8 de agosto de 2020

A primeira transa

 

A primeira transa

 

 

 Rolou uma viagem da galera do colégio. Eram uns 6 meninos e três meninas, das quais só a Bebel e a Tininha conseguiram permissão dos pais, já que era a primeira viagem sem pais pôr perto. Mas que exagero dos pais, não? O que pode acontecer com adolescentes super do bem, educadíssimos? Ora, os meninos compraram 100 gramas de maconha, as meninas beijaram dois cada uma na viagem toda (maços pais não tinham com que se preocupar...). Os meninos tinham 17, 18 anos e as meninas tinham 15 e 16. Além de Bebel fumar um baseado pela primeira vez, numa noite enluarada, embalada pôr Renaissance pintou o André, o espertinho do colégio, gatérrimo, maconheiro e guitarrista Além disso ele desenhava e era tatuador. Era muito bom de papo e depois de ficar com a Bebel, conseguiu dormir no quarto dela. Foi nesse dia que a Bebel transou pela primeira vez. O André só ficou sabendo da virgindade da Bebel no dia seguinte, porque ela mesma contou. Naquela época, final dos anos 70 não existia a aids e as coisa pra esses adolescentes eram muito mais fáceis e interessantes, proibidas como o filme que a Bebel tinha visto com a tia Vilma em Ibicuí. Resumo da ópera: Bebel fumou, perdeu a virgindade e chegou tatuada. Eles namoraram durante três anos até o André viajar de navio e a Bebel conhecer um surfistas.

 

 

A Mensagem Subliminar no cinema:

 

A Mensagem Subliminar no cinema:

A primeira experiência

A primeira experiência com mensagem subliminar no cinema oficialmente ocorreu em 1956. Este fato veio a público por meio de uma publicação no jornal 'Sunday Times' de Londres, em 10 de junho de 1956, através de seu correspondente em Nova York. Jim Vicary instalou em um cinema de Nova Jersey um segundo projetor, que tem capacidade para projetar imagens com a velocidade de 1/3.000 de segundos, ou seja, totalmente imperceptível conscientemente aos olhos humanos. Este aparelho projetou as frases 'Eat Popcorn' e 'Drink Coke' respectivamente, sobre a tela, durante a projeção do filme "Picnic", com Kim Novac ('Férias de Amor' no Brasil). Observou-se um aumento considerável de vendas dos dois produtos. A experiência se repetiu novamente poucos dias depois, e os dados oficialmente computados registraram que a mensagem escondida e percebida inconscientemente "Beba Coca" provocou um aumento das vendas do refrigerante da ordem de 57,7 % e "Coma pipoca" da ordem de 18,10% no consumo de pipocas. Alguns autores e pesquisadores nesta área tem se confundido ao classificar a experiência de Vicary como a de ''inserção de imagens" usada pela Disney nos desenhos animados. Esta técnica consiste em inserir ou 'esconder' uma imagem a cada 24 quadros por segundo, que é o mínimo que o olho humano precisa para ter noção do movimento. A técnica de se inserir mensagens comerciais dissimuladas de produtos no cinema e televisão é comumente chamada de 'merchandising' (lê-se: merchandáising). A técnica não é nada recente. Na década de 30 o cinema americano já se utilizava deste artificio para cobrir parte ou até a totalidade dos custos de produção. No Brasil, desde o tempo da 'Cinédia' ou 'Atlântida' vários produtos eram anunciados nas cenas das chanchadas em troca de ajuda financeira para cobertura de despejas nas filmagens. (vide revista Marketing-jul/87) O cinema tem sido responsável também pelo crescente aumento da delinqüência e violência juvenil. De acordo com Luiz Gondim, psiquiatra, há uma indefinição, uma imaturidade própria da idade. Na falta de um referencial, os jovens imitam os personagens de Van Damme, Stallone, entre outros, dos filmes violentos. A mídia é responsável por esta geração violenta. Os personagens das novelas são quase sempre, mau caráter. São estes valores que crianças e jovens estão recebendo. O que você vê nos Shoppings são mães imitando a moda da programação da TV, com as filhas vestidas a caráter. A psicóloga Loren Bisk, que lida com assuntos religiosos, diz que 'estamos diante de uma conhecida revolta de adolescentes, movidos por radicalismos. Segundo ela, o fundamentalismo religioso explica o satanismo infantil, comum aos criminosos. Há vinte anos atrás, o filme "O Exorcista" viria revolucionar todo conceito sobre suspense, terror, medo e sadomasoquismo já levados às telas. Como explicar que até as cenas silenciosas pudessem causar um suspense tão palpitante? Por que cenas de possessão e exorcismo tão reais como nunca vistas antes, foram tão imitadas ou copiadas por dezenas de outros filmes que o sucederam? Deveria haver algo por trás, algo que não vemos, manipulando o subconsciente. Segundo W.B.Key, o produtor deste filme admitiu publicamente que ele continha 'mensagens subliminares' violentas e assustadoras (Media Sexploitation, pag.98a116). E o que dizer do "Silencio dos Inocentes", filme produzido pela Orion, estúdio as portas da falência e que , com um investimento ínfimo se comparado as superproduções de Spielberg, consegue arrebatar o "Oscar" de melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor atriz e melhor roteiro adaptado? E o "Clube da Luta" com inserções subliminares no final do filme, com apologia ao sexo e a violência? E o "Diário de um adolescente", com Leonardo de Cáprio, que tem inspirado tantos jovens e adolescentes a cometerem delitos impensáveis dentro das salas de aula? E na nossa sociedade, como explicar a crescente dissolução das famílias, a rebelião contra a sociedade e as leis, o distanciamento cada vez maior de uma formação religiosa, as tatuagens e marcas cada vez mais presentes nos jovens e adolescentes (quase sempre figurando simbologias ocultistas) ? Como explicar o interesse compulsivo em músicas "heavy metal", drogas, bebidas, livros e revistas ocultistas, vídeos, programas de TV e filmes de terror? E a mudança cada vez mais nítida de comportamento psicossocial como depressão, medo, insônia, imoralidade, explosões de ira, pesadelos e calafrios, queda acentuada no comportamento e aproveitamento escolar? E o aumento assustador nos índices de homicídios e suicídios entre jovens e adolescentes? Sim, havia e há muita coisa por trás de tudo isto, algo que escapa do nosso controle consciente: as Mensagens Subliminares.

O som no cinema

A importância do Som (e da ausência dele...):

Engana-se quem pensa que o som, no cinema é simplesmente a música, feita sob encomenda, que vai servir de fundo para as cenas mais marcantes deste ou daquele filme. Claro que determinados filmes ficam tão associados às canções (e vice-versa), que torna-se impossível lembrar de uma cena, sem que não venha à nossa lembrança, aquele fundo musical, principalmente se você se emocionou com ela.
Porém, o som como um todo, desde a respiração do ator, até a escolha da música, constitui parte integrante e fundamental de uma produção cinematográfica. Lembramos que os sons de fundo, ou seja conversas periféricas, sons de carros, navios, pássaros, buzinas, crianças brincando, etc, não são percebidos de forma consciente, ou seja, tem efeitos subliminares, portanto, eles quase sempre são produzidos meticulosamente em laboratório, para que se consiga os efeitos desejados para a cena. A exemplo do que acontece com a produção musical, as camadas de som, com suas respectivas diferenças de altura, freqüência e intensidades, são gravadas em camadas. Estas camadas são mixadas, uma a uma, e com o acréscimo gradual do fundo musical, vai criar no público, uma ilusão de situação real, 'mexendo' realmente com seu emocional.
É a música que vai 'rechear' a cena, criando um suspense incontrolável, levando as pessoas a roer unhas, ou consumir mais pipocas e refrigerantes; ou quem sabe, fazer chorar, numa cena romântica, até os mais durões de coração...

A manipulação pelo silêncio...

Há dois tipos de silêncio ou ausência de sons. O primeiro, é quando realmente naquela determinada cena há ausência de som para se criar uma expectativa ou ansiedade pelo que vai acontecer em seguida. Segundo, quando a ausência de som é apenas aparente, ou seja, pensamos mesmo que não há som sendo emitido, no entanto, ele existe, está lá, claro que numa freqüência muito baixa, aquém do limite consciente da percepção humana. Sabemos que o complexo sistema auditivo do homem, tem suas limitações. Assim como existem os ultra-sons, captados apenas para alguns animais, como o cachorro, existem os produzidos em baixas freqüências, que são enviados diretamente ao subconsciente, portanto, subliminares. Esta técnica, há muito vem sendo explorada pela mídia, não só no cinema, mas nos supermercados, para coibir o roubo; nos consultórios médicos, para se atenuar a dor; nos cursos de línguas, etc.

A importância da luz e das cores

Raramente são utilizadas as luzes e as cores naturais na produção cinematográfica, nos comercias para cinema e TV, ou nos clipes. A exemplo dos sons, tudo é cuidadosamente elaborado nos estúdios, nas ilhas de edição, através principalmente dos recursos da computação gráfica para se ter a garantia da eficiência nos resultados.

Alguns filmes com Mensagens Subliminares:

Carruagens de Fogo - 1981- Fox Video

Conta a história de dois corredores, um missionário escocês e um estudante judeu de Cambridge, competem nas Olimpíadas de 24. Retrata as emoções, dúvidas e frustações que motivam os dois esportistas. Baseados em fatos reais, levou Oscar de filme, roteiro, figurinos e trilha sonora.
O trabalho de Maris Janson no filme, Carruagens de Fogo, rendeu-lhe o prêmio máximo da Academia de Cinema de Hollywood. W.B.Key, afirma que Janson controlou o humor do público, sua emoção, sua tensão, tranqüilidade e ansiedade com técnicas de iluminação que ele descreveu como subliminares. Janson explicou que sua maior dificuldade foi evitar que a iluminação fosse percebida conscientemente pelo público, pois isso destruiria seu efeito.

O Exorcista - 1973 - Warner Home Video

Os enxertos subliminares não foram poupados neste filme, ganhador do Oscar de roteiro e que é um marco do cinema de horror. Logo no começo, numa cena em que os lobos estão brigando, num lugar deserto, se prestarmos muita atenção, os sons emitidos pelos animais, no clímax da luta, passam a ser de grunhido de porcos que se fundem com o fundo musical, quase que imperceptíveis. Estes sons, de porcos sendo degolados, também foram usados, porém só em baixa freqüência ( por volta de 16 Hz) alternados com sons de orgasmo feminino, nas cenas em que a adolescente (Reagan) estava prestes a ser possuída pelo demônio. Descobrimos também, talvez a primeira referência que se tem notícia, sobre backward masking no cinema. A cena acontece quando o padre, tentando desvendar as misteriosas e ininteligíveis frases pronunciadas pelo demônio através da menina, utilizando um gravador (profissional) de rolo, inverte o sentido da rotação da fita. Ele se volta para o aparelho, assustado com a descoberta, enquanto as mensagens agora compreensíveis, contendo seu nome, vão sendo pronunciadas, com aquela já famosa voz gutural. Todas estas inserções subliminares acabam justificando, não só as reações de excitação sexual, mas também as reações histéricas de medo geradas pelo filme.
O produtor admitiu publicamente que "O Exorcista" continha "estímulos subliminares violentos e assustadores" (Media Sexploitation - W.B.Key)

Silêncio dos Inocentes - 1981 - Vision

Grande vencedor do Oscar de 1991. Apesar do baixo investimento na produção, o filme, que arrebatou todos os principais prêmios da academia (filme, diretor, atriz, ator e roteiro adaptado) é um perturbador exercício de tensão e medo.
Utilizamos muitas vezes, algumas cenas do "Silêncio dos Inocentes", quando ministrávamos sobre Sons Subliminares, em nossas palestras, principalmente a cena final, em que o personagem, interpretado pela atriz Jodie Foster, uma agente do FBI, está no escuro tentando localizar o canibal, um serial killer. Nesta cena, prevalece o silêncio quase que absoluto, não fosse os sons de sua respiração convulsiva e batimentos cardíacos acelerados. Num primeiro momento, quando passávamos a cena sem som algum, o índice de envolvimento emocional do público era praticamente nulo. Com o som, podíamos observar a apreensão das pessoas acompanhando sem querer, com o próprio corpo, as gesticulações da atriz. A cor utilizada nesta cena, aquele verde característico dos binóculos infravermelhos (para enxergar no escuro), também tiveram importância preponderante no resultado final.

Highlander, O Guerreiro Imortal - 1986 - Lumière

Conta a história de um homem imortal que luta contra um inimigo igualmente imortal. Vale destacar a participação de Sean Connery (o mestre do herói) e as seqüências de ações, que é uma das técnicas subliminares mais utilizadas no cinema, TV e principalmente videoclipes. Certa vez, recebemos um telefonema de um ex-aluno que já havia participado de uma palestra sobre mensagem subliminar. Contou-nos, assustado com a descoberta, que quando voltava a fita para rever uma cena em que o personagem é envolvido rapidamente por feixes luminosos e raios, esta parou 'sem querer' no meio da seqüência. Foi quando descobriu que, os raios formavam caras de demônios ou espíritos, como se estivessem envolvendo ou possuindo o personagem. Desde então, esta fita tem feito parte nas nossas aulas e palestras sobre filmes.

O Senhor dos Anéis - 2002

O autor J.R.R.Tolkien, criador de uma literatura repleta de seres mitológicos, histórias fantásticas e misticismo. (Folha de S.Paulo-06/02/02)

Incontestável. Esta é a palavra mais apropriada para definir a influência das mensagens contidas nesta trilogia de Tolkien; agora transportada para as telas, seja nos videogames, nos jogos de RPG, nas bandas de rock, na literatura, nos filmes e, porque não dizer, no comportamento de milhares de aficionados em todo mundo.
Com certeza, jamais deve ter passado pela cabeça de J.R.R.Tolkien, o espectro de influências que causaria sua obra, "O Senhor dos Anéis"; que desde que foi lançado, é um dos campeões de vendagem, só perdendo para a Bíblia Sagrada.
O livro foi publicado pela primeira vez na Inglaterra, em 1955. Chegou nos E.U.A. em versão autorizada em 1966.
Tolkien era católico, politicamente correto, ou melhor, politicamente conservador e estudioso do inglês arcaico.
Muitos jovens, ao tomarem conhecimento do livro, principalmente agora, levados pelo marketing 'pesado' na mídia, são seduzidos a mergulhar de cabeça, num universo mágico, povoado por anões, elfos, e também, dragões.

A influência de Tolkien na literatura:

Harry Potter e Frodo. Dois personagens, o primeiro da "Pedra Filosofal", o segundo do "Senhor dos Anéisl" que, excetuando-se o fator cronológico, seriam pessoas de origens comuns, não fosse o fato de serem dotados de poderes sobrenaturais, capazes de façanhas impensáveis no limitado mundo infantil. Já não bastavam as tristes lembranças daqueles que, a pretexto de imitarem seus super-heróis, jogaram-se das janelas dos seus apartamentos, tornando-se os primeiros mártires desta geração massificada pela mídia.
O sucesso obtido pelos quatro volumes de Harry Potter, aliados à esta verdadeira febre por explorar o oculto, a magia, os seres fantásticos, alavancou "O Senhor dos Anéis" às listas dos mais vendidos.
Não é à toa, que a Srª. Joanne K. Rowling, a "mãe" de Harry Potter, abreviou seus dois primeiros nomes para "J" e "K", ficando assim: J.K.Rowling. Qualquer semelhança com J.R.R. Tolkien, não é mera coincidência...

A influência na Música:

Se você empreender uma pesquisa, usando também a Internet, vai encontrar mais de 600 músicos ou bandas, não só de rock, mas dos mais variados estilos, com alguma influência da mitologia de Tolkien.
- Ian Anderson; Jethro Tull; Led Zeppelin (Robert Plant, líder da banda, era fã de "O Senhor dos Anéis". Várias letras fazem referências diretas à obra); Rick Wakeman; etc.

A influência no Cinema:

Quem pode contestar sua influência na "Guerra nas Estrelas", de George Lucas?
Repare nos personagens, um grupo de seres muito estranhos lutando contra um mal comum; o estilo saga; guerreiros representando o mal; forças e poderes sobrenaturais, tanto de um lado, como de outro, etc.

A influência no RPG e nos jogos de aventura:

O principal jogo de RPG (ver seção "Nos RPGs"), o "Dungeons & Dragons", de 1974, foi apenas o primeiro dos jogos de interpretação, a mostrar claramente as influências do mundo mágico de Tolkien.
Outro jogo, o "Gurps Fantasy" também se utiliza do mesmo método tolkeniano.
Há quem afirme que o RPG, funcione como uma espécie de "porta" para o mundo da magia, introduzindo o jogador muitas vezes, à um caminho sem volta...

A influência no comportamento:

Quando "O Senhor dos Anéis" chegou aos E.U.A., em 1966, os jovens respiravam o "Summer of Love" na Califórnia, mais precisamente em San Francisco; o "verão de amor", que marcou oficialmente o início da era hippie.
A exemplo do que já ocorreu com outros clássicos, como "Guerra nas Estrelas", não foram poucos os que chegaram a se "fantasiar" à carater, para recepcionar, como num verdadeiro culto à um deus, "O Senhor dos Anéis", em seu lançamento no Brasil.
Sabemos que o espírito consumista mais uma vez faturou alto, desta vez, à custa dos anéis, das roupas élficas, das quinquilharias que se vendem nos camelódromos, das capas de cadernos, botons, camisetas, etc.

Se para muitos de nós, adultos, este mundo ainda está muito aquém da nossa limitada capacidade de entendê-lo, como ficam as mentes das nossas 'pobres' crianças?

Harry Potter e a Pedra Filosofal - 2001

O filme, baseado na obra de J.R.Rowling, conta a história de um menino bruxo, que descobre que tem poderes mágicos no dia de seu 11º aniversário. Antes de ingressar na Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts - onde os meninos- bruxos são levados para aprimorar seus poderes - Harry vivia com os tios Walter e Petúnia Dursley, desde bebê, onde era muito rejeitado e maltratado, especialmente pelo filho do casal, seu primo Dudley. Harry veio para quebrar paradigmas dos heróis tradicionais, que se utilizavam de espadas, escudos e armas convencionais para defender o bem contra o mal, representados por vilões querendo, em sua grande maioria, dominar e escravizar a sociedade. O menino bruxo, por sua vez, busca tão somente a vingança através de rituais de bruxaria ou cultos ocultistas, contra aqueles que aparentemente o hostilizam, ou seja, passa a idéia que é certo punir sem critérios de julgamento. Fica então a interrogação: Uma criança na idade de H.Potter, seria capaz de premeditar tão urdilosas vinganças? É obvio que não podemos acusar um personagem de aparência ingênua como tantos outros, numa história de fantasia como tantas outras existentes. Devemos sim, nos ater às atitudes tomadas por este personagem, que não condizem com atitudes reais que devem ser tomadas por uma criança. Certamente estas idéias de rebeldia e vingança poderão ser absorvidas como dogmas por todas as crianças que se sentem rejeitadas ou oprimidas. Bem que Freud já dizia: " Nascemos cópias, morremos imitados".

Outros personagens:

Lilian e Tiago Potter - São os pais de Harry Potter, mas eles só aparecem nas lembranças do garoto. Lilian e Tiago também eram bruxos e tinham estudado em Hogwarts, até serem mortos pelo monstruoso Voldemort. Valter, Petúnia e Duda Dursley - Valter e Petúnia são os tios que cuidaram Harry até seus 11 anos.
Rony (Ronald Weasley) - Estuda com Harry em Hogwarts. Os dois magos se tornaram grandes amigos. Rony tem sete irmãos, todos estudantes de Hogwarts.
Hermione Granger - Outra amiga que Harry conheceu em Hogwarts. Juntamente com Rony, "Mione" e Harry passam por grandes aventuras.
Rúbeo Hagrid - É o gigante que vai buscar Harry na casa dos tios para levá-lo a Hogwarts. Como todo gigante, Hagrid é meio atrapalhado, mas muito simpático
Draco Malfoy - É o grande inimigo de Harry. Malfoy é aluno da fraternidade Sonserina, e vive importunando nosso herói.
Lord Voldemort - É o vilão da história. O bruxo maligno que matou os pais de Harry quando ele ainda era um bebê, deixando o menino com uma cicatriz na cabeça em forma de raio.
Alvo Dublemdore - Diretor da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts. Ninguém sabe a idade dele, mas como todo velho bruxo, Dumbledore deve ter mais de mil anos de idade.
Minerva McGonagall - Vice-Diretora e Professora de Harry nas aulas de Transfiguração. Ela comanda a fraternidade Grifinória.
Quirrel - Professor de Defesa Contra Artes das Trevas para os alunos do Primeiro Ano. Severo Snape - Professor de Poções Mágicas e Feitiçaria. Harry acha que ele não simpatiza muito com os alunos novatos.
Gilderoy Lockhart - Professor de Defesas Contra Artes das Trevas do Segundo Ano. É boa gente, mas as vezes se acha muito convencido.
Remo Lupin - Professor de Defesas Contra Artes das Trevas do Terceiro Ano.
Sirius Black - O próprio prisioneiro de Azkaban, "vilão" do terceiro livro da série.

Harry Potter é barrado por pais na Polônia:

Vários estudantes primários poloneses tiveram de cancelar suas reservas para o filme Harry Potter e a Pedra Filosofal devido aos protestos de seus pais, informou ontem o jornal Rzeczpospolita.
Kazimierz, diretor de escola primária em Rzeszow (sudeste), disse que vários pais de seus alunos protestaram contra "os elementos de ocultismo e mundo da magia apresentados pelo filme e suscetíveis de desfigurar o psiquismo das crianças".
Cerca de vinte habitantes de Tarnow escreveram uma carta à municipalidade para impedir a distribuição do filme, o qual, segundo eles, "propaga a magia e ataca os valores católicos".
Na sexta-feira passada, na Polônia, o filme baseado no romance de J.K.Rowling, bateu todos os recordes de bilheteria em uma premier no país. (A Tribuna -23/01/02)

Fantasia e Realidade:

Há muito tempo, a linha divisória entre fantasia e realidade, não só na literatura infantil, mas em quase todas as mídias, vêm ficando mais tênue. De forma alguma, nos posicionamos contrários à fantasia no universo da criança, mas ela deve ser analisada criteriosamente, segundo seu significado e consequente efeito. Não podemos esquecer das fábulas de Esopo enaltecendo o trabalho, como na "A Formiga e a Cigarra".
Não estariam as fábulas modernas exaltando o papel dos fortes sobre os fracos; não estariam as idéias de vingança, de amor próprio e de vaidade, sobrepujando os valores éticos, busca de conhecimento, altruismo, valorização dos ideais de crescimento moral e espiritual, cujos conceitos infiltram-se no imaginário infantil, contribuindo na formação do seu caráter?
Qualquer criança, em seu primeiro contato com H.Potter, já começa imaginar-se dentro da história e a desejar profundamente ser bruxo também, para que, assim como Harry, resolver da maneira dele (Harry) seus problemas de traumas, de rejeição dos pais, amigos ou qualquer trouxa (nome dado pelos bruxos da história de H.Potter, a quem não tem poderes mágicos) que atrapalhar o seu caminho.


(Imagem retirada do site oficial)

Observe nesta imagem extraída do site www.harrypotter.com, a formação de várias caras demoníacas dentro da área pontilhada.
Você pode escurecer ou clarear a tela do seu micro, para facilitar a visualização e se surpreender com os resultados!

Alguns depoimentos preocupantes:

"Os livros de Harry Potter são o máximo porque me ensinam sobre magia e como você pode usar isto para controlar pessoas e ter vingança sobre os seus inimigos. Eu quero aprender a "Praga do Cruciatos" para fazer sofrer a minha professora de ciências por ter me dado uma nota baixa". Disse Craig Nowell, um garoto de 10 anos recém convertido a "Nova Ordem Satânica do Circulo Negro", em Hartland, Wiscosin.
Veja o que disse uma garota de apenas 6 anos quando foi indagada a respeito do seu personagem favorito: "Hermonie e' a minha preferida porque ela e' esperta e tem um gatinho. Jesus morreu porque ele era um fraco e um estúpido." Disse Jessica Lehman, da Carolina do Sul.
E aqui está a declaração de Ashley, de 9 anos de idade, típica média de idade dos leitores de Harry Potter: "Eu acreditava no que eles me ensinavam na Escola Dominical da Igreja. Mas os livros de Harry Potter me mostraram que a magia é real, é algo que eu posso aprender e usar agora, e que a Bíblia não é nada mas apenas um livro de mentiras chatas." E então mostrou como invocar "CEREBUS" com palavras de magia encontradas do livro, que é um cão de caça de três cabeças do inferno...
Isto prendeu a sua atenção? Se não, que tal a declaração de um alto sacerdote da Primeira Igreja de Satanás em Salem, Massachusettes:
"Harry é um enviado dos deuses para a nossa causa. Uma organização como a nossa, prospera com esse sangue novo, e nós temos tido mais pessoas se juntando a nós nestes dias do que podemos lidar, e é claro, a maioria delas é muito jovem e ainda são virgens, o que para nós é realmente muito suculento!"

Alguns crimes influenciados pelos filmes.

·        O estudante Vitor Alexandre dos Santos, 21 anos, matou em dez/98, a avó, o tio, a tia e a mãe para cumprir uma missão designada por 'vozes do além'. Os crimes ocorreram em Mirandópolis (SP) onde morava, e suas relações com "Spawn, o Soldado do Inferno" são muito evidentes. A forma como ele agia lembra o personagem do filme, do qual o estudante anotou um trecho do texto, que depois foi encontrado pela polícia. Spawn estrangulava as vítimas com as mãos . A exumação dos corpos revelou que Vitor quebrou o hióide - osso do pescoço - dos parentes, conforme constatado pela perícia. (Folha de S.Paulo-16/12/98).

·        Em maio de 99, em Denver, Colorado (EUA), dois jovens abriram fogo contra dezenas de colegas na escola. Tinham idéias nazistas, fabricavam bombas através da Internet, eram viciados no jogo 'Doom', e é muito provável que tenham se inspirado no filme 'Diário de um Adolescente' estrelado por Leonardo de Caprio, que interpreta um jovem drogado de N.York, que jogava basquete nos anos 60. Num de seus delírios, imagina-se na sala de aula de sua escola, vestido com uma capa preta e matando todos ao seu redor. Contribuiu também, Matrix, filme violento com cenas de hiper-realismo, cujos personagens também vestiam-se se preto. Coincidência ? (Fonte:Vários jornais, revistas e noticiários de TV-Maio/99)

Bibliografia/Referências:

  • A Era da Manipulação - Wilson Bryan Key - Scritta Editorial - 1996
  • Vídeo - O Dicionário dos Melhores Filmes - Nova Cultural - 1996
  • Revista Capricho/04/06/01
  • Revista Rpg Dragon/ano1/nº1
  • Revista Época/27/11/00
  • Jornais Folha de S.Paulo
  • O Estado de S.Paulo
  • Jornal A Tribuna

Sites:

 

A história da Insígnia da Madeira

 

A história da Insígnia da Madeira


Na primeira década do Movimento Escoteiro, a formação dos dirigentes era
feita de maneira assistemática e empírica. Formada uma patrulha, os jovens
tinham o costume de pedir a um irmão mais velho, ao pai, tio ou a um amigo
que desempenhasse o papel de Chefe.
Estava claro, no entanto, que não era suficiente treinar garotos
entusiasticamente interessados no programa escoteiro. Os líderes,
principalmente, é que precisavam de treinamento.
O general Sir Robert Lockhart, dirigente da Associação dos Escoteiros da
Inglaterra, afirmou, a propósito do assunto, em 1954: "Treinamento é algo
absolutamente vital, interessante e importante, porque nosso Movimento é,
acima de tudo, um Movimento de Treinamento..." O espírito do Escotismo não é
uma coisa que pode ser ensinado, disse. "Pode ser absorvido e adquirido
vivendo com as pessoas que mostram isso publicamente em suas vidas e em uma
atmosfera deste espírito."
Os pioneiros do Escotismo entenderam a utilidade e a urgência de que os
líderes conheçam seus objetivos e saibam como alcançá-los. James E. West,
primeiro Chefe Escoteiro dos Estados Unidos, que ficou no posto por mais de
33 anos, definiu este problema quando perguntado sobre quais as três coisas
que o Escotismo precisava mais. Respondeu: "treinamento, treinamento,
treinamento."
O primeiro curso para a formação de chefes escoteiros aconteceu em Londres,
em 1910. Outros cursos foram realizados durante os quatro anos anteriores à
1ª Guerra Mundial. Todos eles foram considerados experimentais, com muitas
palestras e pouca atividade prática.
Baden-Powell procurava um local permanente para desenvolver a formação de
dirigentes. Queria fazer como havia feito em Browsea, pois chegara à
conclusão de que os cursos seriam mais eficientes se fossem realizados no
campo, fazendo-os funcionar como se fosse uma tropa, no sistema de
patrulhas.
Em 1919, W. de Bois MacLaren, amigo de Baden-Powell, adquiriu a área
procurada, ao lado da floresta Epping, ao norte de Londres. O local foi
chamado de Gilwell Park em homenagem a Lord Baden-Powell of Giwell e oferece
áreas e facilidades para acampamentos e cursos. A grama perfeita, os
carvalhos centenários, o pequeno museu e as relíquias escoteiras conferem
magia a este local rico em simbolismo para o Escotismo Mundial.
O JOTA é a maior atividade escoteira anual, que reúne Radio Amadores, Escoteiros e Bandeirantes em todo o mundo.


A dor de Hebe

 

A dor de Hebe


A apresentadora, que não assumia compromissos no final de semana para ficar com Lélio Ravagnani, perde o companheiro de 25 anos

Paula Quental e Rose Delfino

Marina Malheiros/AE


“Infelizmente não posso mais ter Lélio. Jesus o quer ao seu lado”, diz Hebe

Louco por chocolates, o empresário Lélio Ravagnani tinha de comê-los de forma comedida. Como quem administrava a saúde do marido com pequenas porções de carinho, a cada noite Hebe Camargo colocava três bombons importados na sua mesa de cabeceira. Há 23 dias este ritual afetivo foi interrompido -- e desta vez para sempre. Lélio Ravagnani, companheiro há 25 anos da mais tradicional apresentadora da televisão brasileira, morreu aos 78 anos, às 16h20 de terça-feira 18, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado. Na vida de Hebe, o que antes era doçura, será, por algum tempo, sofrimento. Nos próximos dias, ninguém mais vai ouvir suas sonoras gargalhadas.

“Agradeço o apoio de todos. Infelizmente não posso mais ter Lélio comigo. Jesus o quer ao seu lado”, disse Hebe durante o velório do marido, na noite de terça-feira 18. Os óculos escuros mal disfarçavam a profunda tristeza, o rosto inchado por um drama que começara no sábado 26 de junho, quando Lélio foi hospitalizado com dores no peito.

Ele tinha duas pontes de safena, que estavam obstruídas. Um exame de cateterismo revelou insuficiência coronária e Lélio foi submetido a uma cirurgia de urgência para irrigar o coração. Em 3 de julho, os médicos constataram o início de um processo de falência múltipla dos órgãos vitais, em função da precária circulação sangüínea. Em seguida, os rins pararam e foi tentada a hemodiálise. As funções do fígado e pulmão também estavam comprometidas. Entubado e sedado, Lélio foi enfraquecendo aos poucos.

Hebe perdia as esperanças à medida que o estado dele se agravava. A apresentadora deixou de ir ao hospital nos últimos dias porque não queria ver Lélio tão debilitado. “Ela dizia que era terrível encontrar um homem como ele, que sempre gostou das coisas boas da vida, entubado sem poder falar e se locomover”, relata Helena Mottin, amiga de longa data do casal. “Hebe saia do Einstein arrasada.” Em casa, diante do altarzinho de Nossa Senhora, rezava, embora soubesse que o quadro clínico do marido era irreversível. O boletim assinado pelo médico José Henrique Germann Ferreira deu como causa da morte a falência múltipla dos órgãos e sistemas.

Marina Malheiros/AE


Hebe Camargo, às 10h30 da quarta-feira 19, minutos antes do último adeus a Lélio

Hebe chegou ao velório do marido às 22 horas da terça-feira 18. Mais de uma vez, ela não conteve a emoção ao se debruçar sobre o esquife lacrado sobre o qual estava um retrato de Lélio desenhado a carvão pela filha, Leila, e datado de 7 de junho. Hebe chorou também ao ser abraçada pelo ex-governador Paulo Maluf. “Lélio era um exemplo de caráter e honestidade”, declarou Maluf.

Outros amigos como Silvia Poppovic, Carlos Alberto de Nóbrega, Olacyr de Moraes, Betty Szafir, Adriane Galisteu, Lolita Rodrigues e Fausto Silva levaram sua solidariedade à família. Xuxa e Roberto Carlos telefonaram, Alexandre Pires, Leonardo e o prefeito Celso Pitta mandaram coroas de flores. Consolando a madrinha da televisão, Adriane Galisteu pediu-lhe que não perca o brilho. “Ela é forte e saberá superar a tristeza”, disse. As espectadoras de seu programa no SBT, nas noites de segunda-feira, notaram como Hebe estava abatida. Apesar disso, os mais próximos acreditam que ela voltará rapidamente à televisão. “A melhor forma de enfrentar a dor é trabalhar. Vamos estimular esse retorno”, disse o empresário Olacyr de Moraes.

ÚLTIMO ADEUS
Lélio e Hebe faziam uma parceria e tanto, testemunham pessoas que conviviam com o casal. Ele era um eterno apaixonado, deixava bilhetinhos para ela quando saía cedo de casa, e sempre voltava para o almoço. Também a presenteava mesmo quando não havia qualquer motivo especial. Todas as sextas-feiras, os dois jantavam no restaurante O Leopolldo, um dos endereços chiques da cidade. Hebe usava seus novos vestidos e exibia jóias exuberantes. Lélio tomava seu uísque devagar, enquanto a mulher fulgurante distribuía atenção e sorrisos. Ao contrário dela, o empresário era introvertido, mas quando decidia falar, tinha sempre uma frase espirituosa. Era elegante, cortês mas impositivo. E Hebe respeitava seus desejos. Para estar com ele, nunca marcava compromissos nos finais de semana.

Lélio foi enterrado às 10 horas da quarta-feira 19, no Cemitério do Morumbi, depois de uma missa celebrada pelo padre José Stella. O cantor Sérgio Reis lamentava a perda: “Adorávamos pescar juntos”. Hebe, que passara a noite no velório, não acompanhou a cerimônia. Ficou em seu carro, uma Mercedes prateada, amparada pelo filho, Marcello. Mas juntou-se ao cortejo para o enterro, que foi rápido e silencioso. Ao final, ela tirou um botão de rosa de uma coroa, beijou a flor e a colocou sobre a lápide. Se para ele foi o final da agonia imprevista, para ela resta a saudade.

 

A BALEIA

 

A BALEIA

 

Eu vi a baleia

Graciosa, charmosa,

Numa dança do mar.

Parecia garbosa!

 

Ia bela. Tão dona,

De fato, do fato.

Coberta de azul,

Sem nem aparato!

 

Ingênua. Às vezes,

Teimosa da vida.

Subia, descia,

Nada aguerrida!

 

Tão grande e dócil!

Tão pouca. Tão viva!

Eu quero gritar:

"-Baleia, o barco já vem.

Se esconde no mar!"

 

Veio o homem ignaro,

Então, lançando o arpão.

Querendo matar,

Sem tempo de ouvir

A baleia chorar!

 

 

 

 

 

A capital das flores

 A capital das flores

 

Meio século depois da chegada ao Brasil, os holandeses formam no interior de São Paulo uma das mais bem-sucedidas colônias do país

 

 

Festa

Piet Schoenmaker, o coordenador do grupo de danças, chegou em 1959 

Na tarde do dia 14 de julho de 1948, ao fincar a primeira pá no solo da Fazenda Ribeirão, no município de Mogi Mirim, 144 quilômetros ao norte de São Paulo, o imigrante holandês Geert Heymeijer invocou ajuda divina. "Otrabalho que agora vamos iniciar é difícil e de grande importância. Rezemos um pai-nosso", proclamou. Era o começo da exploração das terras que viriam a se transformar, anos depois, em Holambra, uma das mais sólidas colônias de imigrantes do Brasil. A cidade, cujo nome é a junção das iniciais de Holanda, América e Brasil, abriga a maior comunidade holandesa do país e é conhecida pela vasta produção de flores e plantas ornamentais.

 

Não foi fácil no começo. Eles chegaram à região depois do fim da Segunda Guerra Mundial para escapar das dificuldades impostas pela destruição da Europa. As terras na Holanda ficaram muito caras e a legião de desempregados não parava de crescer. OBrasil foi o destino escolhido porque era um dos poucos países que aceitavam receber grupos de estrangeiros, facilitando a formação de colônias. Outro ponto a favor: deu-se prioridade a um país católico, porque a imigração era apoiada pela Organização dos Lavradores e Horticultores Católicos da Holanda.

 

"Nossa chegada foi cercada de problemas", recorda-se Wilhelmus Welle, de 85 anos, um dos primeiros a se aventurar no novo país. "A língua era difícil, o clima diferente e a região muito pobre, faltava tudo." Ao chegar à fazenda, os imigrantes eram acomodados em casas de taipa. Não tinham móveis, eram infestadas de cobras, aranhas e insetos. Os caminhões de mudança demoravam seis semanas para ir do Porto de Santos a seu destino, e, no caminho, grande parte dos pertences se quebrava. Welle lembra que os colonos brincavam à noite para ver quem encontrava mais cobras debaixo da cama.

 

As dificuldades não se restringiam à falta de conforto ou à nova realidade inóspita. A primeira atividade econômica tentada pelos holandeses fracassou. A maior parte do rebanho de 718 vacas trazidas da Europa não resistiu à febre aftosa e ao calor tropical do interior paulista. Em pouco tempo, o gado estava dizimado. "Alguns imigrantes desanimaram e resolveram voltar para a Holanda ou se aventurar pelo sul do país", diz Catharine Welle Sitta, filha de Welle e coordenadora do Museu da Imigração. A instituição, montada em um barracão ao lado da primeira casa de taipa da fazenda, dispõe de um acervo de 2 mil fotos que documentam a saga holandesa.

 

A situação só começou a melhorar quando a fazenda foi dividida em lotes e os colonos, com apoio financeiro do governo holandês, diversificaram a atividade produtiva. Passaram a fabricar queijo e ração para animais, a criar aves e suínos e a plantar café e milho. A produção era comercializada pela Cooperativa Agropecuária Holambra, fundada pelos primeiros imigrantes. No final de 1950, a colônia holandesa era composta de 649 pessoas. A tentativa de desenvolver a floricultura ocorreu em 1956, quando sementes de gladíolo, conhecido por palma-de-santa-rita, foram trazidas da Europa. Mas a produção em grande escala só prosperou a partir da segunda metade dos anos 60.

 

 

Floricultura

A produção anual é de 12 milhões de dúzias de rosas e 19 milhões de violetas 

Hoje, Holambra concentra 30% da produção de flores do país. Os 190 produtores do município cultivam mais de 250 espécies e 2 mil variedades de plantas. "Vendemos por dia 1.600 lotes de flores por meio de leilões e 1.200 por contratos", diz Renato Opitz, diretor-geral do Veiling, setor da cooperativa responsável pela comercialização. "O mercado de flores tem crescido continuamente e já movimenta R$ 1,2 bilhão no varejo", informa.

 

O sucesso da floricultura deu ao município de 8.500 habitantes, dos quais 15% são holandeses ou descendentes, uma qualidade de vida comparável à do Primeiro Mundo. Todas as casas estão integradas às redes de água e esgoto, o índice de mortalidade infantil é de 5,9 (a taxa brasileira é de 36,1 crianças mortas por mil nascidas vivas) e o consumo anual per capita de energia elétrica (1.300 kWh) é o maior do país. A cidade lembra a terra natal dos imigrantes. É pontilhada de moinhos e as ruas do centro dispõem de 5 quilômetros de ciclovia, um incentivo ao tradicional hábito de pedalar dos holandeses. Na falta dos canais, Holambra é cortada por dois lagos, nos quais a população pesca. As casas de tijolos aparentes e com amplos jardins floridos também ajudam a recordar a Holanda.

 

Setembro é o mês ideal para visitar a região e conhecer um pouco da cultura dos imigrantes. É quando acontece a Expoflora, a maior exposição de flores do país, e 230 mil visitantes invadem o pequeno município de 65 quilômetros quadrados. Um dos maiores destaques é o grupo de danças folclóricas criado por Piet Schoenmaker, o garoto-propaganda do evento. Os turistas podem experimentar a culinária típica, visitar fazendas de flores e conhecer o maior borboletário do país, instalado no Parque Ecológico Lindenhof.

 

 

Yuri Vasconcelos, em Holambra

 

Fotos: La Costa/Época

 

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Ângela Maria lamenta falta de homenagens pelos 50 anos de carreira

Ângela Maria lamenta falta de homenagens pelos 50 anos de carreira


Débora Batista

CAMPOS, RJ - Como poucos, teve a oportunidade de escolher seu próprio nome. Ela nasceu Abelim Maria da Cunha, mas o Brasil inteiro a conhece como Ângela Maria.

Dona de uma voz amada nos quatro cantos do país, a mulher de voz doce e pele da cor de sapoti, segundo o presidente Getúlio Vargas, se apresentou hoje de manhã no Jardim São Benedito, em Campos, dentro do projeto Viva Melhor Viva Música e das comemorações pelos seus 50 anos de carreira.

Apesar do sol forte, uma multidão fez questão de conferir o show até o final. No palco, um pianista cego fazia seu espetáculo à parte, utilizando um reluzente piano meia-calda.

No entanto, Ângela Maria está completando 50 anos de palcos sem a salva de homenagens que acredita merecer. Há 15 anos, quando comemorou seus 35 anos de profissão, as comemorações foram bem suntuosas: desfilou em carro aberto - um Cadilac branco conversível -, saindo do Copacabana Palace em direção à Ipanema.

A diva lamentou a falta de homenagens. "Pensei que fosse receber alguma homenagem por meus 50 anos de carreira, como acontece com Zezé di Camargo e Luciano e outros artistas".