4 de maio de 2015

Richard Wagner

Richard Wagner

1813/1883


Nascido em Leipzig, na Alemanha, Wagner, compositor e maestro, iniciou seus estudos musicais influenciado pela literatura e filosofia românticas. Buscou, em sua arte, alcançar a síntese perfeita entre música e drama. Construiu o Teatro Bayreuth, que, segundo ele, era o espaço perfeito para a apresentação de suas óperas. O "Templo da Arte" seguia o modelo do teatro grego, concebido para unificar gestos, luz, cenário, figurino e música , tudo sob a direção do maestro. Em suas montagens, a orquestra permanecia invisível para o público, transformando a cena numa emanação da música e criando um clima mágico com fortes efeitos cênicos.


Wagner foi um maestro prodigioso, experimentando todas as possibilidades da arte de reger. Sua expressão artística destacava-se pelo refinamento da utilização orquestral, pela força dramática dos cantores e pelo desenvolvimento do tema e motivo que assumiam um papel estrutural em sua obra (Leitmotiv).

Reconhecido na Europa como o representante máximo do neo-romantismo alemão, seus ideais artísticos foram a expressão de sua vida particular e pública, sendo considerado um dos intelectuais mais atuantes do século XIX. Suas convicções estavam fundadas na tragédia clássica e na criação de uma música nacional que, baseada nos mitos de origem do povo alemão e na criação da identidade coletiva, fosse capaz de educar e formar um novo homem. Segundo ele, a concretização desses ideais somente seria possível se um efeito revolucionário atingisse a sociedade, sendo que tal elemento revolucionário era a música. Assim, a sua arte resultou numa estética rigorosa e moralizante, com o objetivo de determinar e influenciar todos os âmbitos sociais.
Havia, na época, uma disputa entre a ópera italiana e a alemã. Wagner sempre rejeitou todas as convenções da ópera italiana, classificando-as de "frívolas"; a francesa, segundo ele, possuía um "ar coquete com um sorriso frio". A música de Richard Wagner era um "modismo" incompreensível para os ouvintes italianos, habituados aos dramas românticos e ao teatro bufo.
Dom Pedro II desejava muito que Carlos Gomes fosse estudar música na Alemanha. O Imperador era grande admirador da obra de Wagner, colaborando, inclusive, com a construção do Teatro Bayreuth. No entanto, Gomes preferiu a Itália, terra do Bellcanto, das revistas das cançonetas românticas, terra de Verdi.
Ironicamente, Gomes chegou a ser acusado de inserir certos wagnerismos em sua ópera Fosca, segundo Mário de Andrade:
"É sabido que uma das causas a que se atribui o pouco sucesso da Fosca em 1873, é ser música erudita demais. Chegaram mesmo a afirmar que a ópera estava impregnada de wagnerismos. O que determinaria a influência de Wagner sobre Gomes, seria a utilização do Leitmotiv wagneriano, o que não ocorre. Para Carlos, o motivo condutor não é o elemento sinfônico como em Wagner, é antes o elemento melódico"


Biografia

Carlos Gomes - Índice

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