São João do Rio do Peixe
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Município de São João do Rio do Peixe | |||||
"Antenor Navarro" | |||||
Vista frontal da Igreja Matriz | |||||
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Hino | |||||
Aniversário | 8 de Outubro | ||||
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Fundação | 1881 (136 anos) | ||||
Gentílico | são-joanense | ||||
Lema | Plebem Perfectam | ||||
Prefeito(a) | José Airton Pires de Sousa (PSC) (2013–2016) | ||||
Localização | |||||
Localização de São João do Rio do Peixe na Paraíba
Localização de São João do Rio do Peixe no Brasil | |||||
Unidade federativa | Paraíba | ||||
Mesorregião | Sertão Paraibano IBGE/2008 [1] | ||||
Microrregião | Cajazeiras IBGE/2008 [1] | ||||
Região metropolitana | Cajazeiras | ||||
Municípios limítrofes | Cajazeiras, Santa Helena, Poço de José de Moura, Uiraúna, Sousa, Marizópolis | ||||
Distância até a capital | 500 km | ||||
Características geográficas | |||||
Área | 474,426 km² [2] | ||||
População | 18 201 hab. IBGE/2010[3] | ||||
Densidade | 38,36 hab./km² | ||||
Altitude | 245 m[2] | ||||
Clima | Semiárido BSh | ||||
Fuso horário | UTC−3 | ||||
Indicadores | |||||
IDH-M | 0,595 baixo PNUD/2000 [4] | ||||
PIB | R$ 63 023,370 mil IBGE/2008[5] | ||||
PIB per capita | R$ 3 448,42 IBGE/2008[5] | ||||
Página oficial |
São João do Rio do Peixe, também conhecida por Antenor Navarro ou simplesmente Antenor, é um município brasileiro do Estado da Paraíba. Está localizado na microrregião de Cajazeiras. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2006 sua população era estimada em 17.838 habitantes. Área territorial de 474 km².
Índice
[esconder]História[editar | editar código-fonte]
Formação geológica e Pré-história local[editar | editar código-fonte]
Após milhões de anos de formação e sedimentação do solo, foi percebido em estudos recentes [6] dados mais claros sobre o processo que levou a atual moldura do relevo e tipo de solo onde esta localizado o município. A cidade foi construída sob uma formação chamada Formação Antenor Navarro[7] de Arenitos e Micáceos, o que favoreceu em parte a erosão natural feita pelo Rio do Peixe.
Há cerca de 10.000 anos houve a extinção das Preguiças-gigante e outros animais da Megafauna no continente americano. No município onde hoje esta localizado O Hotel da Estância Termal do Brejo das freiras, foi encontrada em 1944 [8] um fóssil deste gênero e hoje encontra-se em exposição permanente no Museu nacional na cidade do Rio de Janeiro.
Colonização[editar | editar código-fonte]
A ocupação da região onde hoje se encontra o município de São João do Rio do Peixe remonta ao século XVII, quando as sesmarias do sertão Pernambucano são divididas. A atual área do município ocupava a região chamada Ribeira do Rio do Peixe. No mesmo século essa região começou a ser explorada quando Luis Quaresma Dourado, da Paraíba, e pela família D’avilla, integrante da Casa da Torre, na Bahia.
Como modo de afirmar seu próprio controle e o da coroa portuguesa sobre as sesmarias a família d'Ávila passou a conceder títulos (capitão-mor, sargento-mor entre outros) a quem pudesse ajudar a estabelecer o domínio sobre as terras. No início do Século XVIII chega a região o sargento-mor Antônio José da Cunha, estabelecendo uma grande fazenda e gado e a posse da área no ano de 1708. A época de sua chegada o fazendeiro estabeleceu contato com os indígenas denominados Icós-Pequenos –pertencentes nação Cariri–; o último relato sobre esses indígenas é datada de 1740, quando estavam aldeados pelo padre José Matos Serras.
Na segunda metade do século XVIII se estabelece na região a família Dantas, e em 1765 se estabelece na Fazenda São João o capitão-mor João Dantas Rothéa. Junto à fazenda de Dantas foram se estabelecendo varias outras habitações, segundo Pereira (2009) a existência de uma capela na propriedade contribuía para a aproximação dos novos moradores.
Império[editar | editar código-fonte]
Já no século XIX, entre 1855 e 1863, foi construída a nova igreja, que marca um novo ciclo de desenvolvimento em São João do Rio do Peixe, que passa a ser distrito. Em 1881, o distrito é elevado a vila.
República[editar | editar código-fonte]
Outros dois momentos importantes no desenvolvimento de São João do Rio do Peixe são a construção da estrada de ferro e a ciclo do Cangaço. A estrada unia o município ao estado do Ceará, fazendo com que a cidade ganhasse notoriedade no cenário nacional. Já o ciclo do Cangaço impulsionou o crescimento urbano da cidade, dado que, por medo do movimento comandado por Lampião muitas pessoas abandonam as casas no interior e migram para os locais mais povoados.[6]
No período entre 1932 e 1989 o município passou a se chamar Antenor Navarro, que foi interventor do Estado da Paraíba na década de 30. Com a promulgação da nova constituição da Paraíba em 1989 a cidade retomou o antigo nome.
Geografia[editar | editar código-fonte]
Clima[editar | editar código-fonte]
O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005[9]. Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca.
Tropical semiárido, com chuvas de verão. O período chuvoso se inicia em novembro com término em abril. A precipitação média anual é de 431,8mm.
Hidrografia e cheias do Rio do Peixe[editar | editar código-fonte]
O relevo local propiciou o surgimento de diversos riachos - onze no total[7] - e a passagem do curso d'água mais importante, o Rio do Peixe. Riachos como Cacaré e Santo Antônio, fazem das várzeas do Rio do Peixe e com ajuda de períodos normais de chuva farto na oferta de água para consumo, irrigação e trato animal. O rio do Peixe, após percorrer algo em torno de 100 km junta-se ao Rio Piranhas.[10]
Em períodos chuvosos, o município é fartamente abastecido por açudes e barragens construídas durante o século XX, pelos sucessivos governos de nível federal, estadual e municipal. O principal deles é o Açude Chupadouro, com mais de 3 milhões de metros cúbicos de capacidade, mas desde a seca iniciada em 2012, tanto o Açude do Chupadouro e Pilões encontram-se em níveis muito baixos, tendo que o abastecimento ser realizado via a Barragem Lagoa do Arroz.
O Rio do Peixe também é conhecido por suas inúmeras cheias, que em muitas vezes causaram destruição e problemas para a população, que estabeleceu-se em suas várzeas. Bairros próximos a antiga estação e no centro, conviveram no passado com esse fenômeno do transbordamento das águas do rio. Muitas destas cheias tornaram-se uma lembrança popular, como as cheias ocorridas em 1964, 1967, 1985 e 2008.
Meio ambiente e biodiversidade[editar | editar código-fonte]
Boa parte da vida natural da região encontra-se extinta, grande e médios mamíferos foram caçados em sua totalidade, como as Onças Suçuaranas e os Veados-catingueiros, além de muitas aves aquáticas e de canto belo, que acabou chamando atenção para sua captura e criação em cativeiro, dado o comportamento popular de aprisionar estas variedades de animais.
Outro fator que contribui o para a redução da vida natural foi o desmatamento para criação de rebanhos de gado e cabras, retirando assim lugares usados pelos animais para alimentação e reprodução. Os veados e as onças hoje são apenas lembradas em histórias de caçadas em serras vizinhas ao município.
A fauna restante na região resume-se em grande parte a espécies de aves[10] que podem ser encontradas no ambiente natural bem como criadas em gaiolas, como Galos-de-campina ou para caça esportiva, como exemplo as Marrecas.
Referências
- ↑ ab «Divisão Territorial do Brasil». Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2008. Consultado em 11 de outubro de 2008
- ↑ ab IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 Erro de citação: Código
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- ↑ «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
- ↑ ab «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010
- ↑ ab PERREIRA, Lívia. A problemática socioambiental em São João do Rio do Peixe. Monografia do Curso de especialização em Análise Geoambiental da Universidade de Campina Grande – Campus Cajazeiras. 2009
- ↑ ab BRANDÃO, Marcelo Henrique de Melo. «Índice de Degradação ambiental na bacia hidrográfica do Rio do Peixe – PB». UFPE
- ↑ Brito, Vanderley de (2008). Arqueologia da Borborema. João Pessoa: JRC Gráafica. 96 páginas Verifique data em:
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(ajuda); - ↑ Ministério da Integração Nacional, 2005. Nova delimitação do semiárido brasileiro.
- ↑ ab Galvão, Rogério Cândido Ramalho (2011). São João do Rio do Peixe - datas e Notas. [S.l.]: Gráfica e Editora Halley. 322 páginas
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