26 de outubro de 2011

BIOGRAFIA DE Clara Nunes

BIOGRAFIA DE Clara Nunes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Clara Francisca Gonçalves Pinheiro,

conhecida como

Clara Nunes

(Paraopeba[nota 1],

12 de agosto de 1942[2]

Rio de Janeiro,

2 de abril de 1983),

foi uma cantora brasileira,

considerada uma das

maiores intérpretes do país.

Pesquisadora da

música popular brasileira,

de seus ritmos e de seu folclore,

Clara também viajou

várias vezes para a África,

representando o Brasil.

Conhecedora das danças

e das tradições

afro-brasileiras,

ela se converteu à

umbanda.

Clara Nunes seria uma

das cantoras que mais

gravaria canções dos

compositores da Portela,

sua escola do coração.

Também foi a primeira

cantora brasileira a vender

mais de 100 mil cópias,

derrubando um tabu

segundo o qual

mulheres não

vendiam disco.

Biografia

Caçula dos sete filhos

do casal

Manuel Ferreira de Araújo

e Amélia Gonçalves Nunes,

Clara Nunes

nasceu no interior de

Minas Gerais,

no distrito de Cedro –

à época pertencente ao

município de Paraopebae

depois esse distrito virou

cidade e foi emancipado

com o nome de

Caetanópolis,

onde viveu até os 16 anos.

Marceneirona

fábrica de tecidos

Cedro & Cachoeira,

o pai de Clara era

conhecido como

Mané Serrador

e também era

violeiroe participante

das festas de

Folia de Reis.

Mas Manuel morreu em

1944e, pouco depois,

Clara ficaria também

órfã de mãe e acabaria

sendo criada por sua

irmã Dindinha

(Maria Gonçalves)

e o irmão José

(conhecido como Zé Chilau).

Naquela época,

Clara participava de

aulas de catecismo

na matriz da Cruzada

Eucarística.

Lá também cantava

ladainhas em latim

no coro da igreja.

Segundo as suas próprias

palavras, cresceu ouvindo

Carmem Costa,

Ângela Maria

e, principalmente,

Elizeth Cardoso

e Dalva de Oliveira,

das quais sempre teve

muita influência, mantendo,

no entanto, estilo próprio.

Em 1952, ainda menina,

Clara venceu seu primeiro

concurso de canto organizado

em sua cidade, interpretando

"Recuerdos de Ypacaraí".

Como prêmio, ganhou

um vestido azul.

Aos 14 anos,

Clara ingressou como

tecelã na fábrica

Cedro & Cachoeira,

a mesma para o qual

seu pai trabalhou.

Teve que se mudar para

Belo Horizonte,

indo morar com a irmã

Vicentina e o

irmão Joaquim,

por causa do assassinato

de um namorado,

cometido em 1957por

seu irmão Zé Chilau.

Na capital mineira,

Clara trabalhou como

tecelã durante o dia e

fez o curso normal

à noite. Aos finais de

semana, participava dos

ensaios do Coral Renascença,

na igreja do bairro onde

morava. Naquela época,

conheceu o

violonista Jadir Ambrósio,

conhecido por ter

composto o hino do

Cruzeiro. Admirado

com a voz da jovem de

16 anos, Jadir levou

Clara a vários programas

de rádio, como

"Degraus da Fama",

no qual ela se apresentou

com o nome de

Clara Francisca.

Mudança de nome

No início da década de 1960

Clara conheceu também

Aurino Araújo

(irmão de

Eduardo Araújo),

que a levou para

conhecer muitos artistas.

Aurino também seria

seu namorado durante

dez anos. Por influência

do produtor musical

Cid Carvalho, mudou

o nome para Clara Nunes,

usando o sobrenome da mãe.

Quando solteira se chamava

Clara Francisca Gonçalves

de Araújo,

depois de casada

que adotou o

sobrenome Pinheiro.

Em 1960, já com o

nome de Clara Nunes

e ainda como tecelã,

ela venceu a etapa

mineira do concurso

"A Voz de Ouro ABC",

com a música

"Serenata do Adeus",

composta por

Vinicius de Moraes e

gravada anteriormente

por Elizeth Cardoso.

Na final nacional do

concurso realizada em

São Paulo,

Clara Nunes obteve o

terceiro lugar com a canção

"Só Adeus"(de

Jair Amorim e

Evaldo Gouveia).

A partir daí,

Clara Nunes começou

a cantar na

Rádio Inconfidência

de Belo Horizonte.

Durante três anos seguidos

foi considerada a melhor

cantora de Minas Gerais.

Ela também passou a se

apresentar como crooner

em clubes e boates na

capital mineira e chego

u a trabalhar com o então

baixista Milton Nascimento

àquela altura conhecido

como Bituca.

Naquela época,

fez sua primeira

apresentação na televisão,

no programa de

Hebe Camargo

em Belo Horizonte.

Em 1963, Clara Nunes

ganhou um programa

exclusivo na TV Itacolomi,

chamado

"Clara Nunes Apresenta"

e exibido por um ano e meio.

No programa se apresentavam

artistas de reconhecimento

nacional, entre os quais

Altemar Dutra e

Ângela Maria.[3]

Viveu em Belo Horizonte

até 1965, quando se mudou

para a

cidade do Rio de Janeiro,

mais especificamente

para Copacabana.

Os primeiros discos

Já no Rio de Janeiro, Clara Nunes se apresentava em vários programas de televisão, como José Messias, Chacrinha, Almoço com as Estrelas e Programa de Jair do Taumaturgo. Antes de aderir ao samba, Clara cantava especialmente boleros. Além de emissoras de rádios e televisão, ela também percorreu escolas de samba, clubes e casas noturnas nos subúrbios cariocas.

Ainda em 1965, ela passou por um teste como cantora na gravadora Odeon, onde registrou pela primeira vez a sua voz em um LP. O disco foi lançado pela Rádio Inconfidência(onde Clara trabalhou quando morava em Belo Horizonte) e contava com a participação de outros artistas, todos da Odeon.

No ano seguinte, Clara foi contratada por esta gravadora, a primeira e a única em toda a sua vida. Naquele mesmo ano, foi lançado o primeiro LP oficial da cantora, "A Voz Adorável de Clara Nunes". Por insistência da gravadora para que ela interpretasse músicas românticas, Clara apresentou neste álbum um repertório de boleros e sambas-canções, mas o LP foi um fracasso comercial. Em 1968, Clara Nunes gravou "Você Passa e Eu Acho Graça", seu segundo disco na carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título (de Ataulfo Alves e Carlos Imperial) foi seu primeiro grande sucesso radiofônico.

No ano seguinte, a Odeon lançou "A Beleza Que Canta", LP no qual a cantora interpretou "Casinha Pequena", uma canção de domínio público. Ainda em 1969, Clara Nunes ganhou o primeiro lugar no "I Festival da Canção Jovem de Três Rios" com a música "Pra Que Obedecer"(de Paulinho da Viola e Luís Sérgio Bilheri) e ainda classificou a canção "Encontro"(de Elton Medeiros e Luís Sérgio Bilheri) na terceira colocação. Ficou em oitavo lugar no "IV Festival Internacional da Canção Popular" com a música "Ave Maria do Retirante" (de Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo), que foi lançada naquele mesmo ano em disco homônino.

Afirmação no samba

Em 1970, Clara Nunes se apresentou em Luanda, capital angolana, em convite de Ivon Curi. No ano seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual interpretou "É Baiana"(de Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), música que obteve considerável sucesso no carnaval de 1971, e "Ilu Ayê", samba-enredo da Portela(de autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva). Na capa do álbum, a cantora mineira fez um permanente nos cabelos pintados de vermelho e passou a partir daí a se vestir com roupas que remetiam às religiões afro-brasileiras.

Em 1972, Clara se firmou como cantora de samba com o lançamento do álbum "Clara Clarice Clara". Com arranjos e orquestrações do maestro Lindolfo Gayae com músicos como o violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco, o disco teve como grandes destaques as canções "Seca do Nordeste" (um samba-enredo da escola de sambaTupi de Brás de Pina), "Morena do Mar"(de Dorival Caymmi), "Vendedor de Caranguejo"(de Gordurinha), "Tributo aos Orixás"(de Mauro Duarte, Noca e Rubem Tavares) e a faixa-título "Clara Clarice Clara"(de Caetano Veloso e Capinam). Ainda naquele ano, Clara Nunes se apresentou no "Festival de Música de Juiz de Fora" e gravou um compacto simples da música "Tristeza, Pé no Chão"(de Armando Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.

A Odeon lançou em 1973 o disco "Clara Nunes". Naquele mesmo ano, a cantora estreou com Vinicius de Moraes e Toquinho o show "O poeta, a moça e o violão" no Teatro Castro Alves, em Salvador. Também em 1973, Clara foi convidada pela Radiotelevisão Portuguesa para fazer uma temporada em Lisboa. Depois, percorreu alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde gravou um especial ao lado da Orquestra Sinfônica de Estocolmo para a TV local.

Sucesso comercial

Clara Nunes integrou a comissão que representou o Brasil no "Festival do Midem", em Cannes, em 1974. Por lá, a Odeon lançou somente para o público europeu o disco "Brasília", que foi base para o LP "Alvorecer". Este álbum emplacou grandes sucessos como "Contos de Areia"(de Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento), "Menino Deus"(de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) e "Meu Sapato Já Furou"(de Mauro Duarte e Elton Medeiros).[4]O LP bateu recorde de vendagem para cantoras brasileiras, com mais de 300 mil cópias vendidas, um feito nunca antes registrado no Brasil. Ainda em 1974, a cantora atuou (ao lado de Paulo Gracindo), em "Brasileiro Profissão Esperança", espetáculo de Paulo Pontes, referente à vida da cantora e compositora Dolores Duran e do compositor e jornalista Antônio Maria. O show ficou em cartaz no Canecão até 1975 e gerou o disco homônimo.

Também em 1975, a Odeon lançaria ainda o LP "Claridade". Com grandes sucessos como "O Mar Serenou"(de Candeia) e "Juízo Final"(de autoria de Nelson Cavaquinho e Élcio Soares), este álbum se tornou o maior sucesso da carreira da cantora, batendo o recorde de vendagem feminina e alavancando o samba-enredo da Portela na avenida, "Macunaíma, Herói da Nossa Gente"(de autoria de Norival Reis e Davi Antônio Correia), com o qual a escola classificou-se em 5º lugar no Grupo 1. Ainda naquele ano, Clara se casou com o poeta, compositor e produtor Paulo César Pinheiro e percorreu vários países da Europa em turnê.

Clara Nunes gravou o LP "Canto das Três Raças" em 1976. Além da faixa-título (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), grande sucesso na carreira da cantora, o disco contava ainda com "Lama"(de Mauro Duarte), "Tenha Paciência"(de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), "Riso e Lágrimas"(de Nelson Cavaquinho, Rubens Brandão e José Ribeiro), "Fuzuê"(de Romildo e Toninho) e "Retrato Falado"(de Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro).

Em 1977, a Odeon lançou o disco "As Forças da Natureza", um álbum mais dedicado ao partido alto. O LP teve como principais destaques a faixa-título (de João Nogueira e Paulo César Pinheiro), "Coração Leviano"(de Paulinho da Viola) e "Coisa da Antiga"(de Wilson Moreira e Nei Lopes). O disco ainda contou com a participação de Clementina de Jesus na faixa "PCJ-Partido da Clementina de Jesus"(de Candeia) e lançou "À Flor da Pele", primeira composição de Clara (feita em parceria com Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro).

Em 1978, foram lançados os álbuns "Guerreira", no qual Clara interpretou vários ritmos brasileiros além do samba - sua marca registrada -, e "Esperança", com destaque para a faixa "Feira de Mangaio"(de Sivuca e Glorinha Gadelha). Ainda naquele ano, participou do LP "Vida boêmia", de João Nogueira, no qual interpretou "Bela Cigana"(de João Nogueira e Ivor Lancellotti), e esteve - ao lado de Chico Buarque, Maria Bethâniae outros artistas - no show do Riocentro, que marcaria a história política brasileira devido à explosão de uma bomba.

Em 1979, Clara participou do LP "Clementina", de Clementina de Jesus. Naquele mesmo ano, a cantora mineira se submetia a uma histerectomia (remoção do útero), após sofrer três abortos espontâneos, por causa dos miomas que possuía no útero. Também carregava problemas desse tipo desde a infância. Ela tentou de todos os métodos e não obtinha respostas. Por nutrir obsessão pela maternidade, a impossibilidade de ser mãe a fez sofrer muito, causando a Clara Nunes fortes abalos emocionais, superados pela entrega absoluta à carreira artística, a fazendo compor músicas belíssimas e de intensa carga emocional.

Últimos anos de vida

Em 1980, Clara Nunes gravou o álbum "Brasil Mestiço", que fez sucesso nas emissoras de rádio de todo o país com "Morena de Angola" (composta por Chico Buarque), "Brasil Mestiço, Santuário da Fé"(de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), "Peixe com Coco"(de Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco), "Última Morada"(de Noca da Portela e Natal) e "Viola de Penedo"(de Luiz Bandeira). Ainda naquele ano, a cantora participou dos LPs "Cabelo de Milho"(de Sivuca) e "Fala Meu Povo"(de Roberto Ribeiro), e viajou para Angola representando o Brasilao lado de Elba Ramalho, Djavan, Dorival Caymmi e Chico Buarque, entre outros.

Gravou em 1981 o LP "Clara", com grande sucesso para a música "Portela na Avenida"(de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), com a participação especial da Velha Guarda da Portela nesta faixa, e estreou o show "Clara Mestiça" (dirigido por Bibi Ferreira). Ainda naquele ano, a Odeon lançou uma coletânea intitulada "Sucesso de Ouro".

Em 1982, a Odeon lançaria "Nação", o último álbum de estúdio da cantora. O LP teve como destaques a faixa-título (de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio), "Menino Velho"(de Romildo e Toninho), "Ijexá"(de Edil Pacheco), "Serrinha"(de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) - uma homenagem dos compositores à escola de samba Império Serrano e ao Morro da Serrinha, reduto do jongo, situadas em Madureira, subúrbio carioca. Ainda naquele ano, Clara se apresentou na Alemanhaao lado de Sivuca e Elba Ramalho e participou do LP "Kasshoku", lançado no Japãopela gravadora Toshiba/EMI, gravando um especial para a emissora de TV NHK.

Morte polêmica

Ver artigo principal: Morte de Clara Nunes

Em 5 de Março de 1983, Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. Neste ínterim, a cantora foi vítima de uma série de especulações que circulavam na mídia sobre sua internação, entre elas "inseminação artificial, aborto, tentativa de suicídio, surra de seu marido Paulo César Pinheiro",[6]em episódio semelhante ao ocorrido na morte de Elis Regina, no ano anterior.

Na madrugada de 2 de abril de 1983 - um Sábado de Aleluia-, Clara Nunes entrou oficialmente em óbito aos 39 anos de idade, vítima de um choque anafilático. A sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro na época foi arquivada, o que geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo da cantora foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento no Cemitério São João Batistafoi acompanhado por uma multidão de fãs e amigos. Em sua homenagem, a rua em Madureira onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome.

Após a morte

Em 1986, a Velha Guarda da Portela interpretou "Flor do Interior"(de Manacéa), uma das muitas músicas feitas em homenagem à Clara Nunes, no disco "Doce Recordação" - produzido por Katsunori Tanaka e lançado no Japão. Outro compositor, Aluízio Machado (da Império Serrano), também compôs a música "Clara" em homenagem à cantora. Em 1988, Maria Gonçalves (irmã mais velha de Clara Nunes, que passou a criar a cantora quando esta tinha apenas quatro anos) reuniu várias peças do vestuário, adereços e objetos pessoais da cantora, e criou uma sala que abriga o acervo de sua obra em um espaço físico com cerca de 120 metros, anexado à creche que leva o seu nome em Caetanópolis.

Em 1989, a gravadora EMI-Odeon produziu a coletânea "Clara Nunes, O Canto da Guerreira".[7] Também naquele ano, o selo WEA lançou para o mercado estadunidense o álbum "O Samba: Brazil Classics 2", com vários artistas e incluindo Clara Nunes.

Três anos depois, a EMI-Odeon lançou "Série 2 em 1", compilação em CD de dois LPs: "Brasil Mestiço" e "Nação", e a gravadora norte-americana World Pacific lançou "Best of Clara Nunes" no mercado dos Estados Unidos. Em 1993, o selo Som Livre lançou "Clara Nunes - 10 anos"- em lembrança ao décimo aniversário de morte da cantora - e a EMI-Odeon lançou pela "Série 2 em 1" os discos "Adoniran Barbosa" e "Adoniram Barbosa e Convidados", este último também contou com a participação de Clara Nunes. Esta mesma gravadora lançaria em 1994 as coletâneas "O Canto da Guerreira", "O Canto da Guerreira Volume 2" e "Meus Momentos". Também naquele ano, a gravadora Saci lançou o álbum "Homenagem a Mauro Duarte", que contou com a voz de Clara Nunes, uma de suas maiores amigas e a sua principal intérprete.

Em 1995, a Odeon lançou "Clara Nunes com Vida", álbum produzido por Paulo César Pinheiroe José Milton, no qual foram acrescidas as vozes de outros artistas - Emílio Santiago, Martinho da Vila, Chico Buarque, Nana Caymmi, Roberto Ribeiro, João Bosco, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Alcione, Marisa Gata Mansa, Paulinho da Viola, Ângela Maria e João Nogueira - fazendo duetos com Clara Nunes, e "O Talento de Clara Nunes", outra coletânea.

Em No ano seguinte, a EMI-Odeon reeditou a obra completa de Clara Nunes, que incluíam 16 discos com as capas reproduzidas do original, remasterizados no Estúdio Abbey Road, em Londres, considerado o melhor do mundo. Três anos depois, a cantora Alcione gravou "Claridade", uma álbum com os maiores sucessos da carreira da amiga. Em 2001, foi apresentado no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, o musical "Clara Nunes Brasil Mestiço", e no ano seguinte foi lançado o livro "Velhas Histórias, Memórias Futuras" de Eduardo Granja Coutinho, no qual o autor faz várias referências à cantora.

Em comemoração aos seus 60 anos, que seriam completados em 2003, a gravadora DeckDisc lançou "Um Ser de Luz - Saudação à Clara Nunes", álbum produzido por Paulão Sete Cordase que contou a participação de diversos artistas interpretando parte de seu repertório, como Mônica Salmaso ("Alvorecer"), Élton Medeiros ("Lama"), Rita Ribeiro ("Morena de Angola"), Mar'tnália ("Ijexá"), Fafá de Belém ("Sem Compromisso"), Renato Braz ("Menino Deus" e "Nação"), Falamansa ("Feira de Mangaio"), Monarco e Velha Guarda da Portela ("Peixe com Coco"), Cristina Buarque ("Derramando Lágrimas"), Dona Ivone Lara ("Juízo Final"), Nilze Carvalho ("A Deusa dos Orixás"), Teresa Cristina ("As Forças da Natureza"), Pedro Miranda ("Candongueiro"), Alfredo Del Penho ("Coisa da antiga"), Wilson Moreira ("O Mar Serenou"), Helen Calaça ("Basta um Dia") e ainda participações de Seu Jorge, Walter Alfaiate e Elza Soares, entre outros.[8]

Em agosto de 2006 a Prefeitura Municipal de Caetanópolislançou o 1º Festival Cultural Clara Nunes. com o objetivo de desenvolver a cultura no município e região, e também resgatar a obra da cantora. Em 4 de agosto de 2007, na abertura do 2º Festival Cultural Clara Nunes, a Prefeitura Municipal de Caetanópolis inaugurou a Casa de Cultura Clara Nunes, onde havia sido o cinema da cidade e onde a Clara se apresentou pela primeira vez. O Instituto Clara Nunes foi fundado em 19 de maio de 2005 pela irmã de Clara, Maria Gonçalves (a Dindinha), conhecida na cidade como Mariquita, e está instalado no mesmo prédio onde funciona a Creche Clara Nunes e o Artesanato Ponto de Luz, que produz tapetes cuja venda ajuda na manutenção da Creche. O Festival Cultural Clara Nunes faz parte dos eventos culturais da cidade e todo ano é realizado no mês de agosto, mês de nascimento de Clara Nunes. Em 2010 foi realizado o 5º Festival Cultural Clara Nunes. A Casa de Cultura Clara Nunes, administrada pela Secretaria Municipal de Cultura, é local onde se realizam oficinas de dança, música, pintura e teatro, oferecidas gratuitamente à população. O Instituto Clara Nunes foi criado para administrar e zelar pelo acervo da cantora. Ainda neste ano de 2011 será inaugurado o Memorial Clara Nunes com a exposição do acervo.

No ano seguinte, a mesma gravadora lançou "Clara Nunes canta Tom e Chico", coletânea na qual compilou algumas gravações de discos anteriores da cantora, entre elas "Apesar de Você", "Umas e Outras", "Desencontro", "Morena de Angola" e "Novo Amor"(todas de Chico Buarque, "Insensatez" e "A Felicidade"(de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), além de "Sabiá" (da dupla Tom e Chico).

Em 2006foi encontrada mais uma interpretação inédita de Clara Nunes. A composição "Quem Me Dera"(de Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) foi incluída no álbum póstumo de Maurício Tapajós, "Sobras Repletas", que também trouxe uma outra composição, também em sua homenagem, desta vez feita em sua homenagem, "Surdina"(de Maurício Tapajós e Cacaso). Em 2007, o jornalista Vagner Fernandes lançou a biografia "Clara Nunes - Guerreira da Utopia", que trouxe entrevistas com vários compositores e intérpretes, entre os quais Chico Buarque, Paulinho da Viola, Alcione, Hermínio Bello de Carvalho, Hélio Delmiro, Milton Nascimento, Monarco e Paulo César Pinheiro, além de familiares e amigos.[5][6][9][10]

Discografia

Obra

1966 - A Voz Adorável de Clara Nunes (Odeon) 4.127 cópias vendidas

1968 - Você Passa e Eu Acho Graça(Odeon) 7.542 cópias vendidas

1969 - A Beleza Que Canta(Odeon) 5.856 cópias vendidas

1971 - Clara Nunes(Odeon) 158.710 cópias vendidas

1972 - Clara Clarice Clara(Odeon) 164.542 cópias vendidas

1973 - Clara Nunes(Odeon) 250.120 cópias vendidas

1974 - Brasileiro Profissão Esperança(Odeon) 219.010 cópias vendidas

1974 - Alvorecer(Odeon) 784.028 cópias vendidas

1975 - Claridade(Odeon) 1.125.410 cópias vendidas

1976 - Canto das Três Raças (EMI-Odeon) 1.285.058 cópias vendidas

1977 - As Forças da Natureza(EMI-Odeon) 809.047 cópias vendidas

1978 - Guerreira(EMI-Odeon) 1.011.005 cópias vendidas

1979 - Esperança(EMI-Odeon) 900.485 cópias vendidas

1980 - Brasil Mestiço(EMI-Odeon) 2.002.450 cópias vendidas

1981 - Clara(EMI-Odeon) 811.587 cópias vendidas

1982 - Nação(EMI-Odeon) 1.254.998 cópias vendidas

Ao Vivo

2008 - Poeta, Moça e Violão (com Vinícius de Moraes e Toquinho) (Biscoito Fino) CD

Coletâneas

1979- Sucessos de Ouro (EMI-Odeon) 573.568 cópias vendidas

1983- Clara Morena (EMI-Odeon) 489.656 cópias vendidas

1984 - Alvorecer (Som Livre) 501.254 cópias vendidas

1984- A Deusa dos Orixás (Som Livre) 415.074 cópias vendidas

1985- Clara (EMI-Odeon) 480.081 cópias vendidas

1989 - O Canto da Guerreira (EMI) 400.456 cópias vendidas

1990 - O Canto da Guerreira Vol.2 (EMI) 500.125 cópias vendidas

1993 - 10 Anos (Som Livre) 200.425 cópias vendidas

2003 - Para Sempre Clara

2005 - Clara Nunes Canta Tom e Chico

2007 - Mestiça (EMI)

2008 - Sempre (Som Livre)

Tributos

1995 - Clara Nunes Com Vida (EMI) - Vários Artistas 205.855 cópias vendidas

1999- Claridade (Globo/Universal) - Alcione

2003- Um Ser de Luz - Uma Saudação a Clara Nunes - Vários Artistas

[editar] DVD

  • 2008- Clara Nunes (EMI - Globo Marcas) - Coletânea com alguns dos videoclipes da cantora exibidos no programa Fantástico - Rede Globo

Referências

HOMEM DE MELO, Zuza (org.). Enciclopédia da Música Brasileira. São Paulo: Publifolha, 2000

HOMEM DE MELO, Zuza (org.). Enciclopédia da Música Brasileira. São Paulo: Publifolha, 2000

1. Sobre esta fase, Clara Nunes declararia em entrevista: "Eu contratava quem eu queria, viajava muito. Era uma espécie de ídolo em Minas. Naquela época, a televisão tinha vida local, ajudava a revelar muita gente. Este trabalho me deu muita base para enfrentar o Rio de Janeiro. Não vim no desespero. Pude esperar com calma até gravar meu primeiro LP" - Dicionário da Música Popular Brasileira

2. Sobre este disco, escreveu na contra-capa Adelzon Alves: "Menino Deus ou Alvorecer poderia muito bem ser o nome desse novo disco de Clara Nunes, devido a esses sambas maravilhosos de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro e Ivone Lara e Délcio de Carvalho. Com otimismo dominante na mensagem desses dois grandes sambas, e a sequência de afros e outras coisas bem brasileiras, em especial 'O que é que a baiana tem' de Caymmi, ficamos bastante certos de que esse disco acabará de fixar, definitivamente, esta imagem áudio e visual de cantora essencialmente brasileira, que Clara Nunes vem assumindo, como foi planejado há quatro anos passados, começando pelo 'Misticismo da África ao Brasil'. Ficamos certos disso não só pelo seu sucesso perante o público brasileiro, mas também em Portugal, Suécia e finalmente no Festival do Midem, na França, que é do conhecimento de todos." - Dicionário da Música Popular Brasileira

3.

4. a b O espírito guerreiro de Clara Nunes - O Estado de S.Paulo, 3 de outubro de 2007.

5. a b Livro desmistifica imagem inocente de Clara Nunes - Folha de S.Paulo, 27 de outubro de 2007.

6. Na contracapa, há um texto de Paulo César Pinheiro: "Fazer uma coletânea de sucessos da carreira de uma artista como Clara é sempre muito difícil. O pessoal vai sentir falta de muita coisa boa. Mas valeu - e valeu pela panorâmica que se conseguiu dar da obra de uma grande cantora desse país que se esquece tão rápido de seus representantes mais verdadeiros. Valeu porque pôde resgatar gravações de início de carreira com a qualidade sonora bastante melhorada pelos modernos processos de restauração da avançada indústria fonográfica. Valeu, porque se percebe a trajetória de seu caminho musical, desde o primeiro até o último grande sucesso, passando por muitas de suas várias fases de interpretação e mudança de gêneros, sem perder nunca as características fundamentais da alma de sua terra. Valeu por ser mais um disco essencialmente brasileiro, hoje tão raro no 'País do Carnaval'. E valeu porque mais uma vez, e sempre, se pode ouvir - pra nossa satisfação e saudade - o canto da Guerreira." - Dicionário da Música Popular Brasileira

7. No encarte do disco, escreveu Paulo César Pinheiro: "(…) Pessoas jovens que, provavelmente, nem viram Clara cantar ao vivo, se debruçando com paixão naquilo que ela deixou registrado para sempre. Músicas que mostram um dos caminhos mais brasileiros de nossa Música Popular." - Dicionário da Música Popular Brasileira

8. Revista IstoÉ Gente.

9. Clara Nunes, 25 anos depois - EGO/Globo.com, 29 de setembro de 2007.

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