28 de junho de 2017

VERA CRUZ





Introdução


Nos anos 40, saímos da condição agroindustrial, passando para a industrial agrária. A II Guerra Mundial trouxe grandes créditos comerciais e dinheiro para a nação. Durante os anos 40 e 50, a entrada de empresas e capital estrangeiro contribuíram para a expansão do parque industrial de São Paulo, e a força de trabalho dos empreendedores locais, impulsionada pela determinação dos imigrantes e sustentada pela mão-de-obra migratória, foi fator decisivo para o êxito industrial. A palavra não estava mais com os ruralistas. A burguesia industrial ditava o presente.

Em São Paulo, o desenvolvimentismo tornou-se moda e culminou com um discurso ufanista que estimulava os empreendimentos. Aos poucos, a cidade procurava libertar-se do provincianismo que a caracterizava.
Os finais dos anos 40 e 50 foram extraordinários para as artes e cultura paulistanas. Foi a época da criação de infra-estruturas essenciais, que tiraram as manifestações artísticas da obscuridade, para torná-las mais públicas e visíveis. Basta lembrar a criação das inúmeras instituições nesse período para avaliar a importância dessa época para São Paulo: Escola de Arte Dramática, Teatro Brasileiro de Comédia, Museu de Arte de São Paulo, Museu de Arte Moderna, Bienal de Artes Plásticas, Cinemateca Brasileira, Teatro de Arena, Sede do Instituto dos Arquitetos, Teatro de Cultura Artística, Cidade Universitária da USP, PUC, etc. Tudo, de certa forma construído, apoiado ou estimulado por essa nova burguesia industrial.

Iniciava-se o processo da difusão artística mudando o direcionamento do mecenato. A burguesia deixava de adquirir a arte e o prestígio dos artistas, anteriormente reservados ao deleite de suas elites, a fim de dirigir o produto artístico à sociedade e, com esse gesto, ganhar – evidentemente – uma projeção mais 

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