9 de setembro de 2015

Notas para uma Contextualização


Notas para uma Contextualização Analítica do Turismo e de seu Planejamento Governamental



O turismo tem-se constituído uma atividade econômica de grande peso e dinamismo na economia mundial, e é um dos elementos caracterizadores do novo estilo de vida das sociedades pós-industriais;  O desenvolvimento tecnológico e a informatização se associam  na conjugação do encurtamento das distâncias e da homogeneização dos hábitos, viabilizando para os “inseridos” da globalização as viagens como símbolo de “status” e de consumo, numa sociedade onde  a indústria cultural ganha grande significação e a proliferação dos serviços em geral e daqueles destinados à “manipulação” e ao agenciamento empresarial e mercantil do “tempo do ócio e do lazer” constituem seguramente novos espaços fronteiras para a reprodução social.

Por um lado, a redução da jornada semanal de trabalho, a ampliação do período de férias, bem como o salário-férias adicional, estabelecem as chamadas condições objetivas para a expansão da “indústria” da recreação, do lazer e do turismo. Por outro lado, a ideologia capitalista do aproveitamento produtivo do tempo livre, a “necessidade de escapismo”, bem como a própria ideologia do turismo vão moldando uma mentalidade coletiva legitimadora das práticas turísticas e viabilizadora daquela ”indústria”. Converte-se assim o tempo livre em “tempo expropriado pela sociedade de consumo que cria nova sociedades”, no rol das quais a necessidade de viajar se incorpora, e para as quais a indústria se volta.

O Estado do Ceará tem se destacado no cenário nacional, através de desempenhos governamentais considerados bastante existosos pela opinião pública e mídia nacionais. Uma estratégia mercadológica tem contribuído para tanto. O PRODETUR –CE compõe uma das diretrizes significativas desta estratégia e uma das preocupações prioritárias do planejamento estadual, orientada pela ideologia do desenvolvimento sustentável. Em suma, o turismo seria uma diretriz de modernização da economia cearense e um “simulacro” veiculador da modernização cultural e política do Estado, a despeito de esta atividade estar  mais conectada com prática e valores da pós-modernidade. Assim sendo, o planejamento turístico no Ceará é um caso particular e localizado de um novo contexto responsável pelas alterações dos antigos fundamentos, possibilidades e ideologia do planejamento governamental, como instrumento de transformações estruturais significativas numa dada região.

O desenvolvimento do turismo seria uma forma que leva a conferir a regiões periféricas subdesenvolvidas como o Ceará uma posição ainda mais residual na produção industrial.





Fundamentos do Planejamento Governamental do Turismo no Ceará




Diante do grande potencial turístico do Ceará, existiriam cinco razões que levariam o governo do Ceará a ter uma diretriz de priorizar o turismo como meio de ampliar suas alternativas de desenvolvimento:



  • A primeira seria ver o Turismo como uma saída estratégica para o desenvolvimento econômico do Ceará, tendo em vista as dificuldades e características de sua agricultura e de sua indústria.

  • A segunda estaria nos pólos dos pólos turísticos tradicionais à positiva imagem face à opinião pública e mídia nacionais que Estado vem adquirindo. Isto tem se refletido no fato de Fortaleza ser a cidade do Nordeste com maior taxa de permanência média do turista.
  • A terceira razão seria o novo papel indutor que no Ceará o governo do Estado passou a ter na promoção dos investimentos, na criação de infra-estrutura social e física em termos gerais e, em particular, no aproveitamento das potencialidades turísticas.
  • Desta concepção decorre a quarta razão, referente ao papel integrador que o turismo poderá proporcionar ao litoral cearense, submetido à ação estruturante e articuladora que o PRODETUR promoverá sobre os vários subsistemas da região litorânea.
Por fim, através do PRODETUR - CE, o governo do Estado poderá ampliar o exercício de um estilo de relacionamento não patrimonialista e não clientelista com o setor privado, que tem sido o chamado Pacto de Coopera

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