20 de outubro de 2014

Afonso Gadelha

Afonso Gadelha



Nascido no alto sertão paraibano, em Sousa, a Cidade Sorriso e do Vale dos Dinossauros, já aos 4 anos se apresentava nos eventos culturais da cidade, tocando triângulo na banda familiar formada pelos quatro irmãos menores, que a então adolescente Glorinha Gadelha ensaiava.

Filho caçula de uma numerosa família de 13 irmãos, Afonso Gadelha passou a morar e estudar em João Pessoa, onde ficou até os 16 anos, quando seguiu para o Rio de Janeiro. No Rio, além de formar-se técnico em Química, pôde dedicar-se mais ao aprendizado da música, tanto pela convivência com a irmã Glorinha, o cunhado Sivuca e diversos outros músicos e compositores, como pelo estudo de teoria musical com o maestro Nelson de Macedo, na Escola Brasileira de Música.

Naquela ocasião, Afonso Gadelha, que de João Pessoa trazia composições em parceria com os irmãos a ele próximos em idade (os mesmos da banda da infância) e a experiência em se apresentar de público, integrou, como percussionista, o grupo de Sivuca e ampliou o seu leque de parceiros musicais, entre os quais ressaltam-se o próprio Sivuca, Glorinha Gadelha, Paulinho Tapajós, Cacaso e Pepeu Gomes. Foi também nessa época que mostrou o seu lado combativo em defesa da classe e se tornou um dos sócios fundadores da AMAR (Associação de Músicos, Arranjadores e Regentes).

Muitas de suas composições foram gravadas por reconhecidos nomes da música popular brasileira, como Pepeu Gomes, Amelinha, Quarteto em Cy, Terezinha de Jesus Sivuca, Maria Creuza, Joana, Glorinha Gadelha, Elba Ramalho e Marinez e Sua Gente. Teve também a sua composição Valseando como tema de abertura da mini-série Serra do Luar, produzida pela TV Apoio de Brasília e filmada em Pirenópolis, Goiás.

Em 1985, Afonso Gadelha inaugura um novo período de vida, transferindo-se para Itaipava, distrito de Petrópolis, onde formou e liderou a banda Vitória Rosa, com a qual passou a apresentar-se em várias cidades do Rio de Janeiro e do Brasil. Após três anos de residência na serra, partiu para shows em Brasília, onde ficou por quatro anos para depois retornar definitivamente. Isso porque raízes fincadas em Itaipava fizeram-no voltar, inclusive com a reorganização da Vitória Rosa, até quando, em 1991, com o término da banda, passou à carreira solo.

Sempre apresentando-se onde se lhe abrissem a oportunidade (bares, restaurantes, reuniões corporativas, festas populares, feiras agropecuárias, centros culturais, shopping centers, teatros, televisão, festivais, rádios...) - em grupo, só ao violão ou em palco de artistas famosos como Sivuca, Elba Ramalho, Glorinha Gadelha, Luiz Gonzaga, Rosinha de Valença, Chico César e Almir Satter -, Afonso Gadelha também enveredou para a gravação de CDs independentes: Tambores (1997), MultiganaCidadeBrasil (1999), Escuta Isso (2001) e, já gravado, em parceria com o brasiliense Wagner Luiz, e apenas aguardando patrocínio para a sua produção, Fuxico (2004).

Em 1993, Brasília cantou mais forte no seu coração, tornando-se, desde então a sua paixão definitiva. E musa inspiradora. O amor por esta cidade tornou-se poesia e melodia, levando Afonso Gadelha e Wagner Luiz, a levantarem o primeiro lugar do Prêmio Tributo à Brasília, promovido pelo SESC-2004, sendo duplamente laureados com os troféus de melhor composição
e melhor letra.

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