7 de julho de 2017

HISTÓRIA DO CARNAVAL



HISTÓRIA DO CARNAVAL
ORIGEM DO CARNAVAL


Dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis. Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Mas num ponto todos concordavam, as grandes festas como o carnaval estão associadas a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais. O carnaval se caracteriza por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras e manifestações folclóricas. Na Europa, os mais famosos carnavais foram ou são: os de Paris, Veneza, Munique e Roma, seguidos de Nápoles, Florença e Nice.
CARNAVAL NO BRASIL
O carnaval foi chamado de Entrudo por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas. No Brasil o carnaval é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa. Na Bahia é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta. Esta festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste, todas com características baiana, com a presença indispensável dos Trios Elétricos e são realizadas no decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal, o Carnatal; em João Pessoa, a Micaroa; em Campina Grande, a Micarande; em Maceió, o Carnaval Fest; em Caruaru, o Micarú; em Recife, o Recifolia, etc.
CARNAVAL NO RECIFE
Século XVII - De acordo com as antigas tradições, mais ou menos em fins do século XVII, existiam as Companhias de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores de Mercadorias. Essas companhias geralmente se reuniam para estabelecer acordo no modo de realizar alguns festejos, principalmente para a Festa de Reis, Esta massa de trabalhadores era constituída, em sua maioria, de pessoas da raça negra, livres ou escravos, que suspendiam suas tarefas a partir do dia anterior à festa de Reis. Reuniam-se cedo, formando cortejos que consistia de caixões de madeira carregados pelo grupo festejante e, sentado sobre ele uma pessoa conduzindo uma bandeira. Caminhavam improvisando cantigas em ritmo de marcha, e os foguetes eram ouvidos em grande parte da cidade.
Século XVIII - Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana, surgiram particularmente a partir do século XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século passado, no seu livro "Festas e Tradições Populares", descreve uma Coroação de um Rei Negro, em 1742. Pereira da Costa, à página 215 do seu livro, "Folk Lore Pernambucano", transcreve um documento relativo à coroação do primeiro Rei do Congo, realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife. Os primeiros registros destas cerimônias de coroação, datam da segunda metade deste século nos adros das igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no estado e Pernambuco, promovidas pelas irmandades de NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS e de SÃO BENEDITO.
Século XIX - Depois da abolição da escravatura, em 1888, os patrões e autoridades da época permitiram que surgissem as primeiras agremiações carnavalescas, formadas por operários urbanos nos antigos bairros comerciais. Supõe-se que as festas dos Reis Magos serviu de inspiração para a animação do carnaval recifense. De acordo com informações de pessoas antigas que participaram desses carnavais, possivelmente o primeiro clube que apareceu foi o dos Caiadores. Sua sede ficava na Rua do Bom Jesus e foi fundador, entre outros, um português de nome Antônio Valente. Na terça-feira de carnaval à tarde o clube comparecia à Matriz de São José, tocando uma linda marcha carnavalesca e os sócios levando nas mãos baldes, latas de tinta, escadinhas e varas com pincéis, subiam os degraus da igreja e caiavam (pintavam), simbolicamente. Outros Clubes existiam no bairro do Recife: Xaxadores, Canequinhas Japonesas, Marujos do Ocidente e Toureiros de Santo Antônio.
Século XX - O carnaval do Recife era composto de diversas sociedades carnavalescas e recreativas, entre todas destacava-se o Clube Internacional, chamado clube dos ricos, tinha sua sede na Rua da Aurora, no Palácio das Águias. A Tuna Portuguesa, hoje Clube Português, tinha sua sede na Rua do Imperador. A Charanga do Recife, sociedade musical e recreativa, com sede na Avenida Marquês de Olinda e a Recreativa Juventude, agremiação que reunia em seus salões a mocidade do bairro de São José. O carnaval do início deste século era realizado nas ruas da Concórdia, Imperatriz e Nova, onde desfilavam papangus e máscaras de fronhas (fronhas rendadas enfiadas na cabeça e saias da cintura para baixo e outra por sobre os ombros), esses mascarados sempre se apresentavam em grupos. Nesses tempos, o Recife não conhecia eletricidade, a iluminação pública eram lampiões queimando gás carbônico. Os transportes nos dias de carnaval vinham superlotados dos subúrbios para a cidade. As linhas eram feitas pelos trens da Great Western e Trilhos Urbanos do Recife, chamados maxambombas, que traziam os foliões da Várzea, Dois Irmãos, Arraial, Beberibe e Olinda. A companhia de Ferro Carril, com bondes puxados a burros, traziam foliões de Afogados, Madalena e Encruzilhada. Os clubes que se apresentaram entre 1904 e 1912 foram os seguintes: Cavalheiros de Satanás, Caras Duras, Filhos da Candinha e U.P.M.; este último criado como pilhéria aos homens que não tinham mais virilidade.
O Corso - Percorria o seguinte intinerário: Praça da Faculdade de Direito, saindo pela Rua do Hospício, seguindo pela Rua da Imperatriz, Rua Nova, Rua do Imperador, Princesa Isabel e parando, finalmente na Praça da Faculdade. O corso era composto de carros puxados a cavalo como: cabriolé, aranha, charrete e outros. A brincadeira no corso era confete e serpentina, água com limão e bisnagas com água perfumada. Também havia caminhões e carroças puxadas a cavalo e bem ornamentadas, rapazes e moças tocavam e cantavam marchas da época dando alegre musicalidade ao evento. Fanfarras contratadas pelas famílias, desfilavam em lindos carros alegóricos.
FREVO
Histórico - o carnaval recifense possui uma música e uma dança carnavalesca própria e original, nascida do povo. De origem urbana, surgiu nas ruas do Recife nos fins do século XIX e começo do século XX. O frevo nasceu das marchas, maxixes e dobrados; as bandas militares do século passado teriam dado sua contribuição na formação do frevo, bem como as quadrilhas de origem européia. Deduz-se que a música apoiou-se desde o início nas fanfarras constituídas por instrumentos de metal, pela velha tradição bandística do povo pernambucano.
A palavra é: FREVO! - A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, dando origem a palavra frevo, que passou a designar: "Efervecência, agitação, confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu vai-e-vem em direções opostas como pelo Carnaval", de acordo com o Vocabulário Pernambucano de Pereira da Costa. Divulgando o que a boca anônima do povo já espalhava, o Jornal Pequeno, vespertino do Recife, que mantinha a melhor secção carnavalesca da época, na edição de 12 de fevereiro de 1908, faz a primeira referência a palavra frevo.
O Frevo música - Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os músicos pensaram em dar ao povo mais animação nos folguedos de carnaval, e a gente de pé no chão, queria música barulhenta e animada, que desse espaço para extravasar alegria dentro daquele improviso. No decorrer do tempo a música ganha características próprias acompanhada por um bailado inconfundível de passos soltos e acrobáticos. Nas suas origens o frevo sofreu várias influências ao longo do tempo, produzindo assim variedades. A década de trinta serve de base para a divisão do frevo em: Frevo-de-Rua, Frevo-Canção, Frevo-de-Bloco.
FREVO-DE-RUA - É o mais comumente identificado como simplesmente frevo, cujas características não se assemelham com nenhuma outra música brasileira, nem de outro país. O frevo-de-rua se diferencia dos outros tipos de frevo pela ausência completa de letra, pois é feito unicamente para ser dançado. Na música é possível distinguir-se três classes: o frevo-abafo ou de encontro, no qual predominam os instrumentos metálicos, principalmente pistões e trombones; o frevo-coqueiro, com notas agudas distanciando-se no pentagrama e o frevo-ventania, constituído pela introdução de semicolcheias. O frevo acaba, temporariamente, em um acorde longo e perfeito. Frevos-de-rua famosos Vassourinhas de Matias da Rocha, Último dia de Levino Ferreira, Trinca do 21 de Mexicano, Menino Bom de Eucário Barbosa, Corisco de Lorival Oliveira, Porta-bandeira de Guedes Peixoto, entre outros.
FREVO-CANÇÃO - Nos fins do século passado surgiram melodias bonitas, tais como A Marcha n° 1 do Vassourinhas, atualmente convertido no Hino do carnaval recifense, presente tanto nos bailes sociais como nas ruas, capaz de animar qualquer reunião e enlouquecer o passista. O frevo-canção ou marcha-canção tem vários aspectos semelhantes à marchinha carioca, um deles é que ambas possuem uma parte introdutória e outra cantada, começando ou acabando com estrebilhos. Frevos-canção famosos: Borboleta não é ave de Nelson Ferreira, Na mulher não se bate nem com uma flor de Capiba, Hino de Pitombeira de Alex Caldas, Hino de Elefante de Clídio Nigro, Vestibular de Gildo Moreno, entre outros.
FREVO-DE-BLOCO - Deve ter se originado de serenatas preparadas por agrupamentos de rapazes animados, que participavam simultaneamente, dos carnavais de rua da época, possivelmente, no início do presente século. Sua orquestra é composta de Pau e Corda: violões, banjos, cavaquinhos, etc. Nas últimas três décadas observou-se a introdução de clarinete, seguida da parte coral integrada por mulheres. Frevos-de-bloco famosos: Valores do Passado de Edgar Moraes, Marcha da Folia de Raul Moraes, Relembrando o Passado de João Santiago, Saudade dos Irmãos Valença, Evocação n° 1 de Nelson Ferreira, entre outros.
O Frevo dança - Vários elementos complementares básicos compõe toda dança, em especial no frevo os instrumentos musicais serviam como arma quando se chocavam agremiações rivais. A origem dos passistas são os capoeiras que vinham à frente das bandas, exibindo-se e praticando a capoeira no intuito de intimidar os grupos inimigos. Os golpes da luta viraram passos de dança, embalados inicialmente, pelas marchas e evoluindo junto com a música do frevo.
A SOMBRINHA - Outro elemento complementar da dança, o passista à conduz como símbolo do frevo e como auxílio em suas acrobacias. A sombrinha em sua origem não passava de um guarda-chuva conduzido pelos capoeiristas pela necessidade de ter na mão como arma para ataque e defesa, já que a prática da capoeira estava proibida.
Este argumento baseia-se no fato de que os primeiros frevistas, não conduziam guarda-chuvas em bom estado, valendo-se apenas da solidez da armação. Com o decorrer do tempo, esses guarda-chuvas, grandes, negros, velhos e rasgados se vêm transformados, acompanhando a evolução da dança, para converter-se, atualmente, em uma sombrinha pequena de 50 ou 60 centímetros de diâmetro.
O VESTUÁRIO - Também como elemento imprescindível em algumas danças folclóricas, o vestuário que se precisa para dançar o frevo, não exige roupa típica ou única. Geralmente a vestimenta é de uso cotidiano, sendo a camisa mais curta que o comum e justa ou amarrada à altura da cintura, a calça também de algodão fino, colada ao corpo, variando seu tamanho entre abaixo do joelho e acima do tornozelo, toda a roupa com predominância de cores fortes e estampada. A vestimenta feminina se diferencia pelo uso de um short sumário, com adornos que dele pendem ou mini-saias, que dão maior destaque no momento de dançar.
Passos do frevo - A dança do frevista é geralmente caracterizada pela sua individualidade na exibição dos passos. Os passos nasceram da improvisação individual dos dançarinos, com o correr dos anos, dessa improvisação se adotaram certos tipos ou arquétipos de passos. Existem atualmente um número incontável de passos ou evoluções com suas respectivas variantes. Os passos básicos elementares podem ser considerados os seguintes: dobradiça, tesoura, locomotiva, ferrolho, parafuso, pontilhado, ponta de pé e calcanhar, saci-pererê, abanando, caindo-nas-molas e pernada, este último claramente identificável na capoeira. A seguir descrições dos cinco primeiros citados:
DOBRADIÇA - Flexiona-se as pernas, com os joelhos para frente e o apoio do corpo nas pontas dos pés. Corpo curvado para frente realizando as mudanças dos movimentos: o corpo apoiado nos calcanhares, que devem está bem aproximados um do outro, pernas distendidas, o corpo jogado para frente e para trás, com a sombrinha na mão direita, subindo e descendo para ajudar no equilíbrio. Não há deslocamentos laterais. Os pés pisam no mesmo local com os calcanhares e pontas.
TESOURA
A - Passo cruzado com pequenos deslocamentos à direita e à esquerda. Pequeno pulo, pernas semiflexionadas, sombrinha na mão direita, braços flexionados para os lados.
B - O dançarino cruza a perna direita por trás da esquerda em meia ponta, perna direita `a frente, ambas semiflexionadas. Um pulo desfaz o flexionamento das pernas e, em seguida, a perna direita vai apoiada pelo calcanhar; enquanto a esquerda, semiflexionada, apoia-se em meia ponta do pé, deslocando o corpo para esquerda. Refaz-se todo o movimento, indo a perna esquerda por trás da direita para desfazer o cruzamento. Neste movimento, o deslocamento para a direita é feito com o corpo um pouco inclinado.
LOCOMOTIVA- Inicia-se com o corpo agachado e os braços abertos para frente, em quase circunferência e a sombrinha na mão direita. Dão-se pequenos pulos para encolher e estirar cada uma das pernas, alternadamente.
FERROLHO - Como a sapatear no gelo, as pernas movimentando-se primeiro em diagonal (um passo) seguido de flexão das duas pernas em meia ponta, com o joelho direito virado para a esquerda e vice-versa. Repetem-se os movimentos, vira-se o corpo em sentido contrário ao pé de apoio, acentuando o tempo e a marcha da música. Alternam-se os pés, movimentando-se para frente e para trás, em meia ponta e calcanhar; o passista descreve uma circunferência.
PARAFUSO - Total flexão das pernas. O corpo fica, inicialmente, apoiado em um só pé virado, ou seja, a parte de cima do pé fica no chão, enquanto o outro pé vira-se, permitindo o apoio de lado (o passista arria o corpo devagar).
MARACATUS DE BAQUE VIRADO OU NAÇÃO
HISTÓRICO - Segundo Ascenso Ferreira, as festas em honra dos Reis Magos foram instituídas no Brasil pelos missionários catequistas, que encontraram nas cores distintas que caracterizavam aquelas figuras da história do Nascimento de Jesus, um ponto para a conversão dos elementos indígenas e negros à fé cristã. O Rei Bronzeado para os caboclos, o Rei Negro para os negros importados da África e o Rei Branco como elemento de adoração dos portugueses. O Rei negro era Baltazar e a ele seguiram-se adeptos, em sua grande maioria da raça negra, e nos seus cortejos são encontradas as origens do nosso atual Maracatu de Baque Virado ou Nação. A partir de 1888, a coroação dos Reis do Congo, perdeu a sua razão de ser, pois, não existia mais a necessidade daquela "autoridade" para manter a ordem e a subordinação entre os negros que lhe eram sujeitos. Era no pátio das igrejas que se realizava a coroação dos Reis Negros, cujo cortejo, evoluindo através dos tempos, chegou até nossos dias, destacando-se do grupo das festas de Reis Magos (bumbas-meu-boi, cheganças e pastoris) e entrando para os festejos carnavalescos. A palavra Maracatu, provavelmente, origina-se de uma senha combinada para anunciar a chegada de policiais, que vinham reprimir a brincadeira, a senha era anunciada pelos toque dos tambores emitindo o som: maracatu/maracatu/maracatu. Na linguagem popular, a palavra maracatu é empregada para expressar confusão; desarrumação; fora de ordem, dando respaldo ao pressuposto da origem dessa palavra. Na África não existe nada parecido com o nosso maracatu.
FORMAÇÃO - o Maracatu de Baque Virado ou Nação, tem como seguidores os devotos dos Cultos Afro-brasileiro da linha Nagô. A boneca usada nos cortejos chama-se Calunga, ela encarna a divindade dos orixás, recebendo em sua cabeça os axés e a veneração do grupo. A música vocal denomina-se toadas e inclui versos com procedência africana. Seu início e fim são determinados pelo som de um apito. O tirador de loas é o cantador das toadas, que os integrantes respondem ou repetem ao seu comando. O instrumental, cuja execução se denomina toque, é constituído pelo gonguê, tarol, caixa de guerra e zabumbas.
PERSONAGENS - É formado pelas seguintes figuras: rei, rainha, dama-de-honra da rainha, dama-de-honra do rei, príncipe, princesa, ministro, embaixador, duque, duquesa, conde, condessa, vassalos, damas-de-paço (que portam as calungas durante o desfile do maracatu), porta-estandarte, escravo sustentando a umbrela ou pálio (chapéu-de-sol que protege o casal real e que esta sempre em movimento), figuras de animais, guarda-coroa, corneteiro, baliza, secretário, lanceiros, brasabundo (uma espécie de guarda costa do grupo), batuqueiros (percurssionistas), caboclos de pena e baianas.
MARACATUS DE BAQUE VIRADO OU NAÇÃO
Nação Elefante - fundado em 1800
Nação Leão Coroado - fundado em 1863
Nação Estrela Brilhante - fundado em 1910
Nação Indiano - fundado em 1949
Nação Porto Rico do Oriente - fundado em 1967
Estes são alguns Maracatus de Nação em plena atividade no carnaval de Pernambuco.
NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS
É a reunião dos Maracatus de Tradição de Baque Virado ou Nação, em frente a Igreja do Terço, no Pátio do mesmo nome. A meia noite, a um sinal os tambores param, o silêncio por si só já reverencia o momento. E, de repente, se ouve uma voz lamuriosa tirar loas em louvor a rainha dos negros NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO.
Em meio ao contagiante movimento das místicas figuras, o povo vai envolvendo-se nos passos marcados pelos tambores a atabaques. Esta tradição data mais de três séculos, tem em nossos dias o calor e as cores vivas de outrora.
A origem desse ritual se encontra encravado nos idos do período colonial. Distante da terra natal, os negros pediam a proteção de NOSSA SENHORA na tentativa desesperada de amenizar as dores do cativeiro cruel.
A cerimônia ritualística da NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS sempre acontece na segunda-feira de carnaval, a partir das vinte e três horas, na Igreja do Pátio do Terço, no bairro de São José, no Recife.
MARACATU NAÇÃO PERNAMBUCO
Surge em Pernambuco uma nova geração de maracatu. Foi fundado no dia 15 de dezembro de 1989, numa festa organizada no Clube Vassourinhas de Olinda, com o objetivo de difundir o maracatu. O Nação Pernambuco é atualmente o grupo cultural de maior projeção no Estado. O Grupo gravou vários discos, os quais contendo apenas músicas de maracatu, sendo os únicos no mundo. Divulgam e resgatam a história da cultura pernambucana dentro e fora do Brasil.
Apresentam-se durante todo ano, no segundo domingo de cada mês, com grupos convidados, no Mercado Popular Eufrásio Barbosa no bairro do Varadouro na entrada da cidade de Olinda
MARACATU DE BAQUE SOLTO OU RURAL
HISTÓRICO - Ao contrário dos Maracatus de Baque Virado ou Nação, que têm suas origens em cortejos de reis africanos, o Maracatu de Baque Solto, também chamado de Maracatu de Orquestra ou Rural, tem suas origens na segunda metade do século passado e deve ser uma transfiguração dos grupos chamados Cambindas (brincadeira masculina, homens travestidos de mulher). Os Maracatus de Baque Solto são uma espécie de fusão de elementos dos vários folguedos populares, que vêm às ruas das cidades próximas aos engenhos de açúcar como: Goiana, Nazaré da Mata, Carpina, Palmares, Timbaúba, Vicência, etc., durante o carnaval, com características e colorido próprio, garantindo sempre a presença nos carnavais do Recife. O cortejo do Maracatu de Baque Solto, diferencia-se primeiramente do maracatu tradicional, pela ausência do rei e da rainha.
FORMAÇÃO - Um ritmo rápido de chocalhos, percussão unissonora e acelerada do surdo, acompanhada da marcação do tarol, do ronco da cuíca, da batida cadenciada do gonguê, do barulho característico dos ganzás, um solo de trombone, e outros instrumentos de sopro que, juntos, dão ao conjunto características musicais próprias e bem diferenciadas dos maracatus tradicionais. O maracatu desfila num círculo compacto, tendo ao centro o estandarte, rodeado por baianas, damas-de-buquê com ramos de flores de goma, boneca (calunga) de pano ou plástico e caboclos de pena. Rodeando este primeiro círculo vem os caboclos de lança, que se encarregam de abrir espaço na multidão, com seus saltos e malabarismos, com as compridas lanças, como a proteger o grupo e as lanternas de papel celofane que, geralmente vem representando o símbolo da agremiação.
PERSONAGEM PRINCIPAL - Com suas lanças de mais de dois metros de comprimento, feitas de madeira com uma ponta fina e uma enorme cabeleira de papel celofane cobrindo o chapéu-de-palha, o rosto tingido de urucum ou por outras tintas, lenço estampado cobrindo a testa, camisas e calças de chitão, meiões e sapatos de lona, o Caboclo de lança tem o destaque de sua indumentária na gola bordada e no surrão. A gola de sua fantasia, feita em tecido brilhante, de cores vivas, é totalmente rebordada com vidrilhos e lantejoulas. A gola representa o maior orgulho e a vaidade do caboclo de lança, sendo quase sempre confeccionado por sua companheira, durante o ano inteiro, sendo fruto de todas as suas economias. O Surrão é como se fosse uma bolsa, é confeccionado em couro de carneiro, cobrindo uma estrutura de madeira, onde são presos chocalhos, sendo colocado na altura das nádegas, daí também chamar-se estas figuras de Bunda-alegre e Bunda-de-guiso, provocando um barulho forte e primitivo quando da evolução dos caboclos de lança.
MARACATUS DE BAQUE SOLTO OU RURAL
Cruzeiro do Forte - fundado em 1929
Águia de Ouro - fundado em 1933
Leão da Aldeia - fundado em 1935
Cambinda Estrela de Paudalho - fundado em 1935
Estrela da Tarde - fundado em 1942
Estrela de Ouro - fundado em 1963
Estes são alguns dos Maracatus de Baque Solto encontrados hoje em plena atividade nos carnavais de Pernambuco.
CABOCLINHOS
 HISTÓRICO - Uma das mais belas manifestações do carnaval pernambucano está na evolução das tribos de caboclinhos que passam, quase que em disparada pelas ruas do centro e subúrbio ao som de um pequeno conjunto e na marcação das preacas a produzir um estalido característico na percussão da seta contra o arco, com seus estandartes esvoaçantes e a beleza de suas fantasias. Se no maracatu está toda a herança das nações de negros, no caboclinho vamos encontrar a presença do índio que, como primitivo dono da terra, mantém durante o carnaval as suas danças e lendas que contam a glória dos seus antepassados.
FORMAÇÃO - Caboclinhos, ou como na fala popular "cabocolinhos", é uma espécie de grupos de homens e mulheres, trajando vistosos cocares de penas de avestruz e pavão, com saias também de penas, trazendo adereços nos braços, tornozelos e colares, (também em penas), que desfilam em duas filas fazendo evoluções das mais ricas ao som dos estalidos secos das preacas, abaixando-se e levantando-se com agilidade, como se tivessem molas nas pernas, ao mesmo tempo que rodopiam apoiando-se nas pontas dos pés e calcanhares.
FIGURAÇÃO - O Caboclinho é com certeza uma das presenças mais originais do carnaval do Recife, sendo o grupo formado pelo: cacique, mãe-da-tribo, pajé, matruá, capitão, tenente, porta-estandarte, perós (meninos e meninas), caboclos-de-baque, cordão de caboclos e cordão de caboclas, os músicos geralmente são em número de quatro. O conjunto é formado pela inúbia (um pequeno flautim de taquara), caracaxás ou mineiros, tarol e surdo. A beleza plástica das jovens índias, a forte coreografia dos caboclos e a variedade de cores do conjunto, dão um toque de destaque ao grupo.
TRIBOS DE CABOCLINHOS
Caboclinhos Canindés - fundada em 1897
Carijós - fundada em 1897
Taperaguases - fundada em 1916
Caboclo Tupy - fundada em 1933
Caboclinhos Tabajaras - fundada em 1956
Tapirapés - fundada em 1957
Estas são algumas das Tribos de Caboclinhos que fazem a beleza do carnaval de Pernambuco.
TRIBOS DE ÍNDIOS
HISTÓRICO - É um folguedo originário do Estado da Paraíba e que hoje alcança um grande número de simpatizantes no carnaval do Recife. Nas Tribos de Índios, os organizadores são denominados mestres e quase sempre são seguidores de cultos indígenas como a Pajelança, sendo da linha do Catimbó, dão um toque místico ao folguedo onde, segundo eles, desfilam por vezes "atuados" (incorporados) pelos espíritos dos caboclos.
FORMAÇÃO - Dispostos em duas filas, com índias de um lado e índios do outro, as primeiras portando machadinhas e os segundos portando pequenas lanças, as Tribos de Índios são muitas vezes confundidas com as Tribos de Caboclinhos. Uma das características marcantes da diferença é a não utilização das preacas pelas Tribos de Índios, comuns aos Caboclinhos. Pintam os rostos de vermelho, com cocares de penas de garça, de ema ou de galinha, usam pequenos escudos, e o conjunto tem uma coreografia variada, com um número de quatro a nove danças para cada tribo, sempre acompanhada por um conjunto de músicos formados por duas gaitas, dois ganzás e três surdos.
TRIBOS DE ÍNDIOS
Paranaguases - fundada em 1953
Tupy-Guarany - fundada em 1956
Tupy Papo Amarelo - fundada em 1962
Tapajós - fundada em 1985
Estas são algumas Tribos de Índios que fazem o Carnaval de Pernambuco.
URSOS DO CARNAVAL
HISTÓRICO - Uma das brincadeiras mais estimadas e em franca evolução no carnaval do Recife é a La Ursa; o urso do carnaval cujas origens encontra-se nos ciganos da Europa que percorriam a cidade com seus animais, presos numa corrente, que dançavam de porta em porta em troca de algumas moedas, ao som da ordem: "dança la ursa!".
FORMAÇÃO - A figura central é o urso, geralmente um homem vestindo um velho macacão coberto de estopa, veludo, pelúcia ou agave com sua máscara de papel-machê pintada de cores variadas, preso por uma corda na cintura, segurado pelo domador, a figura dança para alegria de todos ao som de toadas do próprio grupo ou sucessos das paradas carnavalescas, podendo variar para o baião, forró, xote e até polca. A Orquestra do urso de carnaval é geralmente formada por sanfona, triângulo, bombo, reco-reco, ganzá, pandeiro; havendo outras mais elaboradas onde aparecem violões, cavaquinhos, clarinetes e até trombones. O conjunto traz por vezes, além do domador, do urso e da orquestra, o tesoureiro (com sua pasta de arrecadar dinheiro), porta-cartaz ou porta-estandarte, balizas e outros elementos que lá estão só para brincar o carnaval.

URSOS CARNAVALESCOS
Polar de Areias - fundado em 1950
Preto da Pitangueira - fundado em 1957
Texaco - fundado em 1958
Branco da Mustardinha - fundado em 1962
Popular da Boa Vista - fundado em 1964
Minerva - fundado em 1969
Estes são alguns Ursos que fizeram ou fazem a alegria do carnaval de Pernambuco.
BOI DO CARNAVAL
HISTÓRICO - O auto do bumba-meu-boi presente no ciclo natalino, se transforma no carnaval, e vem às ruas do Recife num colorido e coreografia própria para os dias de folia. Bois, Burras, Calus, Mateus, Catirina, Sebastião, Mané Pequenino, Babau, ganham as ruas do subúrbio durante o carnaval e, sob o comando do capitão, no seu cavalo-marinho, põem em polvorosa a criançada e fazem a alegria das classes mais humildes.
FIGURAÇÃO - Os bois de carnaval saem, por vezes, com mais de cinqüenta figuras, com uma orquestra formada por bombo, gaita, gonguê, surdo, tarol, estandarte, diretoria, tirador de loas, entre outros componentes.
BOIS DO CARNAVAL
Boi Misterioso - fundado em 1927
Boi da Cara Preta - fundado em 1950
Boi Teimoso - fundado em 1956
Boi Estrela - fundado em 1985
Boi Manhoso - fundado em 1986
Estes são alguns Bois que fizeram ou fazem a alegria do carnaval de Pernambuco
ESCOLAS DE SAMBA
HISTÓRICO - A palavra "escola", com relação ao Samba, foi utilizada primeiramente pelos velhos sambistas cariocas, que se reuniam na casa da Tia Ciata, de onde teria surgido o Bloco Deixa Falar, fundado por Ismael Silva, na década de vinte. Ali estavam ninguém menos que Sinhô, Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Pixinguinha, entre outros batutas. Dada a uniformidade das vestimentas do bloco, este tomou aspecto de grupo de colegiais, daí ser comparado a colégio, enfim, Escola de Samba.
Em Pernambuco, chegou ao Recife na época da Segunda Guerra Mundial, em 1942, no Encouraçado São Paulo que trazia entre seus tripulantes, além de uma banda marcial, elementos que compunham um bloco de samba, que desfilou na cidade, pela primeira vez, com o nome de Mimosas da Folia. Já havia em Casa Amarela a batucada o Bando da Noite, que passou a ser chamada, ainda como batucada de Cuíca de Bambu, e por fim Escola de Samba Quatro de Outubro.
ESCOLAS DE SAMBA
G.R.E.S. Limonil - fundada em 1935
G.R.E.S. Gigantes do Samba - fundada em 1942
G.R.E.S. Estudantes de São José - fundada em 1949
G.R.E.S. Sambistas do Cordeiro - fundada em 1956
G.R.E.S. Galeria do Ritmo - fundada em 1962
G.R.E.S. Luar de Prata - fundada em 1963
G.R.E.S. Grêmio Recreativo Escola de Samba
Estas são algumas das Escolas de Samba que fizeram ou fazem o carnaval de Pernambuco
CARNAVAL NO RIO CAPIBARIBE
Sendo o clube de máscaras Galo da Madrugada o maior Bloco Carnavalesco do mundo, a Secretaria de Turismo do Recife, com o objetivo de reverenciar o Bloco, promove um evento simultâneo usando a bacia do Rio Capibaribe. Na concentração em frente a ponte Duarte Coelho, um desfile de barcos transforma-se em um verdadeiro carnaval aquático.
PRÉVIAS CARNAVALESCAS
BAILE DOS ARTISTAS - Acontece no Clube Santa Cruz, neste baile é eleito o Rei Momo e a Rainha do Carnaval. Com apoio da Prefeitura da Cidade do Recife.
BAILE DOS ESTANDARTES - Realizado pelo Clube Galo da Madrugada, no Clube Português.
BAILE MUNICIPAL - Realizado pela Legião Assistencial do Recife - LAR, no Clube Português, com concurso de fantasias e rainha do baile.
BALMASQUÊ - Acontece nos salões nobre do Clube Internacional, com concurso de máscaras e a escolha da Garota Recifolia, com apoio da Prefeitura da Cidade do Recife e Blocos do Recifolia.
DANÇANDO NA RUA - Evento promovido pela Secretaria de Turismo da Cidade do Recife, com duração de agosto/95 a março/96. Realiza-se no Recife Antigo às quintas-feiras, a partir das 19h00, transformando-se no período momesco em um polo de carnaval.
CARNAVAL EM BOA VIAGEM
O Carnaval de Boa Viagem tem características próprias, onde os Trios Elétricos comandam o espetáculo junto com a moçada. O Clube do Limão nasceu em 1969, sendo o mais antigo de Boa Viagem, desfila na avenida com farta distribuição de batidas (aguardente + suco de fruta) de vários sabores, e vários trios elétricos que arrastam a multidão, pois, este clube não tem cordão de isolamento. Aviação na Folia fundado em 1990, é composto pelos funcionários de empresas aéreas e aeroviários; o Bloco da Parceria foi fundado em 1992, junto com o carnaval de Boa Viagem, é composto pelos funcionários do Grupo Bompreço; o Trio do Turista, foi criado para oferecer opções aos turistas no carnaval; o Trio do Camisão, foi criado para melhor divulgar métodos de prevenção à AIDS, distribui em torno de 50.000 preservativos acompanhados com folhetos sobre a doença. Outros blocos participam do carnaval de Boa Viagem tais como: Bloco Locomotiva com a Banda Versão Brasileira; Bloco do Pinguim com a Banda Turma do Pinguim; Bloco Sou Teu Amor com o cantor André Rio; Bloco Recife Meu Xodó com a Banda Xodó; Bloco do Shopping (Shopping Center Recife); Balança a Rolha; CRI - (Clube dos Rapazes Inocentes; Escola de Samba Birinaite Classe A; entre muitos. Boa Viagem tornou-se o point dos Trios Elétricos, tendo também um espaço garantido para os nossos maracatus, caboclinhos e clubes de frevo. É um verdadeiro corredor da alegria que explode a cada bloco ou clube que passa.
GALO DA MADRUGADA
 HISTÓRICO - O Clube de Alegoria Galo da Madrugada, foi criado em dezembro de 1977, numa reunião de amigos do bairro de São José no carnaval. O assunto primordial era a diferença entre os carnavais antigos e o atual (daquela época). Segundo Enéas Freire, presidente perpétuo da agremiação a idéia inicial foi de se formar um clube de frevo. O clube foi fundado oficialmente em 24 de janeiro de 1978, na Rua Padre Floriano, 43, no bairro de São José, O seu principal objetivo é reviver as verdadeiras origens e tradições do carnaval de rua. Para isso, O Galo convoca e congrega todos os seus foliões em um grandioso e sensacional desfile, através das manifestações mais espontâneas e populares, unindo clubes de frevo e grupos de mascarados, nessa grandiosa festa que se realiza todos os anos com êxito.
O desfile do Galo da Madrugada vem sendo realizado todos os anos na manhã do sábado de Zé Pereira. Por tradição, O Galo começa a concentração deste dia, a partir das 5:30 da madrugada, com toques de clarins anunciando a alvorada do carnaval pernambucano, além de uma batalha de confetes, serpentinas e uma salva de fogos, O Galo desfila pelos bairros de São José e Santo Antônio, reverenciando o frevo, juntamente com milhares de foliões.
Vários blocos se aliam a grandiosa festa, na véspera da saída do Galo. O Bloco Azulão, formado por funcionários do Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco), realizam um Acorda Povo na noite de sexta-feira para a madrugada de Zé Pereira. Outros blocos e grupos aderem ao cortejo no final do desfile do Galo, como: O Rabo do Galo, a Galinha do Galo, entre outros.
O Galo da Madrugada é considerado o Maior Bloco Carnavalesco do Planeta, conforme o GUINESS BOOK, o livro dos recordes, de 1995.
AGREMIAÇÕES CARNAVALESCAS
CLUBES DE FREVO
HISTÓRICO - Seu cortejo muito assemelha-se as procissões quaresmais, de Cinzas e Fogaréus, comuns ao Recife do século XVIII, trazendo o estandarte (bandeira) próprio das corporações medievais, com seus integrantes vestindo seda, calças de flanela e cordões com o distintivo da profissão. As corporações profissionais existentes no século passado, remanescentes dos primeiros séculos de nossa colonização, deram origem aos Clubes de Frevo ou Clubes Carnavalescos, que durante o carnaval saiam às ruas para passear, cantando e dançando em visitas a casas de pessoas amigas onde comiam e bebiam, numa euforia comum àquela época.
FORMAÇÃO - o Clube Carnavalesco tem o seu cortejo aberto pelos clarins, seguindo-se da diretoria, ala dos diabos, ala dos morcegos, os porta-estandartes vestidos à Luiz XV, que se revezam empunhando o símbolo maior da agremiação, presidente e dama-de-honra, damas-de-frente, fantasias de destaque do enredo, ala de passistas dois cordões que evoluem "fazendo passo" em torno de todo conjunto, diretor de orquestra e orquestra.
O FREVO - A marcha que tinha em seus primórdios um andamento mais parecido com o dobrado, ganhou elementos inovadores da polca e da marcha militar e foi, com o passar dos anos, transformando-se no frevo pernambucano, transfigurando as antigas agremiações do século XIX nos Clubes Carnavalescos dos nossos dias. O Clube chamou para si a atenção dos capoeiras, comuns nos desfiles das bandas militares que, fazendo complicados passos, criaram a coreografia do nosso frevo, a qual, o pernambucano denomina de passo.
CLUBES CARNAVALESCOS MISTOS OU CLUBES DE FREVO:
Das Pás - fundado em 1888
Vassourinhas - fundado em 1889
Lenhadores - fundado em 1897
Amantes das Flores - fundado em 1919
Prato Misterioso - fundado em 1919
Toureiros de Santo Antônio - fundado em 1924
Transporte em Folia - fundado em 1936
Estes são alguns dos Clubes Carnavalescos ainda em atividade nos festejos do carnaval de Pernambuco.
TROÇAS CARNAVALESCAS MISTAS
HISTÓRICO - A Troça Carnavalesca Mista é um Clube de Frevo em menor dimensão que sai logo no início da manhã, se apresenta nas ruas do centro ou do subúrbio, até as primeiras horas da tarde. Originam-se esses grupos carnavalescos de simples brincadeiras, onde está implícito o espírito crítico dos próprios foliões, como demonstra o significado do verbo troçar: escarnear, zombar, ridicularizar; vindo assim caracterizar a psicologia desses agrupamentos. As Troças são divididas, pela Federação Carnavalesca Pernambucana em primeira, segunda e terceira categorias, havendo outras que, por não estarem filiadas, não pertencem a quaisquer divisões. São a alegria dos subúrbios, chamadas por vezes de "levanta poeira". Alegram o carnaval de rua, durante o dia, e, por vezes, se apresentam com mais luxo e melhores orquestras, que os próprios clubes carnavalescos.
TROÇAS CARNAVALESCAS
Cachorro do Homem do Miúdo - fundada em 1910
Missangueira - fundada em 1915
Destemidos de Campo Grande - fundada em 1921
O Bagaço - fundada em 1929
Coqueirinho em Folia - fundada em 1937
Verdureiras de São José - fundada em 1939
Estas são algumas das Troças Carnavalescas em atividade nos festejos de carnaval de Pernambuco.
BLOCOS CARNAVALESCOS
HISTÓRICO - Das manifestações que compõem o grande mosaico folclórico do carnaval do Recife, nenhum supera o lirismo dos Blocos. Ao contrário dos Clubes Carnavalescos, que tiveram suas origens nas corporações profissionais, O Bloco Carnavalesco surgiu das reuniões familiares dos bairros de São José, Santo Antônio e Boa Vista, entre outros, como uma extensão dos presépios e ranchos de reis, nos idos da década de vinte, na cidade do Recife. O primeiro bloco fundado foi o Flores Brancas, em 1921, que aos dois anos de vida mudou o nome para Bloco das Flores, sua sede ficava na Praça Sérgio Loreto, na casa do seu fundador Salgado Filho e como diretor de sua orquestra Raul Moraes. O Bloco veio proporcionar condições ao elemento feminino de participar do carnaval de rua do Recife, longe de se misturar com a massa acostumada a acompanhar os clubes de frevo. Era formado geralmente, por moças e senhoras da chamada classe média, que, não podendo participar do carnaval de salão do Clube Recreativo Internacional e do Jóquei Clube, então um privilégio das elites, saíam às ruas protegidas por uma corda, sob severa vigilância de pais, maridos, filhos, genros, noivos, amigos e familiares.
FORMAÇÃO - Já acostumadas às jornadas dos pastoris, dos presépios e das procissões de queima de lapinhas, o sexo feminino formava também, o coral do Bloco Carnavalesco, enquanto os homens encarregavam-se da orquestra, bem típicas aos saraus e serenatas de então, formada por violões, violinos, cavaquinho, banjos, bandolins, flautas, clarinetes, contrabaixo, gaitas de boca, pandeiros e percussão. Um apito seguido de um acorde unissonoro de toda a orquestra, anunciava o início da execução da marcha de bloco, com sua introdução instrumental, de andamento frevolento, que se seguia da parte cantada pelo coro de vozes, num andamento bem semelhante ao nosso pastoril.
EVOLUÇÃO - O Conjunto é aberto por um cartaz (flabelo), cuja alegoria traz o nome e o símbolo do bloco, sendo seguido da diretoria, das damas-de-frente, das fantasias de destaque, do cordão de homens e mulheres que fazem evolução procurando abrir a multidão, coral de vozes e orquestra. Geralmente o Bloco traz um enredo no seu conjunto de fantasias, mas ao contrário das Escolas de Samba, as composições entoadas pelo conjunto nada tem haver com a estória, que é contada através das fantasias. No resgate do lirismo dos antigos blocos entre outros encontram-se: Bloco da Saudade, Bloco das Ilusões e Bloco Aurora de Amor.
BLOCOS CARNAVALESCOS MISTOS
Flor da Lira - fundado em 1920
Flor da Magnólia - fundado em 1924
Madeiras do Rosarinho - fundado em 1926
Apôis Fun - fundado em 1929
Banhistas do Pina - fundado em 1932
Batutas de São José - fundado em 1932
Esses são alguns Blocos Carnavalescos que fizeram ou fazem o carnaval de Pernambuco
CARNAVAL PARTICIPAÇÃO DE OLINDA
O Carnaval de Recife e Olinda se misturam na consolidação do compromisso com o folião, pois a festa é de participação popular. Os mesmos sons são ecoados nas cidades-irmãs, se tornando no período carnavalesco um imenso salão onde a música é o frevo e a dança é o passo. O carnaval-participação de Olinda não tem passarelas, as ladeiras da cidade alta assistem comtemplativas a passagem dos Clubes, Troças, Blocos, Ursos, e mais à toda espontaneidade e improviso do folião. As agremiações se revezam entre as ruas do Recife e Olinda, fazendo o carnaval legítimo nas suas origens, o carnaval de rua.
VIRGENS DE OLINDA
O Carnaval de Olinda é aberto pelas Virgens de Olinda, uma semana antes da data oficial do carnaval, esse bloco foi fundado em 1953, e dele só participam homens travestidos de mulher. O Bloco Carnavalesco Anárquico das Virgens de Olinda, foi fundado pelos freqüentadores da orla marítima. Durante o desfile, que acontece na avenida principal de Bairro Novo, há concursos para determinar a virgem mais dengosa, mais sapeca, mais charmosa e a mais velha. As agremiações de maior projeção e tradição de Olinda são: Clube Carnavalesco Misto Elefante, fundado em 1952; Troça Carnavalesca Mista Pitombeiras dos Quatro Cantos, fundada em 1947; Troça Carnavalesca Mista Marim dos Caetés, fundada em 1982; Clube de Alegoria Misto Homem da Meia-noite (boneco gigante), fundado em 1932; entre outros.
AGREMIAÇÕES DE OLINDA
Clube Misto de Lenhadores - fundado em 1907
Clube Misto Vassourinhas - fundado em 1912
Bloco Flor da Lira - fundado em 1976
Troça Mulher do Dia - fundada em 1967
Troça Menino da Tarde - fundada em 1975
Troça Ceroula - fundada em 1962
Troça A Porca - fundada em 1969
Troça A Burra - fundada em 1974
Segura a Coisa - fundada em 1975
Eu Acho é Pouco - fundada em 1976
A Zebra - fundada em 1976
Siri na Lata - fundada em 1976
O Bacalhau do Batata - fundado em 1965
Afoxé - Araodé - fundado em 1982
Afoxé - Grupo Afro Axé da Lua - fundado em 1988
Afoxé Irmandade dos Orixás - fundado em 1990
Afoxé Alafin Oyo - fundado em 1986
Afoxé Oduduá - fundado em 1990
Maracatudo (maracatu) - fundado em 1990
Estas agremiações se encontram todas em atividade no carnaval de Olinda, dentre muitas outras que participam dos festejos carnavalescos.
DIVULGADORES DO CARNAVAL
FREVIOCA - Criada em 1979, saiu pela primeira vez no carnaval de 1980. Idealizada por Leonardo Silva e Marcelo Varela, entre outros colaboradores, para resgatar o carnaval de rua do Recife e colaborar diretamente com as agremiações que, sem recursos não dispunham de orquestra para os desfiles. Na sua origem a Frevioca era uma caminhão decorado alegoricamente, com som amplificado, e em cima a Orquestra Popular Ademir Araújo e o cantor Claudionor Germano, percorrendo as principais ruas do centro do Recife, formando um cinturão carnavalesco. A idéia inicial foi da permanência da Frevioca no centro da cidade, mas hoje, adequadamente instalada e equipada em veículo projetado para atender suas necessidades, a Frevioca parte para todos os locais que for solicitada, levando principalmente o objetivo maior de perpetuar o frevo nas ruas do Recife.
RECIFREVO - Em 1956, a Prefeitura da Cidade do Recife, instituiu uma lei onde era obrigatório a realização de concursos de músicas carnavalescas para a divulgação do frevo, este concurso era realizado na Pracinha do Diário. Em 1975, a Fundação de Cultura da Cidade, realizou o Primeiro Encontro de Frevo e Maracatu, o Frevança, dando, oportunidade para os compositores novos. Realizou várias eliminatórias em alguns dos principais bairros do Recife e algumas capitais do Nordeste, teve duração de 10 anos, e era divulgado através da Rede Globo. Em 1989, começou a ser realizado o Recifrevo, com suas eliminatórias no Teatro do Parque e as finalistas no Pátio de São Pedro, agora em parceria com a TV Jornal, continuando a proposta inicial de valorizar e difundir o Frevo e o Maracatu.
RECIFOLIA - Realizado a partir de 1993, pela Prefeitura da Cidade do Recife, na praia de Boa Viagem, no mês de outubro, já faz parte do calendário turístico da cidade. Caracteriza-se como um verdadeiro encontro de ritmos comandados pelos maiores artistas, nacionais e locais. O carnaval fora de época, já é considerado como um dos maiores eventos de movimentação popular do Brasil. Foi criado para movimentar a cidade em um período de baixa estação turística. Os foliões e turistas de todo o Brasil têm a oportunidade de participar e brincar durante 4 dias de muita festa e folia. Participam, além dos trios elétricos: Chiclete com Banana; Asas as América; Pingüim, entre outros; os cantores Netinho, Daniela Mercury e Ricardo Chaves; e os legítimos representantes de nossa cultura como: Maracatus, Clubes de Frevo, Frevioca, e demais agremiações que se fazem presentes, como atrações principais juntamente com os blocos e trios elétricos de Recife.
ESTAÇÃO DA FOLIA - A Secretaria de Turismo da Cidade do Recife, criou na Av. Guararapes um dos principais polos de animação, visando resgatar o carnaval participação do centro da cidade. O Corredor da Folia começa no bairro de São José e Santo Antônio, tendo sua apoteose na Estação da Folia, onde desfilam as mais tradicionais agremiações, retratando o que há de mais genuinamente pernambucano, transformando-se à noite em um autêntico baile carnavalesco ao ar livre, com shows de artistas locais e nacionais.
BALÉ POPULAR - Fundado em 1977, por André Luiz Madureira, chamava-se então Grupo Circense de Dança Popular, as brincadeiras conquistaram o público e a crítica, acabando por levar a trupe de brincantes para um circo de verdade, armado no Cais da Rua da Aurora: "O Circo da Onça Malhada", nessa mesma época o grupo ganhou o nome Balé Popular do Recife, batizado por Ariano Suassuna. A proposta do grupo artístico-teatral, já famoso pelo seu profissionalismo, é resgatar os festejos populares, entre elas o frevo e o maracatu. O Balé Popular tem inúmeras turnês internacionais e amplo reconhecimento em todo o Brasil pelo importante trabalho desenvolvido. Apresenta-se durante todo o ano, semanalmente, no Teatro Beberibe, no Centro de Convenções de Pernambuco.
FEDERAÇÃO CARNAVALESCA DE PERNAMBUCO - Fundada em 1935, inicialmente chamada de Fundação da Federação Carnavalesca. Seu fundador foi o grupo de empresários pernambucanos, entre eles: Mário Melo, os irmãos Arnaldo e Oscar Moreira Pinto; Natividade e Rafael Fischer, da Companhia de Bondes do Recife e a família Vitta. Foi criado, assim, o Quartel General do Frevo, na Pracinha do Diário. Hoje a Federação congrega todas as agremiações do Estado, funciona no Pátio de Santa Cruz, 438. Atual presidente José Manuel Mendes.
CASA DO CARNAVAL - É uma entidade administrada pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife, tendo como objetivo divulgar, promover e projetar tudo que se relaciona com a Cultura do Carnaval de Pernambuco. Nela encontra-se vasto material em fotografia, fantasia, adereços e estandartes sobre a história do carnaval e todas as suas manifestações folclóricas. Funciona no Pátio de São Pedro, 52
PÁTIO DE SÃO PEDRO - Local de apresentação folclórica durante todo o ano, transforma-se em um dos grandes salões do carnaval de rua durante o período momesco. O Pátio de São Pedro, que fica no coração da cidade, e testemunha de todo o tipo de manifestação popular, suas pedras podem contar a riqueza cultural da cidade.
LOURENÇO DA FONSECA BARBOSA - CAPIBA - Compositor, nasceu na cidade de Surubim-PE, a 28/10/1904 e morreu em 31/12/1997. Os 90 anos de vida foram comemorados durante o decorrer de todo o ano de 1995 no Carnaval, no Recifolia, por várias agremiações carnavalescas e a sociedade recifense em geral. Capiba no início de sua carreira, gostava de musicar os poemas dos seus poetas preferidos, como também criava seus próprios poemas. Assim surgiu "Maria Betânia", gravado por Nelson Gonçalves, em, 1944, e tantos outros como: A Mesma Rosa Amarela, Casinha Pequenina, Gosto de te ver cantando, Quem me dera, Deixa o homem se virar, Vamos pra casa de noca, Ai se eu tivesse, etc.
NASCIMENTO DO PASSO - Mestre no frevar, é um professor da arte de fazer o passo, antigo defensor da tradição do frevo, ministra cursos onde ensina a crianças, jovens e adultos, os mistérios da coreografia carnavalesca. Novas personalidades surgem para engajar-se na perpetuação das tradições culturais de Pernambuco, como os jovens que compõem os grupos: Bacnaré, Daruê Malungo, Cia Trapiá de Dança, Grêmio Pernambucanidade Viva Cia., entre muitos outros que vem surgindo.

COMIDAS E BEBIDAS DO CARNAVAL
O Recife tem um sabor especial nos dias de carnaval, um sabor típico de infância, do gosto doce dos "Filhós" ou "Filhoses", servidos com bastante calda de açúcar e um leve toque de cravo-da-índia ou erva-doce. Se quiser provar, eis a receita: 1/2 quilo de farinha de trigo; 1 colher de sopa de óleo; 6 ovos; 1 colher de sopa de fermento; água o bastante; sal. Põe-se a água para ferver, com sal, e vai-se juntando a farinha, aos poucos, até formar um mingau grosso. Depois de bem cozido, retirar do fogo e deixar esfriar. Juntar os ingredientes restantes e bater a massa, que deve ficar meio rala. Fritam-se os filhoses em óleo quente, colocado em colheradas e depois de fritos descançam em papel absorvente. A parte, faça um mel de erva-doce ou cravo-da-índia da seguinte forma: 1/2 quilo de açúcar, 2 copos de água e uma trouxinha de erva-doce, levar ao fogo e deixar que a água evapore se tornando um mel. Prove e aprove.
O carnaval vem acompanhado de muita fome, pois dançar o frevo requer muita sustância, para reativar as forças sugerimos: Sarapatel (miúdo de porco); Bacalhau; Chambaril (pirão do osso buco de boi); Mão de vaca (pirão das patas de boi); Guaiamunzada; entre diversos outros pratos que formam o menu do pernambucano.
Muitas bebidas surgiram como típicas do carnaval, como é o caso do Pau do Índio e o Axé, de produção caseira, vendidos nas ladeiras de Olinda. Mas o sabor tradicional de folia é o Bata-bate de maracujá, servidos em filtros de barro, à gosto do bebedor. Faça seu bate-bate: 1/2 garrafa de aguardente de boa qualidade; 1/3 da garrafa de suco de maracujá; 1 copo de mel (em ponto fraco); 1 colher de sopa de mel de abelha; bater e servir.
PERSONALIDADES DA MEMÓRIA DO CARNAVAL
NELSON FERREIRA - Compositor e maestro, era natural de Bonito-PE., nasceu em 09/12/1902 e morreu em 21/12/1976, em Recife. Como profissional começou a tocar em 1917, e, 1921 compôs a marcha "Borboleta não é ave", que marcou o início de sua carreira como compositor. Sua carreira de campeão dos carnavais iniciou-se com o frevo "Não puxa, Maroca", com Samuel Campelo. Organizou várias orquestras entre as quais Orquestra de Frevo Nelson Ferreira, compôs muitos frevos, entre eles: Veneza Americana, Quarta-feira Ingrata, Sabe lá o que é isso?, Evocação. Este último com tanto sucesso que gerou a série Evocação em sete LPs. Ao longo de sua vida recebeu diversas condecorações por sua contribuição à música brasileira.
ANTONIO MARIA ARAÚJO DE MORAES - Nasceu no Recife em 1921 e morreu em 1964. Foi cronista, poeta, letrista e iniciou sua vida artística na Rádio Clube de Pernambuco. Foi parceiro dentre muitos de Vinícius de Moraes e Luís Bonfá. Autor de vários sucessos da música popular: Ninguém me ama; O amor e a rosa; Manhã de carnaval; Frevos n° 1, 2 e 3 do Recife, etc.
JOÃO SANTIAGO DOS REIS - Nasceu no Recife em 1928 e morreu em 1985. Compositor e pesquisador do carnaval pernambucano, foi fundador da Secção de Pernambuco da Ordem dos Músico do Brasil e da Comissão Pernambucana de Folclore. Compositor de mais de 50 marchas de blocos e frevos, participou de diversas agremiações carnavalescas entre as quais Batutas de São José, Inocentes do Rosarinho e Flor de Lira.
MÚCIO CATÃO - Maquiador, nasceu no Rio Grande do Norte em 19/03/1923 e morreu na mesma data do seu nascimento, em 1985. Detentor de mais de 30 prêmios nas passarelas dos bailes de carnaval dos clubes Internacional e Português, entre muitos. Fundador dos Concursos de Fantasias do Recife, foi considerado oconcur dentre todos os seus concorrentes. Possuidor de extrema sensibilidade, tinha em suas criações carnavalescas a simplicidade de um grande artista, utilizando sempre materiais de baixo custo e uma poderosa dosagem de criatividade. Sua característica marcante foi a caracterização de personagens da história como: Gandhi e Santos Dumont.
WALDEMAR DE OLIVEIRA - Médico, advogado, professor, compositor, pianista, regente, musicólogo, nasceu em 02/05/1900, e morreu em 18/04/1977. Começou a compor em 1925 e compôs músicas de carnaval com o pseudônimo de José Capibaribe.
IRMÃOS VALENÇA - João Vitor do Rego Valença e Raul do Rego Valença, nascidos a 1890 e 1894, respectivamente. A família Valença cultivava a tradição de fazer representações de Presépio de Natal. Irmãos Valença, como ficaram conhecidos, publicaram cerca de trinta obras, além de outras inéditas. Em 1924, formaram com os primos e amigos, uma sociedade teatral, o Grêmio Familiar Madalenense. Em 1930, compuseram sua primeira música de carnaval, a marcha Mulata, na qual dois anos depois, Lamartine Babo, introduziu algumas modificações, principalmente na letra, transformando-a em Teu cabelo não nega. Foram três vezes campeões do carnaval do Recife, com o maracatu Ô, já vou; as marchas Nós Dois e Foi Você. Outras composições: Um sonho que durou três dias, Pisa baiana, Cocorocó, tendo feito marchas e frevos para os clubes Lenhadores e Vassourinhas.
DONA SANTA - Maria Júlia do Nascimento, nasceu a 05/03/1877, no Pátio da Santa Cruz, na Boa Vista. Iniciou-se como Rainha do Maracatu da Nação Leão Coroado, onde casou-se com João Vitorino. Quando seu marido foi escolhido como Rei da Nação Elefante, ela abdicou de seu trono, para segui-lo. Foi coroada somente, em 27/02/1947. Filha e neta de Africanos, Dona Santa tinha em seu sangue o ritmo do "baque-virado", da zabumba e do gonguê.
BADIA - Maria de Lourdes Silva, nasceu em 1915 e morreu em 1991, neta de africanos, nasceu na Rua Augusta, no bairro de São José e mudou-se ainda criança para a casa do Pátio do Terço, de onde fez seu quartel general das folias carnavalescas, e da sua religiosidade. Em sua casa foi fundada a agremiação Clube Carnavalesco as Coroas de São José, em 1977, que sai na quinta-feira da semana pré-carnavalesca, continuando a tradição. Políticos, jornalistas, advogados, foliões e carnavalescos freqüentavam sua casa. Foi homenageada por inúmeras agremiações: Vassourinhas/1986; Lenhadores/1990; Bloco Saberé/1986, entre outros. A primeira dama do Carnaval do Pátio do Terço, recebeu grande homenagem como carnavalesca no Carnaval de 1985, quando a Prefeitura da Cidade do Recife lhe consagrou como tema: Carnaval Badia - 1985.





Luanna Kelly Rodrigues da Cunha





João Pessoa  Fevereiro de 2005

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