Biografia Araci Teles de Almeida
nasceu em 19 de agosto de 1914.
Foi criada no subúrbio
carioca do Encantado numa
grande família evangélica;
o pai, Baltazar Teles de Almeida,
era chefe de trens da
Central do Brasil e a mãe,
dona Hermogênea,
dona de casa.
Tinha apenas irmãos homens.
Estudou num colégio no
bairro do Engenho de Dentro
onde foi colega do radialista
Alziro Zarur, passando
depois para o Colégio Nacional,
no Méier. Araci costumava
cantar hinos religiosos na
Igreja Batista e, escondida
dos pais, cantava também
em terreiros de macumba
e no bloco carnavalesco
“Somos de pouco falar”.
“Mas isso não rendia dinheirim”,
como Aracy dizia.
Mais tarde, conheceu
Custódio Mesquita,
por intermédio de um amigo.
Cantou para ele Bom-dia,
Meu Amor (Joubert de
Carvalho e Olegário Mariano),
conseguindo entrar a
Rádio Educadora
(depois Tamoio), em 1933.
Ali mesmo, conheceu
Noel Rosa e aceitou o convite,
que ele lhe fez, para
“tomar umas cervejas
cascatinhas na Taberna da Glória”.
Desde este dia, o acompanhou
todas as noites.
No ano seguinte, gravou para
o Carnaval seu primeiro disco,
pela Columbia, com a música
Em plena folia
(Julieta de Oliveira). Em 1935,
assinou seu primeiro contrato
com a Rádio Cruzeiro do Sul
e gravou Seu Riso de Criança,
composição de Noel Rosa,
de quem se tornaria a
principal intérprete.
Transferindo-se para a Victor,
participou do coro de diversas
gravações e lançou, ainda em 1935,
como solista, Triste cuíca
(Noel Rosa e Hervé Cordovil),
Cansei de pedir,
Amor de parceria
(ambas de Noel Rosa) e
Tenho uma rival (Valfrido Silva).
A partir de então, tornou-se
conhecida como intérprete de
sambas e músicas carnavalescas,
tendo sido apelidada por
César Ladeira de O Samba em Pessoa.
Trabalhou na Rádio Philips com
Sílvio Caldas, no Programa
Casé; na Cajuti, Mayrink Veiga
e Ipanema, excursionando com
Carmen Miranda pelo Rio Grande do Sul.
Em 1936 foi para a Rádio
Tupi e gravou com sucesso
duas músicas de Noel Rosa:
Palpite infeliz e O X do problema.
Em 1937 atuou na
Rádio Nacional e destacou-se
com os sambas Tenha pena de mim
(Ciro de Sousa e Babau),
Eu sei sofrer (Noel Rosa e Vadico)
e Último desejo, de Noel Rosa,
que faleceu nesse ano.
Gravou, em 1938,
Século do Progresso
(Noel Rosa) e Feitiço da Vila
(Noel Rosa e Vadico), e, em 1939,
lançou em disco
Chorei quando o Dia Clareou
(Davi Nasser e Nelson Teixeira)
e Camisa amarela (Ari Barroso).
Para o Carnaval de 1940,
gravou a marcha
O Passarinho do relógio
(Haroldo Lobo e Milton de Oliveira)
e, no ano seguinte,
O Passo do canguru
(dos mesmos autores).
Em 1942, lançou o samba
Fez Bobagem (Assis Valente),
Caramuru (B.Toledo,
Santos Rodrigues e Alfeu Pinto),
Tem galinha no bonde e
A Mulher do leiteiro
(ambas de Milton de Oliveira
e Haroldo Lobo).
Fez sucesso no Carnaval de 1948
com Não me Diga Adeus (Paquito,
Luis Soberano e João Cerreia da Silva)
e, em 1949, gravou João ninguém
(Noel Rosa) e Filosofia (Noel Rosa e André Filho).
Entre 1948 e 1952,
trabalhou na boate carioca
Vogue, sempre cantando o
repertório de Noel Rosa; graças
ao sucesso de suas interpretações
nessa temporada, lançou pela
Continental dois álbuns de
78 rpm com músicas desse
compositor: o primeiro deles,
lançado em setembro de 1950,
continha Conversa de botequim
(com Vadico), Feitiço da Vila
(com Vadico), O X do problema,
Palpite infeliz, Não tem tradução
e Último desejo; no segundo,
lançado em março de 1951,
interpretou Pra que mentir (com Vadico),
Silêncio de um minuto,
Feitio de Oração (com Vadico),
Três apitos, Com que roupa e
O Orvalho Vem Caindo (com Kid Pepe).
Foi, ao lado de Carmen Miranda,
a maior cantora de sambas dos
anos 30. Depois de atuar com sucesso
na boate Vogue em Copacabana
na década de 40, entre 1950 e 1951,
gravou dois álbuns dedicado a
Noel Rosa, que seriam responsáveis
pela reavaliação da obra
do poeta da Vila.
BIOGRAFIA DE ARACY DE AMEIDA
Mudou-se para São Paulo em 1950,
e lá viveu durante 12 anos. Em 1955,
trabalhou no filme “Carnaval em lá maior”,
de Ademar Gonzaga, e lançou,
pela Continental, um
LP de dez polegadas só com músicas
de Noel Rosa, no qual foi
acompanhada pela orquestra
de Vadico, cantando, entre outras,
São Coisas Nossas,
Fita Amarela e as composições
inéditas Meu Barracão,
Cor de Cinza, Voltaste
e A Melhor do Planeta
(com Almirante).
Três anos depois, lançou
pela Polydor o LP
Samba
reaproveitando velhas matrizes,
editou o disco Chave de ouro.
Em 1964, gravou com a dupla
Tonico e Tinoco, o cateretê,
Tô chegando agora (Mário Vieira)
e apresentou-se com
Sérgio Porto e Billy Blanco
na boate Zum-Zum no
Rio de Janeiro.
Em 1965, fez vários shows
no Rio de Janeiro:
“Samba pede passagem”,
no Teatro Opinião;
“Conversa de botequim”,
dirigido por Miele e Boscoli,
no Crepúsculo; e um espetáculo
na boate Le Club, com o cantor
Murilo de Almeida. No ano seguinte,
a Elenco lançava o disco
Samba é Aracy de Almeida.
Com o cômico Pagano Sobrinho,
fez “É proibido colocar cartazes”,
um programa de calouros da
TV Record, de São Paulo, em 1968.
No ano seguinte, a dupla
apresentou-se na boate paulistana
Canto Terzo. Ainda em 1969,
fez o show “Que maravilha!”,
no Teatro Cacilda Becker
ao lado de Jorge Ben,
Toquinho e Paulinho da Viola.
Depois disso, com a entrada
da bossa nova, os intérpretes
de samba já não eram tão solicitados.
Aracy trabalhou em vários
programas de
TV: Programa do Bolinha;
na TV Tupi, com Mário Montalvão;
na TV Globo, com
A Buzina do Chacrinha;
no Programa Sílvio Santos;
programas na TVE;
Programa da Pepita Rodrigues ,
na TV Manchete;
Programa do Perlingeiro,
na TV Excelsior; no Almoço
com as estrelas, com
Airton Perlingeiro,
entre outros.
Em 1988, Aracy teve um
edema pulmonar. No início,
ficou internada
retornando ao Rio de Janeiro
para o hospital da SEMEG,
na Tijuca. Sílvio Santos a
ajudou financeiramente
na época em que esteve
doente e lhe telefonava todos
os dias, às 18 horas,
para saber como ela estava.
Depois de dois meses em coma,
voltou à lucidez por dois dias,
e, num súbito aumento de pressão
arterial, faleceu no dia
20 de junho, aos 74 anos.
Seu corpo foi velado no teatro
João Caetano, onde havia
sido seu último show,
com Albino Pinheiro.
Um carro do Corpo de Bombeiros
levou seu caixão pelas ruas
do Rio de Janeiro, passando
por Copacabana,
Glória, Lapa ,Vila Isabel, Méier, Encantado
- lugares que Aracy
havia freqüentado.
Montagem
E
Formatação
Zezito
Zezito_80@hotmail.com
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