7 de julho de 2017

ARTIGOS DE RADIOAMADORISMO BRASILEIRO



ARTIGOS DE RADIOAMADORISMO BRASILEIRO
O Decibel - Db
Autor do artigo: Mário Keiteris - PY2MXK
e.mail =py2mxk@arrl.org

Publicado na Revista
Radioamadorismo & Faixa do Cidadão nº 2- ano 1- pg. 36

Revista
Radioamadorismo & Faixa do Cidadão

O Decibel - dB
Na maior parte das rádio comunicações o sinal recebido converte-se em som.
Se é esse o caso, resulta sempre útil avaliar a intensidade dos sinais recebidos, em função da intensidade do sinal acusado pelo nosso ouvido.
Uma peculiariedade do nosso ouvido é que, um aumento ou uma diminuição da intensidade do sinal e que corresponde a relação da potência em jogo, o que é praticamente independente do valor absoluto de potência
Por exemplo, quando um radioamador é solicitado na freqüência por um colega para reportar seus sinais, este radioamador normalmente estimará auditivamente que o sinal tem o "dobro da intensidade", quando se aumenta a potência do transmissor de 10 para 40 Watts, este mesmo radioamador ainda estimará auditivamente, de que um sinal de 400 Watts tem o "dobro de intensidade", de que um sinal de 100 Watts.
O ouvido humano possui uma resposta logarítmica.
Este fato constitui de que um decibel (abreviado dB), no nível de potência resulta apenas perceptível em uma intensidade de sinal em condições ideais.
A relação de potências e decibeis é expressa pela seguinte fórmula :
dB = 10 Log. P2/P1
São usados logaritmos comuns (base de 10).
Se observará que o decibel está baseado em relações de potências. Podemos utilizar relações de tensão ou de corrente, porém somente quando prevalece a mesma impedância para ambos os valores, tanto de tensão como de corrente.
No ganho de um amplificador não podemos expressar corretamente em dB, se está baseado na relação entre tensões de saída e entrada, a menos que mensuremos ambas as tensões através da mesma impedância.
Quando a impedância é idêntica em ambos os pontos de medida, podemos usar a seguinte fórmula para a relação de tensão e corrente :
................dB = 20 Log. V 2 ou dB = 20 Log. I 2 .......................................V 1.............................I 1
As fórmulas que aparecem graficamente representadas na figura abaixo que ilustra este artigo, representam relações de 1 a 10.
Os ganhos (aumentos), expressados em decibeis ou dB, poderão somar-se aritmeticamente, as perdas (diminuições) expressados em decibeis ou dB, poderão ser subtraídas aritmeticamente.
Uma diminuição de potência se indica com o sinal de menos - , precedendo ao sinal de decibel.
Deste modo : - 6dB, significa de que a potência foi dividida por 4.
É possível a utilização do gráfico aqui ilustrado, para outras relações, somando no caso de ganho ou subtraindo no caso de perdas, 10 dB de cada vez que a escala de relações de potência se multiplique por 10.
Isso para relações de potências, somando nos casos de ganhos ou subtraindo nos casos de perdas, 20 decibeis dB de cada vez que se multiplique a escala por 10, isso para relações de tensão e de corrente.
Autor do artigo : Mário Keiteris - PY2 M X K

telefone (011) 6944-03-45 SP. Cap.
e.mail = mariokeiteris-py2mxk@mailcity.com
e-mail = py2mxk@arrl.org
Sobre o autor do artigo: Além de escrever artigos para a Revista e Jornal Radioamadorismo & Faixa do Cidadão é ex-diretor de Cursos da antiga Labre SP., é autor do livro Radioamadorismo : Hobby? ou Ciência! e outras obras relativas ao radioamadorismo,bem como das Apostilas de preparo para exames no Ministério das Comunicações, doadas na época para a Labre S.P., comercializa-las.
É Co-Autor da Apostila para Exame de Técnica e Ética operacional de 1.996 da Delegacia Regional do Ministério das Comunicações em São Paulo, em uso atualmente, também é SUPPORT MEMBER da L. R. M. D. Associação dos Radioamadores da Lithuania.
( e.mail = mariokeiteris-py2mxk@mailcity.com )
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O Cinema não Demorou a chegar ao Brasil






Trabalho: Arte
Laiza Maria Mendes de Oliveira
O Cinema não Demorou a chegar ao Brasil


O cinema não demorou a chegar ao Brasil. Sete meses depois da primeira sessão patrocinada pelos irmãos Lumière, em Paris, ou seja, a 8 de julho de 1896, os cariocas foram apresentados a um arremedo do cinematógrafo, na mais agitada e novidadeira rua do centro do Rio, a Ouvidor. As primeiras imagens aqui tomadas por uma câmera datam de junho de 1898. Focalizavam a baía de Guanabara e algumas embarcações nela ancoradas. De olho no visor, um imigrante italiano chamado Afonso Segreto, chegando da Europa com sua primeira câmera Lumière.

Por algum tempo, Afonso e seu irmão Paschoal detiveram o monopólio das imagens em movimento entre nós. No início deste século, surgiram os primeiros concorrentes, todos imigrantes como os Segreto. Um deles, Giuseppe Filippi, estabeleceu-se em Curitiba e, mais tarde, em Porto Alegre. A partir de 1905, o português Antônio Leal especializou-se em registrar fait divers e festas populares do Rio. Sangue espanhol tinha o criador do nosso primeiro circuito de salas exibidoras, Francisco Serrador.
Filmes de enredo, só a partir de 1908. O veio foi aberto com uma comédia, Nhô Anastácio Chegou de Viagem, de Júlio Ferrez. Influenciado pelo francês Georges Méliès, Antonio Campos encheu de truques, em São Paulo, o também pioneiro O Diabo. Entusiasmado com as possibilidades fantasiosas do cinema, Antônio Leal trocou o documentário pela ficção. Adaptou O Guarani, de José de Alencar, e com Os Estranguladores descobriu um filão que por algum tempo foi moda no Rio: filmes de média metragem dramatizando palpitantes histórias da crônica policial da época. Nesse terreno, acabou batido por Alberto Botelho, que fez de O Crime da Mala o primeiro estouro de bilheteria do cinema brasileiro.
A febre cinematográfica contaminou quase todo o País. Paulo Benedetti levou-a até Barbacena; Anibal Requião, até Curitiba; Aristides Junqueira, até Belo Horizonte; Diomedes Gramacho, até Salvador. Mas Rio e São Paulo continuaram sendo os dois centros produtores mais efervescentes - e os mais sintonizados com as novidades de fora. No afã de imitá-las, chegamos a produzir até três versões de A Viúva Alegre e uma de A Cabana do Pai Tomás.
Bem mais autenticamente nossa era a sátira política transposta do teatro-revista, cujo exemplar pioneiro, Paz e Amor, realizado em 1910 por Alberto Botelho e W. Auler, já ostentava no título uma gozação ao presidente Nilo Peçanha, que prometera governar o País "com paz e amor". O público adorou, mas nem assim o cinema brasileiro deslanchou de vez. A uma queda na produção, em 1913, seguiram-se mais dois anos de penúria material, provocada pela guerra. Quando se retomaram as atividades cinematográficas, em 1916, a sátira cedeu lugar à velha mania de adaptações literárias e a sagas patrióticas.
Entre 1919 e 1925, sete novos desbravadores entraram em cena: José Medina (em São Paulo), Silvino Santos (em Manaus), Gentil Roriz (em Recife), Eduardo Abelim (em Porto Alegre) e os mineiros Francisco de Almeida Fleming (em Pouso Alegre), Humberto Mauro (em Cataguases) e Eugênio Kerrigan (em Guaranésia). Desses, apenas Mauro conseguiu construir uma carreira e atravessar a ponte para o falado.
Nos anos que antecedem a chegada do filme sonoro ao Brasil, as maiores promessas continuam sendo um privilégio do eixo Rio-São Paulo. O polivalente Adhemar Gonzaga salta do jornalismo para atrás das câmeras, traz Humberto Mauro para o Rio e funda um estúdio. A dupla Adalberto Kemeny e Rodolfo Rex Lustig monta uma produtora (Rex Film) e repete na Paulicéia (São Paulo, a Sinfonia da Metrópole) o que o alemão Walter Ruttmann fizera na Alemanha.
Com uma comédia estrelada pela dupla cômica Genésio Arruda e Tom Bill, Acabaram-se os Otários (1929), o cinema brasileiro entrou na era do falado. Dando as ordens atrás da câmera, o folclórico Luiz (Lulu) de Barros, que faria dezenas de patuscadas afins, ao contrário de Mário Peixoto, que só conseguiria realizar um filme, Limite, o suficiente para consagrá-lo como um gênio da raça. Peixoto e Mauro (sobretudo por conta de Ganga Bruta, 1933) são os dois criadores fundamentais do período, marcado também pela obstinada atuação de uma mulher, Carmen Santos, atriz, produtora, dona de estúdio e, por fim, também diretora, e pelo surgimento dos primeiros filmusicais carnavalescos produzidos por Wallace Downey e Alberto Byington Jr., imitados e aprimorados na Cinédia de Adhemar Gonzaga, com o melhor que o rádio e a música popular tinham a oferecer.
Em 1941, um grupo de jovens abnegados, liderados por Moacir Fenelon, Alinor Azevedo, José Carlos Burle e Edgar Brasil, funda uma produtora independente, a Atlântida, que, desviada de seus objetivos iniciais, se transformaria no mais bem-sucedido estúdio do País em todos os tempos. Seus criadores sonhavam com filmes sérios, algo solenes e engajados, mas tiveram de se amoldar às exigências do mercado. E assim nasceu a chanchada, misto de comédia, musical carnavalesco e filme policial, o mais exitoso gênero cinematográfico que no Brasil vicejou - e que só a televisão, no início dos anos 60, conseguiu destruir.
Enquanto a Atlântida divertia as massas com suas chanchadas, a Vera Cruz, delírio megalômano de um empresário italiano estabelecido em São Paulo, investiu suas fichas num cinema sisudo, pomposo e sem futuro. Hoje, a Vera Cruz só é lembrada pela repercussão de O Cangaceiro e pela passagem, por sua cúpula, do cineasta Alberto Cavalcanti. Em 1954, a Vera Cruz fechou as portas e a Atlântida seguiu em frente, dando-se até ao luxo de bancar projetos mais pretensiosos como Amei um Bicheiro (1953), de Jorge Illeli e Paulo Wanderley, thriller urbano à americana, decalcado no clássico de John Huston, O Segredo das Jóias.
Dividido entre aqueles que pretendiam emular Hollywood e aqueles que viam no neo-realismo italiano a opção mais adequada para uma indústria de filmes modesta e periférica como a nossa, o cinema brasileiro atravessou a década de 50 com certa galhardia, revelando cineastas talentosos como Carlos Manga, Roberto Santos (O Grande Momento, 1958), Galileu Garcia (Cara de Fogo, 1958) e Walter Hugo Khoury (Estranho Encontro, 1958) - nenhum deles tão influente quanto Nelson Pereira dos Santos, sob cujas bênçãos nasceria, no limiar da década seguinte, o Cinema Novo.

Movimento de renovação inspirado na Nouvelle Vague francesa, como tantos outros mundo afora, o Cinema Novo representou a utopia de uma geração de cinéfilos com formação universitária, ideologicamente de esquerda e avessos ao modelo hollywoodiano de produção. Havia, então, um vácuo em nossa indústria de filmes, gerado pelo desaparecimento das chanchadas, que o Cinema Novo ocupou, com a ajuda de uma imprensa também ansiosa por uma imagem diferente do País - mais direta, crua e desmistificadora. À frente dos rebeldes, um baiano inquieto, sagaz e desconcertante, Glauber Rocha, à sombra de quem Joaquim Pedro de Andrade, Paulo César Saraceni, Carlos Diegues, Ruy Guerra, Leon Hirszman e outros traçaram as linhas mestras do moderno cinema brasileiro.
No seu auge, o Cinema Novo, originalmente carioca, deu cria em outros Estados (destaque para o paulista Luiz Sergio Person, autor do fundamental São Paulo S.A., 1965), soube absorver o desafio de seus édipos mais intransigentes (Julio Bressane, Rogério Sganzerla), acumulou diversos prêmios internacionais e marcou de forma indelével inúmeros cineastas de outros países. Também vítima da crise de criatividade que se abateu sobre o cinema mundial, nas décadas de 70 e 80, o Cinema Novo virou apenas um rótulo que, de acordo com as conveniências, pode ser aplicado a obras tão díspares como Lição de Amor (Eduardo Escorel, 1975), Mar de Rosas (Ana Carolina, 1977), e certamente a todas assinadas pelos seus mais notáveis sobreviventes: Diegues, Guerra, Walter Lima Jr., Arnaldo Jabor, Eduardo Coutinho.

No início dos anos 90, nova crise, desta vez interna. Sem qualquer proteção estatal, abolida pelo governo Fernando Collor de Mello, a economia cinematográfica se desorganiza e a produção de filmes chega a zero, ameaçando aposentar precocemente as revelações da década anterior (Murilo Salles, Tizuka Yamasaki, André Klotzel, Chico Botelho) e manter longe por tempo indefinido os seus filhos pródigos, Hector Babenco e Bruno Barreto. Renascendo das cinzas, em novas bases produtivas, o cinema brasileiro promete festejar seu centenário de forma otimista, com surpreendentes fenômenos de bilheteria (Carlota Joaquina, de Carla Camurati; O Quatrilho, de Fábio Barreto) e pelo menos duas esperanças de que melhores filmes virão: Walter Salles Jr., autor dos emocionantes Terra Estrangeira e Central do Brasil, e Jorge Furtado, que fez de um curta, Ilha das Flores, uma obra-prima sem paralelos em sua bitola - por sinal, aquela que para as telas nacionais mais talentos revelou nos últimos tempos.
Com Walter Salles Jr e seu filme Central do Brasil, o cinema brasileiro ganha novo reconhecimento internacional, vencendo o Urso de Prata, no Festival de Berlim de 1998. Em 1999, esse filme recebe indicação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e sua atriz principal, Fernanda Montenegro, para Melhor Atriz. Do mesmo diretor, em parceria com Daniela Thomas, é a recente exibição na 23ª Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo, do filme O Primeiro Dia, com grandes elogios da crítica quando de sua exibição na Europa, também em 1999.
No início dos anos 90, nova crise, desta vez interna. Sem qualquer proteção estatal, abolida pelo governo Fernando Collor de Mello, a economia cinematográfica se desorganiza e a produção de filmes chega a zero, ameaçando aposentar precocemente as revelações da década anterior (Murilo Salles, Tizuka Yamasaki, André Klotzel, Chico Botelho) e manter longe por tempo indefinido os seus filhos pródigos, Hector Babenco e Bruno Barreto. Renascendo das cinzas, com novos parceiros e em novas bases produtivas, o cinema brasileiro festejou seu centenário de forma otimista, com surpreendentes fenômenos de bilheteria (Carlota Joaquina, de Carla Camurati; O Quatrilho, de Fábio Barreto) e pelo menos duas esperanças de que melhores filmes viriam: Walter Salles Jr., autor dos emocionantes Terra Estrangeira e Central do Brasil, e Jorge Furtado, que fez de um curta, Ilha das Flores, uma obra-prima sem paralelos em sua bitola - por sinal, aquela que para as telas nacionais mais talentos revelou nos últimos tempos.
Com Walter Salles Jr e seu filme Central do Brasil, o cinema brasileiro ganhou novo reconhecimento internacional, conquistando o Urso de Prata, no Festival de Berlim de 1998, e sendo indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999, e sua atriz principal, Fernanda Montenegro, ao de Melhor Atriz. Em parceria com Daniela Thomas, Salles faria, em seguida, O Primeiro Dia, que grandes elogios da crítica européia recebeu em 1999, para em 2001 bisar o êxito de Central do Brasil com outra obra solo: Abril Despedaçado, adaptação ao sertão do Nordeste brasileiro do romance homônimo do albanês Ismail Kadare. Jorge Furtado, por sua vez, estrearia no longa em 2002, abordando as angústias da adolescência com uma narrativa ágil e diálogos inteligentes, em Houve Uma Vez Dois Verões.
A virada do século foi marcada, ainda, por produções de orçamentos elevados, em geral adaptadas de obras literárias ou baseadas em acontecimentos históricos marcantes, estreladas por astros da televisão e não raro voltadas também para o mercado internacional, como Orfeu (de Carlos Diegues), A Partilha (de Daniel Filho), O Xangô de Baker Street (de Miguel Faria Jr.), Amélia (de Ana Carolina) e Mauá (de Sérgio Rezende). Mas o que afinal predominou foram as produções de porte médio, afinadas com a comédia urbana (Bossa Nova, de Bruno Barreto; Amores Possíveis, de Sandra Werneck), a comédia rural (Eu, Tu, Eles, de Andrucha Waddington) e o thriller de periferia (Um Céu de Estrelas, de Tata Amaral; Os Matadores e Ação Entre Amigos, ambos de Beto Brant).
Estimulados pela retomada da produção, veteranos como Paulo César Saraceni (O Viajante), Ruy Guerra (O Estorvo), Domingos de Oliveira (Amores) e Xavier de Oliveira (Adágio ao Sol), voltaram à ativa, e em outros centros, fora do eixo Rio-São Paulo, jovens cineastas se atiraram à aventura de fazer filmes com entusiasmo fora do comum. A dupla Paulo Caldas-Lírio Ferreira restaurou, a partir de Recife, a velha saga dos cangaceiros, revista por outro ângulo, em Baile Perfumado. No Rio Grande do Sul, o escritor Tabajara Ruas co-dirigiu com Beto Souza um épico intimista sobre um general que lutou nas guerras dos Farrapos e do Paraguai, intitulado Netto Perde Sua Alma .
A despeito do fascínio provocado pela rigorosa transcriação que Luiz Fernando Carvalho fez do texto literário de Raduan Nassar, Lavoura Arcaica, nos dois primeiros anos do novo milênio, os filmes brasileiros de maior impacto junto ao público e à crítica foram, justamente, aqueles que ousaram abordar de frente as mazelas sociais que há tempos mais corroem a sociedade brasileira: o tráfico de drogas, a guerra civil não declarada nas grandes cidades, o fanatismo religioso. O segundo século do cinema brasileiro começou cheirando a pólvora e sangue, a suor e vela, e seus títulos de honra, por enquanto, são Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund; Notícias de uma Guerra Particular, documentário de João Moreira Salles; e os dois documentários (Babilônia 2000 e Santo Forte) que Eduardo Coutinho rodou com a mesma maestria que fez de Cabra Marcado Para Morrer (1984) um clássico do gênero.


O cinema cai na folia













O cinema cai na folia
Cinema e carnaval, uma parceria que dá samba

Por Roberto Guerra

No quesito harmonia, cinema e carnaval sempre tiraram nota máxima ao longo dos anos. Desde os tempos do cinema mudo, passando pelas chanchadas e pelo Cinema Novo, esse bem-sucedido casamento sempre rendeu bons frutos, ajudando a recriar, seja por meio de documentários ou filmes de ficção, um panorama da maior festa popular brasileira.

Os primeiros registros documentais do carnaval datam de 1908. Nesses primeiros anos de cinema nacional, foram produzidos diversos documentários mudos de curtas-metragens registrando festas carnavalescas. Feitos em profusão, esses filmes antecederam uma tradição que faria escola mais tarde na ficção.

Sem desmerecer a importância desses primeiros registros - a maioria deles perdidos -, o carnaval precisava de algo mais do que imagens para ser retratado em sua essência. Esse algo mais, claro, era a música. Isso só aconteceu no final da década de 20 com a conquista do som, ocorrida em 1927 nos EUA e, em 1929, no Brasil.

Nesse contexto, os musicais, como pode se imaginar, despontaram como um dos principais gêneros cinematográficos. Já em 1933, o filme A Voz do Carnaval, dirigido por Ademar Gonzaga e Humberto Mauro - no qual Carmen Miranda estréia nas telas -, inicia o ciclo musical-carnavalesco. É seguido por Alô, Alô, Brasil! (1935), de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, e Alô, Alô Carnaval, de Ademar Gonzaga (1936). Outros filmes carnavalescos de importância são rodados na época, como Tererê Não Resolve (1938), de Luís de Barros, e Banana da Terra (1938), de Rui Costa. No mesmo período é produzido, e merece destaque, Favela de Meus Amores (1935), que destoa dos outros por ser um drama sobre o samba e o carnaval transcorrido numa favela carioca, que não se enquadrava na estrutura de musical.


Uma retrato da época

Mais do que enumerar os filmes produzidos na época, é interessante entender o contexto social em que eles surgiram. Quando, por exemplo, o filme Alô, Alô, Carnaval foi produzido, em fins de 1935, os estúdio da Cinédia, no Rio, formavam uma espécie de filial carioca de Hollywood. O bairro de São Cristóvão parou durante os dois meses de filmagens para assistir a um desfile de astros e estrelas do teatro e do rádio. Em primeiro lugar, não era qualquer evento que reunia de uma só vez Carmen Miranda, Francisco Alves, Lamartine Babo, Dircinha Baptista, além dos comediantes Oscarito e Jayme Costa. Por outro lado, filmes como esse serviam para apresentar os cantores, num tempo em que a TV não existia, ao grande público, que não tinha acesso aos cassinos. Aliás, a intenção de conquistar a massa evidencia-se ao analisarmos o argumento ingênuo do filme, talhado de forma a conquistar o espectadores pouco exigentes dos programas de auditório. A trama gira em torno de dois produtores de teatro de revista (Barbosa Júnior e Pinto Filho) que tentam convencer um empresário (Jayme Costa), proprietário do Cassino Mosca Azul, a bancar o espetáculo Banana da Terra. O empresário, a princípio, não quer saber do número, preferindo uma atração européia. Mas os estrangeiros dão um “bolo” e, sem alternativa, o dono do cassino contrata o espetáculo de revista. Essa, claro, é a deixa para o desfile das grandes estrelas do show biz brasileiro.



A época de ouro das chanchadas

Esses filmes produzidos nos anos 30 foram os precursores de um gênero que iria, nas décadas de 40 e 50, sintetizar e definir o cinema brasileiro: a chanchada. Assim eram chamados os filmes de amplo apelo popular, que misturavam comédia, números musicais e drama. Sem dúvida, foi o período em que cinema e carnaval estiveram mais intimamente ligados. Nessa época, foram produzidos filmes expressivos com temática carnavalesca como Carnaval no Fogo (1949), Aviso aos Navegantes (1950), ambos de Watson Macedo, e Carnaval Atlântida (1952), de José Carlos Burle. Esses dois últimos praticamente contavam com o mesmo elenco: Grande Otelo, Oscarito, José Lewgoy, como vilão, e Cyl Farney ou Anselmo Duarte como galãs. Outros, menos expressivos, como Carnaval em Caxias (1953), Carnaval em Lá Maior (1954) e Carnaval em Marte (1955), entre outros, levaram às telas enredos com temática carnavalesca.


Cinema Novo


Os anos 60 marcaram o fim das chanchadas e o nascimento de um movimento que passou a ser conhecido como Cinema Novo. Mas seu caráter diametralmente oposto ao modelo seguido na década anterior não o impediu de retratar o carnaval. Dois filmes que merecem ser citados, já nos anos 70, são Amor, Carnaval e Sonho (1972), de Paulo César Sarraceni, com Leila Diniz, Ana Maria Miranda e Harduíno Colassanti, e A Lira do Delírio (1978), de Walter Lima Júnior, com Cláudio Marzo, Anecy Rocha e Paulo César Pereio. Ambos contam histórias de amor bem cariocas, tendo como pano de fundo os desfiles carnavalescos. Amor, Carnaval e Sonho, além disso, registra cenas do último baile de carnaval do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.


Folia documentada
Os primeiros registros do carnaval foram feitos em documentários no início do século passado. Depois, os filmes de ficção, com enredos que tinham o carnaval como pano de fundo, pipocaram nas telas principalmente nas décadas de 30, 40 e 50. Mas, ainda assim, o gênero documental nunca deixou de registrar grandes momentos dessa festa popular. Dos anos 70 até os 90, muitos documentários de qualidade foram feitos sobre o tema. Podemos citar, por exemplo, Beija-Flor - Samba da Criação do Mundo (1978), de Vera Figueiredo, que mostra a primeira vitória do carnavalesco Joãozinho Trinta assinando sozinho o enredo A Criação do Mundo na Tradição Nangô, que deu a vitória à Beija Flor de Nilópolis, em 1976. O que hoje é “carne de vaca” nos desfiles - a nudez das passistas, os grandes carros alegóricos, a riqueza visual, o samba em ritmo acelerado - era novidade naquela época. A diretora, ciente disso, conseguiu captar o encantamento e o impacto que essas novidades causaram no público. Outros documentários importantes são o curta Artesanato do Samba, de Zózimo Bubul e Vera Figueiredo, um dos primeiros a mostrar os barracões das escolas de samba, e o média-metragem Fala Mangueira, de Fredi Confalonieri, que mostra o cotidiano da mais tradicional escola do Rio, além de trazer depoimentos de Cartola, Carlos Cachaça e de outros grandes sambistas. Recentemente, Helena Solberg dirigiu Banana is my Businnes (1995), filme que faz um misto de ficção e realidade para contar a história de Carmen Miranda nos EUA.

Uma constante fonte de inspiração
Em 1999, o cineasta Cacá Diegues filmou Orfeu, baseado na peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes. O filme conta a história de Orfeu e Eurídice, que começa num sábado de carnaval. O mais conhecido compositor dos morros do Rio de Janeiro, Orfeu, é o líder da favela onde mora e de sua escola de samba, a Unidos da Carioca. Ele trabalha nos últimos preparativos para o desfile de carnaval quando conhece Eurídice, recém-chegada à cidade em busca de uma tia, sua única parente viva, desde que seu pai morrera nos garimpos do Acre. Os dois se apaixonam perdidamente, provocando o ciúme de todos e a violência de alguns. O carnaval carioca, mais uma vez, é coadjuvante na trama.

Até hoje não se sabe ao certo qual a origem do carnaval, assim como a origem do nome, que continua sendo polêmica. Alguns estudiosos afirmam que a comemoração tem suas raízes em alguma festa primitiva, de caráter orgíaco, realizada em honra ao ressurgimento da primavera. Outros acreditam que tenha se iniciado nas alegres festas promovidas no antigo Egito. Mas seja lá qual for sua origem, o carnaval, seus mistérios, sua estética e seu apelo popular serão, por muito tempo ainda, fonte de inspiração para o cinema brasileiro.


Historia do Rock



Historia do Rock
Quem é o pai do Rock?
O termo Rock and Roll é atribuído (de forma controversa) ao disc-jockey Alan Freed, que atuava em Cleveland (por este motivo e que lá fica o prédio do Rock and Roll Hall Of Fame), que utilizava esta expressão em seu show de rádio.
Mas o termo apareceu pela primeira vez em um blues de Big Joe Turner, que dizia: "My baby, she rocks me with a steady roll" (Minha garota me embala com o balanço certo) . Inventor ou não Alan Freed teve um papel importante pois seus programas de radio se transformaram em grandes shows ao vivo, sempre com grandes atrações como Chuck Berry e Jerry Lee Lewis. Alan Freed morreu na miséria depois de ter sido acusado de receber dinheiro para tocar discos de certos artistas e não de outros.
 
 
História do Rock Brasileiro 
 
O rock brasileiro nasceu tão logo Elvis Presley disparou o primeiro dos três acordes de That's Alright Mama, e as primeiras cenas de "Rock Around The Clock/Balanço das Horas" - passaram nas telas dos cinemas brasileiros, com a trilha sonora de Bill Halley & His Comets. Em meados dos anos 50, inicialmente pelas mãos e vozes de orquestras de baile e cantores populares, como Betinho e Seu Conjunto, Nora Ney e Cauby Peixoto, o rock and roll tomou conta dos rádios, televisões e produziu ídolos como Sérgio Murillo, Tony e Celly Campello. Em seguida, com a entrada em cena da fase instrumental, os novos roqueiros agregaram à história do rock nacional os sons das guitarras, influenciados por grupos como os ingleses Shadows e os americanos Ventures, ampliando a cultura musical da juventude. Depois, nos anos 60, com a chegada dos Beatles, dos Rolling Stones e Jimi Hendrix, vieram a Jovem Guarda, a Tropicália e o som de garagem, com seus yê-yê-yês, distorções de guitarras e contestação. A experiência acumulada desembocou na geração dos anos 70, com o rock made in Brazil, que aprofundou as misturas sonoras, incorporando o progressivo, a música rural e outros sons nordestinos. As várias fases do rock brasileiro seguem explicadas abaixo.
 Anos 50 
A história do rock no Brasil é basicamente a mesma dos demais países, exceto Estados Unidos, onde ele nasceu, e Inglaterra, onde, de certa forma, o skiffle assimilou a seu jeito e de forma mais rápida a nova linguagem musical. Ao chegar em terras brasileiras, diante da inexperiência dos jovens frente ao ritmo novo, aos instrumentos e, mesmo, à falta de espaço social para a juventude, o rock and roll foi absorvido inicialmente pelas orquestras de jazz, e pelos cantores tradicionais, responsáveis pelos primeiros hits do novo gênero. Assim, Nora Ney, uma cantora de boleros e samba canção, gravou o primeiro rock – Rock Around the Clock (em inglês); Betinho e seu Conjunto é responsável pelo primeiro rock com guitarra elétrica, o clássico Enrolando o Rock, onde tocou uma Fender Stratocaster; e, ainda, é do compositor Miguel Gustavo, com interpretação de Cauby Peixoto, o primeiro rock com letra em português – Rock and Roll em Copacabana. Mas, de forma especial, foi com a exibição do filme Balanço das Horas (Rock Around the Clock), com trilha sonora de Bill Halley & His Comets, que o rock and roll estourou no país, provocando tamanha confusão nos cinemas, que levou, por exemplo, o governador de São Paulo, Jânio Quadros, a emitir "Nota Oficial", com o seguinte conteúdo: "Determine à polícia deter, sumariamente, colocando em carro de preso, os que promoverem cenas semelhantes. Se forem menores, entregá-los ao honrado Juíz. Providências drásticas". Também marco histórico do nascimento do rock nacional é o 78rpm com as músicas Forgive Me/Handsome Boy, gravado em 1958 pelos irmãos Tony Campello e Celly Campello, vindos do interior de São Paulo, que abriu definitivamente o caminho do disco, dos programas de rádio e televisão e shows. Depois, vieram Sérgio Murilo, Demétrius, Baby Santiago, Wilson Miranda, Ronnie Cord e outros, como Erasmo Carlos (com os Snakes), Eduardo Araújo, Albert Pavão e Renato e Seus Blue Caps, que fizeram a história daquela e das futuras gerações. Entre os clássicos da época, destacaram-se, entre outros, Rock de Morte (Sérgio Murilo), Rock do Saci (Demétrius), Bata Baby (Wilson Miranda), Estou Louco (Baby Santiago), Vigésimo Andar (Albert Pavão), Banho de Lua (Celly Campello), Rua Augusta (Ronnie Cord), Baby Rock (Tony Campello) e Diana (Carlos Gonzaga).
 
Anos 60
A década de sessenta abriu com a mistura de rock tradicional, som instrumental, surf music e outros ritmos como o twist e o hully gully. Com o surgimento dos Beatles e dos Rolling Stones, o rock brasileiro explodiu definitivamente sob diversas formas, transformando-se em um dos mais criativos da América Latina. O movimento Jovem Guarda, liderado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, envolveu a maioria da juventude, com programas de televisão, shows ao vivo e inúmeros discos, entre lps e os lendários compactos. Em 1966, sob o comando de Roberto Carlos (foto), o I Festival de Conjuntos da Jovem Guarda, promovido pela TV Record, espalhou a febre do rock pelo país, que tomou conta das garagens, clubes sociais, televisões regionais, festas de igreja e aniversários. Além dos três, também destacaram-se os cantores Eduardo Araújo e Ronnie Von e os grupos Renato e Seus Blue Caps, Os Incríveis e The Fevers, entre outros. Ao lado da Jovem Guarda, também a Tropicália, eliminando as fronteiras sonoras e culturais, introduziu a guitarra na tradicional MPB e o discurso político no rock, produzindo a versão brasileira da psicodelia mundial. Neste movimento, destcaram-se intérpretes, compositores e arranjadores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Rogério Duprat e, de forma especial, o grupo Mutantes. Ainda, além desses espaços mais visíveis, o som de garagem também marcou a sua presença no cenário roqueiro nacional, por meio de inúmeros grupos que deixaram raros lps e compactos para a história, como Som Beat, Baobás, Beat Boys e Liverpool.
 
Anos 70  
Os anos 70 foram marcados pelas bandas e intérpretes "made in Brazil", que afirmaram definitivamente a identidade do rock nacional, compondo e cantando em português e, também, ampliando o domínio da técnica, dos equipamentos e dos estúdios. Foi a década que também introduziu no país os grandes shows, tanto em casas de espetáculos, ginásios e, de forma especial, ao ar livre. Iluminados pelo exemplo dos Mutantes, dezenas de grupos desdobraram-se em variadas experiências, do rock visceral do Made In Brazil, ao progressivo Som Nosso de Cada Dia, liderado pelo ex-Incríveis Manito, passando pela psicodelia barroca d'A Barca do Sol, pelo rock rural do Ruy Maurity Trio ou pela mistura de progressivo/erudito/música regional do grupo O Terço, entre outros. Destacaram-se ainda nos anos setenta, os grupos Som Imaginário, O Peso, Bixo da Seda, Moto Perpétuo, Módulo Mil, Arnaldo (Baptista) & Patrulha do Espaço; Sá, Rodrix & Guarabira; Secos & Molhados e Veludo, entre outros. O grande destaque desta década é o surgimento de Raul Seixas que, depois de liderar o grupo Raulzito e Os Panteras, em meados dos anos sessenta, e produzir inúmeros artistas para a CBS, entre eles Jerry Adriani, transformou-se no maior roqueiro do Brasil, com sua colagem universal de Elvis Presley/John Lennon/Luiz Gonzaga.
 
Anos 80 
Nos anos 80, o rock brasileiro se firma no mercado. Nomes consagrados da MPB e da música romântica cedem espaço nas paradas de sucesso a artistas influenciados pelas novas tendências internacionais. Punk, new wave e reggae ecoam no Brasil. O grupo Blitz, liderado por Evandro Mesquita, é o primeiro fenômeno espontâneo. Sua música "Você não soube me amar", de 1982, é sucesso nacional. Segue-se um surto de novos talentos, como Barão Vermelho, que tem Cazuza, considerado o maior letrista do rock brasileiro dos anos 80, Kid Abelha & os Abóboras Selvagens, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Camisa de Vênus. São eles os novos interlocutores da juventude. Uma fusão de MPB com a música pop internacional ganha espaço no rádio. Eduardo Duzek, Marina Lima, Lulu Santos, Lobão e Ritchie são os representantes dessa tendência. O grupo paulistano RPM, liderado por Paulo Ricardo, chega a vender 2 milhões de discos entre 1986 e 1988. Ainda de São Paulo emergem Ultraje a Rigor (com a música Inútil) e Titãs, cujo disco Cabeça dinossauro transforma-se em marco da musicalidade produzida no período.
Veja uma lista das bandas nacionais que mais se destacaram nos anos 80:
Blitz, Barão Vermelho, Camisa de Vênus, Titãs, Ultraje a Rigor, Ira!, Legião Urbana, Os Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Havaí, RPM, Cabine C, Kid Abelha & os Abóboras Selvagens, Heróis da Resistência, João Penca e os Miquinhos Amestrados, Capital Inicial, Plebe Rude, Finis Africae, Biquini Cavadão, Lobão e os Ronaldos, Ritchie, Rádio Táxi, Roupa Nova, Lulu Santos, Leo Jaíme, Kiko Zambianchi, Os Inocentes, Cólera, Ratos de Porão, Garotos Podres, Olho Seco e Mercenárias
 
Anos 90
 Nos anos 90, aparecem grupos cantando em inglês, que abrem perspectivas de sucesso internacional. O grupo mineiro Sepultura consagra-se na Europa e nos Estados Unidos. O grupo paulistano Viper conquista o Japão. A partir de 1993 voltam a fazer sucesso bandas que cantam em português e incorporam ritmos regionais nordestinos, como os Raimundos (de Brasília) e Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A (do Recife).
 O Rock no Resto do mundo
Anos 50
A história do Rock não se resume em 50 anos , é muito mais que isso. Como exemplo, vamos usar a teoria da relatividade: 50 anos de Rock é muito mais significante para nós, de que 1951 D.C., antes do Rock.
Em 1951, o Rock é divulgado pela primeira vez em um programa chamado Moodong's Rock and Roll Party, na radio WJW, de Cleveland, Ohio. O Novo som é gravado por Bill Haley (1925-1981) na canção, Shake Rattle And Roll. Neste mesmo ano o imortal Elvis Presley (1935-1977) atinge o sucesso com a música 'That's All Right Mamma' - é o começo do Tradicional Rock and Roll. O reconhecimento nacional vem com a eterna canção de Bill Haley, 'Rock Around the Clock' que é trilha do filme 'Sementes da violência'. Em 1956 o Rock era cada vez mais evidente entre as trilhas sonoras obrigatórias, e Elvis Preley com Heart Braker Hotel consegue a marca de disco (compacto) mais vendido do pais.
Um som de letras simples e sem maldade, talvez pelo ritmo mais acelerado ou por ser cantado por cantores excêntricos e exóticos, o rock é chamado de som de rebeldes. Grandes nomes desta fase são Chuck Berry, Johnny B.Good, e Little Richard, com Long Tail Sally.
Anos 60
No inicio dos anos 60 , surge uma banda que, sem sombra de dúvidas, foi a que mais influenciou o mundo do Rock, os Beatles. Em Setembro de 1962, a musica Love Me Do, é número um em todas as paradas de sucesso. Logo os Beatles conquistam os E.U.A , e não muito depois, o mundo ocidental.
O sucesso dos Beatles é paralelo à Guerra do Vietnã. Nesta época o rock tem influência no modo de vida das pessoas e, com isso, surgem os Hippies. Então, o Rock ganha tom político, e Bob Dylan se revela o grande compositor da época, unindo musica folclórica ao Rock, com hinos à paz, como Blowin in the wind.
Também nesta década surge o Rolling Stones, grupo mais ousado que os anteriores. Suas letras, picantes para a época, e grandes shows, com muitos efeitos misturando o Rock and Roll a imagens e efeitos visuais, foi muito usados pelo psicodélico Pink Floyd.
O polêmico James Douglas Morrison (o camaleão Jim Morrison) forma o The Doors, e Light my Fire é sucesso. Andy Wharol, publicitário conhecido como o pai do Pop, diz que no futuro todas as pessoas terão os seus 15 minutos de fama. Apesar da letra "pornográfica" para a época, a frase "Sex , Drugs and Rock n' roll" é evidente nos grupos de vanguarda, como o Velvet Underground, de Lou Reed em um Rock já transgressor e polêmico.
Em um festival na Califórnia em 1967 chamado Festival de Monterrey, destaque para uma mulher com a voz que faria o mundo tremer, Janis Joplin. Na mesma onda surge um dos maiores símbolos do rock, o pai da guitarra elétrica e do psicodelismo na música de todos os tempos, o canhoto Jimi Hendrix, com o seu álbum clássico 'Are you experienced?'.
1969, sem duvida, é o ano do rock, O WOODSTOCK reune 500 mentes pensantes, o maior evento musical já visto até hoje.

Anos 70
No fim da década de 60 o Rock é balançado por baterias agressivas e gritos do novo estilo Hard Rock. Revelam-se então Robert Plant e Ian Gillan, que balançam o mundo com seus vocais nervosos e vozes suaves, sem contar o gênio Ozzy Osborne que assusta o mundo com o Black Sabbath. Há quem acredite que essas três bandas já são tendências diferentes de Metal: Led Zeppellin e Deep Purple, Heavy Metal, e Black Sabbath, Black Metal.
Os anos 70 têm diferentes épocas, com os sons oscilando rapidamente e os "gêneros do Rock" são mudados rapidamente entre esses 10 anos, do som progressivo do Yes e do Genesis, que marca o inicio da década.
Em 1975, na Inglaterra, destacam-se duas ondas totalmente diferentes, Sid Vicius com o punk Sex Pistols, e o Iron Maiden com o Heavy Metal.
Os Ramones lançam o seu Álbum homônimo em 1976. Fresh Fruit for Rotting Vegetables é lançado em 1980 pelos Dead Kennedys, clássico do hardcore.
No fim da década acontece o movimento New Age, tendo como principal expoentes os grupos Talking Heads e The Police, do Eco-Pop-Star Sting.
Anos 80
A Fusão de gêneros e estilos é sem dúvida a marca dos anos 80. Em Setembro de 1981 um vocalista chamado Paul Bruce Dickinson, em um show de sua banda Samson, se junta ao Iron Maiden. Steve Harris fica espantado com a voz daquele vocalista e o chama para entrar no Iron Maiden. O album "The Number Of The Beast" é até hoje considerado pelos críticos musicais como o som que revolucionou o Heavy Metal.
Surge também nessa época uma das bandas mais populares de todos os tempos. O Metallica é no princípio uma banda de Trash Metal, mas logo se populariza e torna se mais uma banda de Hard Rock nos moldes de Led Zeppelin e Deep Purple.
Também da década de 80 são os Guns N'Roses do polêmico Axl Rose. You Could be Mine é música tema do filme de ficção O Exterminador do Futuro 2, com Arnold Schwarzenegger.
Sem dúvida as várias divisões do Metal são marcantes dos anos 80, em Black Metal destacam-se o Sentenced, e o Testament, de Trash Metal a banda brasileira Sepultura é uma boa representante do gênero, e de Death Metal o Pantera e o Canibal Corpse é muito evidente também.
Em 1985 no Rio de Janeiro, Brasil, é realizado um grande evento de rock, um dos maiores já vistos. O Rock In Rio, como foi chamado, trouxe bandas como Iron Maiden, Ac/Dc e o fenômeno Scorpions com Still Love You.
A onda Dark, inspirada no Sex Pistols que fala sobre problemas do cotidiano dos jovens ingleses, o Dark Rock, teve como ícones o The Cure e The Smith. O Gothic Metal também expressa o sofrimento musical do gótico dos anos 80. A ótima voz de Bono Vox é sucesso com o U2 e Sunday Bloody Sunday é destaque nas rádios chamando a atenção aos freqüentes conflitos religiosos na Irlanda, terra natal dos integrantes.
Anos 90
A Década de 90 é uma época de vários estilos marcantes, principalmente na vida dos jovens de hoje. Em 1991, em Seattle, nasce o movimento Grunge, liderado pelo Nirvana e o depressivo Kurt Donald Cobain, que chega nas paradas da MTV com o singles de Smells Like Teen Spirit, o Soundgarden de Cris Cornell, o Pearl Jam de Eddie Vedder, que é sucesso com o seu primeiro álbum "Ten", e o Alice in Chains.
O Rock britânico ganha novas bandas como o polêmico Oasis, o Supergrass e Blur, que fazem parte do movimento Britpop. Entre as cantoras, a islândesa Björk e a canadense Alanis Morissette são os destaques da nova geração.
O rock europeu dos anos 90 inspira-se em temas ligados à discriminação racial e conflitos étnicos, como é o caso da Banda Alemã Deesendent. Novas bandas surgem nos EUA, como Everclear e Tripping Daisy, que dão novo formato a vários gêneros, como Hard Rock , Pop e Surf Music.
Em 1992 no Brasil é realizada a segunda edição do Rock In Rio, que tem como show principal, o novo fenômeno do mundo do Rock, o Gun n' Roses.
Em 1994, ano do ressurgimento do Woodstock, Metallica, Green Day, Colletive Soul e AeroSmith fazem o novo Woodstock valer a pena. Neste mesmo ano o mundo conhece um novo Alice Cooper, Marilyn Manson com letras falando de satanismo e arranjos assustadores.
Bandas como os Beastie Boys, Sublime, Jane's addiction, Rage against the Machine, Red Hot Chili Peppers, Faith no More, entre outras, são uma salada de estilos musicais e se destacam em festivais de Rock pelo mundo afora, misturando o Hard Rock com Ska, Hip-hop e Funk.
Seguindo a fórmula do Rock clássico, variando de Hard Rock a baladas, bandas como o Sonic Youth, The Black Crowes, Radiohead, Smashing Pumpkins, Green Day, etc. mantém um bom interesse entre os jovens adoslecentes, nem se limitando ao underground, nem totalmente 'vendidos' como as bandas pop-metal que surgiriam alguns anos depois.
Perto do Bug dos carimbos de datas, eventos como o Tibetan Freedom Concert, o Rock for Choice, os shows para a libertação de Mumia Abu-Jamal entre outros, introduziram o showmício nos USA e na Europa: apresentações de grandes bandas engajadas em arrecadar fundos e chamar a atenção da mídia e das pessoas para situações políticas desiguais e de exploração em todo o mundo. Bandas como Rage against the Machine, U2, Beastie Boys, O Rappa, Paralamas do Sucesso, Bad religion, L7 e tantas outras viram uma boa oportunidade para juntar o útil ao agradável nesses shows e em trabalhos paralelos.
Anos 00 / Século XXI
O principio do Século 21 é marcado pelo maior festival de "Rock" (atenção: entre aspas), já visto desde o original Woodstock. Em 2001 o Rock In Rio III une de vez todos as "Tribos", com shows desde Sandy e Jr e Britney Sperms, até a paulera do Sepultura. Red Hot Chilli Peppers, Deftones, Silverchair, Oasis, Beck, Iron Maiden e outras bandas se apresentaram nos 7 dias do evento. Um dos destaques foi o Qüeen of the Stone age, com seu Stonner Rock. O destaque negativo foi o Guns n'Roses com o patético balofo Axl Rose, mais perdido que cego em tiroteio..
Não se pode dizer que o festival no Brasil foi uma grande festa do Rock, afinal Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Sandy e Jr., Britney Spears e a Orquestra sinfônica não são sonhos de nenhum roqueiro decente. A verdade foi que, acreditando que as bandas nacionais de Rock (Charlie Brown Jr., Raimundos, O Rappa, Barão Vermelho, entre outras) implorariam de joelhos para fazer parte de um evento tão chamativo na mídia no mundo inteiro, os organizadores tomaram um grande Não! na cara-dura, e várias bandas cancelaram a participação devido a quebra de palavra e principalmente pela vigarice dos organizadores. Alguns motivos foram redução de cachês combinados na última hora, horários "marotos" como 9:00h da manhã para um show do O Rappa, entre outras surpresas..
O Heavy Metal, quem diria, se tornou "Pop" nesse novo milênio, principalmente pelo movimento "Nu-Metal". O Nu-Metal, de bandas como o Limp Bizkit, Kid Rock, P.O.D, etc., e parece ter tomado o lugar na mídia do Pop reciclado de tempos em tempos, como o dos Backstreet Boys. Como resultado, um lixo sonoro sem fim atrai multidões de garotas de 12 anos, e bandas como Limp Bizkit fazem as trilhas sonoras de filmes de sucesso, como Missão Impossível 2 e O Demolidor.
A história do Rock ainda está sendo contada. E, com certeza, esta história está incompleta por não falar mais de bandas como o Kiss, Anthrax, Slayer, Ratos de porão, David Bowie, Camisa de Vênus, Ultraje a Rigor, Qüeen, Massacration, etc., que marcaram uma fase da vida de muitas pessoas, de diferentes lugares e condições, explorando principalmente a rebeldia, mas também a inteligência e a capacidade dos seus fãs de passar a voz adiante e criar novas bandas de Rock..
 









Instituto Educacional Pedro Calmon.
Alunas:Ana Paula, Irla Lopes,Luana Kelly, Nayara.
Série:8ª         Tuma:A        Turno: manhã.
Professora: Juliana .
Disciplina: Português.



                                                     A
    História
        Do
      Rock

  

HISTÓRIA DO CARNAVAL



HISTÓRIA DO CARNAVAL
ORIGEM DO CARNAVAL


Dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis. Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Mas num ponto todos concordavam, as grandes festas como o carnaval estão associadas a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais. O carnaval se caracteriza por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras e manifestações folclóricas. Na Europa, os mais famosos carnavais foram ou são: os de Paris, Veneza, Munique e Roma, seguidos de Nápoles, Florença e Nice.
CARNAVAL NO BRASIL
O carnaval foi chamado de Entrudo por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas. No Brasil o carnaval é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa. Na Bahia é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta. Esta festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste, todas com características baiana, com a presença indispensável dos Trios Elétricos e são realizadas no decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal, o Carnatal; em João Pessoa, a Micaroa; em Campina Grande, a Micarande; em Maceió, o Carnaval Fest; em Caruaru, o Micarú; em Recife, o Recifolia, etc.
CARNAVAL NO RECIFE
Século XVII - De acordo com as antigas tradições, mais ou menos em fins do século XVII, existiam as Companhias de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores de Mercadorias. Essas companhias geralmente se reuniam para estabelecer acordo no modo de realizar alguns festejos, principalmente para a Festa de Reis, Esta massa de trabalhadores era constituída, em sua maioria, de pessoas da raça negra, livres ou escravos, que suspendiam suas tarefas a partir do dia anterior à festa de Reis. Reuniam-se cedo, formando cortejos que consistia de caixões de madeira carregados pelo grupo festejante e, sentado sobre ele uma pessoa conduzindo uma bandeira. Caminhavam improvisando cantigas em ritmo de marcha, e os foguetes eram ouvidos em grande parte da cidade.
Século XVIII - Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana, surgiram particularmente a partir do século XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século passado, no seu livro "Festas e Tradições Populares", descreve uma Coroação de um Rei Negro, em 1742. Pereira da Costa, à página 215 do seu livro, "Folk Lore Pernambucano", transcreve um documento relativo à coroação do primeiro Rei do Congo, realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife. Os primeiros registros destas cerimônias de coroação, datam da segunda metade deste século nos adros das igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no estado e Pernambuco, promovidas pelas irmandades de NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS e de SÃO BENEDITO.
Século XIX - Depois da abolição da escravatura, em 1888, os patrões e autoridades da época permitiram que surgissem as primeiras agremiações carnavalescas, formadas por operários urbanos nos antigos bairros comerciais. Supõe-se que as festas dos Reis Magos serviu de inspiração para a animação do carnaval recifense. De acordo com informações de pessoas antigas que participaram desses carnavais, possivelmente o primeiro clube que apareceu foi o dos Caiadores. Sua sede ficava na Rua do Bom Jesus e foi fundador, entre outros, um português de nome Antônio Valente. Na terça-feira de carnaval à tarde o clube comparecia à Matriz de São José, tocando uma linda marcha carnavalesca e os sócios levando nas mãos baldes, latas de tinta, escadinhas e varas com pincéis, subiam os degraus da igreja e caiavam (pintavam), simbolicamente. Outros Clubes existiam no bairro do Recife: Xaxadores, Canequinhas Japonesas, Marujos do Ocidente e Toureiros de Santo Antônio.
Século XX - O carnaval do Recife era composto de diversas sociedades carnavalescas e recreativas, entre todas destacava-se o Clube Internacional, chamado clube dos ricos, tinha sua sede na Rua da Aurora, no Palácio das Águias. A Tuna Portuguesa, hoje Clube Português, tinha sua sede na Rua do Imperador. A Charanga do Recife, sociedade musical e recreativa, com sede na Avenida Marquês de Olinda e a Recreativa Juventude, agremiação que reunia em seus salões a mocidade do bairro de São José. O carnaval do início deste século era realizado nas ruas da Concórdia, Imperatriz e Nova, onde desfilavam papangus e máscaras de fronhas (fronhas rendadas enfiadas na cabeça e saias da cintura para baixo e outra por sobre os ombros), esses mascarados sempre se apresentavam em grupos. Nesses tempos, o Recife não conhecia eletricidade, a iluminação pública eram lampiões queimando gás carbônico. Os transportes nos dias de carnaval vinham superlotados dos subúrbios para a cidade. As linhas eram feitas pelos trens da Great Western e Trilhos Urbanos do Recife, chamados maxambombas, que traziam os foliões da Várzea, Dois Irmãos, Arraial, Beberibe e Olinda. A companhia de Ferro Carril, com bondes puxados a burros, traziam foliões de Afogados, Madalena e Encruzilhada. Os clubes que se apresentaram entre 1904 e 1912 foram os seguintes: Cavalheiros de Satanás, Caras Duras, Filhos da Candinha e U.P.M.; este último criado como pilhéria aos homens que não tinham mais virilidade.
O Corso - Percorria o seguinte intinerário: Praça da Faculdade de Direito, saindo pela Rua do Hospício, seguindo pela Rua da Imperatriz, Rua Nova, Rua do Imperador, Princesa Isabel e parando, finalmente na Praça da Faculdade. O corso era composto de carros puxados a cavalo como: cabriolé, aranha, charrete e outros. A brincadeira no corso era confete e serpentina, água com limão e bisnagas com água perfumada. Também havia caminhões e carroças puxadas a cavalo e bem ornamentadas, rapazes e moças tocavam e cantavam marchas da época dando alegre musicalidade ao evento. Fanfarras contratadas pelas famílias, desfilavam em lindos carros alegóricos.
FREVO
Histórico - o carnaval recifense possui uma música e uma dança carnavalesca própria e original, nascida do povo. De origem urbana, surgiu nas ruas do Recife nos fins do século XIX e começo do século XX. O frevo nasceu das marchas, maxixes e dobrados; as bandas militares do século passado teriam dado sua contribuição na formação do frevo, bem como as quadrilhas de origem européia. Deduz-se que a música apoiou-se desde o início nas fanfarras constituídas por instrumentos de metal, pela velha tradição bandística do povo pernambucano.
A palavra é: FREVO! - A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, dando origem a palavra frevo, que passou a designar: "Efervecência, agitação, confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu vai-e-vem em direções opostas como pelo Carnaval", de acordo com o Vocabulário Pernambucano de Pereira da Costa. Divulgando o que a boca anônima do povo já espalhava, o Jornal Pequeno, vespertino do Recife, que mantinha a melhor secção carnavalesca da época, na edição de 12 de fevereiro de 1908, faz a primeira referência a palavra frevo.
O Frevo música - Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os músicos pensaram em dar ao povo mais animação nos folguedos de carnaval, e a gente de pé no chão, queria música barulhenta e animada, que desse espaço para extravasar alegria dentro daquele improviso. No decorrer do tempo a música ganha características próprias acompanhada por um bailado inconfundível de passos soltos e acrobáticos. Nas suas origens o frevo sofreu várias influências ao longo do tempo, produzindo assim variedades. A década de trinta serve de base para a divisão do frevo em: Frevo-de-Rua, Frevo-Canção, Frevo-de-Bloco.
FREVO-DE-RUA - É o mais comumente identificado como simplesmente frevo, cujas características não se assemelham com nenhuma outra música brasileira, nem de outro país. O frevo-de-rua se diferencia dos outros tipos de frevo pela ausência completa de letra, pois é feito unicamente para ser dançado. Na música é possível distinguir-se três classes: o frevo-abafo ou de encontro, no qual predominam os instrumentos metálicos, principalmente pistões e trombones; o frevo-coqueiro, com notas agudas distanciando-se no pentagrama e o frevo-ventania, constituído pela introdução de semicolcheias. O frevo acaba, temporariamente, em um acorde longo e perfeito. Frevos-de-rua famosos Vassourinhas de Matias da Rocha, Último dia de Levino Ferreira, Trinca do 21 de Mexicano, Menino Bom de Eucário Barbosa, Corisco de Lorival Oliveira, Porta-bandeira de Guedes Peixoto, entre outros.
FREVO-CANÇÃO - Nos fins do século passado surgiram melodias bonitas, tais como A Marcha n° 1 do Vassourinhas, atualmente convertido no Hino do carnaval recifense, presente tanto nos bailes sociais como nas ruas, capaz de animar qualquer reunião e enlouquecer o passista. O frevo-canção ou marcha-canção tem vários aspectos semelhantes à marchinha carioca, um deles é que ambas possuem uma parte introdutória e outra cantada, começando ou acabando com estrebilhos. Frevos-canção famosos: Borboleta não é ave de Nelson Ferreira, Na mulher não se bate nem com uma flor de Capiba, Hino de Pitombeira de Alex Caldas, Hino de Elefante de Clídio Nigro, Vestibular de Gildo Moreno, entre outros.
FREVO-DE-BLOCO - Deve ter se originado de serenatas preparadas por agrupamentos de rapazes animados, que participavam simultaneamente, dos carnavais de rua da época, possivelmente, no início do presente século. Sua orquestra é composta de Pau e Corda: violões, banjos, cavaquinhos, etc. Nas últimas três décadas observou-se a introdução de clarinete, seguida da parte coral integrada por mulheres. Frevos-de-bloco famosos: Valores do Passado de Edgar Moraes, Marcha da Folia de Raul Moraes, Relembrando o Passado de João Santiago, Saudade dos Irmãos Valença, Evocação n° 1 de Nelson Ferreira, entre outros.
O Frevo dança - Vários elementos complementares básicos compõe toda dança, em especial no frevo os instrumentos musicais serviam como arma quando se chocavam agremiações rivais. A origem dos passistas são os capoeiras que vinham à frente das bandas, exibindo-se e praticando a capoeira no intuito de intimidar os grupos inimigos. Os golpes da luta viraram passos de dança, embalados inicialmente, pelas marchas e evoluindo junto com a música do frevo.
A SOMBRINHA - Outro elemento complementar da dança, o passista à conduz como símbolo do frevo e como auxílio em suas acrobacias. A sombrinha em sua origem não passava de um guarda-chuva conduzido pelos capoeiristas pela necessidade de ter na mão como arma para ataque e defesa, já que a prática da capoeira estava proibida.
Este argumento baseia-se no fato de que os primeiros frevistas, não conduziam guarda-chuvas em bom estado, valendo-se apenas da solidez da armação. Com o decorrer do tempo, esses guarda-chuvas, grandes, negros, velhos e rasgados se vêm transformados, acompanhando a evolução da dança, para converter-se, atualmente, em uma sombrinha pequena de 50 ou 60 centímetros de diâmetro.
O VESTUÁRIO - Também como elemento imprescindível em algumas danças folclóricas, o vestuário que se precisa para dançar o frevo, não exige roupa típica ou única. Geralmente a vestimenta é de uso cotidiano, sendo a camisa mais curta que o comum e justa ou amarrada à altura da cintura, a calça também de algodão fino, colada ao corpo, variando seu tamanho entre abaixo do joelho e acima do tornozelo, toda a roupa com predominância de cores fortes e estampada. A vestimenta feminina se diferencia pelo uso de um short sumário, com adornos que dele pendem ou mini-saias, que dão maior destaque no momento de dançar.
Passos do frevo - A dança do frevista é geralmente caracterizada pela sua individualidade na exibição dos passos. Os passos nasceram da improvisação individual dos dançarinos, com o correr dos anos, dessa improvisação se adotaram certos tipos ou arquétipos de passos. Existem atualmente um número incontável de passos ou evoluções com suas respectivas variantes. Os passos básicos elementares podem ser considerados os seguintes: dobradiça, tesoura, locomotiva, ferrolho, parafuso, pontilhado, ponta de pé e calcanhar, saci-pererê, abanando, caindo-nas-molas e pernada, este último claramente identificável na capoeira. A seguir descrições dos cinco primeiros citados:
DOBRADIÇA - Flexiona-se as pernas, com os joelhos para frente e o apoio do corpo nas pontas dos pés. Corpo curvado para frente realizando as mudanças dos movimentos: o corpo apoiado nos calcanhares, que devem está bem aproximados um do outro, pernas distendidas, o corpo jogado para frente e para trás, com a sombrinha na mão direita, subindo e descendo para ajudar no equilíbrio. Não há deslocamentos laterais. Os pés pisam no mesmo local com os calcanhares e pontas.
TESOURA
A - Passo cruzado com pequenos deslocamentos à direita e à esquerda. Pequeno pulo, pernas semiflexionadas, sombrinha na mão direita, braços flexionados para os lados.
B - O dançarino cruza a perna direita por trás da esquerda em meia ponta, perna direita `a frente, ambas semiflexionadas. Um pulo desfaz o flexionamento das pernas e, em seguida, a perna direita vai apoiada pelo calcanhar; enquanto a esquerda, semiflexionada, apoia-se em meia ponta do pé, deslocando o corpo para esquerda. Refaz-se todo o movimento, indo a perna esquerda por trás da direita para desfazer o cruzamento. Neste movimento, o deslocamento para a direita é feito com o corpo um pouco inclinado.
LOCOMOTIVA- Inicia-se com o corpo agachado e os braços abertos para frente, em quase circunferência e a sombrinha na mão direita. Dão-se pequenos pulos para encolher e estirar cada uma das pernas, alternadamente.
FERROLHO - Como a sapatear no gelo, as pernas movimentando-se primeiro em diagonal (um passo) seguido de flexão das duas pernas em meia ponta, com o joelho direito virado para a esquerda e vice-versa. Repetem-se os movimentos, vira-se o corpo em sentido contrário ao pé de apoio, acentuando o tempo e a marcha da música. Alternam-se os pés, movimentando-se para frente e para trás, em meia ponta e calcanhar; o passista descreve uma circunferência.
PARAFUSO - Total flexão das pernas. O corpo fica, inicialmente, apoiado em um só pé virado, ou seja, a parte de cima do pé fica no chão, enquanto o outro pé vira-se, permitindo o apoio de lado (o passista arria o corpo devagar).
MARACATUS DE BAQUE VIRADO OU NAÇÃO
HISTÓRICO - Segundo Ascenso Ferreira, as festas em honra dos Reis Magos foram instituídas no Brasil pelos missionários catequistas, que encontraram nas cores distintas que caracterizavam aquelas figuras da história do Nascimento de Jesus, um ponto para a conversão dos elementos indígenas e negros à fé cristã. O Rei Bronzeado para os caboclos, o Rei Negro para os negros importados da África e o Rei Branco como elemento de adoração dos portugueses. O Rei negro era Baltazar e a ele seguiram-se adeptos, em sua grande maioria da raça negra, e nos seus cortejos são encontradas as origens do nosso atual Maracatu de Baque Virado ou Nação. A partir de 1888, a coroação dos Reis do Congo, perdeu a sua razão de ser, pois, não existia mais a necessidade daquela "autoridade" para manter a ordem e a subordinação entre os negros que lhe eram sujeitos. Era no pátio das igrejas que se realizava a coroação dos Reis Negros, cujo cortejo, evoluindo através dos tempos, chegou até nossos dias, destacando-se do grupo das festas de Reis Magos (bumbas-meu-boi, cheganças e pastoris) e entrando para os festejos carnavalescos. A palavra Maracatu, provavelmente, origina-se de uma senha combinada para anunciar a chegada de policiais, que vinham reprimir a brincadeira, a senha era anunciada pelos toque dos tambores emitindo o som: maracatu/maracatu/maracatu. Na linguagem popular, a palavra maracatu é empregada para expressar confusão; desarrumação; fora de ordem, dando respaldo ao pressuposto da origem dessa palavra. Na África não existe nada parecido com o nosso maracatu.
FORMAÇÃO - o Maracatu de Baque Virado ou Nação, tem como seguidores os devotos dos Cultos Afro-brasileiro da linha Nagô. A boneca usada nos cortejos chama-se Calunga, ela encarna a divindade dos orixás, recebendo em sua cabeça os axés e a veneração do grupo. A música vocal denomina-se toadas e inclui versos com procedência africana. Seu início e fim são determinados pelo som de um apito. O tirador de loas é o cantador das toadas, que os integrantes respondem ou repetem ao seu comando. O instrumental, cuja execução se denomina toque, é constituído pelo gonguê, tarol, caixa de guerra e zabumbas.
PERSONAGENS - É formado pelas seguintes figuras: rei, rainha, dama-de-honra da rainha, dama-de-honra do rei, príncipe, princesa, ministro, embaixador, duque, duquesa, conde, condessa, vassalos, damas-de-paço (que portam as calungas durante o desfile do maracatu), porta-estandarte, escravo sustentando a umbrela ou pálio (chapéu-de-sol que protege o casal real e que esta sempre em movimento), figuras de animais, guarda-coroa, corneteiro, baliza, secretário, lanceiros, brasabundo (uma espécie de guarda costa do grupo), batuqueiros (percurssionistas), caboclos de pena e baianas.
MARACATUS DE BAQUE VIRADO OU NAÇÃO
Nação Elefante - fundado em 1800
Nação Leão Coroado - fundado em 1863
Nação Estrela Brilhante - fundado em 1910
Nação Indiano - fundado em 1949
Nação Porto Rico do Oriente - fundado em 1967
Estes são alguns Maracatus de Nação em plena atividade no carnaval de Pernambuco.
NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS
É a reunião dos Maracatus de Tradição de Baque Virado ou Nação, em frente a Igreja do Terço, no Pátio do mesmo nome. A meia noite, a um sinal os tambores param, o silêncio por si só já reverencia o momento. E, de repente, se ouve uma voz lamuriosa tirar loas em louvor a rainha dos negros NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO.
Em meio ao contagiante movimento das místicas figuras, o povo vai envolvendo-se nos passos marcados pelos tambores a atabaques. Esta tradição data mais de três séculos, tem em nossos dias o calor e as cores vivas de outrora.
A origem desse ritual se encontra encravado nos idos do período colonial. Distante da terra natal, os negros pediam a proteção de NOSSA SENHORA na tentativa desesperada de amenizar as dores do cativeiro cruel.
A cerimônia ritualística da NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS sempre acontece na segunda-feira de carnaval, a partir das vinte e três horas, na Igreja do Pátio do Terço, no bairro de São José, no Recife.
MARACATU NAÇÃO PERNAMBUCO
Surge em Pernambuco uma nova geração de maracatu. Foi fundado no dia 15 de dezembro de 1989, numa festa organizada no Clube Vassourinhas de Olinda, com o objetivo de difundir o maracatu. O Nação Pernambuco é atualmente o grupo cultural de maior projeção no Estado. O Grupo gravou vários discos, os quais contendo apenas músicas de maracatu, sendo os únicos no mundo. Divulgam e resgatam a história da cultura pernambucana dentro e fora do Brasil.
Apresentam-se durante todo ano, no segundo domingo de cada mês, com grupos convidados, no Mercado Popular Eufrásio Barbosa no bairro do Varadouro na entrada da cidade de Olinda
MARACATU DE BAQUE SOLTO OU RURAL
HISTÓRICO - Ao contrário dos Maracatus de Baque Virado ou Nação, que têm suas origens em cortejos de reis africanos, o Maracatu de Baque Solto, também chamado de Maracatu de Orquestra ou Rural, tem suas origens na segunda metade do século passado e deve ser uma transfiguração dos grupos chamados Cambindas (brincadeira masculina, homens travestidos de mulher). Os Maracatus de Baque Solto são uma espécie de fusão de elementos dos vários folguedos populares, que vêm às ruas das cidades próximas aos engenhos de açúcar como: Goiana, Nazaré da Mata, Carpina, Palmares, Timbaúba, Vicência, etc., durante o carnaval, com características e colorido próprio, garantindo sempre a presença nos carnavais do Recife. O cortejo do Maracatu de Baque Solto, diferencia-se primeiramente do maracatu tradicional, pela ausência do rei e da rainha.
FORMAÇÃO - Um ritmo rápido de chocalhos, percussão unissonora e acelerada do surdo, acompanhada da marcação do tarol, do ronco da cuíca, da batida cadenciada do gonguê, do barulho característico dos ganzás, um solo de trombone, e outros instrumentos de sopro que, juntos, dão ao conjunto características musicais próprias e bem diferenciadas dos maracatus tradicionais. O maracatu desfila num círculo compacto, tendo ao centro o estandarte, rodeado por baianas, damas-de-buquê com ramos de flores de goma, boneca (calunga) de pano ou plástico e caboclos de pena. Rodeando este primeiro círculo vem os caboclos de lança, que se encarregam de abrir espaço na multidão, com seus saltos e malabarismos, com as compridas lanças, como a proteger o grupo e as lanternas de papel celofane que, geralmente vem representando o símbolo da agremiação.
PERSONAGEM PRINCIPAL - Com suas lanças de mais de dois metros de comprimento, feitas de madeira com uma ponta fina e uma enorme cabeleira de papel celofane cobrindo o chapéu-de-palha, o rosto tingido de urucum ou por outras tintas, lenço estampado cobrindo a testa, camisas e calças de chitão, meiões e sapatos de lona, o Caboclo de lança tem o destaque de sua indumentária na gola bordada e no surrão. A gola de sua fantasia, feita em tecido brilhante, de cores vivas, é totalmente rebordada com vidrilhos e lantejoulas. A gola representa o maior orgulho e a vaidade do caboclo de lança, sendo quase sempre confeccionado por sua companheira, durante o ano inteiro, sendo fruto de todas as suas economias. O Surrão é como se fosse uma bolsa, é confeccionado em couro de carneiro, cobrindo uma estrutura de madeira, onde são presos chocalhos, sendo colocado na altura das nádegas, daí também chamar-se estas figuras de Bunda-alegre e Bunda-de-guiso, provocando um barulho forte e primitivo quando da evolução dos caboclos de lança.
MARACATUS DE BAQUE SOLTO OU RURAL
Cruzeiro do Forte - fundado em 1929
Águia de Ouro - fundado em 1933
Leão da Aldeia - fundado em 1935
Cambinda Estrela de Paudalho - fundado em 1935
Estrela da Tarde - fundado em 1942
Estrela de Ouro - fundado em 1963
Estes são alguns dos Maracatus de Baque Solto encontrados hoje em plena atividade nos carnavais de Pernambuco.
CABOCLINHOS
 HISTÓRICO - Uma das mais belas manifestações do carnaval pernambucano está na evolução das tribos de caboclinhos que passam, quase que em disparada pelas ruas do centro e subúrbio ao som de um pequeno conjunto e na marcação das preacas a produzir um estalido característico na percussão da seta contra o arco, com seus estandartes esvoaçantes e a beleza de suas fantasias. Se no maracatu está toda a herança das nações de negros, no caboclinho vamos encontrar a presença do índio que, como primitivo dono da terra, mantém durante o carnaval as suas danças e lendas que contam a glória dos seus antepassados.
FORMAÇÃO - Caboclinhos, ou como na fala popular "cabocolinhos", é uma espécie de grupos de homens e mulheres, trajando vistosos cocares de penas de avestruz e pavão, com saias também de penas, trazendo adereços nos braços, tornozelos e colares, (também em penas), que desfilam em duas filas fazendo evoluções das mais ricas ao som dos estalidos secos das preacas, abaixando-se e levantando-se com agilidade, como se tivessem molas nas pernas, ao mesmo tempo que rodopiam apoiando-se nas pontas dos pés e calcanhares.
FIGURAÇÃO - O Caboclinho é com certeza uma das presenças mais originais do carnaval do Recife, sendo o grupo formado pelo: cacique, mãe-da-tribo, pajé, matruá, capitão, tenente, porta-estandarte, perós (meninos e meninas), caboclos-de-baque, cordão de caboclos e cordão de caboclas, os músicos geralmente são em número de quatro. O conjunto é formado pela inúbia (um pequeno flautim de taquara), caracaxás ou mineiros, tarol e surdo. A beleza plástica das jovens índias, a forte coreografia dos caboclos e a variedade de cores do conjunto, dão um toque de destaque ao grupo.
TRIBOS DE CABOCLINHOS
Caboclinhos Canindés - fundada em 1897
Carijós - fundada em 1897
Taperaguases - fundada em 1916
Caboclo Tupy - fundada em 1933
Caboclinhos Tabajaras - fundada em 1956
Tapirapés - fundada em 1957
Estas são algumas das Tribos de Caboclinhos que fazem a beleza do carnaval de Pernambuco.
TRIBOS DE ÍNDIOS
HISTÓRICO - É um folguedo originário do Estado da Paraíba e que hoje alcança um grande número de simpatizantes no carnaval do Recife. Nas Tribos de Índios, os organizadores são denominados mestres e quase sempre são seguidores de cultos indígenas como a Pajelança, sendo da linha do Catimbó, dão um toque místico ao folguedo onde, segundo eles, desfilam por vezes "atuados" (incorporados) pelos espíritos dos caboclos.
FORMAÇÃO - Dispostos em duas filas, com índias de um lado e índios do outro, as primeiras portando machadinhas e os segundos portando pequenas lanças, as Tribos de Índios são muitas vezes confundidas com as Tribos de Caboclinhos. Uma das características marcantes da diferença é a não utilização das preacas pelas Tribos de Índios, comuns aos Caboclinhos. Pintam os rostos de vermelho, com cocares de penas de garça, de ema ou de galinha, usam pequenos escudos, e o conjunto tem uma coreografia variada, com um número de quatro a nove danças para cada tribo, sempre acompanhada por um conjunto de músicos formados por duas gaitas, dois ganzás e três surdos.
TRIBOS DE ÍNDIOS
Paranaguases - fundada em 1953
Tupy-Guarany - fundada em 1956
Tupy Papo Amarelo - fundada em 1962
Tapajós - fundada em 1985
Estas são algumas Tribos de Índios que fazem o Carnaval de Pernambuco.
URSOS DO CARNAVAL
HISTÓRICO - Uma das brincadeiras mais estimadas e em franca evolução no carnaval do Recife é a La Ursa; o urso do carnaval cujas origens encontra-se nos ciganos da Europa que percorriam a cidade com seus animais, presos numa corrente, que dançavam de porta em porta em troca de algumas moedas, ao som da ordem: "dança la ursa!".
FORMAÇÃO - A figura central é o urso, geralmente um homem vestindo um velho macacão coberto de estopa, veludo, pelúcia ou agave com sua máscara de papel-machê pintada de cores variadas, preso por uma corda na cintura, segurado pelo domador, a figura dança para alegria de todos ao som de toadas do próprio grupo ou sucessos das paradas carnavalescas, podendo variar para o baião, forró, xote e até polca. A Orquestra do urso de carnaval é geralmente formada por sanfona, triângulo, bombo, reco-reco, ganzá, pandeiro; havendo outras mais elaboradas onde aparecem violões, cavaquinhos, clarinetes e até trombones. O conjunto traz por vezes, além do domador, do urso e da orquestra, o tesoureiro (com sua pasta de arrecadar dinheiro), porta-cartaz ou porta-estandarte, balizas e outros elementos que lá estão só para brincar o carnaval.

URSOS CARNAVALESCOS
Polar de Areias - fundado em 1950
Preto da Pitangueira - fundado em 1957
Texaco - fundado em 1958
Branco da Mustardinha - fundado em 1962
Popular da Boa Vista - fundado em 1964
Minerva - fundado em 1969
Estes são alguns Ursos que fizeram ou fazem a alegria do carnaval de Pernambuco.
BOI DO CARNAVAL
HISTÓRICO - O auto do bumba-meu-boi presente no ciclo natalino, se transforma no carnaval, e vem às ruas do Recife num colorido e coreografia própria para os dias de folia. Bois, Burras, Calus, Mateus, Catirina, Sebastião, Mané Pequenino, Babau, ganham as ruas do subúrbio durante o carnaval e, sob o comando do capitão, no seu cavalo-marinho, põem em polvorosa a criançada e fazem a alegria das classes mais humildes.
FIGURAÇÃO - Os bois de carnaval saem, por vezes, com mais de cinqüenta figuras, com uma orquestra formada por bombo, gaita, gonguê, surdo, tarol, estandarte, diretoria, tirador de loas, entre outros componentes.
BOIS DO CARNAVAL
Boi Misterioso - fundado em 1927
Boi da Cara Preta - fundado em 1950
Boi Teimoso - fundado em 1956
Boi Estrela - fundado em 1985
Boi Manhoso - fundado em 1986
Estes são alguns Bois que fizeram ou fazem a alegria do carnaval de Pernambuco
ESCOLAS DE SAMBA
HISTÓRICO - A palavra "escola", com relação ao Samba, foi utilizada primeiramente pelos velhos sambistas cariocas, que se reuniam na casa da Tia Ciata, de onde teria surgido o Bloco Deixa Falar, fundado por Ismael Silva, na década de vinte. Ali estavam ninguém menos que Sinhô, Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Pixinguinha, entre outros batutas. Dada a uniformidade das vestimentas do bloco, este tomou aspecto de grupo de colegiais, daí ser comparado a colégio, enfim, Escola de Samba.
Em Pernambuco, chegou ao Recife na época da Segunda Guerra Mundial, em 1942, no Encouraçado São Paulo que trazia entre seus tripulantes, além de uma banda marcial, elementos que compunham um bloco de samba, que desfilou na cidade, pela primeira vez, com o nome de Mimosas da Folia. Já havia em Casa Amarela a batucada o Bando da Noite, que passou a ser chamada, ainda como batucada de Cuíca de Bambu, e por fim Escola de Samba Quatro de Outubro.
ESCOLAS DE SAMBA
G.R.E.S. Limonil - fundada em 1935
G.R.E.S. Gigantes do Samba - fundada em 1942
G.R.E.S. Estudantes de São José - fundada em 1949
G.R.E.S. Sambistas do Cordeiro - fundada em 1956
G.R.E.S. Galeria do Ritmo - fundada em 1962
G.R.E.S. Luar de Prata - fundada em 1963
G.R.E.S. Grêmio Recreativo Escola de Samba
Estas são algumas das Escolas de Samba que fizeram ou fazem o carnaval de Pernambuco
CARNAVAL NO RIO CAPIBARIBE
Sendo o clube de máscaras Galo da Madrugada o maior Bloco Carnavalesco do mundo, a Secretaria de Turismo do Recife, com o objetivo de reverenciar o Bloco, promove um evento simultâneo usando a bacia do Rio Capibaribe. Na concentração em frente a ponte Duarte Coelho, um desfile de barcos transforma-se em um verdadeiro carnaval aquático.
PRÉVIAS CARNAVALESCAS
BAILE DOS ARTISTAS - Acontece no Clube Santa Cruz, neste baile é eleito o Rei Momo e a Rainha do Carnaval. Com apoio da Prefeitura da Cidade do Recife.
BAILE DOS ESTANDARTES - Realizado pelo Clube Galo da Madrugada, no Clube Português.
BAILE MUNICIPAL - Realizado pela Legião Assistencial do Recife - LAR, no Clube Português, com concurso de fantasias e rainha do baile.
BALMASQUÊ - Acontece nos salões nobre do Clube Internacional, com concurso de máscaras e a escolha da Garota Recifolia, com apoio da Prefeitura da Cidade do Recife e Blocos do Recifolia.
DANÇANDO NA RUA - Evento promovido pela Secretaria de Turismo da Cidade do Recife, com duração de agosto/95 a março/96. Realiza-se no Recife Antigo às quintas-feiras, a partir das 19h00, transformando-se no período momesco em um polo de carnaval.
CARNAVAL EM BOA VIAGEM
O Carnaval de Boa Viagem tem características próprias, onde os Trios Elétricos comandam o espetáculo junto com a moçada. O Clube do Limão nasceu em 1969, sendo o mais antigo de Boa Viagem, desfila na avenida com farta distribuição de batidas (aguardente + suco de fruta) de vários sabores, e vários trios elétricos que arrastam a multidão, pois, este clube não tem cordão de isolamento. Aviação na Folia fundado em 1990, é composto pelos funcionários de empresas aéreas e aeroviários; o Bloco da Parceria foi fundado em 1992, junto com o carnaval de Boa Viagem, é composto pelos funcionários do Grupo Bompreço; o Trio do Turista, foi criado para oferecer opções aos turistas no carnaval; o Trio do Camisão, foi criado para melhor divulgar métodos de prevenção à AIDS, distribui em torno de 50.000 preservativos acompanhados com folhetos sobre a doença. Outros blocos participam do carnaval de Boa Viagem tais como: Bloco Locomotiva com a Banda Versão Brasileira; Bloco do Pinguim com a Banda Turma do Pinguim; Bloco Sou Teu Amor com o cantor André Rio; Bloco Recife Meu Xodó com a Banda Xodó; Bloco do Shopping (Shopping Center Recife); Balança a Rolha; CRI - (Clube dos Rapazes Inocentes; Escola de Samba Birinaite Classe A; entre muitos. Boa Viagem tornou-se o point dos Trios Elétricos, tendo também um espaço garantido para os nossos maracatus, caboclinhos e clubes de frevo. É um verdadeiro corredor da alegria que explode a cada bloco ou clube que passa.
GALO DA MADRUGADA
 HISTÓRICO - O Clube de Alegoria Galo da Madrugada, foi criado em dezembro de 1977, numa reunião de amigos do bairro de São José no carnaval. O assunto primordial era a diferença entre os carnavais antigos e o atual (daquela época). Segundo Enéas Freire, presidente perpétuo da agremiação a idéia inicial foi de se formar um clube de frevo. O clube foi fundado oficialmente em 24 de janeiro de 1978, na Rua Padre Floriano, 43, no bairro de São José, O seu principal objetivo é reviver as verdadeiras origens e tradições do carnaval de rua. Para isso, O Galo convoca e congrega todos os seus foliões em um grandioso e sensacional desfile, através das manifestações mais espontâneas e populares, unindo clubes de frevo e grupos de mascarados, nessa grandiosa festa que se realiza todos os anos com êxito.
O desfile do Galo da Madrugada vem sendo realizado todos os anos na manhã do sábado de Zé Pereira. Por tradição, O Galo começa a concentração deste dia, a partir das 5:30 da madrugada, com toques de clarins anunciando a alvorada do carnaval pernambucano, além de uma batalha de confetes, serpentinas e uma salva de fogos, O Galo desfila pelos bairros de São José e Santo Antônio, reverenciando o frevo, juntamente com milhares de foliões.
Vários blocos se aliam a grandiosa festa, na véspera da saída do Galo. O Bloco Azulão, formado por funcionários do Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco), realizam um Acorda Povo na noite de sexta-feira para a madrugada de Zé Pereira. Outros blocos e grupos aderem ao cortejo no final do desfile do Galo, como: O Rabo do Galo, a Galinha do Galo, entre outros.
O Galo da Madrugada é considerado o Maior Bloco Carnavalesco do Planeta, conforme o GUINESS BOOK, o livro dos recordes, de 1995.
AGREMIAÇÕES CARNAVALESCAS
CLUBES DE FREVO
HISTÓRICO - Seu cortejo muito assemelha-se as procissões quaresmais, de Cinzas e Fogaréus, comuns ao Recife do século XVIII, trazendo o estandarte (bandeira) próprio das corporações medievais, com seus integrantes vestindo seda, calças de flanela e cordões com o distintivo da profissão. As corporações profissionais existentes no século passado, remanescentes dos primeiros séculos de nossa colonização, deram origem aos Clubes de Frevo ou Clubes Carnavalescos, que durante o carnaval saiam às ruas para passear, cantando e dançando em visitas a casas de pessoas amigas onde comiam e bebiam, numa euforia comum àquela época.
FORMAÇÃO - o Clube Carnavalesco tem o seu cortejo aberto pelos clarins, seguindo-se da diretoria, ala dos diabos, ala dos morcegos, os porta-estandartes vestidos à Luiz XV, que se revezam empunhando o símbolo maior da agremiação, presidente e dama-de-honra, damas-de-frente, fantasias de destaque do enredo, ala de passistas dois cordões que evoluem "fazendo passo" em torno de todo conjunto, diretor de orquestra e orquestra.
O FREVO - A marcha que tinha em seus primórdios um andamento mais parecido com o dobrado, ganhou elementos inovadores da polca e da marcha militar e foi, com o passar dos anos, transformando-se no frevo pernambucano, transfigurando as antigas agremiações do século XIX nos Clubes Carnavalescos dos nossos dias. O Clube chamou para si a atenção dos capoeiras, comuns nos desfiles das bandas militares que, fazendo complicados passos, criaram a coreografia do nosso frevo, a qual, o pernambucano denomina de passo.
CLUBES CARNAVALESCOS MISTOS OU CLUBES DE FREVO:
Das Pás - fundado em 1888
Vassourinhas - fundado em 1889
Lenhadores - fundado em 1897
Amantes das Flores - fundado em 1919
Prato Misterioso - fundado em 1919
Toureiros de Santo Antônio - fundado em 1924
Transporte em Folia - fundado em 1936
Estes são alguns dos Clubes Carnavalescos ainda em atividade nos festejos do carnaval de Pernambuco.
TROÇAS CARNAVALESCAS MISTAS
HISTÓRICO - A Troça Carnavalesca Mista é um Clube de Frevo em menor dimensão que sai logo no início da manhã, se apresenta nas ruas do centro ou do subúrbio, até as primeiras horas da tarde. Originam-se esses grupos carnavalescos de simples brincadeiras, onde está implícito o espírito crítico dos próprios foliões, como demonstra o significado do verbo troçar: escarnear, zombar, ridicularizar; vindo assim caracterizar a psicologia desses agrupamentos. As Troças são divididas, pela Federação Carnavalesca Pernambucana em primeira, segunda e terceira categorias, havendo outras que, por não estarem filiadas, não pertencem a quaisquer divisões. São a alegria dos subúrbios, chamadas por vezes de "levanta poeira". Alegram o carnaval de rua, durante o dia, e, por vezes, se apresentam com mais luxo e melhores orquestras, que os próprios clubes carnavalescos.
TROÇAS CARNAVALESCAS
Cachorro do Homem do Miúdo - fundada em 1910
Missangueira - fundada em 1915
Destemidos de Campo Grande - fundada em 1921
O Bagaço - fundada em 1929
Coqueirinho em Folia - fundada em 1937
Verdureiras de São José - fundada em 1939
Estas são algumas das Troças Carnavalescas em atividade nos festejos de carnaval de Pernambuco.
BLOCOS CARNAVALESCOS
HISTÓRICO - Das manifestações que compõem o grande mosaico folclórico do carnaval do Recife, nenhum supera o lirismo dos Blocos. Ao contrário dos Clubes Carnavalescos, que tiveram suas origens nas corporações profissionais, O Bloco Carnavalesco surgiu das reuniões familiares dos bairros de São José, Santo Antônio e Boa Vista, entre outros, como uma extensão dos presépios e ranchos de reis, nos idos da década de vinte, na cidade do Recife. O primeiro bloco fundado foi o Flores Brancas, em 1921, que aos dois anos de vida mudou o nome para Bloco das Flores, sua sede ficava na Praça Sérgio Loreto, na casa do seu fundador Salgado Filho e como diretor de sua orquestra Raul Moraes. O Bloco veio proporcionar condições ao elemento feminino de participar do carnaval de rua do Recife, longe de se misturar com a massa acostumada a acompanhar os clubes de frevo. Era formado geralmente, por moças e senhoras da chamada classe média, que, não podendo participar do carnaval de salão do Clube Recreativo Internacional e do Jóquei Clube, então um privilégio das elites, saíam às ruas protegidas por uma corda, sob severa vigilância de pais, maridos, filhos, genros, noivos, amigos e familiares.
FORMAÇÃO - Já acostumadas às jornadas dos pastoris, dos presépios e das procissões de queima de lapinhas, o sexo feminino formava também, o coral do Bloco Carnavalesco, enquanto os homens encarregavam-se da orquestra, bem típicas aos saraus e serenatas de então, formada por violões, violinos, cavaquinho, banjos, bandolins, flautas, clarinetes, contrabaixo, gaitas de boca, pandeiros e percussão. Um apito seguido de um acorde unissonoro de toda a orquestra, anunciava o início da execução da marcha de bloco, com sua introdução instrumental, de andamento frevolento, que se seguia da parte cantada pelo coro de vozes, num andamento bem semelhante ao nosso pastoril.
EVOLUÇÃO - O Conjunto é aberto por um cartaz (flabelo), cuja alegoria traz o nome e o símbolo do bloco, sendo seguido da diretoria, das damas-de-frente, das fantasias de destaque, do cordão de homens e mulheres que fazem evolução procurando abrir a multidão, coral de vozes e orquestra. Geralmente o Bloco traz um enredo no seu conjunto de fantasias, mas ao contrário das Escolas de Samba, as composições entoadas pelo conjunto nada tem haver com a estória, que é contada através das fantasias. No resgate do lirismo dos antigos blocos entre outros encontram-se: Bloco da Saudade, Bloco das Ilusões e Bloco Aurora de Amor.
BLOCOS CARNAVALESCOS MISTOS
Flor da Lira - fundado em 1920
Flor da Magnólia - fundado em 1924
Madeiras do Rosarinho - fundado em 1926
Apôis Fun - fundado em 1929
Banhistas do Pina - fundado em 1932
Batutas de São José - fundado em 1932
Esses são alguns Blocos Carnavalescos que fizeram ou fazem o carnaval de Pernambuco
CARNAVAL PARTICIPAÇÃO DE OLINDA
O Carnaval de Recife e Olinda se misturam na consolidação do compromisso com o folião, pois a festa é de participação popular. Os mesmos sons são ecoados nas cidades-irmãs, se tornando no período carnavalesco um imenso salão onde a música é o frevo e a dança é o passo. O carnaval-participação de Olinda não tem passarelas, as ladeiras da cidade alta assistem comtemplativas a passagem dos Clubes, Troças, Blocos, Ursos, e mais à toda espontaneidade e improviso do folião. As agremiações se revezam entre as ruas do Recife e Olinda, fazendo o carnaval legítimo nas suas origens, o carnaval de rua.
VIRGENS DE OLINDA
O Carnaval de Olinda é aberto pelas Virgens de Olinda, uma semana antes da data oficial do carnaval, esse bloco foi fundado em 1953, e dele só participam homens travestidos de mulher. O Bloco Carnavalesco Anárquico das Virgens de Olinda, foi fundado pelos freqüentadores da orla marítima. Durante o desfile, que acontece na avenida principal de Bairro Novo, há concursos para determinar a virgem mais dengosa, mais sapeca, mais charmosa e a mais velha. As agremiações de maior projeção e tradição de Olinda são: Clube Carnavalesco Misto Elefante, fundado em 1952; Troça Carnavalesca Mista Pitombeiras dos Quatro Cantos, fundada em 1947; Troça Carnavalesca Mista Marim dos Caetés, fundada em 1982; Clube de Alegoria Misto Homem da Meia-noite (boneco gigante), fundado em 1932; entre outros.
AGREMIAÇÕES DE OLINDA
Clube Misto de Lenhadores - fundado em 1907
Clube Misto Vassourinhas - fundado em 1912
Bloco Flor da Lira - fundado em 1976
Troça Mulher do Dia - fundada em 1967
Troça Menino da Tarde - fundada em 1975
Troça Ceroula - fundada em 1962
Troça A Porca - fundada em 1969
Troça A Burra - fundada em 1974
Segura a Coisa - fundada em 1975
Eu Acho é Pouco - fundada em 1976
A Zebra - fundada em 1976
Siri na Lata - fundada em 1976
O Bacalhau do Batata - fundado em 1965
Afoxé - Araodé - fundado em 1982
Afoxé - Grupo Afro Axé da Lua - fundado em 1988
Afoxé Irmandade dos Orixás - fundado em 1990
Afoxé Alafin Oyo - fundado em 1986
Afoxé Oduduá - fundado em 1990
Maracatudo (maracatu) - fundado em 1990
Estas agremiações se encontram todas em atividade no carnaval de Olinda, dentre muitas outras que participam dos festejos carnavalescos.
DIVULGADORES DO CARNAVAL
FREVIOCA - Criada em 1979, saiu pela primeira vez no carnaval de 1980. Idealizada por Leonardo Silva e Marcelo Varela, entre outros colaboradores, para resgatar o carnaval de rua do Recife e colaborar diretamente com as agremiações que, sem recursos não dispunham de orquestra para os desfiles. Na sua origem a Frevioca era uma caminhão decorado alegoricamente, com som amplificado, e em cima a Orquestra Popular Ademir Araújo e o cantor Claudionor Germano, percorrendo as principais ruas do centro do Recife, formando um cinturão carnavalesco. A idéia inicial foi da permanência da Frevioca no centro da cidade, mas hoje, adequadamente instalada e equipada em veículo projetado para atender suas necessidades, a Frevioca parte para todos os locais que for solicitada, levando principalmente o objetivo maior de perpetuar o frevo nas ruas do Recife.
RECIFREVO - Em 1956, a Prefeitura da Cidade do Recife, instituiu uma lei onde era obrigatório a realização de concursos de músicas carnavalescas para a divulgação do frevo, este concurso era realizado na Pracinha do Diário. Em 1975, a Fundação de Cultura da Cidade, realizou o Primeiro Encontro de Frevo e Maracatu, o Frevança, dando, oportunidade para os compositores novos. Realizou várias eliminatórias em alguns dos principais bairros do Recife e algumas capitais do Nordeste, teve duração de 10 anos, e era divulgado através da Rede Globo. Em 1989, começou a ser realizado o Recifrevo, com suas eliminatórias no Teatro do Parque e as finalistas no Pátio de São Pedro, agora em parceria com a TV Jornal, continuando a proposta inicial de valorizar e difundir o Frevo e o Maracatu.
RECIFOLIA - Realizado a partir de 1993, pela Prefeitura da Cidade do Recife, na praia de Boa Viagem, no mês de outubro, já faz parte do calendário turístico da cidade. Caracteriza-se como um verdadeiro encontro de ritmos comandados pelos maiores artistas, nacionais e locais. O carnaval fora de época, já é considerado como um dos maiores eventos de movimentação popular do Brasil. Foi criado para movimentar a cidade em um período de baixa estação turística. Os foliões e turistas de todo o Brasil têm a oportunidade de participar e brincar durante 4 dias de muita festa e folia. Participam, além dos trios elétricos: Chiclete com Banana; Asas as América; Pingüim, entre outros; os cantores Netinho, Daniela Mercury e Ricardo Chaves; e os legítimos representantes de nossa cultura como: Maracatus, Clubes de Frevo, Frevioca, e demais agremiações que se fazem presentes, como atrações principais juntamente com os blocos e trios elétricos de Recife.
ESTAÇÃO DA FOLIA - A Secretaria de Turismo da Cidade do Recife, criou na Av. Guararapes um dos principais polos de animação, visando resgatar o carnaval participação do centro da cidade. O Corredor da Folia começa no bairro de São José e Santo Antônio, tendo sua apoteose na Estação da Folia, onde desfilam as mais tradicionais agremiações, retratando o que há de mais genuinamente pernambucano, transformando-se à noite em um autêntico baile carnavalesco ao ar livre, com shows de artistas locais e nacionais.
BALÉ POPULAR - Fundado em 1977, por André Luiz Madureira, chamava-se então Grupo Circense de Dança Popular, as brincadeiras conquistaram o público e a crítica, acabando por levar a trupe de brincantes para um circo de verdade, armado no Cais da Rua da Aurora: "O Circo da Onça Malhada", nessa mesma época o grupo ganhou o nome Balé Popular do Recife, batizado por Ariano Suassuna. A proposta do grupo artístico-teatral, já famoso pelo seu profissionalismo, é resgatar os festejos populares, entre elas o frevo e o maracatu. O Balé Popular tem inúmeras turnês internacionais e amplo reconhecimento em todo o Brasil pelo importante trabalho desenvolvido. Apresenta-se durante todo o ano, semanalmente, no Teatro Beberibe, no Centro de Convenções de Pernambuco.
FEDERAÇÃO CARNAVALESCA DE PERNAMBUCO - Fundada em 1935, inicialmente chamada de Fundação da Federação Carnavalesca. Seu fundador foi o grupo de empresários pernambucanos, entre eles: Mário Melo, os irmãos Arnaldo e Oscar Moreira Pinto; Natividade e Rafael Fischer, da Companhia de Bondes do Recife e a família Vitta. Foi criado, assim, o Quartel General do Frevo, na Pracinha do Diário. Hoje a Federação congrega todas as agremiações do Estado, funciona no Pátio de Santa Cruz, 438. Atual presidente José Manuel Mendes.
CASA DO CARNAVAL - É uma entidade administrada pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife, tendo como objetivo divulgar, promover e projetar tudo que se relaciona com a Cultura do Carnaval de Pernambuco. Nela encontra-se vasto material em fotografia, fantasia, adereços e estandartes sobre a história do carnaval e todas as suas manifestações folclóricas. Funciona no Pátio de São Pedro, 52
PÁTIO DE SÃO PEDRO - Local de apresentação folclórica durante todo o ano, transforma-se em um dos grandes salões do carnaval de rua durante o período momesco. O Pátio de São Pedro, que fica no coração da cidade, e testemunha de todo o tipo de manifestação popular, suas pedras podem contar a riqueza cultural da cidade.
LOURENÇO DA FONSECA BARBOSA - CAPIBA - Compositor, nasceu na cidade de Surubim-PE, a 28/10/1904 e morreu em 31/12/1997. Os 90 anos de vida foram comemorados durante o decorrer de todo o ano de 1995 no Carnaval, no Recifolia, por várias agremiações carnavalescas e a sociedade recifense em geral. Capiba no início de sua carreira, gostava de musicar os poemas dos seus poetas preferidos, como também criava seus próprios poemas. Assim surgiu "Maria Betânia", gravado por Nelson Gonçalves, em, 1944, e tantos outros como: A Mesma Rosa Amarela, Casinha Pequenina, Gosto de te ver cantando, Quem me dera, Deixa o homem se virar, Vamos pra casa de noca, Ai se eu tivesse, etc.
NASCIMENTO DO PASSO - Mestre no frevar, é um professor da arte de fazer o passo, antigo defensor da tradição do frevo, ministra cursos onde ensina a crianças, jovens e adultos, os mistérios da coreografia carnavalesca. Novas personalidades surgem para engajar-se na perpetuação das tradições culturais de Pernambuco, como os jovens que compõem os grupos: Bacnaré, Daruê Malungo, Cia Trapiá de Dança, Grêmio Pernambucanidade Viva Cia., entre muitos outros que vem surgindo.

COMIDAS E BEBIDAS DO CARNAVAL
O Recife tem um sabor especial nos dias de carnaval, um sabor típico de infância, do gosto doce dos "Filhós" ou "Filhoses", servidos com bastante calda de açúcar e um leve toque de cravo-da-índia ou erva-doce. Se quiser provar, eis a receita: 1/2 quilo de farinha de trigo; 1 colher de sopa de óleo; 6 ovos; 1 colher de sopa de fermento; água o bastante; sal. Põe-se a água para ferver, com sal, e vai-se juntando a farinha, aos poucos, até formar um mingau grosso. Depois de bem cozido, retirar do fogo e deixar esfriar. Juntar os ingredientes restantes e bater a massa, que deve ficar meio rala. Fritam-se os filhoses em óleo quente, colocado em colheradas e depois de fritos descançam em papel absorvente. A parte, faça um mel de erva-doce ou cravo-da-índia da seguinte forma: 1/2 quilo de açúcar, 2 copos de água e uma trouxinha de erva-doce, levar ao fogo e deixar que a água evapore se tornando um mel. Prove e aprove.
O carnaval vem acompanhado de muita fome, pois dançar o frevo requer muita sustância, para reativar as forças sugerimos: Sarapatel (miúdo de porco); Bacalhau; Chambaril (pirão do osso buco de boi); Mão de vaca (pirão das patas de boi); Guaiamunzada; entre diversos outros pratos que formam o menu do pernambucano.
Muitas bebidas surgiram como típicas do carnaval, como é o caso do Pau do Índio e o Axé, de produção caseira, vendidos nas ladeiras de Olinda. Mas o sabor tradicional de folia é o Bata-bate de maracujá, servidos em filtros de barro, à gosto do bebedor. Faça seu bate-bate: 1/2 garrafa de aguardente de boa qualidade; 1/3 da garrafa de suco de maracujá; 1 copo de mel (em ponto fraco); 1 colher de sopa de mel de abelha; bater e servir.
PERSONALIDADES DA MEMÓRIA DO CARNAVAL
NELSON FERREIRA - Compositor e maestro, era natural de Bonito-PE., nasceu em 09/12/1902 e morreu em 21/12/1976, em Recife. Como profissional começou a tocar em 1917, e, 1921 compôs a marcha "Borboleta não é ave", que marcou o início de sua carreira como compositor. Sua carreira de campeão dos carnavais iniciou-se com o frevo "Não puxa, Maroca", com Samuel Campelo. Organizou várias orquestras entre as quais Orquestra de Frevo Nelson Ferreira, compôs muitos frevos, entre eles: Veneza Americana, Quarta-feira Ingrata, Sabe lá o que é isso?, Evocação. Este último com tanto sucesso que gerou a série Evocação em sete LPs. Ao longo de sua vida recebeu diversas condecorações por sua contribuição à música brasileira.
ANTONIO MARIA ARAÚJO DE MORAES - Nasceu no Recife em 1921 e morreu em 1964. Foi cronista, poeta, letrista e iniciou sua vida artística na Rádio Clube de Pernambuco. Foi parceiro dentre muitos de Vinícius de Moraes e Luís Bonfá. Autor de vários sucessos da música popular: Ninguém me ama; O amor e a rosa; Manhã de carnaval; Frevos n° 1, 2 e 3 do Recife, etc.
JOÃO SANTIAGO DOS REIS - Nasceu no Recife em 1928 e morreu em 1985. Compositor e pesquisador do carnaval pernambucano, foi fundador da Secção de Pernambuco da Ordem dos Músico do Brasil e da Comissão Pernambucana de Folclore. Compositor de mais de 50 marchas de blocos e frevos, participou de diversas agremiações carnavalescas entre as quais Batutas de São José, Inocentes do Rosarinho e Flor de Lira.
MÚCIO CATÃO - Maquiador, nasceu no Rio Grande do Norte em 19/03/1923 e morreu na mesma data do seu nascimento, em 1985. Detentor de mais de 30 prêmios nas passarelas dos bailes de carnaval dos clubes Internacional e Português, entre muitos. Fundador dos Concursos de Fantasias do Recife, foi considerado oconcur dentre todos os seus concorrentes. Possuidor de extrema sensibilidade, tinha em suas criações carnavalescas a simplicidade de um grande artista, utilizando sempre materiais de baixo custo e uma poderosa dosagem de criatividade. Sua característica marcante foi a caracterização de personagens da história como: Gandhi e Santos Dumont.
WALDEMAR DE OLIVEIRA - Médico, advogado, professor, compositor, pianista, regente, musicólogo, nasceu em 02/05/1900, e morreu em 18/04/1977. Começou a compor em 1925 e compôs músicas de carnaval com o pseudônimo de José Capibaribe.
IRMÃOS VALENÇA - João Vitor do Rego Valença e Raul do Rego Valença, nascidos a 1890 e 1894, respectivamente. A família Valença cultivava a tradição de fazer representações de Presépio de Natal. Irmãos Valença, como ficaram conhecidos, publicaram cerca de trinta obras, além de outras inéditas. Em 1924, formaram com os primos e amigos, uma sociedade teatral, o Grêmio Familiar Madalenense. Em 1930, compuseram sua primeira música de carnaval, a marcha Mulata, na qual dois anos depois, Lamartine Babo, introduziu algumas modificações, principalmente na letra, transformando-a em Teu cabelo não nega. Foram três vezes campeões do carnaval do Recife, com o maracatu Ô, já vou; as marchas Nós Dois e Foi Você. Outras composições: Um sonho que durou três dias, Pisa baiana, Cocorocó, tendo feito marchas e frevos para os clubes Lenhadores e Vassourinhas.
DONA SANTA - Maria Júlia do Nascimento, nasceu a 05/03/1877, no Pátio da Santa Cruz, na Boa Vista. Iniciou-se como Rainha do Maracatu da Nação Leão Coroado, onde casou-se com João Vitorino. Quando seu marido foi escolhido como Rei da Nação Elefante, ela abdicou de seu trono, para segui-lo. Foi coroada somente, em 27/02/1947. Filha e neta de Africanos, Dona Santa tinha em seu sangue o ritmo do "baque-virado", da zabumba e do gonguê.
BADIA - Maria de Lourdes Silva, nasceu em 1915 e morreu em 1991, neta de africanos, nasceu na Rua Augusta, no bairro de São José e mudou-se ainda criança para a casa do Pátio do Terço, de onde fez seu quartel general das folias carnavalescas, e da sua religiosidade. Em sua casa foi fundada a agremiação Clube Carnavalesco as Coroas de São José, em 1977, que sai na quinta-feira da semana pré-carnavalesca, continuando a tradição. Políticos, jornalistas, advogados, foliões e carnavalescos freqüentavam sua casa. Foi homenageada por inúmeras agremiações: Vassourinhas/1986; Lenhadores/1990; Bloco Saberé/1986, entre outros. A primeira dama do Carnaval do Pátio do Terço, recebeu grande homenagem como carnavalesca no Carnaval de 1985, quando a Prefeitura da Cidade do Recife lhe consagrou como tema: Carnaval Badia - 1985.





Luanna Kelly Rodrigues da Cunha





João Pessoa  Fevereiro de 2005