruda, decidida ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de
aflição. Quem não tem namorado, não é que não tem um amor: é quem não sabe o
gosto de namorar. Se você tem pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e
dois amantes, mesmo assim pode não ter um namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas,
medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem
transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa
é quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a
infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida,
fugida ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas: de carinho escondido na
hora em que passa o filme: de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia
de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar, de
gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar
junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico
ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer cesta abraçado, fazer
compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar
horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de
alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criança própria
e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'agua, show do Milton
Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos e musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros,
quem não recorta artigos, quem não chateia com o fato de o seu bem ser paquerado. Não
tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana,
na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem
ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz
sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde solidão com
ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo,
e quem tem medo de ser afetivo. Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor
é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medo, ponha a saia mais leve,
aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras,
e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada, e coração estouvado,
saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e
sorria lírios para quem passe debaixo da janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como
se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uam névoa de borboletas,
cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteira: Se
você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer
a vida parar e de repente parecer que faz sentido. Enlou-cresça.


Carlos Drummond de Andrade