Baía da Traição
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Topônimo[Baía
da Traição é um município do estado da Paraíba,
no Brasil.
De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano de 2016
sua população era estimada em 8.951 habitantes. Cerca de 90% do município está
dentro de reservas indígenas dos Potiguaras.
Baía
da Traição é o termo pelo qual os colonizadores portugueses denominaram a baía
situada defronte a atual cidade sede do município, em virtude de nela os
índios potiguaras haverem
trucidado muitos portugueses da frota de Gonçalo
Coelho.[7] Até então, os indígenas
potiguares denominavam a baía de Akaîutebiró, que significa
"cajueiro estéril" (akaîu, cajueiro + tebiró, sodomita,
estéril ou azedo). O nome indígena influenciou a formação do antigo nome da
Baía da Traição, "Acajutibiró".[8]
Escritos
neerlandeses da Descrição Geral da Capitania da Paraíba confirmam
a origem de tal nome:
«(...)
A Baia da Traição, que já tinha a esse tempo nome português,
em consequência do fim lamentável que aí tiveram algumas pessoas da expedição
de Gonçalo Coelho (1501).»[7][9]
O
termo Baía da Traição aparece pela primeira vez na carta que Américo Vespúcio enviou
ao então rei de Portugal, Manuel
I, «O Venturoso», em 1501, relatando suas
descobertas no litoral nordeste do Brasil. Em tais escritos ele narra:
«(...)
navegamos por dias e dias até encontrarmos porto seguro. Então mandamos quatro
dos nosso à terra, para barganhar com mulheres índias que nos acenavam de um
alto. No meio da conversa [com tais índias] os mancebos foram mortos a
pauladas pelas costas, assados e devorados.»[9]
Um
ex-prefeito da cidade, José de Oscar, mandou erigir na entrada da cidade
um pórtico para
eternizar tal evento que nomeou a cidade.
História
Potiguares, os primeiros habitantes
Na
época da conquista portuguesa da Paraíba, os potiguares, pertencentes à grande
família tupi-guarani,
habitavam as grandes extensões de terra desde Pernambuco até o Maranhão,
constituindo-se na maior e mais poderosa de todas as tribos existentes no Nordeste,
com uma população avaliada em 100 000 pessoas.
Eram
portadores de elementos culturais e de características físicas semelhantes aos
demais aborígines que habitavam o litoral brasileiro, destacando-se pela sua
bravura e belicosidade. Não eram traiçoeiros, enfrentavam o inimigo corpo a
corpo e tinham o hábito de esmagar a cabeça daqueles que matavam, só os devorando por
vingança, através de rituais, respeitadas algumas formalidades exigidas para o
caso.
Eram
refratários às mudanças, sobrevivendo com seus caracteres culturais por maior
espaço de tempo do que os tabajaras,
também tupis-guaranis e habitantes da Paraíba a partir de 1585. Daí sua falta
de adaptação às imposições portuguesas, tão contrárias aos seus
princípios éticos e morais.
Povoamento[
Pintura
retratando um navio corsário francês em batalha, por Ambroise Louis Garneray
Durante
as primeiras décadas do século XVI, o litoral paraibano era muito frequentado
pelos franceses, na sua maioria a serviço do grande armador Jean
Ango, visando ao tráfico do pau-brasil.
A
Baía da Traição é um dos núcleos de povoamento europeu mais antigos da Paraíba.
Começou a ser ocupada pelos normandos,
que ali fundaram uma feitoria visando
ao comércio do pau-brasil, abundante na região, além de um fortim, sendo
combatidos pela expedição guarda-costas portuguesa liderada pelo navegador
Cristóvão Jaques. Os franceses conseguiram a amizade e a confiança dos potiguares,
incentivando-os na luta contra os portugueses, vistos pelos silvícolas como um
inimigo e invasor de suas terras.
Essa
aliança franco-indígena dificultou a ação colonizadora dos portugueses,
causando grandes conflitos e motivando a ida àquela praia de figuras das mais
expressivas na história da Paraíba, entre as quais Martim
Leitão, João
Tavares e Duarte da Silveira. Estes queimaram várias
aldeias, destruíram navios franceses e fortificações existentes nesta cidade,
que até hoje abriga uma aldeia indígena em suas terras .
Lutas pela posse da terra
Em 1585,
o português Martim
Leitão chegou à baía com duzentos homens e encontrou
uma feitoria e um forte, construídos pelos franceses. Houve um intenso combate,
onde os portugueses foram os vencedores. Na oportunidade, a fim de marcar sua
presença, levantaram uma povoação, a que deram a denominação de Potiguara.
Povoamento
Após
a pacificação dos potiguares, em 1599, depois de 25 anos de luta, durante os
quais milhares de índios perderam a vida, a Capitania Real da Paraíba entrou
em pleno desenvolvimento, efetuando-se a consolidação da conquista.
Na
Baía da Traição, deu-se início ao seu povoamento, formado de colonos
portugueses e de nativos que se dedicaram às atividades
agrícolas e pesqueiras.
Em
junho de 1625, uma esquadra holandesa composta de 34 navios e cerca de 600
soldados e tripulantes sob o comando do almirante Edam Boudeyng Hendrikson
desembarcou na Baía da Traição.[10] Os silvícolas que habitavam a
região receberam os holandeses amigavelmente, oferecendo-lhes os seus serviços.
Os portugueses que residiam na localidade fugiram para as matas, de onde
seguiram para a sede da capitania. Durante a sua permanência naquela praia, os
holandeses fizeram várias incursões pelo interior, chegando até Mataraca e Mamanguape.
Cientes do ocorrido, tropas de Pernambuco e da Paraíba, comandadas pelo capitão
Francisco Coelho de Carvalho, após sucessivos ataques, forçaram a retirada dos
holandeses. Os potiguares pagaram caro pela sua hospitalidade, sendo
terrivelmente massacrados, inclusive velhos e crianças. Os que sobreviveram
fugiram para a Serra
da Copaoba e para o Rio Grande do Norte.
Alguns conseguiram embarcar na esquadra rumo à Holanda, entre os quais o Pedro
Poti, que lá permaneceu cinco anos.
Após
a expulsão dos holandeses do Brasil, a povoação entrou em desenvolvimento,
tornando-se um dos maiores produtores da Paraíba. Ficaram famosas as redes
tapuaramas, tecidos pelas mulheres da localidade, conhecidas no Brasil pela sua
beleza e durabilidade.
Emancipação Política[
A
independência administrativa foi conquistada em 1962,
através da lei 2 748, de 2
de Janeiro de 1962. Antes, havia sido distrito de
Mamanguape. A instalação oficial do município foi em 18
de novembro de 1962.
O
curioso é que a Baía da Traição tornou-se município por três vezes. A primeira
vez, após o ano de 1762, permanecendo nessa condição até 1840,
quando foi extinto e incorporado a Mamanguape pela Lei 14, de 12
de setembro de 1840. A segunda vez ocorreu em 1879,
pela Lei 670, de 6
de março, quando, emancipado, não teve condições de
subsistir, havendo nova incorporação. O decreto 1 164, de 15
de novembro de 1938,
elevou Baía da Traição à categoria de vila.
A terceira emancipação, definitiva, se processou através da Lei 2 748, datada
de 2 de janeiro de 1962.
Forte da Baía da Traição
Forte
da Baía da Traição: antiga peça de artilharia
Os
franceses, visando à exploração do pau-brasil,
fundaram uma feitoria na baía da Traição, que funcionou como ponto de
convergência de todo o madeiramento abatido naquela região. Para a sua defesa,
ergueram um fortim. Estas edificações foram destruídas por Martim
Leitão, na época da conquista portuguesa da capitania da Paraíba.
Posteriormente,
por determinação real, foi instalado um forte no local ainda denominado Forte,
sobre o histórico Alto do Tambá, de onde se podia descortinar e defender a
barra e a enseada da baía da Traição. O referido forte foi guarnecido por
soldados vindos do Forte de Santa
Catarina do Cabedelo e
artilhado com peças de ferro, vindas de Portugal, acredita-se que após a sua
ocupação pelos neerlandeses,
em 1625.
Nenhum
vestígio dessa fortificação chegou até nós, a não ser alguns dos antigos
canhões, dos quais dois exemplares se encontram na sede municipal.
Geografia[]
O
Município de Baía da Traição está inserido na unidade
geoambiental dos Tabuleiros Costeiros.
Esta unidade acompanha o litoral de todo o nordeste,
apresentando altitude média de 50 a 100 metros.
População
Com
uma população de 8 012 pessoas e uma área total de 102,368 km², Baía da
Traição apresenta uma densidade demográfica de 78,27 habitantes por quilômetro
quadrado (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010).
Segundo
dados do recenseamento de 2000, feito pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística,[11] dos dez municípios brasileiros
com maior percentual de população autodeclarada indígena, Baía da Traição
figurou em sexta posição, visto que 57,7% de seus habitantes se declararam
indígenas.
Clima[]
O
clima é do tipo tropical chuvoso
com verão seco. O período chuvoso começa no outono, tendo início em fevereiro e
término em outubro. A precipitação média anual é de 1 634,2 mm.
Vegetação[
A
vegetação nativa é predominantemente do tipo floresta subperenifólia,
com partes de floresta subcaducifólia e transição cerrado/floresta.
Geologia
De
modo geral, os solos são profundos e de baixa fertilidade natural.
Compreende platôs de
origem sedimentar,
que apresentam grau de entalhamento variável, ora com vales estreitos e
encostas abruptas, ora abertos com encostas suaves e fundos com amplas várzeas.
Os solos dessa unidade geoambiental são representados pelos latossolos e
podzol|podzólicos nos topos de chapadas e
topos residuais; pelos podzólicos com fregipan, podzólicos plínticos e podzóis nas
pequenas depressões nos tabuleiros;
pelos podzólicos concrecionários em áreas dissecadas e encostas e gleissolos e solos
aluviais nas áreas de várzeas.
Litoral
O
litoral da Baía da Traição é um dos mais belos do Nordeste, tendo a
configuração de meia-lua, onde se destacam praias sinuosas, falésias multicoloridas,
dunas e uma linha de arrecifes,
formando um conjunto harmonioso de rara beleza paisagística. O seu contorno, da
foz do rio Camaratuba à
foz do rio Mamanguape,
mede aproximadamente 40 km, nele existindo as praias Cardosas, Tambá e
Forte, embelezadas por falésias multicores, cujas ondas revoltas as tornam
preferidas pelos surfistas; a enseada da Baía da Traição, famosa pela sua
beleza e tradição; a da Trincheira, onde, em 1625,
suas dunas serviram de trincheiras às
forças portuguesas na luta contra os holandeses; e a praia de Coqueirinhos.
Hidrografia
O rio
Sinimbu é o principal curso d'água não apenas pela
sua extensão, mas sobretudo por sua importância no contexto socioeconômico da
região. Sua nascente se situa na localidade de Avencas, ao norte da Vila São
Francisco, e atravessa o município de oeste para leste até desaguar no rio
Estiva, que por sua vez desemboca no Oceano Atlântico,
nas proximidades da praia de Coqueirinhos. No seu curso, banha parte das
aldeias de São Francisco, Galego e Forte, além da sede do município.
Após
os serviços de drenagem realizados no local, a partir de 1931, sob a direção
dos engenheiros Valdomiro Leon Sales e Ítalo Joffily, os rios estão sendo
aproveitadas para o cultivos de cereais e de outras culturas de subsistência.
Na década de 1960, suas várzeas foram responsáveis por prover importante
produção de arroz, mandioca, abóbora, banana, milho).
Entretanto, com o encharcamento das várzeas, essa produção ficou
impossibilitada.[carece de
fontes]
Problemas com avanço do mar, poluição do rio e
mangues]
O desmatamento das
margens, assim como as dragagens, estão causando o assoreamento do
rio Sinimbu. As águas estão contaminadas por lixo, dejetos humanos que são
jogados pelos próprios ribeirinhos. Isso, sem falar dos animais que se banham e
defecam em seu leito, o que aumenta sua contaminação. Quanto aos manguezais,
a construção de viveiros
de camarão para o cultivo do camarão-de-patas-brancas tem
ocasionado um grande desmatamento da área dos mangues, além das toxinas que são
jogadas junto com o lixo. Outro fator que contribui com os problemas nos
mangues é a extração de madeiras para a produção de carvão.[12]
De
acordo com relatos de moradores antigos, o mar da Baía da Traição era
antigamente em torno de 100 metros de distância do que é hoje. Porém, o mar
está invadindo o município aos poucos. As barreiras de proteção (quebra-mares) estão se partindo, devido à ação
dos marés.
O mar já está invadindo também os viveiros de camarão que estão nas
proximidades da beira-mar. Em 2010, o governo do estado já havia decretado, por
meio do Diário Oficial do Estado, situação de emergência no município em
virtude do avanço súbito e imprevisível do mar rumo à orla da cidade. O decreto
diz que o "processo de erosão marinha vem ameaçando bens e equipamentos da
cidade e colocando em risco a vida de moradores e turistas".[13][14]
Terras Indígenas[
No
município de Baía da Traição, está localizada a maioria das aldeias indígenas,
que integram a Terra Indígena
Potiguara. Estas aldeias estão sob a jurisdição da Fundação
Nacional do Índio, órgãos federal criado pela lei 5 371, de 5 de dezembro de 1967,
em substituição ao antigo Serviço de Proteção ao Índio. Na povoação Forte,
onde, há séculos, existiu uma das mais antigas fortificações da Paraíba, está
instalado a Coordenação Técnica Local em Baía da Traição, diretamente
subordinada à Coordenação Regional Nordeste II, com sede em Fortaleza, no
Ceará. O referido posto é responsável pela administração geral da área
pertencente à Terras Indígenas Potiguara, Jacaré
de São Domingos e Potiguara de
Monte-Mór.
A
Terra Indígena Potiguara é constituída de 5 072 habitantes, dos quais 3 093
residem no município de Baia da Traição, distribuídas pelas povoações,
AKajutibiró, Cumaru, Forte, Galego, Santa Rita, Laranjeiras, Silva, Bento,
Tracoeira, Vila São Francisco, Lagoa do Mato, Vila São Miguel e na cidade da
Baia da Traição. Os municípios de Marcação e Rio Tinto perfazem as demais
povoações como Caieira, Lagoa Grande, Camurupim, Tramatáia, Estiva Velha,
Aldeia Monte-Mor e Jacaré de São Domingos, onde habitam 1 979 índios.
A
área pertencente à sesmaria de São Miguel abranja aproximadamente 57 000
hectares, com um perímetro de 89,5 km. Posteriormente, foi elaborado um
mapa que corresponde aos trabalhos de delimitação realizados pelo Serviço de
Proteção ao Índio, e aos posteriores memoriais da Fundação Nacional do Índio,
que declara a referida área com 34 320 hectares e um perímetro de 74 km.
Em conseqüência do decreto 89 256, de 28 de dezembro de 1983, do presidente
João Batista Figueiredo, a área indígena está reduzida a 20 820 hectares,
prejudicando a comunidade potiguara, que perdeu grande parte de suas terras.
Para
a sua sobrevivência, os potiguares se dedicam às atividades agrícolas,
principalmente milho, feijão, mandioca, inhame e coco. Há um número reduzido de
pescadores, que residem no município, ou na sua periferia.
Cultura[
Manifestações Folclóricas[
São
desenvolvidas várias atividades folclóricas, destacando-se o toré –
dançando pelos Potiguara, através dos séculos; o coco
de roda, considerando um dos mais bonitos do litoral
paraibano; as lapinhas, cirandas e
a nau-catarineta,
realizadas no período natalino. Os festejos de Nossa Senhora da
Penha – comemorado no segundo domingo do mês de
janeiro; a festa de São
Pedro, no dia 28 de junho, organizada pelos pescadores,
com procissão marítima bastante concorrida; a festa de São
Miguel – o padroeiro dos Potiguaras – celebrada,
atualmente na Vila de São Miguel, no dia 29 de setembro, com muita animação.
A
Baia da Traição também tem suas lendas,
que são contadas através de gerações, principalmente a da famosa Ionatá,
– a viagem dos pássaros – filha de um grande cacique, cuja tribo existia no
local onde hoje se assenta a povoação do Galego.
Artesanato[
É
um dos mais bonitos do Estado, nota-se o filé e o bordado
labirinto, que se destacam pela sua perfeição. Há poucas
décadas, eram famosas as redes tapuaramas, tecidas a mão, que eram de grande
aceitação no mercado brasileiro, principalmente no Rio de Janeiro, pela sua
beleza e durabilidade. Atualmente, são raras as pessoas que se dedicam a este
trabalho artesanal.
Convém
ressaltar o artesanato de carpintaria naval, elaborado por exímios artesãos,
considerados os melhores do Nordeste, senão do Brasil. Dentre estes, merece
especial destaque João Damião de Oliveira – recentemente falecido – considerado
o melhor da região, e responsável pela preservação e divulgação do referido
artesanato.
Farol
A
Baia da Traição tem sua costa protegida por uma linha de recifes ("as
pedras") que lhe dá características originais de rara beleza. Em 1923, foi
inaugurado o Farol da Baía da
Traição – o segundo da Paraíba – nas proximidades da
Feiticeira, num ilhéu pouco distante da orla da cidade, com o objetivo de
defender as embarcações de possíveis acidentes, junto aos recifes existentes
naquela praia.
O
farol da Traição é uma linda armação de forma quadrangular de concreto armado,
cor branca, com uma altitude de 12 metros e um alcance geográfico (luz) de 12
milhas, com lampejo branco de 06 segundos. Já passou por várias modificações
nos anos de 1927, 1947, 1970, 1972, e 1985. Atualmente, está instalado a poucos
metros do local onde permaneceu desde a sua inauguração.
Setores produtivos
Agricultura
A
agricultura é desenvolvida pelos próprios moradores, os índios Potiguaras, com
o cultivo de raízes como: mandioca, batata-doce, o inhame, o jerimum e alguns
legumes. Hoje, o território potiguar é praticamente coberto pelo plantio da
cana-de-açúcar, que oferece um bom poder aquisitivo. As outras culturas não
oferecem aos nativos uma fonte de renda sustentável. A macaxeira quando
comercializada é uma ajuda no orçamento familiar. Existem pomares nativos e
plantios de cajueiros, mangabeiras, acerolas, mangueiras, coqueiros, maracujá,
mamão, melancia, banana, laranja, manga etc. para consumo e comércio.
Casas de farinha[]
Existem
29 casas de farinha distribuídas entre as aldeias dos três municípios, a
produção de farinha é de mais o menos 6 sacos de 50 kg por semana, por
aldeia em média; a maioria para consumo dos próprios agricultores.
Nas
casas de farinha, se faz a farinha que se destina para alimentação familiar e
para o comércio local. A aldeia que mais comercializa a farinha é a aldeia de
Estiva Velha. A produção é quase toda feita manualmente. Nas casas de farinha,
ainda se produz o beiju, tapioca, pé-de-moleque, a goma e a massa de mandioca
mole, que, em grande quantidade, também é vendida porta a porta ou na feira no
município.
Estaleiros[]
Existe
apenas um estaleiro para construção de barcos em Baía da Traição. O estaleiro
para construção de canoas ou patachos fica em Camurupim.
Comércio e serviços
O
setor terciário ultimamente vem se desenvolvendo graças a iniciativa de alguns
comerciantes locais e outros que vem de fora para implantar setores comerciais.
Estas oportunidades são oferecidas através do comércio varejista: Mercadinho
Central na praça principal da cidade, mercadinho Santa Amélia, comércio varejista
de peixe entre outros. O setor público através da prefeitura e governo do
Estado e Fundação Nacional do Índio, como também construção civil.
Aspectos
Socioeconômicos]
O
município foi criado em 1962. A população total é de 6 483 habitantes, sendo 2
972 na área urbana. Seu Índice de
Desenvolvimento Humano é de
0,594, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2000). São registrados 3
domicílios particulares permanentes com banheiro ligados à rede geral de
esgoto. 1 200 domicílios particulares permanentes têm abastecimento ligado à
rede geral de água e 464 domicílios particulares permanentes têm lixo coletado.
Não
existem leitos hospitalares, em dois estabelecimentos de saúde prestadores de
serviços ao Sistema Único de
Saúde. O ensino fundamental tem 2 071 matrículas e o
ensino médio, 251. Nas articulações entre as instituições, observa-se o
Convênio de Cooperação com Entidades Públicas na área de educação e o Consórcio
Intermunicipal na área de saúde.
Encontram-se
informatizados o cadastro e/ou bancos de dados de saúde, a contabilidade,
controle de execução orçamentária, cadastro de funcionários e folha de
pagamento. Observa-se a existência de favelas ou
assemelhados, com um cadastro de favelas ou assemelhados e levantamento de
famílias interessadas em programas habitacionais e ações na área de capacitação
profissional.
Verifica-se
descentralização administrativa com a formação de conselhos nas áreas de saúde,
assistência social, promoção do desenvolvimento econômico e fundo municipal nas
áreas de promoção do desenvolvimento econômico e saúde. Existem atividades
socioculturais, como bibliotecas públicas.
Baía
da Traição possui um total de 2 206 residências consumidoras de energia
elétrica:
·
Urbanas – 1 850
·
Rurais – 356
Censo Rural
Os
imóveis rurais do Município pertencem a União. Quando da passagem do Imperador
D. Pedro II por Mamanguape, em 27 de dezembro de 1859, foram feitas algumas
doações de sesmarias que, com o tempo, foram passando de mão em mão, não
sabendo o Cartório de Registros de Imóveis de Rio Tinto, a quem está afeto o
controle, precisar quantas pessoas, e no nome de quem, detêm a posse
atualmente.
Com
a demarcação da terra indígena Potiguara em 1983 todos estes títulos perderam
validade, pois toda a área rural do município está dentro dos limites da terra
indígena, e de acordo com a constituição federal de 1988 são nulos e extintos
todos os atos de posse sobre terras indígenas uma vez que estão são
originárias, ou seja, pré-existem ao ordenamento jurídico do estado brasileiro,
principalmente o territorial.
Infraestrutura
Pesca
O
município possui 44 barcos motorizados, 14 veleiros e 25 jangadas,
além das embarcações de outros municípios que pescam na baía. Existem ainda 340
pescadores registrados na colônia "Z-1 – Comandante Oscar Gonçalves",
inaugurada a 6 de janeiro de 1921.
Água e esgotamento sanitário
Baía
da Traição tem seu serviço de saneamento básico administrado
pelo Serviço Autônomo
de Água e Esgoto, ligado à Fundação
Nacional de Saúde. O número de residência que
contam com ligação regular de água encanada é 1 672.
O
município conta com um efetivo de cinco policiais, sendo dois civis,
inclusive delegado, e três militares.Segurança[
Unidades religiosas]
Existe
a Igreja Matriz, a do Belo Amor, a da Reserva e a de São Miguel, todas católicas.
A comunidade conta também com cinco igrejas evangélicas,
uma de testemunhas de jeová e
um grande número de adeptos do candomblé.
Grande parte da população indígena é adepta da jurema
sagrada.
Turismo
Atualmente,
Baía da Traição, por suas praias belíssimas, é muito frequentada por turistas
de todo Brasil. Grande parte das casas da zona urbana pertence a veranistas,
geralmente originários de Guarabira, Rio Tinto (Paraíba), Mamanguape, Campina
Grande e João
Pessoa.
Há
diversos restaurantes e pousadas na Baía da Traição para atender aos turistas.
A cidade é mais frequentada por turistas na época do veraneio, quando fica
superpopulada. O ponto principal de encontro não só dos turistas mais da
população (sobretudo a mais jovem) é a praça central da Baía da Traição.
Seu
carnaval, que faz parte do calendário turístico da Empresa Paraibana de
Turismo, é um dos mais badalados do Estado. Verifica-se, por parte dos
comerciantes locais e dos próprios nativos, um grande cuidado em bem receber o
turista, o que tem se constituído um fator importante para o seu
desenvolvimento.
A
praia é a característica natural mais visada pelos turistas, mas não é só isso,
pois há no município belas lagoas e rios. As lagoas mais conhecidas são a Lagoa
do Mato, a Lagoa Encantada e a Aldeia Perdida, que tem uma lagoa que é isolada
e rodeada por uma vegetação admirável. Lá, pode-se encontrar o índio Curumim,
assim conhecido. Ele proporciona ao turista a dança do toré e os artesanatos às
margens da lagoa.
O
Forte, com sua praia e sua famosa vista dos canhões atrai muitos turistas ao
lugar, sendo considerado um dos pontos mais belos de se olhar a Baía. O ponto
forte do turismo de Baía da Traição é sem dúvida a presença de índios. O
artesanato e a dança são a identidade dos potiguares e podem ser encontrado em
todas as aldeias da reserva pertencente ao município. Entre várias, podemos
destacar:
·
Aldeia Forte – é
existente nesta comunidade o Toré Forte; associação indígena que recebeu o
Prêmio Cultura Indígena no ano de 2007, que valoriza incentivando a todos à
prática da cultura; na mesma, encontramos a dança do toré e os artesanatos;
·
Aldeia Galego –
também é proporciona ao turista a dança e o artesanato; destaca-se pela comida
típica e por trilha que sai do outro lado da aldeia até o mar.
·
Nos aspectos
artesanato e dança, existe também a aldeia de São Francisco, a mais
característica em termos de traços físicos indígenas.
Referências
2.
↑ Ir para:a b «Divisão
Territorial do Brasil». Divisão
Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2008. Consultado em 11 de outubro
de 2008
3.
Ir para cima↑ IBGE
(10 de outubro de 2002). «Área
territorial oficial». Resolução da Presidência do
IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
4.
Ir para cima↑ «Censo
Populacional 2010». Censo Populacional
2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de
novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010
5.
Ir para cima↑ «Ranking
decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas
do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
6.
↑ Ir para:a b «Produto
Interno Bruto dos Municípios 2004-2008».
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro
de 2010
7.
↑ Ir para:a b Confraria
do IAGP (1883). «Descrição
geral da capitania da Paraíba». Revista do
Instituto Archeologico e Geographico Pernambucano (IAGP). Consultado em 15 de
fevereiro de 2015
8.
Ir para cima↑ NAVARRO,
E. A. (2013). Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do
Brasil. [S.l.]: Global. 541 páginas
9.
↑ Ir para:a b MARQUES,
Cássio; FRAZÃO, Adriana
(2007). Baía da Traição. [S.l.]: Clube de Autores. 116 páginas
10. Ir para cima↑ Entrincheiramento
da Baía da Traição<Atlas of Dutch Brazil>Acesso em 22 de março
de 2012.
15. Ir para cima↑ Informações
obtidas através de pesquisas e levantamentos do IBGE e outras instituições como
o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas, e Ministério da Educação e do
Desporto INEP/MEC.
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