18 de abril de 2009

História DA Portuguesa

História

A Associação Atlética Portuguesa surgiu em 20 de novembro de 1917, por iniciativa de Lino do Carmo, em assembléia com outros 14 descendentes de portugueses. A idéia de criar uma fundação esportiva já existia há três anos, quando trabalhadores lusitanos da Pedreira do Contorno, no bairro do Jabaquara, admiravam o esporte praticado no Espanha Futebol Clube.
Em 1950, a Briosa, como é popularmente conhecida, realizou a primeira excursão ao exterior. O destino foi Portugal, onde conquistou cinco vitórias e sofreu duas derrotas. Nove anos depois, a Portuguesa Santista realizou outra viagem, desta vez para Angola e Moçambique, países da colônia lusitana. Lá conquistou a Fita Azul do futebol brasileiro, título dado ao país que obteve maior sucesso atuando fora do Brasil. Nas 15 partidas realizadas na África, foram 15 vitórias, com 75 gols marcados.
Em 1964, a Portuguesa Santista conquistou o direito de disputar a Divisão Especial do futebol paulista ao ser campeã da Primeira Divisão. A decisão foi no dia 7 de março do ano seguinte, na vitória de 1 a 0 contra a Ponte Preta, gol marcado por Samarone.
A Briosa permaneceu na elite do futebol paulista até 1978, quando voltou à divisão de acesso. O clube conseguiu retornar à primeira divisão em 1996, quando foi vice-campeão da Série A2, perdendo o título para a Inter de Limeira, sob comando do ex-jogador Serginho Chulapa.



Briosa comemora 90 anos tentando resgatar tradição







Santos, SP, 19 (AFI) - Com o objetivo de manter o projeto de reestruturar os departamentos de futebol profissional e de dase, a Portuguesa Santista comemora 90 anos de fundação nesta terça-feira. Para o atual vice de Esportes do clube, Manoel Ruas, “estas próximas semanas serão importantes para definirmos os patrocinadores. Estamos nos reunindo diariamente para darmos sequência ao nosso planejamento”.

Um clube que se orgulha de ter revelado grandes nomes para o futebol brasileiro. Tudo começou no mês de novembro de 1914, onde os "canteiros" que trabalhavam na Pedreira do Contorno, no bairro do Jabaquara, tiveram o primeiro contato com o futebol.

Três anos depois, em 19 de novembro de 1917, como faziam todos os dias no final da tarde, os "canteiros" das Docas estavam reunidos no salão do barbeiro Alexandre Coelho, situado à Rua Dr. Manoel Carvalhal - hoje Rua Joaquim Távora, 342.

Foi quando Lino do Carmo lançou a idéia da fundação de um clube de futebol, que lembrasse a pátria distante, ao contrário do Lusitano, do Paquetá, que se referia apenas a raça. Foi no dia seguinte, dia 20 de novembro de 1917, que foi realizada uma assembléia para a fundação da Associação Atlética Portuguesa.

No ano de 1920, já na Divisão Principal do futebol santista, começou a luta para incrementar o campo de jogo, na Avenida Pinheiro Machado. O primeiro passo foi obter a permissão para cercar o terreno.

















do Sr. Ulrico Mursa (foto), seu superintendente. Enfim em 5 de dezembro de 1920, com apenas três anos e 15 dias de existência, a AA Portuguesa inaugurava sua bonita praça de esportes, que levaria o nome de Ulrico Mursa.

No primeiro jogo, vitória por goleada: 6 a 0 sobre o Syrio Futebol Clube. E a Portuguesa não parou de crescer. Em 1928, Benjamin Alves dos Santos e Anthero Corrêa viram o seu sonho, que era encarado com pura loucura, se tornar realidade. O clube construía a primeira arquibancada de concreto e coberta da América Latina. No dia 24 de outubro de 1938 a Portuguesa inaugurava também o sistema de iluminação em seu estádio.

Em 1959, a Briosa fez sua segunda excursão ao exterior. Nesta viagem, a Portuguesa Santista conseguiu uma importante conquista: a Fita Azul do Futebol Brasileiro. O título foi dado ao clube do País que obteve maior sucesso em uma excursão no exterior.

De 15 partidas disputadas em Angola e Moçambique, na África, de 16 de abril a 28 de maio de 1959, a Briosa do então técnico Filpo Nuñes venceu 15 partidas (invicta), marcou 75 gols e sofreu dez.

Isso foi conseguido graças ao apoio do Sr. Afonso Serra e, principalmente,
Muitos foram os jogos e conquistas marcantes na história da Portuguesa Santista. Porém, sem dúvida, há uma que ficou registrada de forma mais significativa. Foi o título da Primeira Divisão (Intermediária) de 1964, que levou o clube novamente à Divisão Especial.

A decisão aconteceu no dia 7 de março de 1965, no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, diante da forte Ponte Preta. Naquele jogo, a Briosa superou a equipe de Campinas pelo placar de 1 a 0 com gol de Samarone.

Em 94, conquistou o acesso para a Série A-2. Em 1996, com o vice- campeonato obtido, a Briosa retornou à elite do futebol paulista. Em 2000, foi reinaugurado o sistema de iluminação do Estádio Ulrico Mursa. O jogo que marcou o retorno das partidas noturnas da Portuguesa foi disputado contra o São Paulo.

Naquela partida a Briosa venceu por 3 a 1. Em 2003, a Briosa terminou o Estadual na terceira posição. No ano seguinte, terminou em sexto. Em 2007, voltou a disputar a série A-2. No próximo ano, estréia contra o XV de Jaú, em Santos.
Para o gerente de futebol, Fernando Matos, "o acesso à Divisão de Elite será uma consequência do trabalho que conseguirmos realizar na próxima temporada. Mas, para que este sonho se torne realizadde, nós vamos continuar precisando do apoio efetivo do nosso torcedor".



Hino da Associação Atlética Portuguesa Santista

Exuberante futebol,
O da Portuguesa
Faça chuva ou faça sol.

O teu passado,
A tua história,
Deixam teus atletas
acobertados de glória...

No teu presente
És fabril,
És a fita azul
Em rubro-verde
Do Brasil

Tens a façanha,
Bola no pé.
Massa em delírio,
É grito de olé. (BIS)

No teu plantel
Há galhardia,
Em Úlrico Mursa
Há juventude noite e dia.

E seu lema
É não desista,
Mais briosa
A Portuguesa Santista (BIS).
Hino de Patos


Autor Amaury de Carvalho
Num cantinho da minha Pátria amada
e dentro do meu coração,
está minha terra adorada
de sonhos e de tradição.
O seu nome foi tirado da Lagoa
dos Patos tranqüilos de lá.
No mundo uma terra tão boa
eu creio meu Deus que não há.
Patos, te amo Patos,
Patos eu sempre hei de amar.
Patos, te amo Patos,
Patos eu sempre hei de amar.
A riqueza escondida no seu seio,
não pode ninguém calcular.
De artista a cidade é um esteio,
são lindas as morenas de lá.
Nos seus cantos é bonita a alvorada,
nos rios que correm por lá.
As loiras meninas douradas,
derramam perfumes no andar.
Patos, te amo Patos,
Patos eu sempre hei de amar.
Patos, te amo Patos,
Patos eu sempre hei de amar.
O progresso foi chegando de repente
e os patos fugiram de lá,
deixando a saudade na gente
e a ânsia de vê-los voltar.
Os seus filhos nos lugares mais distantes,
sussurram o seu nome sutil.
São homens de feitos brilhantes,
amando e honrando o Brasil.

Patos, te amo Patos,
Patos eu sempre hei de amar.
Patos, te amo Patos,
Patos eu sempre hei de amar.

GOTA

Gota

Gota é uma doença conhecida desde a Antigüidade. Descrita por Hipócrates dois séculos antes de Cristo, foi chamada de “doença dos reis”, porque a nobreza, os intelectuais e as pessoas ricas da Idade Média e dos séculos XVII e XVIII pareciam mais vulneráveis a essa moléstia.
Não é novidade de que a gota está ligada ao ácido úrico cuja produção aumenta e provoca a formação de cristais que se depositam em várias regiões do corpo. Muita gente acha que certas bolhinhas que, às vezes, aparecem nas mãos e nos pés, são sinal de que os níveis de ácido úrico estão elevados no organismo e que a pessoa tem gota. Isso não é verdade. As dores articulares são o principal sintoma dessa enfermidade cujas crises, em geral, se agravam à noite e acometem mais as extremidades.
Gota é uma doença implacável que não tem cura, mas tem controle e as crises dolorosas podem ser evitadas desde que a pessoa não descuide do tratamento
Gota e ácido úrico

Drauzio – Qual a relação entre gota e ácido úrico?
Cristiano Zerbini – O ácido úrico é ul componente normal do metabolismo. Há um nível normal de ácido úrico circulante que advém da degradação da purina, um tipo de proteína que faz parte, por exemplo, dos nucleotídeos e do ácido nucléico (o DNA é um deles), componentes essenciais do nosso organismo.
Como os outros componentes, depois de utilizadas, as purinas são degradadas e transformadas em ácido úrico. Parte dele permanece no sangue e o restante é eliminado pela urina. O nível máximo que pode ficar no organismo sem ocasionar problemas é 7mg por 100ml de sangue no homem e 6mg por 100ml, na mulher.
Se esse nível subir, ou porque estamos produzindo muito ácido úrico, ou porque estamos eliminando pouco pela urina, ele pode cristalizar-se, ou seja, formar pequenos cristais semelhantes a agulhinhas, que se depositam em vários locais do corpo, de preferência nas articulações. Quando esses cristais aumentam um pouco de tamanho e se acumulam, são vistos como corpos estranhos pelo organismo, que reage na tentativa de dissolvê-los. Ao atacá-los, as células brancas liberam enzimas. É como se fosse um campo de batalha, com tiro sobrando para todo lado. Nesse caso, sobra enzima e a articulação sofre com isso.

Drauzio – Tão logo o ácido úrico sobe e ultrapassa o valor normal, os cristais começam a depositar-se nas articulações?
Cristiano Zerbini – Esse é um ponto importante a ser destacado. Hiperuricemia, ou ácido úrico alto, não é sinônimo de gota. Mesmo com níveis de ácido úrico um pouco elevados, muitas pessoas jamais terão gota. Todavia, quando os exames de sangue, em geral de rotina, revelam índice superior a 9mg por 100ml, o médico levanta a história clínica do paciente considerando a possibilidade da incidência de gota, uma doença de caráter genético e hereditário, mais masculina do que feminina, que se manifesta na proporção de nove homens para uma mulher.
Portanto, uma das primeiras preocupações é saber se há casos da doença na família do paciente. “Alguém teve gota em sua família, ou pedras nos rins e cólica renal? – são perguntas que o médico não pode deixar de fazer.

Drauzio – Gota em mulher é doença rara.
Cristiano Zerbini – Geralmente na mulher, as crises de dor nas juntas provocadas pelo ácido úrico ocorrem quando ela está tomando diuréticos tiazídicos para controlar a pressão alta. Esse grupo de medicamentos dificulta a eliminação do ácido úrico e ele é acumulado no organismo. Esse tipo de gota é chamado gota secundária e é diferente da gota primária que ocorre especialmente no homem por produção aumentada ou excreção diminuída de ácido úrico, resultado de herança genética.

Outros fatores de risco

Drauzio – Existem outros aspectos que precisam ser observados para o diagnóstico de gota?
Cristiano Zerbini - Se além da herança genética, o paciente estiver um pouco mais gordo, é preciso verificar se é portador de diabetes e hipertensão arterial. Outra conduta importante é pesquisar, na história da família, se há casos de pessoas com dor precordial, pois a gota está entre as doenças que compõem a síndrome plurimetabólica.
É muito bom falar nisso, porque parece que estamos atravessando uma epidemia dessa síndrome no momento. Seu nome científico é “síndrome de resistência à insulina”, mas é conhecida também por “síndrome X”, de certa forma um nome meio místico. Ela é mais comum em homens com excesso de peso, abdômen um pouco protuso e circunferência da cintura maior do que 102cm - nas mulheres, essa medida não deve ultrapassar 88cm -, sinais indicativos de possíveis problemas metabólicos.

Drauzio – Por que essa medida da cintura é importante?
Cristiano Zerbini – A gordura abdominal é diferente da gordura amarelada que existe sob a pele. É chamada de gordura marrom porque tem muitos vasos sangüíneos. Essa gordura provoca resistência à insulina, hormônio responsável pelo metabolismo da glicose, isto é, pela entrada do açúcar na célula.
A resistência à insulina está associada a vários problemas, como aumento de trombos e lesão na parede dos vasos sangüíneos. Sabemos também que a gordura abdominal está diretamente ligada à presença de coronariopatia no homem.
Portanto, aumento da gordura abdominal, coronariopatia, hipertensão, diabetes leve do tipo II e níveis mais altos de ácido úrico sem incidência de gota são características da síndrome plurimetabólica. Se o paciente declarar, porém, que pai ou um irmão já tiveram cálculos renais ou crise de gota, seus níveis de ácido úrico precisam ser baixados.

Drauzio - Nesse caso, a pessoa corre o risco de desenvolver gota?
Cristiano Zerbini - Mais ou menos 20% das pessoas com hiperuricemia assintomática, ou seja, ácido úrico elevado sem sintomas, correm o risco de ter gota. Não se justifica, porém, dar remédio para baixar os níveis de quem não tem história familiar da doença ou 8mg por 100ml desse componente no sangue.

Características da dor

Drauzio – De vez em quando, todos nós podemos sentir dor em alguma articulação. Quais são as características dessa dor articular provocada pela gota?
Cristiano Zerbini - Gota é uma das doenças mais bem estudadas e documentadas no mundo. Hipócrates, duzentos anos antes de Cristo, já havia levantado alguns postulados sobre ela. Dizia que os eunucos não tinham gota e que a doença tinha algo a ver com a alimentação. Artistas, intelectuais e políticos do passado descreveram os sintomas da forma como são bem conhecidos hoje.
A principal característica da gota é a inflamação intensa da articulação que provoca dor muito forte, em geral à noite e no dedão do pé. A dor é tão forte que chega a acordar o
paciente. Ele a descreve como se alguém estivesse espetando seu dedão com um garfo pontudo e afiado e que não dá nem para encostar o dedo no lençol da cama.
Essa inflamação que ocorre na lateral do dedão do pé (hallux) chama-se podagra e é o sintoma mais importante da doença.

Drauzio – O que a pessoa deve fazer quando é acordada por essa dor intensa?
Cristiano Zerbini – Deve permanecer em repouso, porque o ácido lático produzido pelo movimento pode piorar a crise de gota, e colocar imediatamente uma bolsa de gelo no local afetado.

Drauzio – Geralmente, ocorre o oposto. As pessoas colocam calor no local.
Cristiano Zerbini – O calor faz piorar a inflamação porque provoca vasodilatação que favorece a chegada de mais substâncias inflamatórias. O gelo, ao contrário, provoca constrição nos vasos, o que dificulta a chegada dos mediadores da inflamação.
Embora não se deva estimular a automedicação, nessa hora, se a pessoa tiver um antiinflamatório em casa pode tomá-lo para aliviar a dor, mas, na manhã seguinte, é bom procurar um médico.

Drauzio - Essa dor forte só ocorre no dedão do pé?
Cristiano Zerbini – Pode ocorrer também no joelho e, nesse caso, se chama gonagra.

Drauzio – Por que as crises de gota aparecem mais à noite e mais nos pés e nos joelhos
Cristiano Zerbini – Porque à noite é maior o período de jejum e o sangue se acidifica mais o que facilita a deposição dos cristais. As crises acometem mais os pés e os joelhos porque os cristais se precipitam com mais facilidade nas áreas mais frias do corpo, como são as extremidades.

Outros sintomas

Drauzio - Existe algum outro sintoma importante da gota?
Cristiano Zerbini – Outra manifestação importante é o aparecimento de tofos, isto é, de caroços brancos ou nódulos formados por cristais de ácido úrico que se depositam nas articulações. Na verdade, esses cristais são constituídos por urato de sódio (ácido úrico + sódio).
Se os depósitos de cristais se acumulam muito, os tofos podem inflamar e doer durante a crise. Às vezes, não doem, mas localizados nos pés dificultam calçar os sapatos e, nos cotovelos, incomodam bastante.

Drauzio – Os sintomas da gota se manifestam sempre no mesmo local ou migram?
Cristiano Zerbini – Geralmente, o indivíduo que tem podagra tem sempre podagra. Se o sintoma apareceu pela primeira vez no pé, a tendência é a crise se repetir no mesmo lugar.
Todavia, pessoas acima dos 65, 70 anos de idade podem apresentar dores poliarticulares características de uma forma pouco usual de gota, que provoca dores em várias articulações e não apenas em uma delas.

Drauzio – Essa crise de dor articular costuma durar quanto tempo?
Cristiano Zerbini – O quadro de gota é auto-limitado. Sem tratamento, a dor pode durar de quatro, cinco dias a duas semanas, mas desaparece por si. No entanto, é sempre melhor tomar alguma providência para o paciente não ficar sentindo dor por tanto tempo.

Cálculo renal

Drauzio – Existe alguma relação entre gota e cálculos renais?
Cristiano Zerbini - Embora não faça parte do espectro do quadro clínico da gota, muitos pacientes com a doença têm cálculo renal formado por ácido úrico.

Drauzio – Isso quer dizer que quem teve cálculo renal deve fazer exame de sangue para verificar os níveis de ácido úrico?
Cristiano Zerbini – Nós pedimos esse exame para todos os pacientes que apresentaram cálculos renais.

Tratamento

Drauzio – Como se conduz o tratamento para a gota?
Cristiano Zerbini – O primeiro passo é tentar caracterizar a doença. Há dois tipos de pacientes com gota: o hiperprodutor e o hipoexcretor de ácido úrico. O primeiro produz tanto ácido úrico que não consegue eliminar o suficiente; o segundo produz normalmente, mas elimina pouco.
Apenas 10% das pessoas com gota são hiperprodutoras; os 90% restantes são hipoexcretoras. Para estabelecer a diferença, o médico pede ao mesmo tempo exame de ácido úrico no sangue a na urina e combina os resultados. Nível de ácido úrico normal no sangue e baixo na urina, é sinal de que a pessoa excreta pouco. Nível alto no sangue e na urina indica que o rim deve estar fazendo o que pode, mas não consegue dar conta do recado porque a produção é grande demais.
A escolha do tratamento baseia-se nesses resultados, já que existem remédios que inibem a produção e outros que aumentam a excreção de ácido úrico. Infelizmente, algumas pessoas precisam dos dois tipos porque produzem muito e excretam pouco ácido úrico.

Drauzio – Esse tratamento precisa ser mantido pela vida toda?
Cristiano Zerbini – Nunca digo ao paciente que o tratamento tem de ser feito pela vida inteira, porque muitos tratamentos são intermitentes na medicina. Quando atendo um hiperprodutor com níveis elevados de ácido úrico, prescrevo remédio para baixar a produção e vou acompanhando a resposta com exames laboratoriais. Quando o nível se normalizou e o paciente está bem, as doses do remédio são diminuídas. Eventualmente, seu uso pode ser suspenso, desde que a cada dois ou três meses repitam-se os exames para verificar a evolução do quadro.
O tratamento não se restringe aos medicamentos. É fundamental mudar alguns hábitos de vida. O paciente deve emagrecer, cuidar da pressão arterial se for hipertenso e adotar alimentação saudável e equilibrada. Digamos que esse tratamento mais global, sim, deve ser mantido pela vida toda.

Importância da dieta

Drauzio – No passado, dava-se importância extrema à dieta no controle do ácido úrico. Pessoas com ácido úrico elevado eram proibidas de comer proteínas. Esse conceito está fora de moda. Qual é o papel da dieta nas pessoas com ácido úrico elevado atualmente?
Cristiano Zerbini – A dieta antiga era um verdadeiro castigo. A pessoa não podia comer carne de vitela, nem peixe, nem frutos do mar e devia evitar o consumo de grãos. Hoje, trabalhos provaram que, se conseguíssemos retirar toda a purina da dieta, o que é praticamente impossível, o ácido úrico iria baixar 2mg, no máximo 3mg.

Drauzio – Isso quer dizer que numa pessoa com gota ele cairia de 11mg para 9mg e que, apesar da dieta rigorosa, ela continuaria com a doença do mesmo jeito.
Cristiano Zerbini –Isso se a pessoa eliminasse totalmente a purina da dieta, mas ninguém consegue fazê-lo, e tanto sacrifício para baixar 1mg ou 2mg não vale a pena. O que se pergunta a esses pacientes – vou usar o masculino porque a doença acomete mais os homens – é se notaram que algum alimento dispara as crises. Se foi churrasco ou feijoada, pode continuar comendo, mas em menores porções. Está provado que a cerveja está mais ligada às crises do que o vinho e deve ser consumida com moderação.

Drauzio – Qual é a explicação para isso?
Cristiano Zerbini – Só sabemos que o álcool torna o sangue um pouquinho mais ácido e isso facilita a deposição de cristais nas juntas.

Drauzio – Existe alguma dieta que mereça ser recomendada para os pacientes com gota?
Cristiano Zerbini – Dietas pouco calóricas, com baixa ingestão de carboidratos, que privilegiem os ácidos graxos insaturados, são as mais recomendadas. Como o leite e derivados melhoram a eliminação do ácido úrico, devem ser incluídos na dieta que, acima de tudo, precisa ser saudável e favorecer o controle da obesidade e da hipertensão.

Adesão ao tratamento

Drauzio – Como as pessoas com gota reagem quando você recomenda que tomem remédio, emagreçam e adotem uma dieta saudável?
Cristiano Zerbini – A aderência ao tratamento é proporcional aos sintomas dolorosos, ao sofrimento. Ninguém quer ter uma crise de gota, nem sentir a dor e o mal-estar que a doença provoca. Por isso, adere ao tratamento e melhora. A tendência, então, é achar que nunca mais vai ter outra crise e daí relaxa nos cuidados, come e bebe mais, engorda, não controla a pressão arterial e os sintomas voltam intensos, porque gota é uma doença que não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada.

HARDMAN CAVALCANTE PINTO

HARDMAN CAVALCANTE PINTO
O EMPREENDEDOR DO SETÃO PARAIBANO
. * 15 de junho de 1924 ( Taperoá – PB )
+ 06 de setembro de 2003 ( João Pessoa – PB )


HARDMAN CAVALCANTE PINTO nasceu em Taperoá – PB, em 15 de junho de 1924, filho de Cezário Pinto e Henriqueta Cavalcanti de Queiroz, pequenos agricultores,de vida simples, onde a pobreza e a seca impunham-lhes grandes dificuldades, obrigando ainda criança a se transferir com a família, no lombo de animais, até á cidade de Cacimba de Areia.
Aos 17 anos de idade se mudou para Patos, para tentar a sorte como ajudante de pedreiro, na época da construção da Igreja que se tornaria a Catedral de Nossa Senhora da Guia, ocasião em que um dia doar uma imagem da Santa de sua devoção cuja dimensão fosse do tamanho de sua própria altura, fato que foi motivo de grande zombaria entre os colegas pedreiros, em face das mínimas condições de sobrevivência, á época.
No entanto, o tempo iria dar razão, quando realizou mais tarde o seu desejo doando a imagem esculpida em juazeiro do Norte – CE e que ainda hoje ornamenta a bela Igreja de Patos.

Notabilizou-se, nessa fase de pedreiro, pela grande disposição nos serviços, enorme senso de organização e capricho em tudo que fazia, chamando a atenção do pároco que se tornaria mais tarde Bispo de Goiâna-GO, o seu amigo a admirador Dom Fernando Gomes. Daí foi indicado a trabalhar na construção do antigo Cine Eldorado.
Nas horas de folga, trabalhava como garçom, no restaurante do Campo de Aviação, onde se praticavam apostas em jogos de baralho, amealhando gorjetas, gratificações e simpatias de clientes que se admiravam da cortesia e educação daquele homem sem letras, mas com um fino trato que lhe era peculiar. Foi ali que ele adquiriu um pequeno estojo de jóias e relógios, passando a negociar, de porta em porta, desabrochando um talento que seria sua marca registrada o comerciante nato.

Com a ajuda de alguns amigos, entre eles Sr.João da Perfumaria Glória, pôde se apresentar á sociedade oferecendo jóias e relógios comprados em Recife – PE, e fazendo clientela de Patos a Píancó.
Após o comércio de jóias (décadas de 1940 – 1950); tornou-se com destaque, representante da revendedora de automóveis Williams Overland do Brasil, em Patos e Campina Grande, (década de 1960) e, posteriormente, proprietário de importante empresa de ônibus neste Estado - EMPRESA PATOENCE LTDA. Com linhas conquistadas de João Pessoa a Cajazeiras, incluindo todas as principais cidades do alto-sertão paraibano; proprietário de quase uma dezena de postos de gasolina e de dezenas de transportes de combustíveis auxiliou ao proguesso e crescimento do Sertão da Paraíba, em especial da Grande Patos, nesse segmento.
HARDIMAN CAVALCANTE PINTO faleceu em João Pessoa – PB, em 06 de setembro de 2003, com insuficiência renal, deixando viúva MARIA AUXILIADORA NÓBREGA CAVALCANTI (DONA Cizinha) e sete filhos legítimos (Pedro Cezário, José Ricardo, Maria Madalena, Maria das Graças, Marta Niedja, Ana Bethânia e Hardman Junior (in memoriam)

Chuva forte alaga Patos

Chuva forte alaga Patos


Terça-feira, 14 de Abril de 2009
Chuva forte alaga Patos e deixa famílias desabrigadas

Uma forte chuva que durou cerca de seis horas atingiu a cidade de Patos PB, no interior do Estado, e deixou vários bairros alagados na noite desta segunda-feira (13). As primeiras informações são de que casas foram destruídas e famílias já estão desabrigadas.

O açude Jatobá, um dos cartões postais da cidade, transbordou devido à intensidade da chuva. A Polícia Militar, o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem e o Corpo de Bombeiros se mobilizam para bloquear o trânsito na ponte do açude e conter uma fissura que foi aberta com a força da correnteza das águas.

O temporal começou no final da tarde, por volta das 17h e só parou quase meia-noite. Em alguns locais, era impossível a passagem de carros e pessoas. Os bairros mais atingidos foram: Morro, Vila Cavalcanti, Novo Horizonte e Noé Trajano. Muros caíram e casas próximas aos córregos foram invadidas pelas águas.

Durante a noite, famílias deixaram suas residências para trás e protegendo as crianças. Foi o caso do servente de pedreiro Francisco de Assis, que viu a casa desabar e precisou de abrigo na sede da associação do bairro. "Eu perdi tudo. Só não perdi meus filhos e graças a Deus estou aqui contando a história".

A barragem dona Euvina, às margens da BR-230 transbordou e cobriu a pista. O motorista de um carro que passava na hora da chuva perdeu o controle do veículo e caiu em uma barragem. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, três estudantes estavam no carro mas ninguém ficou ferido.

De acordo com o Governo do Estado, somente nesta segunda-feira choveu aproximadamente 250 milímetros.

O Corpo de Bombeiros e Defesa Civil foram acionados, mas ainda não há números de quantas pessoas perderam casas ou ficaram desabrigadas. A Defesa Civil informou que as escolas municipais servirão de abrigo para as pessoas desalojadas por conta da chuva. O temporal também causou falta de energia.

Fonte:
Paraiba 1
Postado por Geonildo Italiano às 08:52
Marcadores: Noticias
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• Técnicos da Defesa Civil nacional avaliaram os estragos causados pelas fortes chuvas que atingiram Patos PB.

PORTUGUESA SANTISTA

Portuguesa Santista completa 90 anos nesta terça-feira
Surgida no dia 20 de novembro de 1914, a Briosa celebra mais um aniversário rememorando suas glórias do passado e se preparando para o Paulistão de 2008


Com o objetivo de manter o projeto de reestruturar os Departamentos de Futebol Profissional e de Base, a Associação Atlética Portuguesa comemora 90 anos de fundação nesta terça-feira. Para o atual vice de Esportes do clube, Manoel Ruas, "estas próximas semanas serão importantes para definirmos os patrocinadores. Estamos nos reunindo diariamente para darmos sequência ao nosso planejamento".

Um clube que se orgulha de ter revelado grandes nomes para o futebol brasileiro. Tudo começou no mês de novembro de 1914, onde os "canteiros" que trabalhavam na Pedreira do Contorno, no bairro do Jabaquara, tiveram o primeiro contato com o futebol.

Três anos depois, em 19 de novembro de 1917, como faziam todos os dias no final da tarde, os "canteiros" das Docas estavam reunidos no salão do barbeiro Alexandre Coelho, situado à Rua Dr. Manoel Carvalhal - hoje Rua Joaquim Távora, 342. Foi quando Lino do Carmo lançou a idéia da fundação de um clube de futebol, que lembrasse a pátria distante, ao contrário do Lusitano, do Paquetá, que se referia apenas a raça. Foi no dia seguinte, dia 20 de novembro de 1917, que foi realizada uma assembléia para a fundação da Associação Atlética Portuguesa.

No ano de 1920, já na Divisão Principal do futebol santista, começou a luta para incrementar o campo de jogo, na Avenida Pinheiro Machado. O primeiro passo foi obter a permissão para cercar o terreno. Isso foi conseguido graças ao apoio do Sr. Afonso Serra e, principalmente, do Sr. Ulrico Mursa, seu superintendente. Enfim em 5 de dezembro de 1920, com apenas três anos e 15 dias de existência, a AA Portuguesa inaugurava sua bonita praça de esportes, que levaria o nome de Ulrico Mursa.

No primeiro jogo, vitória por goleada: 6 a 0 sobre o Syrio Futebol Clube. E a Portuguesa não parou de crescer. Em 1928, Benjamin Alves dos Santos e Anthero Corrêa viram o seu sonho, que era encarado com pura loucura, se tornar realidade. O clube construía a primeira arquibancada de concreto e coberta da América Latina. No dia 24 de outubro de 1938 a Portuguesa inaugurava também o sistema de iluminação em seu estádio.

Em 1959, a Briosa fez sua segunda excursão ao exterior. Nesta viagem, a Portuguesa Santista conseguiu uma importante conquista: a Fita Azul do Futebol Brasileiro. O título foi dado ao clube do País que obteve maior sucesso em uma excursão no exterior. De 15 partidas disputadas em Angola e Moçambique, na África, de 16 de abril a 28 de maio de 1959, a Briosa do então técnico Filpo Nuñes venceu 15 partidas (invicta), marcou 75 gols e sofreu dez.

Muitos foram os jogos e conquistas marcantes na história da Portuguesa Santista. Porém, sem dúvida, há uma que ficou registrada de forma mais significativa. Foi o título da Primeira Divisão (Intermediária) de 1964, que levou o clube novamente à Divisão Especial. A decisão aconteceu no dia 7 de março de 1965, no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, diante da forte Ponte Preta. Naquele jogo, a Briosa superou a Macaca pelo placar de 1 a 0, com gol de Samarone.

Em 1994, conquistou o acesso para a Série A-2. Em 1996, com o vice-campeonato obtido, a Briosa retornou à elite do futebol paulista. Em 2000, foi reinaugurado o sistema de iluminação do Estádio Ulrico Mursa. O jogo que marcou o retorno das partidas noturnas da Portuguesa foi disputado contra o São Paulo. Naquela partida a Briosa venceu por 3 a 1. Em 2003, a Briosa terminou o Estadual na terceira posição. No ano seguinte, terminou em sexto. Em 2007, voltou a disputar a Série A-2. No próximo ano, estréia contra o XV de Jaú, em Santos.

Para o gerente de futebol, Fernando Matos (foto), "o acesso à Divisão de Elite será uma consequência do trabalho que conseguirmos realizar na próxima temporada. Mas, para que este sonho se torne realizadde, nós vamos continuar precisando do apoio efetivo do nosso

GRUPOS MUSICAL


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O surgimento dos primeiros conjuntos musicais da cidade de Patos deriva-se da Filarmônica 26 de Julho e recai sobre a iniciativa do saudoso Hermes Brandão que, em 1947 fundou a orquestra “Cruzeiro do Sul”, inspirado no maestro Severino Araújo, seu amigo do tempo em que serviu ao Exército, proprietário do Grupo Tabajara, um dos mais famosos da época em todo o Brasil com o qual chegou a tocar. O idealizador patoense, que nasceu no sítio Mocambo, herdou do pai que tocava clarinete o interesse pela música. No início de sua carreira tocou trompa e com o passar dos tempos passou a dominar soprano, tenor, clarinete, pistão e saxofone. Além de grande músico não chegara a integrar o fenômeno nacional por decisão própria, uma vez que chegou a ser convidado para acompanhar o Grupo Tabajara no Rio de Janeiro. Naquela época Patos contava apenas com o coral da professora Rosalina Coelho Lisboa, destinado à divulgação de músicas sacras. Na década de 50 a Orquestra Cruzeiro do Sul reinou absoluta em terras sertanejas e, somente por volta de 1959 é que surgiu o Conjunto do saudoso Vavá Brandão, irmão de Hermes e um dos integrantes do seu grupo. Entre os vocalistas estavam Amaury de Carvalho e Antônio de Pádua e na parte instrumental os destaques ficavam para Antônio Moreno, Antônio Emiliano, Chico Cabaré, Pedrinho e Aguinaldo Sátyro. Naquela época o grande espaço de divulgação da nova Banda era o Programa de Ramalho Silva, intitulado Festival da Cidade, apresentado no Cine Eldorado e transmitido pela Rádio Espinharas de Patos.

Influenciadas pelo Movimento de Jovem Guarda, que nasceu no Brasil na década de 60, algumas opções musicais foram surgindo na Capital do Sertão, entre as quais o grupo “Os Sátyros”, formado pelos irmãos: Agnaldo, Antônio, Betinha e Luzia, com poucos anos de duração. Uma dupla que também passou a animar os eventos sertanejos era denominada “Os Brasas” e contava na sua composição com Salvan Wanderley e Zacarias de Evaristo. Comandado por Lula Fragoso nasceu o “The Six Boys”, com duração de quatro anos, época em que se tornou a atração oficial do Hotel JK e tendo em sua formação inicial, além do fundador, Gil, Everaldo, Cabral, Marcone e, mais tarde, Nilson Batista. Depois foi a vez de Juca Viana criar “Os Selvagens”, dotado de uma estrutura considerável e que se depararia com um grande concorrente a partir do ano de 1967, momento em que era criado o conjunto “Os Jovens”, cuja primeira apresentação aconteceu no dia 12 de julho e que além dos irmãos idealizadores, Antônio de Pádua e Aguinaldo Sátyro, os quais atuavam respectivamente como contra-baixo e “crooner”, detinha em sua composição: Antônio Vieira (baterista), Salvan Wanderley (base) e Rodrigues (solo). Seria o único Grupo musical a permanecer na atividade a partir do ano seguinte.

Os Jovens constituiu uma das maiores representações musicais de Patos em outras localidades, a exemplo de João Pessoa, Recife e inúmeras outras cidades do Nordeste. Para concorrer com sua grande estrutura surgiria o conjunto VAZ-7, fruto da união dos músicos: Virgílio Trindade, Antônio Emiliano e Zito, com sete componentes ao todo. Mais tarde, com a saída de dois fundadores, a denominação passou a ser simplesmente Z-7, ou seja, o Z relacionado a Zito e o número em referência a quantidade de integrantes. A vida do grupo perduraria até 1975 enquanto “Os Jovens” seguiria por mais dez anos, até chegar a encerrar as atividades, por conta do destino da maioria dos seus componentes que se transferiu para outros centros, afim de continuar os estudos.



Muitos foram os músicos que marcaram época. Especificamente, da década de 60 e até os dias atuais o número tem crescido consideravelmente, o que se tornaria impossível fazer referência a cada um deles. Por esse motivo elegemos um dos principais, para através de uma narração de sua trajetória homenagear todos os que enveredaram por esse setor para, em conseqüência, elevar o nome da cidade de Patos. Assim sendo, nada mais justo do que uma referência ao grande Antônio Emiliano que nasceu em Patos, no dia 06 de janeiro de 1928 e faleceu em 05 de novembro de 1977.

Partindo de uma afirmação do jornalista, professor, músico, economista e historiador, Virgílio Trindade, que definia Antônio Emiliano de Figueiredo como sendo um homem de poucas letras e muito conhecimento; de pouco dinheiro e muitos amigos, de pouca vaidade e muito talento, tentaremos chegar a constituição de uma pessoa completa em termos de cultura: gênio no violão, na piada e na improvisação. “Como violonista reinou em Patos, Campina Grande, Recife, Natal e várias outras cidades nordestinas. Tinha conhecimento completo do instrumento e era, igualmente, bom em solo e acompanhamento. Arrancava elogios de todos e fez fama por onde passou. Certa vez, com Vavá e seu Conjunto, acompanhou Orlando Silva numa temporada por várias cidades e foi, abertamente, de maneira rasgada, elogiado pelo “Cantor das Multidões”. Com seu violão teve momentos importantes no rádio, participou, comigo, na Rádio Espinharas, do Programa Um Astro ao Vivo, respondendo pela parte musical e fez, sozinho um belo programa de solo de violão que era o lenitivo dos boêmios das noites patoenses. Trabalhou, também, na Rádio Borborema de Campina Grande, nas Rádios Clube e Tamandaré do Recife e na Poty de Natal. Como compositor fez sucesso com dezenas de músicas. Algumas foram gravadas em disco e, a maioria, na memória dos amigos. Nos festivais era a figura central: foi campeão com “Preto Velho José” e deixou sua marca eterna com “Patos dos Meus Tempos”, imortalizados em discos, pelas vozes de Saraiva e Cândida Maria, respectivamente. Convém destacar que a grande maioria de suas composições, principalmente as de solo de violão, ficaram perdidas no ar, por falta de quem as repetissem no instrumento. As conservadas na nossa memória são, justamente, as de letra e música, em virtude da facilidade de serem decoradas. Como piadista, era espirituoso e suas histórias engraçadas ainda correm, de boca em boca, alimentando a alegria e a saudade dos seus amigos. Aliás, é bom que se diga, as suas “tiradas” eram improvisações talentosas, nascidas do ressentimento do dia-a-dia. Ele não as fazia para ser engraçado ou para zombar dos outros. Tanto que, quase todas, retratavam as suas próprias desventuras. Era o meio que ele usava para desabafar. Exemplo: certa vez ele estava acertando com o pai de um seu aluno o preço de suas aulas de violão. Depois de tudo ajustado o cara, um ricaço, em tom humilhante, provocou este diálogo:
-Vou pagar, mas quero esse menino tocando La Comparcita em trinta dias!
Emiliano percebendo o sentido da colocação não fez por menos e respondeu a altura:
-Colega, tome seu dinheiro! Faz trinta anos que eu toco e ainda não sei tocar La Comparcita!...
Além de um artista genial, Emiliano era um homem correto e um amigo leal. Tanto que nunca soube alinhar a própria vida, mas sempre soube encaminhar para o bem, a vida dos outros. Respeitador e educado, certa vez evitou, com talento e delicadeza, um romance perigoso com a filha de um amigo nosso, que se apaixonou por ele. O pai nunca soube de nada e a moça acabou entendendo e agradecendo a sua atitude. Muitas outras ações, do mesmo valor, ele praticou, ao longo da vida. Afinal, como dizem os mais velhos, “só era ruim para si mesmo!”, relato de Vírgilio para Patos Empresarial de 1990, intitulado de “Os Dedos de Ouro”.

Mesmo com bagagem suficiente para galgar grandes espaços e conquistar a independência financeira, Emiliano sempre foi humilde, a partir de sua profissão de fotógrafo dos tradicionais monóculos e ampliações, mais tarde professor de violão que ensinou muitos dos nossos instrumentistas, a exemplo de Washington Lustosa e Pedro Cesário. Casado com a senhora Nilza, deixou os filhos: Toinho, Dinarte e Luciana.

A composição que imortalizou Antônio Emiliano, terceira colocada do primeiro festival realizado em Patos no ano de 1971, por pouco não acabou se transformando no hino oficial da cidade. A interpretação perfeita de Cândida ficaria para sempre na lembrança da Rainha Sertaneja. Vale relembrar a letra de outras composições destacáveis do referido autor:
Preto Velho José

Preto Velho José/ vive triste, solitário/ seu consolo neste mundo/ é contar o seu rosário/ pra vê se noutra vida/ ganha salvação/ porque neste mundo/ só ganhou ingratidão/ Trabalhou pra sinhô branco/ dia e noite sem cessar/ hoje velho, cansado/ sem forças pra trabalhar/ sinhô branco, indiferente/ não lhe dá nem atenção/ preto velho desse mundo/ só leva desilusão/ mas não cansa de pedir/ a Deus em oração/ que perdoe a sinhô branco/ e lhe dê a salvação.
Mensagem da Conceição
Bate o sino além/ chamando alguém à oração/ Esse alguém é o meu bem/que não tem coração/ Talvez que a mensagem/ da capela da Conceição/ por ser muito bela/ faça com que ela mude de opinião.
Sentimento de Amargura
Fiquei sabendo que a saudade/ é sentimento de amargura/ mas sei que a felicidade/ é uma onda de ternura/ O meu amor brigou comigo/ fiquei sofrendo é verdade/ mas logo após me deu abrigo/ e agora é só felicidade/ Não sei como é que pode/ tanta gente por ai sem ter amor/ se sem amor/ a vida é dissabor.
Oração de Boêmio
Falas-me de sono/ se tenho a eternidade pra dormir/ assim falou Omar Cayam/ quando um amigo convidou-o a sair/ de uma boa brincadeira/ de uma boa bebedeira/ da qual não quis desistir/ É prova que boêmio/ não obedece a horário/ ele não vai à igreja/ boêmio não usa rosário/ Onde houver cabrocha/ o luar e um violão/ ai está o boêmio/ fazendo samba a sua oração.

Brasil em disparada
Avante Brasil gigante/ há tua hora chegou/ do teu sono tão profundo/ veio alguém e despertou/ Vamos correndo, correndo/ caboclo forte e viril/ vamos lutar com a flor/ e abandonar o fuzil/ com amor ao trabalho/ vamos pra frente Brasil/ Os teus filhos acreditam/ em ti por que estais desperto/ há muito canto esse amor/ porém pregado em deserto/ há muito canto esse amor/ porém pregado em deserto/ mas Deus nos mandou um homem/ que te deu caminho certo/ Teremos transamazônica/ asfalto em todo o país/ e do analfabetismo/ vamos cortar a raiz/ participação nos lucros/ pra ver nosso povo feliz.
Revolta
É tarde, é muito tarde/ é tarde pra você voltar pra mim/ eu recusá-la é ingratidão/ mas aceitá-la é covardia/ não quero mais a sua companhia/ Quando muito eu lhe queria/ de mim você não gostava/ francamente você ria/ decerto quando eu chorava/ agora você está de volta/ por capricho de mulher/ é grande a minha revolta/ agora sou eu quem não lhe quer.

Vaidosa
Você que é vaidosa/ e tem a impressão/ que é dona do mundo/ prepare sua alma/ pra sofrer muita mágoa/ e um desgosto profundo/ Quando olhar no espelho/ e vê seu rostinho transfigurado/ vai chorar no futuro/ lamentando o presente/ recordando o passado/ Você agora/ é linda flor em botão/ futuramente será/ uma flor murcha caída no chão/ então verá claramente/ pra você tudo acabado/ vai chorar no futuro/ lamentando o presente/ recordando o passado.
Ave sem ninho
Quantos dissabores por você eu já sofri/ todo direito de amar perdi/ Não tenho lar, um carinho/ onde possa por fim repousar/ sou uma ave sem ninho/ que pousa em qualquer lugar/ Francamente oh! Querida/ já não pude suportar/ ocultei a minha mágoa/ por fim tive que confessar/ peço que não censure o meu modo de dizer/ que sofrer assim dessa maneira/ é vegetar não é viver.

Voltando à retrospectiva da música patoense, vale registrar que poucos são os arquivos de outros grupos que, por curtas épocas, compuseram o cenário musical de Patos. Vale, porém, relembrar o Flor do Prado, Ataulfo Alves, Black Samba, Raios e a Banda Flor da Pele que levou o nome das Espinharas a lugares cada vez mais distantes e importantes do cenário brasileiro, dentro do seu gênero chegando a se destacar como o melhor grupo musical da Paraíba e se enquadrando entre os 10 principais do Brasil. Idealizado pelo empresário Jairo Dias, o grupo musical surgiu em 1990, através de uma parceria com amigos músicos e compositores, entre os quais: Lela, Iran, Lodinho e Assis da Embratel, com a denominação de “Baile”. O primeiro CD foi lançado em 1996 e obteve a melhor aceitação do público, motivo pelo qual outros vieram sucedê-lo, sempre repetindo o sucesso, chegando a receber o reconhecimento de todo o Nordeste, Capital Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Tocantins, entre outros, onde realizou shows permanentes. Por outro lado, a Banda Flor da Pele fez várias apresentações em rede nacional, através de programas do SBT, Record e TV Diário do Ceará. Vale salientar que o referido grupo musical já chegou a ser responsável pelo emprego indireto de cerca de 150 pessoas, ao ponto em que demonstrava uma certa insatisfação com relação aos promotores de eventos da Paraíba, que chegam a desconhecer a grande importância da prata da casa, o que não ocorre em outros centros brasileiros. Reclamou, também e com toda razão, o pouco espaço obtido nos meios de comunicação do Estado, a exemplo de rádios, jornais e revistas, que nem sempre abrem espaços para a divulgação dos nossos valores. Levando a efeito uma técnica extremamente profissional, a Banda Flor da Pele sempre foi responsável por um dos shows mais produzidos de todo o Brasil e os recursos gerados sempre foram aplicados na cidade de Patos, através dos empreendimentos do seu proprietário, sem falar na geração de emprego e renda.