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João Café Filho, o vice-presidente eleito com Vargas, teve
de licenciar-se por razões de saúde pouco mais de um mês depois da
realização das eleições presidenciais de 3 de outubro de 1955. Foi
substituído pelo presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Coimbra da Luz.
No dia 9 de novembro, na primeira reunião com o Ministério, Carlos Luz
desentendeu-se com o general Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra,
pois Lott exigia a punição do coronel Jurandir Mamede, acusado de ter
proferido um discurso ofensivo ao governo. Em conseqüência desse
desentendimento, o general Lott pediu demissão.
A situação política nacional era difícil. Foram realizadas
novas eleições para presidente, mas desenvolvia-se uma campanha contra a
posse dos candidatos eleitos, Juscelino kubitschek de Oliveira e João
Belquior Marques Goulart, movida pelos grupos que temiam a continuidade do
getulismo em seu governo. As atitudes de Carlos Luz convenceram o general
Lott de que o presidente interino estava ligado ao grupo que pretendia
impedir a posse dos eleitos. Em vista disso, Lott resolveu coordenar um
golpe de Estado e depôs Carlos Luz. O poder foi entregue ao Congresso
Nacional, que declarou o impedimento de Carlos Luz e deu posse ao
presidente do senado, Nereu Ramos.
Tentando resistir, Carlos Luz embarcou no cruzador Tamandaré e dirigiu-se
do Rio de Janeiro para Santos, sem ter conseguido, porém, manter-se na
chefia do governo. Quando deixou o hospital, Café Filho não podê retornar à
Presidência, em virtude da oposição da Câmara dos Deputados, que manteve
Nereu Ramos no poder.
Como a situação política ainda era confusa, o Congresso decretou estado de
sítio por trinta dias, prorrogado depois por mais um mês.
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