29 de julho de 2017

São Bento (Paraíba)


São Bento (Paraíba)

São Bento, município no estado da Paraíba (Brasil), localizado na microrregião de Catolé do Rocha. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2006 sua população era estimada em 29.659 habitantes. Área territorial de 248 km².
  •  

História

Pouco se sabe das verdadeiras origens do atual município de São Bento. Tem-se apenas notícia de que em fins do século XIX, habitava a região um senhor conhecido como "Catonho" com sua família e alguns moradores de sua propriedade - fazenda conhecida como Cascavel. Pouco tempo depois, por ali passou um sacerdote, cujo nome é desconhecido, que terá batizado o lugar de São Bento.
E assim permaneceu até nossos dias. Foi escolhido como padroeiro do lugar São Sebastião e, em sua honra, construída uma capela, concluída em 1889. A primeira missa foi celebrada pelo padre Emídio Cardoso. Suas terras pertenciam a Brejo do Cruz.
Fundada nas margens do Rio Piranhas, a cidade desenvolveu um grande potencial na indústria de redes de dormir sendo a maior produtora nacional deste produto. Atualmente, São Bento exporta redes para todo os estados do Brasil bem como para a maioria dos países da América do Sul, África e Europa.
Anualmente são farbricadas uma infinidade de toneladas de redes de dormir, gerando uma grande movimentação econômica no comércio interno. Isso se constituiu no principal fator pelo qual, diferentemente da maioria dos municípios do sertão paraibano, a população não sente necessidade para deslocar-se para os grandes centros urbanos do país. É por essa razão, que o município de São Bento apresente um bom indíce de crescimento de modo a possuir uma das maiores densidades demográficas do sertão paraibano.
São Bento é conhecida na região como a cidade que tem um índice 0% de desemprego e uma grande movimentação financeira, gerando um dos maiores ICMS do estado. São Bento também é conhecida pela fabricação de [Rede]s, que também é a atividade de maior geração de empregos da cidade. Suas redes são conhecidas em todo o Brasil, disputando lugar de destaque com a cidade de Jaguaruana, do estado do Ceará.
A cidade também oferece muitas possibilidades de entretenimentos. Conhecida como uma cidade festeira, dispõem de uma infinidade de atrações para o entretenimento, distribuido durante o ano. Cantores como Bruno e Marrone, Daniel, Leonardo, Banda Calipso, Reginaldo Rossi, Amado Batista, Raça Negra, já fiseram shows na "FOR HALL", principal casa de shows da cidade. As principais festas da cidade são: A festa de São Sebastião, 20 de janeiro; Vaqueijada, 29 de abril; São João fora de época, em julho; São Bento Fest, setembro.

 Geografia

Localizada no sertão nordestino, limita-se ao sudoeste com o município de Paulista/PB, ao oeste com Riacho dos Cavalo/PB, ao norte com Brejo do Cruz/PB, ao nordeste com jardim de Piranhas/RN e ao leste com Serra Negra do Norte/RN.

Hidrografia

São Bento é cortada pelo [[Rio Piranhas], este perenizado pelo açude de Coremas/Mãe d'água. O Rio Piranhas, além de servir para o uso vital e entretenimento, é indispensável à industrialização têxtil, uma vez que todas as indústrias do municípios necessitam de água em abundância para o tingimento dos fios utilizados na confecção de redes de dormir e artigos do gênero.

Transporte

Apesar do grande movimento de passageiros, a cidade não conta com um terminal rodoviário. A maior parte dos passageiros usam lotações - Transportes alternativos que circulam diariamente de São Bento-Catolé do Rocha, São Bento-Caicó/RN, São Bento-Pombal, São Bento - Campina Grande e São Bento-João Pessoa.Conta ainda com condução de São Bento-Natal e uma linha de ônibus da empresa Guanabara que sai de Catolé do Rocha/Brejo do Cruz/São Bento/Paulista/Pombal... até João Pessoa, capital do estado.


Pascoal Ranieri Mazzili


Pascoal Ranieri Mazzili

(1910 - 1975)

   Político brasileiro nascido em Caconde, SP, que como presidente da Câmara dos Deputados, assumiu cinco vezes a presidência interina da república, em impedimentos simultâneos do presidente e do vice-presidente. Coletor fiscal no interior paulista, transferiu-se para o Rio de Janeiro, RJ, onde se formou em direito (1940) e deu início a sua atuação política filiando-se ao Partido Social Democrático, o PSD. Nomeado diretor da Caixa Econômica Federal (1947), elegeu-se deputado federal por São Paulo (1950) e assumiu a liderança da bancada do PSD. Neste mandato tornou-se autor das leis de reorganização da Bolsa de Valores e de isenção de impostos na importação de obras de arte. Reeleito (1954/1958), presidiu a Câmara (1959-1965). Assumiu a presidência da república pela primeira vez em agosto quando Juscelino Kubitschek visitou Portugal (1960), por impedimento de João Goulart, então candidato à reeleição, Depois foi interino após a renúncia de Jânio Quadros (1961), pois o vice-presidente Goulart estava na China, durante o governo Goulart em abril (1962) e julho (1963), durante viagens do presidente ao exterior; e finalmente em abril (1964), com após deposição de Goulart. Morreu em São Paulo, SP, em 21 de abril.

Figura copiada do site oficial da PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:
https://www.presidencia.gov.br/

Nilo Procópio Peçanha


Nilo Procópio Peçanha

(1867 - 1924)

  Presidente da república brasileira (1909-1910) nascido em Campos dos Goitacases, RJ, que como presidente da república, procurou manter-se neutro durante a disputada campanha  eleitoral entre Hermes da Fonseca e Rui Barbosa, pela sua sucessão. Filho de camponeses humildes, formou-se pela Faculdade de Direito de Recife, PE (1887), onde depois criou um escritório de advocacia. Atraído pela política, fundou, com Francisco Portela, o Clube Republicano de Campos e foi membro do Congresso Constituinte (1890-1891) e da primeira legislatura do Congresso Nacional. Reeleito sucessivamente, foi eleito presidente do estado do Rio de Janeiro (1903), onde se mostrou um administrador dinâmico e eficiente. Compondo como vice a chapa vitoriosa de Afonso Pena, assumiu a presidência com a morte do titular. Após passar o governo para o eleito Hermes Rodrigues da Fonseca, foi para Europa (1910-1912), só voltando para assumir a cadeira de senador pelo Rio de Janeiro. Eleito presidente do estado do Rio de Janeiro (1914), antes do término do mandato foi nomeado para o Ministério das Relações Exteriores (1917). Formou uma chapa  oposicionista com José Joaquim Seabra, presidente da Bahia, com o apoio dos maçônicos da Grande Oriente do Brasil, na chamada Reação Republicana (1921), contra o candidato das correntes oficiais, Artur Bernardes, presidente de Minas Gerais, apoiado pela Igreja Católica, e foi derrotado (1922). Publicou os livros Impressões da Europa (1913), com suas observações sobre a primeira viagem ao exterior, e Política, economia e finanças (1922), com os discursos de campanha da Reação Republicana, e morreu no Rio de Janeiro, RJ, em 31 de março.
Figura copiada do site oficial da PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:
https://www.presidencia.gov.br/


Nereu de Oliveira Ramos


Nereu de Oliveira Ramos

(1888 - 1958)

Político brasileiro nascido em Lages, SC, presidente interino da república brasileira no período que antecedeu a eleição e posse do presidente Juscelino Kubitschek (11/11/1955-31/01/1956). Membro de uma tradicional família de políticos de Lages. Bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo (1909) e dois anos depois foi eleito deputado estadual por Santa Catarina (1911) e reeleito (1919). Eleito deputado federal (1930), apoiou a Aliança Liberal, mas com a Revolução (1930) e o fechamento do Congresso, perdeu o seu mandato, mas com a Assembléia Constituinte foi novamente eleito, com a maior votação em seu estado. Eleito governador (1935), com a implantação do Estado Novo continuou no comando do governo estadual como interventor até o final do Estado Novo. Com o término do regime de exceção de Getúlio Vargas (1945), foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD) em Santa Catarina, sendo eleito para a Assembléia Constituinte (1945) como deputado e senador. No ano seguinte concorreu à vice-presidência na chapa de Eurico Gaspar Dutra e foi eleito. Com o término do seu mandato, foi eleito para a Câmara dos Deputados, tornando-se seu presidente (1951-1954), quando passou ao Senado. No ano seguinte, tornou-se presidente do Senado e com o golpe dado pelo general Henrique Teixeira Lott assumiu a presidência com o impedimento de Café Filho e Carlos Luz. No ano seguinte transferiu o governo para o presidente eleito Juscelino Kubitschek e assumiu o Ministério da Justiça. Um ano depois (1957) deixou o ministério e voltou ao Senado. Faleceu em 16 de junho (1958) um desastre aéreo em Curitiba, Paraná.

Foto copiada do site NetHistória:
http://www.nethistoria.com/

Floriano Vieira Peixoto


Floriano Vieira Peixoto

(1839 - 1895)

  Presidente militar da república brasileira (1891-1894) nascido no engenho do Riacho Grande, em Ipioca, AL, cuja determinação com que enfrentou as sucessivas rebeliões pós proclamação da república lhe deram o cognome de o marechal de ferro. De origem humilde foi criado por um tio e padrinho, o coronel José Vieira de Araújo Peixoto. De formação primária em Maceió, transferiu-se para o Rio de Janeiro (1955), onde se matriculou no Colégio São Pedro de Alcântara, assentou praça (1857) e ingressou na Escola Militar (1861). Com a patente de primeiro-tenente (1863), foi servir em Bajé, RS. Participou ativamente da Guerra do Paraguai, como das batalhas da retomada de Uruguaiana e da batalha final em Cerro Corá, onde foi morto Solano López. Terminada a guerra, foi promovido a tenente-coronel e, após concluir o curso de ciências físicas e matemáticas, serviu depois no Amazonas, Alagoas e Pernambuco. Promovido a brigadeiro (1883), foi presidente da província de Mato Grosso (1884-1885). Embora não tenha participado das conspirações republicanas, foi solidário ao marechal Deodoro da Fonseca, recusando-se a cumprir ordens do visconde de Ouro Preto (1889) para dispersar os rebeldes do Campo de Santana e foi nomeado ministro da Guerra (1890) do novo governo. No ano seguinte elegeu-se vice-presidente pelo Congresso Constituinte em 25 de fevereiro e com a renúncia de Deodoro, em 23 de novembro, assumiu a presidência (1891). Destituiu os governadores estaduais que haviam apoiado Deodoro e negou aos oposicionistas novas eleições constitucionais. Ameaçado por um manifesto pela renúncia do governo assinado por grupo de generais e almirantes (1892), demitiu e reformou todos os signatários. Em seguida suspendeu as garantias constitucionais e ordenou prisões e desterros em massa e, assim conseguiu do Congresso (1892) a legitimação do seu mandato presidencial até 15 de novembro (1894). Decretou uma anistia geral e no ano seguinte (1893) sufocou com violência a revolução federalista do sul e a revolta da armada, no Rio de Janeiro, que juntos pretendiam restaurar a monarquia, especialmente no Paraná e em Santa Catarina, com centenas de fuzilamentos. Após cumprir integralmente seu mandato presidencial e com a saúde abalada, seguiu para uma estação de repouso em Cambuquira, MG, e depois transferiu-se para Divisa, hoje Floriano, no município de Barra Mansa, RJ, onde morreu em 29 de junho do ano seguinte.
Figura copiada do site oficial da PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:
https://www.presidencia.gov.br/


Fernando de Mello Viana


Fernando de Mello Viana
vice

(1878 - 1954)

  Advogado e político brasileiro nascido em Sabará, Estado de Minas Gerais, que foi presidente de Minas Gerais (1924-1926) e vice-presidente da república no governo do 14º Presidente do Brasil, Washington Luís (15/11/1926-24/10/1930). Filho do Comendador Manuel Fontes Pereira de Mello Viana e de Blandina Augusta de Araújo Viana, formou-se em ciências jurídicas pela Faculdade de Direito de Ouro Preto (1900). Exerceu os cargos de Promotor Público em Mar de Espanha, em Minas Gerais, foi Juiz de Direito em Serro, Stª Luzia de Carangola e Uberaba (1912-1919), Procurador-Geral do Estado de Minas Gerais (1919-1922) e foi nomeado Secretário do Interior de Minas Gerais (1922), no Governo de Raul Soares. Como Secretário do Interior investiu significativamente na educação, fazendo notáveis inovações no sistema educativo, com repercussão no Brasil inteiro, como a criação de caixas escolares e na assistência médico- dentária escolar. Assumiu o governo do estado de Minas Gerais (1924) onde investiu fortemente no desenvolvimento rodoviário e promoveu o desenvolvimento econômico mineiro, não tampouco negligenciando os setores de educação, saúde, transporte e siderurgia, setor em que combateu os interesses e abusos de grupos internacionais, organizando empresas com a cooperação do capital nacional. Deixou o cargo dois anos depois, quando foi eleito vice-presidente da República (1926), com Washington Luís na chefia do governo, e como vice exercendo constitucionalmente a presidência do Senado. Aliou-se (1929) à Concentração Conservadora, movimento incumbido de promover a campanha de Júlio Prestes em Minas Gerais, candidato governista às eleições presidenciais a serem realizadas no ano seguinte. Com a vitória da Revolução de 30 exilou-se por oito anos na Europa, voltando anistiado e por causa da Guerra. Afastado da política partidária, exerceu a advocacia em Minas e no Distrito Federal e foi eleito Presidente da Ordem dos Advogados por duas vezes. Com a queda de Vargas, voltou à política e foi eleito Senador Constituinte na legenda pelo Partido Social Democrático (1945) e logo depois tornou-se presidente da Assembléia, obtendo a maioria dos votos junto aos constituintes. Durante a Assembléia Nacional Constituinte (1946) foi colocada em votação a emenda 3165 de autoria de Miguel Couto Filho pedindo a proibição da entrada no país de imigrantes orientais de qualquer idade e de qualquer procedência, sob a alegação de serem aqueles de uma raça inferior Tal emenda obteve votação empatada de 99 votos contra e 99 votos a favor, cabendo a ele, como presidente da assembléia, dar o voto de minerva e sabiamente a rejeitou. Após a promulgação da nova carta (1946) assumiu a vice-presidência do Senado. Depois de exercer seu último mandato como senador (1946-1950), morreu no Rio de Janeiro, a pouco mais de um mês para completar 76 anos.

Figura copiada do site do SENADO FEDERAL:
http://www.senado.gov.br/sf/

Eurípedes Barsanulfo


Eurípedes Barsanulfo


Nascido em 1º de maio de 1880, na pequena cidade de Sacramento, Estado de Minas Gerais, e desencarnado na mesmo cidade, aos 38 anos de idade, em 1o. de novembro de 1918.
Logo cedo manifestou- se nele profunda inteligência e senso de responsabilidade, acervo conquistado naturalmente nas experiências de vidas pretéritas.
Era ainda bem moço, porém muito estudioso e com tendências para o ensino, por isso foi incumbido pelo seu mestre- escola de ensinar aos próprios companheiros de aula. Respeitável representante político de sua comunidade, tornou- se secretário da Irmandade de São Vicente de Paula, tendo participado ativamente da fundação do jornal "Gazeta de Sacramento" e do "Liceu Sacramentano". Logo viu- se guindado à posição natural de líder, por sua segura orientação quanto aos verdadeiros valores da vida.
Através de informações prestadas por um dos seus tios, tomou conhecimento da existência dos fenômenos espíritas e das obras da Codificação Kardequiana. Diante dos fatos voltou totalmente suas atividades para a nova Doutrina, pesquisando por todos os meios e maneiras, até desfazer totalmente suas dúvidas.
Despertado e convicto, converteu- se sem delongas e sem esmorecimentos, identificando-se plenamente com os novos ideais, numa atitude sincera e própria de sua personalidade, procurou o vigário da Igreja matriz onde prestava sua colaboração, colocando à disposição do mesmo o cargo de secretário da Irmandade.
Repercutiu estrondosamente tal acontecimento entre os habitantes da cidade e entre membros de sua própria família. Em poucos dias começou a sofrer as conseqüências de sua atitude incompreendida.
Persistiu lecionando e entre as matérias incluiu o ensino do Espiritismo, provocando reação em muitas pessoas da cidade, sendo procurado pelos pais dos alunos, que chegaram a oferecer- lhe dinheiro para que voltasse atrás quanto à nova matéria e, ante sua recusa, os alunos foram retirados um a um.
Sob pressões de toda ordem e impiedosas perseguições, Eurípedes sofreu forte traumatismo, retirando- se para tratamento e recuperação em uma cidade vizinha, época em que nele desabrocharam várias faculdades mediúnicas, em especial a de cura, despertando- o para a vida missionária. Um dos primeiros casos de cura ocorreu justamente com sua própria mãe que, restabelecida, se tornou valiosa assessora em seus trabalhos.
A produção de vários fenômenos fez com que fossem atraídas para Sacramento centenas de pessoas de outras paragens, abrigando- se nos hotéis e pensões, e até mesmo em casas de famílias, pois a todos Barsanulfo atendia e ninguém saía sem algum proveito, no mínimo o lenitivo da fé e a esperança renovada e, quando merecido, o benefício da cura, através de bondosos Benfeitores Espirituais.
Auxiliava a todos, sem distinção de classe, credo ou cor e, onde se fizesse necessária a sua presença, lá estava ele, houvesse ou não condições materiais.
Jamais esmorecia e, humildemente, seguia seu caminho cheio de percalços, porém animado do mais vivo idealismo. Logo sentiu a necessidade de divulgar o Espiritismo, aumentando o número dos seus seguidores. Para isso fundou o "Grupo Espírita Esperança e Caridade", no ano de 1905, tarefa na qual foi apoiado pelos seus irmãos e alguns amigos, passando a desenvolver trabalhos interessantes, tanto no campo doutrinário, como nas atividades de assistência social.
Certa ocasião caiu em transe em meio dos alunos, no decorrer de uma aula. Voltando a si, descreveu a reunião havida em Versailles, França, logo após a I Guerra Mundial, dando os nomes dos participantes e a hora exata da reunião quando foi assinado o célebre tratado.
Em 1o. de abril de 1907, fundou o Colégio Allan Kardec, que se tornou verdadeiro marco no campo do ensino. Esse instituto de ensino passou a ser conhecido em todo o Brasil, tendo funcionado ininterruptamente desde a sua inauguração, com a média de 100 a 200 alunos, até o dia 18 de outubro, quando foi obrigado a cerrar suas portas por algum tempo, devido à grande epidemia de gripe espanhola que assolou nosso país.
Seu trabalho ficou tão conhecido que, ao abrirem- se as inscrições para matrículas, as mesmas se encerravam no mesmo dia, tal a procura de alunos, obrigando um colégio da mesma região, dirigido por freiras da Ordem de S. Francisco, a encerrar suas atividades por falta de freqüentadores.
Liderado a pulso forte, com diretriz segura, robustecia- se o movimento espírita na região e esse fato incomodava sobremaneira o clero católico, passando este, inicialmente de forma velada e logo após, declaradamente, a desenvolver uma campanha difamatória envolvendo o digno missionário e a doutrina de libertação, que foi galhardamente defendida por Eurípedes, através das colunas do jornal "Alavanca", discorrendo principalmente sobre o tema: "Deus não é Jesus e Jesus não é Deus", com argumentação abalizada e incontestável, determinando fragorosa derrota dos seus opositores que, diante de um gigante que não conhecia esmorecimento na luta, mandaram vir de Campinas, Estado de S. Paulo, o reverendo Feliciano Yague, famoso por suas pregações e conhecimentos, convencidos de que com suas argumentações e convicções infringiriam o golpe derradeiro no Espiritismo.
Foi assim que o referido padre desafiou Eurípedes para uma polêmica em praça pública, aceita e combinada em termos que foi respeitada pelo conhecido apóstolo do bem.
No dia marcado o padre iniciou suas observações, insultando o Espiritismo e os espíritas, "doutrina do demônio e seus adeptos, loucos passíveis das penas eternas", numa demonstração de falso zelo religioso, dando assim testemunho público do ódio, mostrando sua alma repleta de intolerância e de sectarismo.
A multidão que se mantinha respeitosa e confiante na réplica do defensor do Espiritismo, antevia a derrota dos ofensores, pela própria fragilidade dos seus argumentos vazios e inconsistentes.
O missionário sublime, aguardou serenamente sua oportunidade, iniciando sua parte com uma prece sincera, humilde e bela, implorando paz e tranqüilidade para uns e luz para outros, tornando o ambiente propício para inspiração e assistência do plano maior e em seguida iniciou a defesa dos princípios nos quais se alicerçavam seus ensinamentos.
Com delicadeza, com lógica, dando vazão à sua inteligência, descortinou os desvirtuamentos doutrinários apregoados pelo Reverendo, reduzindo- o à insignificância dos seus parcos conhecimentos, corroborado pela manifestação alegre e ruidosa da multidão que desde o princípio confiou naquele que facilmente demonstrava a lógica dos ensinos apregoados pelo Espiritismo.
Ao terminar a famosa polêmica e reconhecendo o estado de alma do Reverendo, Eurípedes aproximou- se dele e abraçou- o fraterna e sinceramente, como sinceros eram seus pensamentos e suas atitudes.
Barsanulfo seguiu com dedicação as máximas de Jesus Cristo até o último instante de sua vida terrena, por ocasião da pavorosa epidemia de gripe que assolou o mundo em 1918, ceifando vidas, espalhando lágrimas e aflição, redobrando o trabalho do grande missionário, que a previra muito antes de invadir o continente americano, sempre falando na gravidade da situação que ela acarretaria.
Manifestada em nosso continente, veio encontrá-lo à cabeceira de seus enfermos, auxiliando centenas de famílias pobres. Havia chegado ao término de sua missão terrena. Esgotado pelo esforço despendido, desencarnou no dia 1o. de novembro de 1918, às 18 horas, rodeado de parentes, amigos e discípulos.
Sacramento em peso, em verdadeira romaria, acompanhou- lhe o corpo material até a sepultura, sentindo que ele ressurgia para uma vida mais elevada e mais sublime.