7 de julho de 2017

Quando o Brasil ainda não era o Brasil





 Quando o Brasil ainda não era o Brasil


Quando o Brasil ainda não era o Brasil, os índios se encarregavam de tarefas árduas. Caçavam animais silvestres como o veado. Enquanto isso, as índias faziam trabalhos delicados, como moldar a argila, cozinhar e plantar mandioca-brava, aipim, nabo e cará.
A baía de Guanabara abrigou os espanhóis João Dias de Solis (32) e Fernão de Magalhães (28) e uns portugueses do babado, que defendiam a todo custo a nossa maior riqueza: o vermelhaço PAU Brasil.
Em 1574, o Rio de Janeiro passou a ser capital da parte sul do Brasil e, em 1578 Salvador voltou a ser a capital de todo o Páis.
Araribóia, o índio, arrasou numa batalha, ganhando um prêmio inédito na história: as seis Marias. As seis deixaram o índio enlouquecido e podem ser as responsáveis pela disseminação das raças mameluca ou cabocla (estamos cafuzas).
Algumas tribos praticavam a antropofagia, eram as tribos onde todo mundo comia todo mundo. As poderosíssimas índias que comiam todos, deixavam o bofe preso numa choça, pintavam-lhe o corpinho todo e ameaçavam com palavras bruscas, mostrando seus tacapes, deixando os bichinhos amedrontados. Enquanto uma acendia a fogueira, a outra amarrava o bofe e cortava-o em fatias. Alguns gostavam da brincadeira, mas eram comidos passados no azeite.
Esse processo de seleção natural fez com que as tribos antropofágicas fossem todas constituídas de índias espadas, enquanto as outras mais liberais perpetuaram-se até os dias de hoje.
-Menina, você viu que beleza de ornamento que o cacique botou no pau?
- É, pelo menos agora quem sabe faz uma cosquinha.
RARARARA!!
E assim foi criado o piercing....

Século XVII
Perto do Rio de Janeiro, nessa época, neguinho já se adiantava extraindo PAU Brasil nos melhores picos que ficavam perto dos quiosques da Lagoa Rodrigo de Freitas. Em 1624, os cariocas se juntaram aos baianos e ajudaram os paulistas a expulsar os bonitinhos e loirinhos holandeses, tornando nosso povo definitivamente pardo. O reflexo dessa união nos dias de hoje é uma feliz e criativa combinação que rende milhões de dólares a publicitários de todo o Brasil.
A sacanagem nas famílias comia solta. As Sinhazinhas eram chamadas de anjos louros (burros), que saíam às ruas cobertas de brincos e tetéias (RÁRÁRÁ) em cadeirinhas que eram carregadas por pivetes. As meninas eram consideradas mulheres depois de fazer a primeira comunhão, quando tornavam-se sinhás-moças. Melhor que primeira comunhão só mesmo casamento. Caso passasse dos 20, ficava pra titia. Em casa, as mocinhas, no lugar das camisetas e calcinhas que usamos hoje, optavam pelo cabeção e chinelinho sem meia, uma graça!
Chazinho com BOLACHAS
- Chega mais, Izabel, vem cá que eu vou te mostrar um ponto novo de bordado.
- Ai, Mercedes, você está uma tetéia.

Apesar de muito tentarem, era difícil manter as mocinhas virgens por muito tempo. Como o homem era um ser superior, poucas ousavam pular a cerca, preferindo quebrar o galho entre elas mesmas formando uma alegre comunidade de sinhás bolachas,
com chá.
Enquanto isso, na senzala
As gordinhas arrasavam nessa época e davam de mamar aos garotinhos bonitinhos e novinhos filhos do senhor. Bons tempos em que a celulite era uma qualidade a mais. Foram elas, as escravas, que introduziram as gírias na galera que aprendia as malandragens. Garotas espertíssimas essas escravas.
Século XVIII
A penetração para o interior
Esse século foi uma loucura! Chegou um bando de homens fortes e viris, mais que o Tarcísio Meira. Eles desbravaram as índias e acabaram com a bichice do tratado de Tordesilhas, ocupando rapidamente o interior. O Contorno geral continuou praticamente o mesmo, mas descobriram pontos importantes do nosso território, sendo o mais disputado, o ponto G.
Século XIX
O século iniciado em 1801 trouxe a família real com penicos europeus - chiquérrimos - e uma horda de boiolas de peruca de cachinhos.
Nos corredores das casas brasileiras e principalmente nas casinhas que ficavam do lado de fora, onde as princesas se encontravam para trocar umas idéias, só se falava em uma coisa: elas queriam mesmo ver a coisa preta.
O idioma predominante ainda era o Tupi guarani. Abaixo, algumas curiosas palavras de nossa língua nativa.
Aquitã: problemático ; curto
Anauê: e aí, beleza?
Auati: loura
Carioca: garoto esperto
Guariní: pit boy
Iba: horroroso
Iva: feio pra caralho
Ité: disgusting
Jacaúna: Tony Ramos; indivíduo de peito negro.
Jurubeba: remédio para o fígado
Kabu'ré: prêmio da propaganda
Ré: - amigo - rê (geralmente usado para amigas chamadas renata, regina, etc.)
Foi nessa época que, graças a Deus, deu-se uma agilizada e saímos da monotonia, sendo o século das grandes revoluções e invenções.
O chique era seguir os padrões de comportamento da burguesia francesa.
Tudo começou bem com o telégrafo, chegando ao auge com a invenção do telefone, sem o qual estaríamos todas mortas.
A energia, a bacteriologia, o raio X, a anestesia. a fotografia e o cinema também surgiram nesse século. Mas nada supera as invenções magníficas, como a psicanálise - sem a qual estaríamos em surto há mais de cem anos -, a Coca-Cola, o Leite Moça e a Farinha Láctea! Só faltava ter surgido o vibrador. Que século es-pe-ta-cu-lar!
Século XX
Mulheres começavam a voar, nadar, ganhar medalhas, compor músicas , deixando homens e até as outras mulheres indignadas.
1921 - Anésia Pinheiro Machado, aos 17 anos, vendeu sua biblioteca e resolveu aprender a voar. Aos 18 anos fez uma ponte-aérea (Rio/SP).
1932 - Maria Lenk foi a primeira mulher a representar o Brasil em uma Olimpíada. Dá pra acreditar que a mocinha nadava nas limpas águas do rio Tietê?
1948 - Carmem Santos lançou seu primeiro filme como diretora e produtora: "inconfidência Mineira".
Nair de Teffé tornou-se primeira dama, moderna e delineada, causando frisson na sociedade do começo do século. Era caricaturista e defendia a liberdade de expressão. Botou o "Corta Jaca' na roda, tornando o violão e os ritmos populares um must.
Chiquinha Gonzaga liderou a batalha pelos direitos autorais e conseguiu a legalização da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, em 1917. Chiquíssima Gonzaga arrasava corações e teve um tórrido romance com Carlos Alberto Riccelli.
Nise da Silveira estudava Jung e revolucionou o tratamento dos doentes mentais no Brasil. Formou-se aos 21 anos entre 156 alunos homens. Foi presa como comunista, voltou à ativa e criou, em 1952, o Museu das Imagens do Inconsciente.
Fora essa mulherada da pesada, as outras (normais com nós) cursavam o "Normal" (hoje conhecido como Magistério) e tornavam-se comportadas professorinhas que, após o casamento, passariam a tomar conta dos pimpolhos e do lar.
Década de 50
Mocinhas direitas estudavam religião, corte-e-costura e culinária.
Nos Anos Dourados as minas de então começaram a se coçar, a trabalhar e a desejar o Elvis Presley, tentando descobrir o que havia debaixo de todo aquele rebolado.
Anos 60 , 70 e 80
Mamãe descobriu a pílula, as maravilhas do sexo e os prazeres de se tirar o sutiã, num gesto revolucionário de independência.
John Travolta, Rick Wakeman e Peter Frampton me deixavam louca.
As mulheres conquistam as meias de lurex, a Julia sai da cadeia e reencontra a filha, Glória Pires. A danada da Leila matou a Odete Roitman e o Edwin Luizi matou o Salomão Aiala. Mas nada se compara à Maria de Fátima em Vale Tudo.
Ipanema fervia com o Circo Voador: Xuxa atacava criancinhas num programa que viraria uma maldição que se perpetua até os dias de hoje. A Aids aparece e obriga todo mundo a chupar bala com papel. Fazer o que, né?
Anos 90
As mulheres descobrem que seus peitos caíram e voltam a usar sutiãs - dessa vez com alcinhas rendadas, bolinhas, armações e estruturas reforçadas para evitar danos futuros. Dessa, nossa mães não escaparam.
Uma nova praga toma conta do País e quiçá do mundo: o sertanejo, o axé music e o pagode. Mulheres bundudas inventam uma dança convulsiva, trazendo prejuízos psicológicos profundos às mulheres sem bunda que começam a pensar em uma maneira de agradar os homens brasileiros, fazendo filas intermináveis para colocar próteses de bundas. Na seqüência vieram as de pernas, de bochechas e as lipoaspirações.
Ano 2000
As brasileiras querem ter, além de uma bunda gigantesca, peitões enormes. Centenas de mulheres se dobram aos peitões, arriscando a segurança alheia com o perigo de uma explosão de tetas coletiva.
Meninas bonitinhas de 14 anos fazem de tudo para parecerem gordinhas e feias. Usam calças caindo pela bunda , maria-chiquinhas cheias de grampinhos e tênis de meninos. Já outra facção de adolescentes, desfila com seus uniformes, celulares e pulseiras de corda de violão do Antônio Bernardo.
Sexo é muito bom, mas só se for virtual. O mundo se comunica, namora e até casa (rárárá) pela Internet. Criaram o chamado "efeito bolha", que está prestes a explodir em uma multidão espalhada pelo mundo inteiro, descontente com seu par ideal que na verdade é 15 anos mais novo, feio pra cacete, tem mau hálito (SÁah!) e pau pequeno.
Tá legal, tá legal, ainda restam alguns bofes legais, numa época em que dizemos que já demos pelo menos um beijo na boca de uma amiga, só pra não ficar deslocada. Putz!, como é chato ter que ser moderninha. Nesse fim de século queremos uma coisa muito simples: ser tratadas como mulher, com carinho, mas sem frescura; pagar a conta, mas só de vez em quando; trocar e-mails, mas pegar um cineminha é melhor ainda; ficar com quem quiser sem ser galinha, mas ser pedida pra namorar; que o homem ligue quando diz que vai ligar; que as modelos virem modelos de mulheres de verdade e não modelos das modelos. Pô, isso não é justo. Precisamos de uma lei que obrigue as lojas de biquínis a deixar misturar os tamanhos de top e de calcinha.

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