23 de outubro de 2014

Café Filho

Café Filho

João Café Filho, o vice-presidente eleito com Vargas, teve de licenciar-se por razões de saúde pouco mais de um mês depois da realização das eleições presidenciais de 3 de outubro de 1955. Foi substituído pelo presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Coimbra da Luz. No dia 9 de novembro, na primeira reunião com o Ministério, Carlos Luz desentendeu-se com o general Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra, pois Lott exigia a punição do coronel Jurandir Mamede, acusado de ter proferido um discurso ofensivo ao governo. Em conseqüência desse desentendimento, o general Lott pediu demissão.
A situação política nacional era difícil. Foram realizadas novas eleições para presidente, mas desenvolvia-se uma campanha contra a posse dos candidatos eleitos, Juscelino kubitschek de Oliveira e João Belquior Marques Goulart, movida pelos grupos que temiam a continuidade do getulismo em seu governo. As atitudes de Carlos Luz convenceram o general Lott de que o presidente interino estava ligado ao grupo que pretendia impedir a posse dos eleitos. Em vista disso, Lott resolveu coordenar um golpe de Estado e depôs Carlos Luz. O poder foi entregue ao Congresso Nacional, que declarou o impedimento de Carlos Luz e deu posse ao presidente do senado, Nereu Ramos.

Tentando resistir, Carlos Luz embarcou no cruzador Tamandaré e dirigiu-se do Rio de Janeiro para Santos, sem ter conseguido, porém, manter-se na chefia do governo. Quando deixou o hospital, Café Filho não podê retornar à Presidência, em virtude da oposição da Câmara dos Deputados, que manteve Nereu Ramos no poder.

Como a situação política ainda era confusa, o Congresso decretou estado de sítio por trinta dias, prorrogado depois por mais um mês.

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