29 de dezembro de 2016

História da Paraíba - Capitulo IV

História da Paraíba - Capitulo IV

4.1 Revoltas em que a PB Participou

Guerra dos Mascates>A Guerra dos Mascates foi uma guerra civil, ocorrida em Pernambuco, no século XVIII, mais propriamente em Olinda, sede do governo pernambucano na época.

Ocorreu que houve indignação contra a elevação de Recife à categoria de vila, a pedido da população de Recife, composta por comerciantes portugueses chamados Mascates que aspiravam por uma maior autonomia. Nesta época a economia nordestina entrava em declínio, pois os preços do açúcar estavam baixando no mercado mundial e haviam descoberto as Minas Gerais.
Muitos senhores de engenho deviam dinheiro aos mascates. Em 1707 o povoado de Recife foi elevado a vila, o que provocou revolta em Olinda. Alguns olindenses ocuparam Recife e elegeram um novo governador a seu favor; Olinda ocupou Recife por três meses.

João da Mata, um mascate, adquiriu o apoio do governador da Paraíba, João da Maia Gama, para desforrar-se dos senhores de engenho. Desta forma os mascates aprisionaram o governador pernambucano. Após este fato entrou um novo governador no poder (Félix José Machado de Mendonça), que a princípio foi imparcial, mas que em seguida ficou ao lado dos mascates, os quais saíram vencedores desse conflito.

Revoluções Liberais>A passagem do século XVIII para o XIX foi marcada pelo surgimento de idéias revolucionárias. No mundo surgia o estilo literário conhecido como Realismo/Naturalismo, que procurava descrever as classes inferiores e mostrar os aspectos mais degradantes e cruéis da sociedade. Na Paraíba as idéias revolucionárias foram estimuladas pela marçonaria.

O mundo todo se baseava no ponto de vista científico. Temos como exemplo o padre Manoel Arruda, que começou a pesquisar a fauna e a flora nordestina.
Todas estas idéias liberais provocaram um surto revolucionário, no qual podemos citar as revoluções de 1817, 1824 e 1848, todas com tendências republicanas, federalistas e democráticas.

Revolução de 1817>Este movimento de caráter republicano e separatista, surgiu na Província de Pernambuco e logo se espalhou pelas províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Influênciados pela Revolução Francesa e polo exemplo de República norte-americano, os revoltosos queriam emancipar o Brasil. Quando a revolta estourou os revoltosos instalaram um governo provisório republicano. Porém o Governo Geral não perdeu tempo. Quatro meses depois os líderes da revolta foram condenados à morte e a revolução contida.
Como líderes da revolução podemos citar Domingos José da Silva (comerciante) e os paraibanos militares Peregrino de Carvalho e Amaro Gomes.

Revolução Praieira>Esta revolta durou apenas cinco meses e ocorreu na província de Pernambuco entre 1848/49. Ela foi influenciada pelo espírito de 1848 que dominava a Europa. Esta revolta consiste não apenas em um movimento de protesto contra a política Imperial, mas num movimento social que pretendia estabelecer reformas. Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, podemos citar:
a divisão dos latifúndios;
a liberdade de imprensa;
democracia;
fim da importação de indústrias têxteis;
fim do domínio português sobre o comércio de Recife;
fim da oligarquia política, entre outros.

Os revoltosos eram os liberais adversativos dos conservadores (grandes latifundiários e comerciantes portugueses). O principal jornal liberal em Recife tinha sua localização na Rua da Praia. Por causa disto, os liberais ficaram conhecidos como praieiros.

A revolução iniciou-se com choques entre os liberais e conservadores de Olinda, ao sétimo dia do mês de novembro de 1848. Em 1849 os revoltosos atacaram Recife, mas fracassaram. Depois de ter sido derrotado pelas tropas do Brigadeiro Coelho, em Pernambuco, Borges da Fonseca continuou a lutar na Paraíba. Outros líderes foram torturados ou assassinados. Este foi o último movimento revolucionário do Império.

Confederação do Equador>Esta revolta surgiu com a atitude autoritária de D. Pedro I, o qual dissolveu a Assembléia Constituinte. Esta situação agravou-se quando D. Pedro I quis substituir Manoel Pais de Andrade, governador da província, ex-revolucionário, que gozava de grande popularidade entre os pernambucanos, por uma apadrinhado seu (Francisco Reis Barreto). Desta forma, as câmaras municipais de Olinda e Recife se declararam contrárias ao governo de Barreto.

Em 2 de julho de 1824, Pais de Andrade se empenhou na revolta, pedindo apoio às outras províncias nordestinas. Seu objetivo era reunir as províncias do Nordeste em uma república, denominada de Confederação do Equador.
Foram mandados emissários às províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Porém a repressão sobre esta revolta foi intensa. D. Pedro I enviou navios de guerra para derrotá-la. Após a derrota das tropas republicanas de Pernambuco, as outras províncias se enfraqueceram e foram derrotadas.
Seus líderes foram todos executados, entre eles Frei Caneca, que morreu fuzilado, pois ninguém tinha coragem de enforcá-lo.

Revolta dos Quebra-Quilos>Ocorrida em 1874, ficou assim conhecida pela modificação que provocou no sistema de pesos e medidas, fato este que provocou uma grande revolução na Paraíba. Esta revolta causou muitas prisões, inclusive a do padre de Campina Grande (Calisto Correia Nóbrega).

Ronco da Abelha>A revolta do ronco da abelha se deu nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba, em 1851, com o intuito de fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com a queda do tráfego negreiro, os homens livres foram trabalhar.

Princesa Isabel>Frente de oposição ao presidente João Pessoa, na cidade de Princesa Isabel, Paraíba. Teve como líder José Pereira, que possuía amizades influentes no Estado.

Coluna Prestes>Foi um movimento iniciado por alguns políticos que estavam descontentes com o governo do presidente do Rio Grande do Sul, e velhos participantes da Revolta Federalista de 1893. Seus principais líderes foram: Luís Carlos Prestes, Miguel Costa e Juarez Távola.
Os integrantes da Coluna, apesar de todas as dificuldades, conseguiram romper as barreiras do sul.
Ao final, a Coluna se retirou para a Bolívia, o Paraguai e a Argentina.

Revolução de 30>Representou o acontecimento mais importante em toda a história da Paraíba. A liderança da Paraíba foi para frente a partir do memento em que João Pessoa recusou aceitar a candidatura de Júlio Prestes à presidência da república.

Tudo piorou com o levante de Princesa, que contou com o apoio de todos os coronéis do açúcar e do algodão, entre outros fatores que contribuíram para o agravamento da situação.
Logo após esse acontecimento, veio a morte do presidente da Paraíba,João Pessoa. A revolução se espalhou por diversos lugares (Nordeste do Maranhão à Bahia).

4.2 Governadores da PB após a revolução de 1930

Após a Revolução de 30, explicada anteriormente, o Estado da Paraíba teve os seguintes governadores:

Álvaro Pereira de Carvalho (ficou no poder até 4 de outubro de 1930);

José Américo de Almeida (04/10/1931-09/10/1930);

Antenor de França Navarro (10/11/1930-1931);

Gratuliano da Costa Brito (1932);

José Marquês da Silva Mariz (1934);

Argemiro de Figueiredo (1935);

Ruy Carneiro (1940-1945);

Samuel Duarte (1945);

Odon Bezerra Cavalcanti (1946);

José Gomes da Silva (1946-1947);

Oswaldo Trigueiro (1947-1950);

José Targino (1950-1951);

José Américo de Almeida (1951-1953, 1954-1956);

João Fernandes de Lima (1953-1954);

Flávio Ribeiro Coutinho (1956-1958);

José Fernandes de Lima (1960-1961);

Pedro Moreno Godim (1958-1960 e depois 1961-1966);

João Agripino Filho (1966-1971);

Ernani Sátyro (1971-1975);

Ivan Bichara Sobreira (1975-1979);

Dorgival Terceiro Neto (1979);

Tarcísio Burity (1979-1982);

Clóvis Bezerra (1982-1983);

Wilson Braga (1983-1986);

Riveldo Bezerra Cavalcante (1986);

Milton Cabral (1986-1987);

Tarcísio Burity (1987-1991);

Ronaldo Cunha Lima (1991-1994);

Cícero Lucena (1994-1995);

Antônio Mariz (1995);

José Maranhão (1995 - ....).


4.3 Sítios Arqueológicos da PB

Em se tratando de arqueologia, a Paraíba possui um potencial invejável.
No município de Ingá, encontra-se o sítio arqueológico mais visitado do Estado, conhecido como Pedra do Ingá , onde estão gravadas, na dura rocha, no leito de um rio, dezenas e dezenas de inscrições rupestres, formando fantásticos painéis com mensagens até hoje não decifradas.

Embora ainda fazendo parte do desconhecido, os achados da Pedra do Ingá estão já há bastante tempo catalogados por notáveis arqueólogos como um dos mais importantes documentos líticos, motivando permanente e incessantes pesquisas, que buscam informações mais nítidas sobre a vida e os costumes de civilizações passadas.

Seriam as itacoatiaras do Ingá manifestações dos deuses? O que estes antepassados quiseram transmitir, com suas inscrições sincronizadas, esculpidas na rocha? As respostas vêm sendo tentadas por arqueólogos, antropólogos, astrônomos e ufólogos, que chegam de várias partes do mundo, interessados em desvendar esses mistérios.

O destaque do Sítio Arqueológico são três painéis de riquíssima arte rupestre. Existem sulcos e pontos capsulares seqüênciados, ordenados, que lembram constelações, serpentes, fetos e variados animais, todas parecendo o modo que os indígenas ou os visitantes de outras latitudes tinham para anunciar idéias ou registrar fatos e lendas. O bloco principal, de 24 metros de comprimento por cerca de 4 metros de altura, divide o rio Ingá de Bacamerte em dois, durante o inverno. No verão, o rio corre por trás das inscrições.

No sítio arqueológico de Ingá surgiu um Museu de História Natural, que acolhe cerca de duas dezenas de fósseis de animais que aí viveram, retirados do sítio Maringá e em Riachão do Bacamarte.

O sítio arqueológico de Ingá é ainda uma reserva ecológica da biosfera da caatinga, onde encontram-se diversas espécies de árvores, entre elas uma velha baraúna, com mais de 100 anos de vida. Curiosamente, a ingazeira, espécie de árvore que inspirou o nome da cidade, desapareceu a mais de 40 anos. A prefeitura de Ingá está trazendo da cidade de Areia várias mudas de ingazeira, a fim de restaurar um pouco da história local.

No alto sertão, mais propriamente no município de Sousa, encontra-se o Vale dos Dinossauros, uma vasta área onde estão registradas inúmeras pegadas fossilizadas de animais pré-históricos, transformadas em rochas pela ação do tempo.


História da Paraíba - Capitulo V

História da Paraíba - Capitulo V

5.1 Divisão Geopolítica da PB

5.1.1 Localização>A Paraíba se encontra localizada no leste da região Nordeste. Com uma área de 56.584,6 Km², o Estado se caracteriza como um dos menores do país.

Por ser cortado pelo Planalto da Borborema, a região sertaneja do Estado possui um clima extremamente seco, característico do sertão nordestino. Isso ocorre porque o Planalto da Borborema impede a passagem de massas de ar que iriam provocar chuvas no interior.

5.1.2 Limites>A Paraíba possui, entre seus extremos, a Ponta do Seixas, importante ponto turístico da capital do Estado. Localizada na praia do Cabo Branco, a Ponta do Seixas é o local que marca o ponto mais oriental das Américas. Este local marca o limite do Estado para o leste, onde o mesmo se encontra com o Oceano Atlântico.
Já à oeste, a Paraíba se limita com o Estado do Ceará, cuja capital é Fortaleza.
Ao norte, o Estado se limita com o Rio Grande do Norte, que tem Natal como capital.
Finalmente, ao sul, a Paraíba se limita com o Estado de Pernambuco, cuja capital é Recife.

5.1.3 Microregiões

Microregiões Homogêneas

Catolé do Rocha 2.952 Km²

Seridó Paraibano 2.669 Km²

Curimataú 2.755 Km²

Piemente da Borborema 2.345 Km²

Litoral da Borborema 2.345 Km²

Sertão de Cajazeiras 5.567 Km²

Depressão do Alto Piranhas 12.409 Km²

Brejo Paraibano 1.105 Km²

Agro Pastoral do Alto Paraíba 1.698 Km²

Serra do Teixeira 3.043 Km²

5.1.4 Relevo>As terras que formam a Paraíba não apresentam a mesma forma em todo o Estado. A baixada litorânea possui altitudes que variam entre 0 e 10 metros e tem as seguintes formas de relevo:

I - As praias> Depósitos arenosos ou terras de várzeas, que ficam junto às embocaduras dos rios que lançam suas águas no Oceano Atlântico.
II - Restingas> Depósitos arenosos em forma de língua ou flecha.
III - Dunas> São montes de areia formados pela ação dos ventos.
IV- Mangues> São planícies de marés com vegetação formada por árvores e arbustos.

Os tabuleiros variam de altitude de 20 a 30 metros, havendo alguns com até 200m. São formados pelo acumulo de terras provenientes de lugares mais altos. São terras altamente férteis e próprias para o cultivo da cana-de-açúcar.
As planícies aluviais correspondem aos grandes vales formados pelos rios Paraíba e Mamanguape, que cortam os tabuleiros.

O Planalto da Borborema constitui a parte mais elevado do relevo paraibano, cruza a Paraíba de Nordeste a Sudeste, com presença de várias serras, com altitude variando entre 500 e 650 metros. Entre as principais serras, podemos destacar a da Araruna, Viração, Caturité, Teixeira, Comissária e outras.
Na Serra de Teixeira fica o Pico do Jabre, o ponto mais elevado da Paraíba, com mais de 1.000 metros de altitude.

A depressão sertaneja se inicia em Patos, após a serra da viração. Constituem um conjunto de terras baixas, ocupando uma área extensa entre a Borborema e as terras situadas nos estados vizinhos.

5.1.5 Clima>A Paraíba situa-se à faixa tropical do hemisfério sul, pois está a uma latitude de 7° próximo ao Equador, porém existem desvios significativos no sentido leste-oeste dos ventos, provocados pelas regiões planálticas.

A região situada próximo ao Equador recebe uma alta radiação energética, que corresponde a 3.000 horas de insolação anual, determinando um clima quente e úmido, com temperatura média anual de 26°C. Percebe-se também pequenas diferenças térmicas influenciadas pelo relevo.

A Paraíba situa-se dentro das faixas dos ventos do Sudeste (alísios), porém estes ventos sofrem desvios relevantes devido à presença de áreas serranas, mais ou menos transversais à direção destes ventos, o que evidenciam sobre a força e a continuidade da massa de ar. Este fato determina uma zona de chuvas abundantes na parte oriental, no inverno; uma zona de chuvas escassas na parte central, no verão e uma zona de chuvas menos escassas na parte ocidental no verão e outono.

O total pluviométrico de 400 a 1.000 mm, juntamente com o período de seca, possuem grande influência na atividade agropecuária da Paraíba.
Podemos concluir que as regiões mais próximas do mar estão sob o domínio do clima quente e úmido. A partir que distanciam-se do litoral as regiões passam a ter o predomínio de climas quentes e secos.

5.1.6 Hidrografia> A mais forte característica dos rios paraibanos é o fato de a maioria serem temporários, ou seja, diminuem bastante de volume ou mesmo secam nos períodos de saca, principalmente no sertão, o que complica a agricultura na região.

As principais bacias hidrográficas da Paraíba são a do rio Piranhas, a do Paraíba, a do Curimataú, a do Camaratuba, a do Mamanguape, a do Miriri, a do Gramame e a do Abiaí.

A principal bacia de todas é a do rio Piranhas, que nasce na serra do Bongá, na fronteira com o Estado do Ceará. Ele tem uma relevante importância para o Estado, uma vez que através da barragem de Mãe D'Água, em Coremas, viabiliza a irrigação de muitas terras.
O Rio Paraíba, o mais famoso do Estado, nasce na serra de Jabitacá, em Monteiro, no Planalto da Borborema.

5.1.7 População>No final da década de 70 e início de 80, a Paraíba possuía uma população de 2.770.176 habitantes. Um novo recenseamento, realizado em 1996, revelou uma população total de 3.305.562 habitantes, sendo 1.598.372 homens e 1.707.190 mulheres.

A população descendo do elemento branco, que era o português colonizador, do negro, procedente da África como escravo para trabalhar na agricultura, e o índio, de origem local.
A população é essencialmente mestiça, resultante da miscigenação dos três grupos étnicos:

Mulato>: Mistura do branco com o negro. Predominante no litoral do Estado.

Caboclo>: Mistura do branco com o índio, predominante no interior do Estado.

O cafuzo>: Mistura do negro com o índio. Este é mais raro.

A Paraíba ocupa o 4° lugar no Nordeste em população absoluta, com uma densidade demográfica de 58,63 hab/Km².

O litoral tem as maiores densidades do Estado, com 300 hab/Km², observados na grande João Pessoa, por ser uma área mais urbanizada e polarizadora. O Agreste e o Brejo vêm depois com densidades entre100 e 300 hab/Km², seguido do Sertão, com densidades entre 10 e 25 hab/Km², elevando-se para 50 hab/Km² em algumas regiões urbanas.

Em 1970, a população paraibana se encontrava, na sua maioria, no campo. Haviam 58% de habitantes no campo, contra 42% nas cidades. Em 1980, o quadro já havia se invertido (42% rural e 58% urbana). Essa mudança, que ocorreu em todo o país nesse período e que tende a evoluir, é proveniente do êxodo rural, onde famílias inteiras saem do campo e vão para as cidades a procura de melhores condições de vida.
Entre os anos de 70 e 80, houve redução de pessoas no setor primário, de 64,83% para 49,99%, o que só veio a confirmar a transferência da população do campo para as cidades. Durante este período, verificou-se um crescimento do setor terciário, de 26,44% para 36,96%. Isto se justifica pelo fato de as pessoas provenientes do campo trabalharem nas cidades justamente neste setor.
De acordo com o censo de 1980, 54,5% da população possuía entre 0 e 19 anos, 37,8% entre 20 e 59 anos e 7,7% com 60 anos ou mais.
Já o censo de 1989 mostrou um declínio da população jovem para 48,4%, o aumento da população adulta para 42,2% e dos idosos para 9,4%.

5.2 Paraíba Atual

5.2.1 Aspectos Políticos>Por toda parte, dentro da Paraíba, existem análogos problemas de seca, condições sociais e similares. As razões de existência dos "chefes políticos" não diferem muito entre si, pelo menos quando se toma a situação como um todo. Os fenômenos de independência constatados na Paraíba correspondem à existência de aglomerações relativamente pequenas.
O problema das cidades ganha relevo na análise política. A síntese dos diferentes elementos, que são as cidades e campo, os "chefes políticos" e os eleitores, afasta-se ainda mais do esquema traçado para a Paraíba. Neste Estado, os partidos políticos são conseqüência de uma certa situação de fato, histórica e contingente.

Os partidos políticos paraibanos são os seguintes:

PCB> Partido Comunista Brasileiro
PSB> Partido Socialista Brasileiro
PSD> Partido Social Democrático
UDN> União Democrática Nacional
PTB> Partido Trabalhista Brasileiro
PSP> Partido Social Progressista
PL> Partido Liberal
PTN> Partido Trabalhista Nacional
PRN> Partido da Reconstrução Nacional
PDS> Partido Democrático Social
PDT> Partido Democrático Trabalhista
PFL> Partido da Frente Liberal
PSC> Partido Social Comunista
PMN> Partido da Movimentação Nacional
PMDB> Partido do Movimento Democrático Brasileiro
PT> Partido dos Trabalhadores
PC do B> Partido Comunista do Brasil
PSDB> Partido Socialista Democrático Brasileiro
PST> Partido Social Trabalhista
PDC> Partido Democrático Cristão

Os principais órgãos públicos que auxiliam o governo são:

Telpa> Telecomunicações da Paraíba, responsável pelos serviços telefônicos;
Paraiban> Banco do Estado da Paraíba S/A. Foi fechado pelo Banco central e reaberto no goveerno de Ronaldo Cunha Lima;
Cagepa> Companhia de Água e Esgoto da Paraíba;
Ceasa> Centrais de Abastecimento Sociedade Anônima, responsável pelo abastecimento agrícola;
Saelpa> Sociedade Anônima de Eletrificação da Paraíba, responsável pelo abastecimento de energia elétrica no Estado, com exceção de Campina Grande, onde o serviço é prestado pela Celb;
Ipep> Instituto de Previdência do Estado da Paraíba, responsável pela assistência médica, benefícios e aposentadorias dos trabalhadores estaduais;
Cehap> Companhia Estadual de Habilitação Popular, responsável pela habilitação das pessoas mais pobres;
Pbtran> Batalhão da Polícia de Trânsito;
ECT> Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Para coordenar as atividades comerciais, agrícolas, sociais e políticas, a fim de melhorar as condições de vida da população, o poder é dividido em três:

Poder Legislativo>Exercido pelos deputados estaduais, eleitos pelo povo como seus representantes, durante um período de 4 anos.

Poder Judiciário>Exercido pelo Tribunal de Justiça, por meio dos desembargadores e juizes

Poder Executivo> Exercido pelo governador do Estado, que atua por 4 anos.

5.2.2 Aspectos Econômicos>Sob o ponto de vista econômico, considerando a P.E.A. (população economicamente ativa) correspondente aos setores econômicos, percebe-se que está ocorrendo uma redução no número de pessoas ocupando o setor primário paraibano, o que confirma a saída da população do campo. Enquanto isso, nas cidades, o setor terciário está sofrendo aumento gradativo, ao receber a população proveniente do setor primário.

A debilidade da indústria no Estado mostrou uma redução nos percentuais da população pertencente ao setor secundário entre as décadas de 70 e 80. A indústria, em 1995, teve uma crescimento de 7,7% e sua produção de 2,6%, que por pouco não se nivelou ao crescimento líquido demográfico.

Apesar da população paraibana continuar participando cada vez menos do setor primário, este ainda representa a base da economia do Estado. Os principais produtos agrícolas paraibanos são:

Abacaxi>Sobre o qual a Paraíba se destaca como o maior produtor, tendo grande importância para a exportação. O abacaxi é cultivado em Sapé, Mari e Mamanguape.
Sisal> Nos anos 50 e 60 foi o principal produto agrícola paraibano. Hoje ocupa o terceiro lugar na exportação estadual.
Cana-de-açúcar> Possui grande importância econômica, pois dela se fabrica o álcool usado como combustível. As principais áreas de cultivo são os vales, os tabuleiros e o litoral.
Algodão> Na região sertaneja, ocupa lugar de destaque. Essa cultura já representou o principal produto agrícola paraibano.
Mandioca, milho e feijão>São culturas de subsistência.
Na produção animal, destacamos os rebanhos:
Bovino> Sua produção se destina basicamente a alimentação local. Localiza-se mais intensamente no Agreste e no Sertão.
Suíno> Com a melhoria das técnicas de criação, o rebanho vem apresentando um crescimento. Localiza-se no Cariri e no Sertão.
Caprinos e Ouvinos> Fornece carne e leite. Localiza-se nos Cariris e no Sertão.
Eqüinos, Asininos e Muares> Destinados ao transporte.
Percebe-se que a pecuária é praticada de forma extensiva na Paraíba.
5.2.3 Aspectos Sociais> Nosso povo surgiu na mistura das raças branca, negra e índia. Esta última já habitava a região.
A população da Paraíba é essencialmente mestiça, o que resulta da união de três etnias: a mulata, a cabocla e a cafuza.

A Paraíba é o Estado mais pobre do Brasil, mas atualmente o governo do estadual está com a iniciativa de gerar empregos, trazendo indústrias do sul do país, como por exemplo podemos citar a Embratex (indústria têxtil implantada em Campina Grande a pouco tempo).

5.2.4 Aspectos Religiosos>Na Paraíba existem várias religiões, porém o Catolicismo é a predominante. O protestantismo vem crescendo muito nos últimos tempos e cada vez mais atrai adeptos da Igreja Católica. Par evitar isso, os carismáticos vêm se esforçando para buscar jovens, a fim de mostrar-lhes um catolicismo mais atrativo e que possa chamar-lhes a atenção.
Existem Igrejas Protestantes, como por exemplo a Universal do Reino de Deus, que podem ser consideradas como "comerciantes", pelo fato de exigirem dinheiro de seus fiéis. Este tipo de Igreja tem obtido um sucesso e uma divulgação impressionantes, já que são bastante difundidas pelos meios de comunicação.
Além da Igreja Universal do Reino de Deus, há outras igrejas protestantes, também bastante difundidas, como a Igreja Presbiteriana e a Assembléia de Deus.

Além dessas igrejas citadas existem outras com um número menor de adeptos, e outras que são consideradas seitas. São elas: Espiritismo, Umbanda, Rosa Cruz, Borboleta Azul, Maçonaria, Igreja Messiânica, Gnose (controle da mente), Igreja dos Mormos e outras menos significativas.

5.2.5 Aspectos Culturais

Folclore
As manifestações folclóricas e populares existem em grande quantidade na Paraíba. Tais manifestações fazem parte da cultura do Estado paraibano.
Dentre estes acontecimentos, podemos citar:festas de padroeiro, festas natalinas, festas juninas, casamentos, batizados, noivados, festas de ano novo, festas de caráter religioso, vaquejadas, exposições agropecuárias, festas do calendário cívico, entre outras.

Artesanato
Literatura transmitida de pessoa a pessoa, que se conserva na memória do povo. Fazem parte desta literatura: as anedotas, a cantoria de viola, a glosa, a parlenda, o folheto de cordel, o provérbio, advinha, etc.
Anedota>Tipo de estória curta, que tem por finalidade provocar risos em alguém.
Cantoria>Atividade própria do poeta-cantador. A cantoria sofreu codificações desde o seu surgimento até hoje, e atrai muitas pessoa para vê-la.
Parlenda>Poema feito em versos curtos, geralmente utilizados para distrais crianças.
Provérbio>Sentença breve, criada pelo povo. Tem por finalidade mostrar a experiência humana.
Advinha>Tipo de passatempo divertido.

Festas Populares
Na Paraíba, as festas cívicas e populares são comemoradas pela população com grande entusiasmo.
Os paraibanos aprenderam a festejar acontecimentos religiosos com os portugueses, tendo influência também dos indígenas.
Os festejos populares realizados em homenagem aos padroeiros servem para reencontrar pessoas que não se vinham a muito tempo, especialmente familiares que vêm de outras localidades para fazer uma visita à sua terra natal. Esses festejos também servem para o divertimento da população.

As principais festas populares são:
- Festa de Nossa Senhora das Neves e Festa de Nossa Senhora da Penha, ambas comemoradas em João Pessoa;
- São João e Micarande, festas populares comemoradas em Campina Grande, que atraem turistas de todo o país;
- Festa da Luz, em Guarabira;
- Festa da Guia, em Patos;
- Festa do Rosário, que ocorre em Pombal e Santa Luzia.


História da Paraíba - Capitulo III

História da Paraíba - Capitulo III

3.1 Invasões Holandesas

Em 1578 o jovem rei de Portugal, D. Sebastião, foi morto na batalha de Alcácer-Quibir, na África, deixando o trono português para seu tio, o cardeal D. Henrique, o qual devido à sua avançada idade acabou morrendo em 1579, sem deixar herdeiros. O Rei da Espanha, Felipe II, que se dizia primo dos reis portugueses, com a colaboração da nobreza portuguesa e do seu exército, conseguiu em 1580 o trono português.

A passagem do trono português à coroa espanhola prejudicou os interesses holandeses, pois eles estavam travando uma luta contra a Espanha pela sua independência e a Holanda era responsável pelo comércio do açúcar nas colônias portuguesas, o que lhes garantiam altos lucros. Dessa forma, rivais dos espanhóis, os holandeses foram proibidos de aportarem em terras portuguesas, o que lhes trouxe grande prejuízo.

Interessados em recuperar seus lucrativos negócios com as colônias portuguesas, o governo e companhias privadas holandesas formaram a Companhia das Índias Ocidentais, para invadir as colônias.

A primeira tentativa de invasão holandesa ocorreu em 1624, em Salvador. O governador da Bahia, Diogo de Mendonça Furtado, havia se preparado para o combate, porém com o atraso da esquadrilha holandesa, os brasileiros não mais acreditavam na invasão quando foram pegos de surpresa.
Durante o ataque o governador foi preso. Mas orientadas por Marcos Teixeira, as forças brasileiras mataram vários chefes batavos, enfraquecendo as tropas holandesas. Em maio de 1625, eles foram expulsos da Bahia pela esquadra de

D. Fradique de Toledo Osório.

Ao se retirarem de Salvador, os holandeses, comandados por Hendrikordoon, seguiram para Baía da Traição, onde desembarcaram e se fortificaram. Tropas paraibanas, pernambucanas e índios se uniram a mando do governador Antônio de Albuquerque e Francisco Carvalho para expulsar os holandeses. A derrota batava veio em agosto de 1625.

Após esse conflito ao holandeses seguiram para Pernambuco, onde o governador Matias de Albuquerque, objetivando deixá-los sem suprimentos, incendiou os armazéns do porto e se entrincheirou-se.

Na Paraíba, por terem ajudado os holandeses, os Potiguaras foram expulsos por Francisco Coelho. Percebe-se nesse período a grande defesa da terra.
Temendo novos ataques, a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, foi reconstruída e guarnecida e a sua frente, na margem oposta do Rio Paraíba, foi construído o Forte de Santo Antônio.

Aos cinco dias de dezembro de 1632, comandados por Callenfels, 1600 batavos desembarcaram na Paraíba. Ocorreu um tiroteio, os holandeses construíram uma trincheira em frente a fortaleza de Santa Catarina, mas foram derrotados com a chegada de 600 homens vindos de Felipéia de Nossa Senhora das Neves a mando do governador.

Após esse acontecimento os brasileiros tentam construir uma trincheira em frente a fortaleza. Os holandeses tentam impedir, mas o forte resiste. Incapazes de vencer, os batavos se retiram para Pernambuco.

Os holandeses decidem atacar o Rio Grande do Norte, mas Matias de Albuquerque, 200 índios e 3 companhias paraibanas os impediram de desembarcar.

Os holandeses voltam à Paraíba para atacar o Forte de Santo Antônio, mas ao desembarcarem percebam a trincheira levantada pelos paraibanos, fazendo com que eles desistissem da invasão e voltassem ao Cabo de Santo Agostinho.
Após um tempo os holandeses resolvem tentar invadir a Paraíba novamente, pois ela representava uma porta para a invasão batava em Pernambuco. Dessa forma, em 25 de novembro de 1634 partiu uma esquadra de 29 navios para a Paraíba.

Aos quatro dias de dezembro de 1634, bem preparados os soldados holandeses chegam ao Norte do Jaguaribe, onde desembarcaram e aprisionaram três brasileiros, entre eles o governador, que conseguiu fugir.
No dia seguinte o resto da tropa holandesa desembarcou aprisionando mais pessoas. No caminho por terra para Cabedelo os batavos receberam mais reforços.

Antônio de Albuquerque Maranhão enviou à Paraíba tudo o que foi preciso para combater com os chefes holandeses na região do forte. Enquanto isso, Callabar roubava as propriedades. Vieram reforços do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. O capitão Francisco Peres Souto assumiu o comando da fortaleza de Cabedelo.

Apenas em 15 de novembro chegou à Paraíba o Conde Bagnuolo, para auxiliar os paraibanos. Como os paraibanos já encontravam-se em situação irremediável, resolveram entregar o Forte de Cabedelo e logo em seguida o Forte de Santo Antônio.

O Conde de Bagnuolo foi para Pernambuco; Antônio de Albuquerque e o resto da tropa, juntamente com o resto do povo, tentou fundar o Arraial do Engenho Velho.

Os holandeses chegaram com seus exércitos na Felipéia de Nossa Senhora das Neves em 1634, e a encontraram vazia. Foram então à procura de Antônio de Albuquerque no Engenho Velho, mas não o encontraram.

O comandante das tropas holandesas entendeu-se com Duarte Gomes, que procurou a Antônio de Albuquerque, que prendeu-o e mandou-o para o Arraial do Bom Jesus. Depois, os holandeses mandaram libertar Duarte Gomes.
No Engenho Espírito Santo, os nossos guerreiros venceram os invasores, que eram chefiados por André Vidal de Negreiros.

Os paraibanos continuavam com a idéia de querer expulsar os holandeses. Buscaram forças para isso: arranjaram homens no Engenho São João e contaram com o apoio de André V. de Negreiros. Quando os holandeses descobriram, também se prepararam para o combate. Os paraibanos reuniram-se em Timbiri, e depois seguiram para o Engenho Santo André, onde foram atacados por Paulo Linge e sua tropa.

Após várias lutas, morreram oitenta holandeses e a Paraíba perdeu o capitão Francisco Leitão.

Os combatentes, que estavam recolhidos no engenho Santo André, continuaram com as provocações aos holandeses, tornando assim complicada a situação de Pernambuco.

A fortaleza de Pernambuco estavam entregue aos prisioneiros soltos por Hautyn. Francisco Figueroa chegou para governar a capitania por um determinado tempo. Em 1655, chegou João Fernandes Vieira para assumir a Capitania da Paraíba.

Jerônimo de Albuquerque conquistou o Maranhão com a ajuda de seu filho Antônio de Albuquerque Maranhão. Em 1618, então este teve por herança o governo do Maranhão, que teria a assessoria de duas pessoas escolhidas pelo povo. Antônio não gostou muito de seus auxiliares e os dispensou. Seguindo os assessores seu próprio caminho, Antônio de Albuquerque abandonou o governo do Maranhão e casou-se em Lisboa, tendo desse casamento dois filhos.

Antônio voltou ao Brasil em 1627, com a nomeação de Capitão-Mor da Paraíba.
A Capitania da Paraíba na época da invasão holandesa.

Na época da invasão holandesa, a população era dividida em dois grupos: os homens livres (holandeses, portugueses e brasileiros) e os escravos (de procedência brasileira ou africana). Durante muito tempo de domínio holandês no Brasil, não houve mistura de raças.

Política administrativa holandesa na Paraíba
Por uma década, a capitania da Paraíba teve como administradores alguns governadores holandeses:

Servais Carpentier>Também governou o Rio Grande do Norte, e sua residência oficial foi no Convento São Francisco.

Ippo Elyssens>Foi um administrador violento e desonesto. Apoderou-se dos melhores engenhos da capitania.

Elias Herckmans>Governador holandês importante, que governou por cinco anos.

Sebastian Von Hogoveen>Governaria no lugar de Elias H., mas morreu antes de assumir o cargo.

Daniel Aberti>Substituto do anterior.

Gisberk de With>Foi o melhor governador holandês, pois era honesto, trabalhador e humano.

Paulo de Lince>Foi derrotado pelos "Libertadores da Insurreição", e retirou-se para Cabedelo.

3.2 Conquista para o Interior da Paraíba

Através de entradas, Missões de Catequese e bandeiras, o interior da Paraíba foi conquistado, principalmente após as invasões holandesas.

Os missionários pregavam o cristianismo nas suas Missões, alfabetizavam e ensinavam ofícios aos índios e construíam colégios para os colonos.

Os missionários encontraram um planalto com uma campina verde e um clima agradável. Um aldeamento de índios cariris que se organizaram na região deram-lhe o nome de Campina Grande.
Entre os missionários, destacou-se o Padre Martim Nantes, cuja missão deu origem à vila de Pilar.

As Missões de Catequese foram as primeiras formas de conquista do interior da Paraíba. Após elas foram executadas bandeiras com a finalidade de capturar índios.

O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo foi o homem que comandou a primeira bandeira na Paraíba. Esta bandeira se deu através do Rio Paraíba e teve como destaque a fundação de um povoado chamado Boqueirão. Esta primeira bandeira, apesar de ter sido tumultuada, foi bem sucedida, uma vez que Teodósio aprisionou vários índios. Teodósio é tido como o grande responsável pela colonização do interior da Paraíba. Ele estabeleceu-se no interior e trouxe famílias e índios para povoá-lo.

Os passos de Teodósio foram seguidos pelo capitão-mor Luís Soares, que também se destacou por suas penetrações para o interior.
Um homem chamado Elias Herckman procurou minas e chegou à Serra da Borborama. Sua atitude (a de procurar minas) foi seguida por Manuel Rodrigues.

O fundador da Casa da Torre, Francisco Dias D’ávila, foi outro bandeirante que se destacou na colonização da Paraíba.
Entre as várias tribos (caicós, icós, janduis, etc.) que se destacaram no conflito contra conquista do interior paraibano, os mais conhecidos são os sucurus, que habitavam Alagoas de Monteiro.

3.3 Análise política, econômica e social da capitânia nos séculos XVII e XVIII
Análise Política

Na administração colonial do Brasil, foram configurados três modalidades de estatutos políticos: o das capitanias hereditárias, o do governo geral e o do Vice-reino.

Na Paraíba, tivemos a criação da Capitania Real em 1574.
Em 1694, depois de mais de noventa anos de fundação, esta capitania se tornou independente. Entretanto, passados mais de sessenta anos, a capitania da Paraíba foi anexada à de Pernambuco em 1o de janeiro de 1756.

Houve prejuízo nesta fusão para a capitania paraibana, além de prejudicar o Real Serviço, em virtude das complicações de ordem General de Pernambuco, do governador da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Por isto, em 1797, o governador da capitania, Fernando Castilho dá um depoimento, descrevendo a situação da Capitania Real da Paraíba à Rainha de Portugal. Em 11 de janeiro de 1799, pela Carta Régia, a Capitania da Paraíba separou-se da de Pernambuco.

O interior da capitania foi devastado por bandeirantes, que penetravam até o Piauí. Entretanto a conquista do Sertão foi realizada pela família Oliveira Ledo.
Outro fato político foram as constantes invasões de franceses a mando da própria coroa francesa.
A invasão holandesa e a Guerra dos Mascates, em que a Paraíba esteve sempre presente com heroísmo de seus filhos, tiveram a sua conseqüência política, uma vez que estimulou o sentimento nacionalista dos paraibanos.
Análise Econômica
Na época colonial, a Paraíba ofereceu no aspecto econômico um traço digno de registro. Entre os principais produtos e fontes de riqueza, destacavam-se o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o algodão e o comércio de negros.
O pau-brasil, proveniente da Ásia, era conhecido como ibira-pitanga pelos índios. O seu valor como matéria prima de tinturaria foi atestado na Europa e na Ásia. Daí a sua importância econômica. Pernambuco e Paraíba figuravam entre os pontos do Brasil onde a ibira-pitanga era mais encontrada.
A cana-de-açúcar, que foi a principal riqueza da Paraíba com os seus engenhos, veio do Cabo Verde. Foi plantada inicialmente na Capitania de Ilhéus.

A cana não se aclimatou na Europa. Na idade média o açúcar era um produto raro de preço exorbitante. Figurava em testamento no meio das jóias.
Isto provou bem a importância do açúcar, de que resultou o desenvolvimento e progresso das colônias brasileiras. Na primeira década da fundação da Paraíba, já se encontravam dez engenhos montados.
Desde 1532 que entrava na capitania este produto armazenado nos celeiros, na feitorias de Iguarassú. Os franceses já traficavam com o algodão. Entretanto a economia do "ouro branco" só se desenvolveu no século XVIII. Aqui na capitania o algodão teve uma suma importância na balança da economia.
Na Paraíba o rebanho de gado vacum também teve importância econômica. Não foi ele somente utilizado como fonte de subsistência entre nós. Entrou nos engenhos como impulsionador das moendas.

Teve o gado a sua fase áurea durante a "idade do couro", quando tudo se fazia com o couro com fins comerciais; móveis, portas, baús, etc.

O Tráfico de Escravos

No início da colonização, começaram a ser introduzidos no Brasil os escravos. A data é omissa, mas presume-se que tenham vindo primeiro com Martim Afonso de Souza para a Capitania da São Vicente.
Na Paraíba, o empreendimento do comércio de negros iniciou-se logo após o Decreto Real de 1559, da Regente Catarina permitindo aos engenhos comprar cada um doze (12) escravos.
O escravo era mercadoria cara. Seu valor médio oscilava entre 20 e 30 libras esterlinas.

Análise Social; Igrejas

Duarte Coelho Pereira fundou uma nova Lusitânia, composta apenas por nobres. Alguns nobres de Pernambuco se refugiaram para a Paraíba, antes que ocorresse alguma invasão holandesa. Ao chegarem, fizeram seus engenhos, onde viviam com muito luxo, desfrutando de tudo.
Ocorre que nem toda a população vivia tão bem como a nobreza, uma vez que haviam mulheres e moças analfabetas, que só faziam os afazeres domésticos
Havia também outras classes sociais, compostas por comerciantes e aventureiros, que enriqueciam rapidamente, faziam parte da burguesia, querendo chegar a fazer parte da nobreza.
Os integrantes da máquina administrativa constituíam outra classe. Eles eram considerados os homens bons, viviam uniformizados.
O fator mais importante para a sociedade foi a Igreja, devido à sua maneira de catequizar o povo.

As principais igrejas que acompanharam a Paraíba no tempo colonial foram:
- A matriz de Nossa Senhora das Neves
- Igreja da Misericórdia
- Igreja das Mercês
- Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
- Capela de Nossa Senhora da Mãe dos Homens
- Igreja do Bom Jesus dos Martírios


Quando o Brasil ainda não era o Brasil

Quando o Brasil ainda não era o Brasil, os índios se encarregavam de tarefas árduas. Caçavam animais silvestres como o veado. Enquanto isso, as índias faziam trabalhos delicados, como moldar a argila, cozinhar e plantar mandioca-brava, aipim, nabo e cará.
A baía de Guanabara abrigou os espanhóis João Dias de Solis (32) e Fernão de Magalhães (28) e uns portugueses do babado, que defendiam a todo custo a nossa maior riqueza: o vermelhaço PAU Brasil.
Em 1574, o Rio de Janeiro passou a ser capital da parte sul do Brasil e, em 1578 Salvador voltou a ser a capital de todo o Páis.
Araribóia, o índio, arrasou numa batalha, ganhando um prêmio inédito na história: as seis Marias. As seis deixaram o índio enlouquecido e podem ser as responsáveis pela disseminação das raças mameluca ou cabocla (estamos cafuzas).
Algumas tribos praticavam a antropofagia, eram as tribos onde todo mundo comia todo mundo. As poderosíssimas índias que comiam todos, deixavam o bofe preso numa choça, pintavam-lhe o corpinho todo e ameaçavam com palavras bruscas, mostrando seus tacapes, deixando os bichinhos amedrontados. Enquanto uma acendia a fogueira, a outra amarrava o bofe e cortava-o em fatias. Alguns gostavam da brincadeira, mas eram comidos passados no azeite.
Esse processo de seleção natural fez com que as tribos antropofágicas fossem todas constituídas de índias espadas, enquanto as outras mais liberais perpetuaram-se até os dias de hoje.


Símbolos da Paraíba

Símbolos da Paraíba
Cada Estado possui seus símbolos; o Hino, o Escudo e Bandeira.

O Hino Oficial da Paraíba, possui a poesia de Francisco Aurélio Figueiredo e Melo e a música de Abdon Felinto Milanez:

Hino do Estado da Paraíba

                       Salve, berço do heroísmo,
                       Paraíba, terra amada,
                       Via-láctea do civismo
                       Sob o Céu do Amor traçada!
 
                       No famoso diadema
                       Que a Pátria a fronte aclara
                       Pode haver mais ampla gema:
                       Não há-Pérola-mais rara!
        
                       Quando repelindo o assalto
                       Do estrangeiro, combatias,
                       Teu valor brilhou tão alto
                       Que uma Estrela-parecias!
 
                       Tens um passado de glória,
                       Tens um presente sem jaça:
                       Do Porvir canta a vitória
                       E, ao teu gesto - a Luz se faça!
 
                       Salve, ó berço do heroísmo,
                       Paraíba, terra amada,
                       Via-láctea do civismo
                       Sob o Céu do Amor traçada!

A bandeira da Paraíba traz consigo o símbolo NEGO, em letras brancas sobre o fundo rubro-negro onde o vermelho ocupa dois terços do espaço e o preto apenas um terço, ao lado do mastro.
O NEGO representa o protesto de João Pessoa, quando não aceitou a candidatura de Júlio Prestes à Presidência da República como sucessor de Washington Luís.

A cor vermelha representa o sangue derramada por João Pessoa (ele foi assassinado) e a cor negra representa o estado de luto em que a Paraíba se encontrava no momento. Em função de seu assassinato, a capital do Estado passou a chamar-se João Pessoa.

O Escudo do Estado da Paraíba possui três ângulos na parte superior e um na parte inferior, contendo 15 estrelas azuis que representam a divisão administrativa em Comarcas. No alto, há uma estrela maior com um barrete frígio (boné de feltro com o qual o senhor cobria a cabeça do escravo na cerimônia de liberdade), significando liberdade.

No interior do escudo, há duas paisagens: uma representando um trecho do litoral com o sol nascente, e outra, um campo de criação com um pastor, numa alusão ao Sertão. Circundado-o, encontra-se uma ramagem de cana-de-açúcar à esquerda, e à direita, uma de algodão que se entrelaçam. No ponto da fusão, há uma laço vermelho, numa faixa, onde lê-se "5 de agosto de 1585", a data oficial da fundação da Paraíba.


Um anjo que chegou

Um anjo que chegou como uma suave brisa,
trazendo o perfume das flores silvestres.
Quando percebi, não sei explicar ainda,
o sentimento aflorou por todo o meu ser.
Assustado! Acho que me perdi,
não sei se de mim ou de você.
Meus pensamentos me atordoaram,
o meu todo ficou entorpecido,
entrou em letargia, quase sem entender,
trouxe em uma fração de segundo em minha mente,
a única imagem sua,
relembro a suavidade de sua voz de menina,
sem muito esforço fico lenitivo, lépido.
Sentindo-me até fraco diante do ocorrido,
acho, não sei como tratar ainda,
o impacto da emoção de saber que já faço parte de você.
Confesso o meu não saber,
mas quero aprender a te fazer feliz,
arrebatar-te deste querer,
poderemos ser felizes, nos completarmos
Ao supor, imaginar estar com você,
todo meu corpo entra em fervor,
esse ardor em muito eleva a minha temperatura,
meus poros se dilatam,
exalando o cheiro gostoso de querer estar com você e,
não estou ainda sabendo como tratar.
Como se fosse uma melodia febril,
sinto o turbilhão dos meus pensamentos,
imagens, sons, sonhos, querer, tentar,
poder fazer, todos a te procurar.
Às vezes, penso em fugir, esquecer,
querer continuar sem ter,
meus pensamentos me acusam,
condenam, ficam a me impelir a querer,
talvez sem poder ter
ou não permitir a sua aproximação.
Sinto esses raios de sol,
que por agora aquecem minh'alma, me revigoram,
me tornam mais ávido, começam a iluminar
e derreterem a dormência da minha solidão boreal.
Eu quero saber quem você é,
do que gosta, seus desejos, suas alegrias,
suas tristezas, sua vida.
Posso até estar desiludido,
sem saber se teremos tempo,
não quero ser incauto,
pois me vejo mais encanecido.
Não quero mais me incender com as lembranças,
mesmo que tênue,
que nesta vida ainda não se acercou de mim.
Ao ousar por transluzir todos meus sentimentos,
desejos, vontades, querer, esperanças,
tornar palpável e real  os sonhos bem sonhados,
não foi com o objetivo de te fazer ainda mais sonhar,
tomar decisões sem muito pensar.
Sim, eu quero aprender a amar,
a poder ter, sem aprisionar ou ser.
Quero fazer crescer esse gostar,
sentir a transmutação global para o amor,
transladar esse oceano do querer, nos completar.
Vem. Afaste-me dessa solidão que por muito me maltrata,
que me isola do viver. Que tudo faz parar.
Que me marcou no peito a dor do sentimento.
Vem menina mulher. Retira de mim essa marca.
Quero saciar-me compartilhando seu viver,
sentir para sempre essa brisa de flores silvestres.
Arrebata-me desta solidão,
ou será que ainda como romântico,
todo esse sentir, será apenas...
um Sonho Mágico? 


NATAL !!!!

NATAL !!!!
Época de reflexões sobre tudo o que fizemos durante todo o ano !!!
Então...deixe o NATAL chegar e alegrar seus corações.
Deixe a alegria do ANO NOVO vir chegando de mansinho.

Deixe a FELICIDADE tomar conta de você.
Certa vez, num quarto modesto, o doente pedia silêncio. Mas a velha porta rangia nas dobradiças cada vez que alguém abria ou fechava, com a passagem do médico, amigos, familiares e todos aqueles que prestavam assistência e carinho ao doente. Depois de várias horas de incômodo, chegou um vizinho e colocou algumas gotas de óleo lubrificante na antiga porta e ela silenciou tranquila e obediente. A lição é singela, mas, muito expressiva.

Em muitas ocasiões há tumulto dentro dos nossos lares, no ambiente de trabalho, numa reunião qualquer. São as dobradiças das relações fazendo barulho inconveniente. São problemas complexos, conflitos, inquietações, abalos... Entretanto, na maioria dos casos nós podemos apresentar cooperação definitiva para a extinção de discórdias. Basta que lembremos do recurso infalível de algumas gotas de compreensão e a situação muda. Algumas gotas de perdão acabam de imediato como chiado das discussões mais calorosas.
Gotas de paciência no momento oportuno podem evitar grandes dissabores.
·         Poucas gotas de carinho penetram as barreiras mais sólidas e produzem efeitos duradouros e salutares.
·         Algumas gotas de solidariedade podem conter uma guerra de muitos anos.
·         É com algumas gotas de amor que as mães dedicadas abrem as portas mais emperradas dos corações confiados à sua guarda.
·         São gotas de puro afeto que penetram e dulcificam as almas ressecadas de esposas e esposos, ajudando na manutenção da convivência duradoura.
·         Nas relações de amizade, por vezes, algumas gotas de afeição são suficientes para lubrificar as engrenagens e evitar os ruídos estridentes da discórdia e da intolerância.
·         Dessa forma, quando você perceber que as dobradiças das relações estão fazendo barulho inconveniente, não espere que o vizinho venha solucionar o problema. Lembre-se que você poderá silenciar o problema. Lembre-se que você poderá silenciar qualquer discórdia lançando mão do óleo lubrificante do amor, útil em qualquer circunstância e sem contra-indicação.
·         Não é preciso grandes virtudes para lograr êxito nessa empreitada. Basta agir com sabedoria e bom senso.
·         Às vezes, são necessárias apenas algumas gotas de silêncio para conter o ruído desagradável de uma discussão infeliz.
E, se você é daqueles que pensa que os pequenos gestos nada significam, lembre-se de que as grandes montanhas são constituídas de pequenos grãos de areia.
FELIZ NATAL E UM ANO NOVO CHEIO DE GRANDES REALIZAÇÕES !!
Votos sinceros de João Pessoa - Paraíba

2000 / 2001