15 de abril de 2008

CHÃO DE ESTRELAS


Chão de Estrelas




Sílvio Caldas : Nascido em 23/5/1908 no Rio de Janeiro, conviveu com música desde criança por incentivo do pai, Antonio Narciso Caldas afinador de pianos; teve várias profissões até começar a ganhar dinheiro com apresentações musicais cantando e tocando violão e descobrir seu imenso talento musical; foi colega e companheiro dos maiores compositores e cantores da música popular brasileira dos anos 30 aos anos 80;
possuidor de bela voz mas de tessitura menos extensa do que seus "rivais" Orlando Silva e Francisco Alves, Sílvio Caldas criou um estilo próprio de interpretação onde aliava em correta dosagem muita técnica e sensibilidade.
Entrou para a história como grande cantor e grande compositor, façanha alcançada por poucos artistas; sua composição mais famosa com versos de Orestes Barbosa foi "Chão de estrelas", sendo até nossos dias considerada uma das mais lindas melodias românticas já compostas no Brasil.
Artista de grande longevidade permaneceu cantando até quase sua morte aos 90 anos em seu sítio de Atibaia SP, onde morou durante quarenta anos; foi especialmente lembrado nos seus últimos 10 ou 15 anos de vida por suas famosas apresentações de "despedida musical" mas que sempre eram sucedidas por outras....
Dárcio Fragoso



Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia

Entre as palmas febris dos corações
Meu barracão lá no morro do Salgueiro
Tinha um cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou.
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda, qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua, furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas nos astros, distraída
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar, o violão.

Música: Chão de Estrelas
Interpretação de Silvio Caldas

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