2 de fevereiro de 2009

Eurico Gaspar Dutra




Eurico Gaspar Dutra



(1883 - 1974)



Presidente da república brasileira (1946-1951) nascido em Cuiabá, MT, que assumiu o governo em 31 de janeiro, juntamente com a abertura dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, em clima da mais ampla liberdade (1946). Ingressou no Exército (1902), na Escola Preparatória e Tática de Rio Pardo, RS. Pela atitude coletiva de revolta contra a vacinação obrigatória, toda a sua turma foi desligada da Escola Militar de Porto Alegre (1908). Anistiado, foi readmitido em seguida na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Casou-se (1914) com D. Carmela Leite Dutra, viúva de um capitão e alcançou o generalato (1932) depois de se distinguir na repressão à revolução constitucionalista de São Paulo, embora não tenha participado das revoltas anteriores (1922/1924/1930). Promovido a general-de-divisão (1935), foi nomeado comandante da I Região Militar, do antigo Distrito Federal, e nesse ano comandou a resistência à intentona comunista de 27 de novembro, no Rio de Janeiro. Nomeado (1936) ministro da Guerra, permaneceu nesse posto até o fim do governo de Getúlio Vargas (1945), quando se afastou para se candidatar à presidência da república. No ministério, construiu a Academia Militar das Agulhas Negras, a AMAN, a Escola de Estado-Maior, a Escola Técnica do Exército e o palácio da Guerra. Apoiou a implantação do Estado Novo (1937) e organizou a Força Expedicionária Brasileira, a FEB, que lutou na Itália. Neste período passou a defender o restabelecimento o regime democrático no Brasil.o que levou à fundação da União Democrática Nacional, a UDN. Com o fim da censura à imprensa e a candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes à sucessão de Vargas. As forças políticas que apoiavam o ministro fundaram o Partido Social Democrático (PSD), e o lançaram candidato para disputar a eleição. Os dois candidatos puseram-se contra Vargas, que foi deposto e o poder entregue ao presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares. Vargas e amigos fundaram Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, e apoiou seu ex ministro, assegurando-lhe uma fácil vitória. Em um governo sem oposição, completou a institucionalização do regime, organizou o Conselho Nacional de Economia, o Tribunal Federal de Recursos e as Comissões de Planejamento Regional. Fechou os cassinos (1946), o Tribunal Superior Eleitoral considerou fora da lei o PCB (1947) e rompeu relações com a União Soviética (1948). Criou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, a CHESF, com a construção da usina de Paulo Afonso. Criou da indústria petrolífera e asfaltou a primeira grande rodovia do país, a Rio-São Paulo, que recebeu seu nome, e aberta a Rio-Bahia. Na política externa, reforçou a aliança com os Estados Unidos. Deixou o governo em 31 de janeiro (1951) e morreu no Rio de Janeiro, 23 anos depois.
Figura copiada do site oficial da


PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:


José Linhares




José Linhares



(1886 - 1957)



Presidente interino da república brasileira (1945) nascido na fazenda Sinimbu, distrito de Guaramiranga, município de Baturité, província do Ceará, que convocou a Assembléia Constituinte e eleições para presidente. Filho do Coronel Francisco Alves Linhares e de Dona Josefa Caracas Linhares, fez seus estudos secundários no Liceu do Ceará e mudando-se para a capital da República, iniciou o curso de medicina, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1903). Voltando para o Nordeste, fixou sua residência em Recife, Estado de Pernambuco, e deixou medicina pela advocacia. Matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife, no curso de ciências jurídicas e sociais, diplomando-se em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo (1908). Voltou a morar no Rio de Janeiro, onde passou a exercer profissionalmente a advocacia, tornando-se um jurista e magistrado de prestígio nacional. Ingressou por concurso na magistratura e foi nomeado juiz da Segunda Pretoria Criminal, no Rio de Janeiro (1913), juiz de direito da 5.ª vara criminal (1928), desembargador da Corte de Apelação (1931), quando também fez parte do Tribunal Superior da Justiça Eleitoral, e ministro do Supremo Tribunal Federal (1937), na vaga gerada por aposentadoria de Ataulfo Napoles de Paiva. Foi nomeado Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal pelo Presidente da República (1940) e assumiu à presidência (1945), com a aposentadoria do Ministro Eduardo Espínola, nomeado pelo Presidente da República. Assumiu a chefia do governo (1945), que lhe foi delegada pelas forças armadas, após a deposição de Getúlio Vargas. Presidiu a comissão encarregada de elaborar a nova legislação eleitoral e exerceu a presidência da república até 31 de janeiro do ano seguinte, quando o ministro de Guerra, Eurico Gaspar Dutra, tomou posse. Novamente foi eleito para a Presidência do Supremo Tribunal Federal (1946) para o triênio seguinte (1946-1949) e reeleito novamente (1951) e (1954). Aposentou-se (1956) e morreu em Caxambu, MG. Foi membro titular da Sociedade Brasileira de Direito Internacional e de outras sociedades científicas nacionais e estrangeiras e era casado com D. Luzia Cavalcanti Linhares.
Figura copiada do site oficial da


PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:


Getúlio Dornelles Vargas




Getúlio Dornelles Vargas



(1882 - 1954)



Político, ditador (1930-1945) e presidente eleito (1951-1954), do Brasil, nascido em São Borja, RS, a mais expressiva figura política da república brasileira, chefe do getulismo, movimento político-social de sua inspiração. Estudou as primeiras letras com um mestre-escola na cidade natal e depois da revolução federalista (1893-1894), continuou os estudos em Ouro Preto, MG, onde já se encontravam dois irmãos mais velhos, Viriato e Protásio, cursando a Escola de Minas. Porém um incidente entre estudantes gaúchos e paulistas, de que resultou a morte de um jovem de São Paulo, levou-os de volta a São Borja. Assentou praça como soldado raso no 6º batalhão de infantaria em São Borja (1898) e a seguir foi promovido a sargento (1899). Entrou na Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo, RS (1900), da qual logo se desligou em solidariedade a colegas expulsos e concluiu o serviço militar em Porto Alegre. Apresentou-se como voluntário em Corumbá (1903) diante da ameaça de guerra entre Brasil e Bolívia, na questão do Acre. De volta ao sul entrou na faculdade de direito de Porto Alegre (1904) e foi um dos fundadores do Bloco Acadêmico Castilhista, que propagava as idéias de Júlio de Castilhos. Participou do lançamento do jornal O Debate (1907), do qual se tornou secretário de redação. Diplomado (1907), foi nomeado para o cargo de segundo promotor público no tribunal de Porto Alegre, mas logo depois voltou para São Borja. Exercendo a advocacia, iniciou a carreira política pelo Partido Republicano Rio-Grandense. Eleito deputado estadual pelo Rio Grande do Sul (1909) e reeleito (1913), mas rompeu com Borges de Medeiros e renunciou ao mandato. Retornou a São Borja, onde voltou a atuar como advogado. Reconciliado com Borges de Medeiros (1917), elegeu-se novamente deputado estadual e tornou-se líder da maioria. Eleito deputado Federal (1923), foi autor da lei de proteção ao teatro, que levou seu nome, e participou ativamente da reforma constitucional do governo Artur Bernardes, que fortaleceu o poder executivo. Foi presidente da comissão de finanças da Câmara de Deputados, assumiu o Ministério da Fazenda (1926) no governo de Washington Luís, e formulou um plano de estabilização monetária, que previa a criação do cruzeiro, mas deixou a pasta (1928) para se candidatar e eleger-se presidente do estado pelo Partido Republicano do Rio Grande do Sul para o mandato seguinte (1928-1930). No ano seguinte Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba organizaram a Aliança Liberal e lançaram a chapa Getúlio Vargas/João Pessoa para a sucessão de Washington Luís na presidência. Com as denúncias de fraudes na eleição de Júlio Prestes (1930), a situação nacional agravou-se com o assassinato de João Pessoa e, com o apoio do movimento tenentista, a revolução foi deflagrada no Rio Grande do Sul, Washington Luís foi deposto, e uma junta de governo transmitiu o poder ao chefe civil da rebelião. O novo chefe do governo suspendeu a constituição, fechou o Congresso Nacional e reduziu de 15 para 11 o número de juízes do Supremo Tribunal Federal. Nomeou interventores para os estados e criou os Ministérios do Trabalho, da Indústria e Comércio e da Educação e Saúde. Promulgou uma nova lei sindical e anunciou um programa de 17 pontos, que incluía as principais promessas da Aliança Liberal. Esmagou a revolução constitucionalista em São Paulo (1932), promulgou uma nova constituição (1934) e foi eleito de forma indireta presidente da república por quatro anos e deu início a processos de reformas que puseram o Brasil agrário e semicolonial no caminho do desenvolvimento industrial, lançou as bases de uma legislação trabalhista e inaugurou o populismo e a intervenção do estado na economia. Criou a previdência social e os institutos de aposentadorias e pensões. Pôs os partidos esquerdistas na ilegalidade (1935) e com a aproximação das eleições diretas marcadas (1938), alegou a existência de um plano comunista para desencadear a guerra civil e conseguiu poderes excepcionais ao Congresso. Com eles, dissolveu a Câmara e o Senado, fez prender e exilar os principais líderes da oposição, revogou a constituição em vigor, suspendeu as eleições e instaurou no país o chamado Estado Novo. Sob essa ditadura, reprimiu toda a atividade política, adotou medidas econômicas nacionalizantes, como a criação do Conselho Nacional do Petróleo e da Companhia Siderúrgica Nacional, além do início da construção do complexo siderúrgico de Volta Redonda e criou as bases para a formação de um corpo burocrático profissional, com a instalação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). Na segunda guerra mundial, após o afundamento de 37 navios brasileiros no Atlântico e a pressão da opinião pública, declarou guerra à Alemanha (1942) e pôs em prática o processo de redemocratização do país. Porém, após II Guerra Mundial, a crise econômica européia e norte-americana agravara a situação do estado totalitário brasileiro. Na tentativa de salvar seu poder, decretou a anistia ampla para centenas de presos políticos, entre eles o chefe comunista Luís Carlos Prestes (1945) e marcou as eleições para 2 de dezembro do mesmo ano, mas terminou deposto em outubro por um golpe militar. Assumiu o governo José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal, o STF, e ele retornou para São Borja. Nas eleições de 2 de dezembro, foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul e por São Paulo e deputado federal pelo Distrito Federal e mais seis estados, mas manteve-se em São Borja, em exílio voluntário. No governo de Eurico Dutra, com a elaboração de uma nova Constituição Brasileira (1946), a quinta Constituição Brasileira que, entre outras determinações, restabelecia o regime democrático no país e o direito à educação, resolveu assumir sua cadeira no Senado. Candidatou-se à presidência (1950) pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) contra o brigadeiro Eduardo Gomes, que concorria pela União Democrática Nacional (UDN). Eleito tomou posse em janeiro (1951), mas sua política nacionalista, como a que orientaria a criação da Petrobrás (1954), encontrou fortíssimos adversários, entre eles o jornalista Carlos Lacerda. A nomeação de João Goulart para o Ministério do Trabalho (1953) desagradou os círculos militares, políticos e empresariais. Em fevereiro (1954) foi entregue ao ministro da Guerra um manifesto assinado por 48 coronéis e 39 tenentes-coronéis, que exprimia o descontentamento das forças armadas. Para controlar a situação, nomeou Zenóbio da Costa para o Ministério da Guerra e demitiu João Goulart. O aumento de cem por cento para o salário-mínimo junto com o pedido aos trabalhadores que se organizassem em defesa do governo e o atentado a tiros no Rio de Janeiro ao jornalista Carlos Lacerda, no qual morreu o major-aviador Rubens Vaz, que o acompanhava, precipitaram uma crise política sem precedentes. A prisão do suposto criminoso e suas revelações de ligação com a guarda pessoal do presidente e Gregório Fortunato e outros membros da guarda palaciana foram presos e descobriram-se várias irregularidades. O presidente reconheceu que, sem seu conhecimento, corria sob o palácio um mar de lama e os militares exigiam sua renúncia. O presidente reuniu o ministério e propôs se licenciar até que todas as responsabilidades pelo atentado fossem apuradas, porém o Exército não aceitou o afastamento temporário. A pressão foi demais e o presidente retirou-se da reunião e no mesmo dia, no palácio do Catete, no Rio de Janeiro, RJ, suicidou-se com um tiro no coração em 24 de agosto (1954), deixando uma carta-testamento de natureza fundamentalmente política.
Figura copiada do site oficial da


PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:


Getúlio Dornelles Vargas







Getúlio Dornelles Vargas



Presidente

(1882 - 1954)





Político, ditador (1930-1945) e presidente eleito (1951-1954), do Brasil, nascido em São Borja, RS, a mais expressiva figura política da república brasileira, chefe do getulismo, movimento político-social de sua inspiração. Estudou as primeiras letras com um mestre-escola na cidade natal e depois da revolução federalista (1893-1894), continuou os estudos em Ouro Preto, MG, onde já se encontravam dois irmãos mais velhos, Viriato e Protásio, cursando a Escola de Minas. Porém um incidente entre estudantes gaúchos e paulistas, de que resultou a morte de um jovem de São Paulo, levou-os de volta a São Borja. Assentou praça como soldado raso no 6º batalhão de infantaria em São Borja (1898) e a seguir foi promovido a sargento (1899). Entrou na Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo, RS (1900), da qual logo se desligou em solidariedade a colegas expulsos e concluiu o serviço militar em Porto Alegre. Apresentou-se como voluntário em Corumbá (1903) diante da ameaça de guerra entre Brasil e Bolívia, na questão do Acre. De volta ao sul entrou na faculdade de direito de Porto Alegre (1904) e foi um dos fundadores do Bloco Acadêmico Castilhista, que propagava as idéias de Júlio de Castilhos. Participou do lançamento do jornal O Debate (1907), do qual se tornou secretário de redação. Diplomado (1907), foi nomeado para o cargo de segundo promotor público no tribunal de Porto Alegre, mas logo depois voltou para São Borja. Exercendo a advocacia, iniciou a carreira política pelo Partido Republicano Rio-Grandense. Eleito deputado estadual pelo Rio Grande do Sul (1909) e reeleito (1913), mas rompeu com Borges de Medeiros e renunciou ao mandato. Retornou a São Borja, onde voltou a atuar como advogado. Reconciliado com Borges de Medeiros (1917), elegeu-se novamente deputado estadual e tornou-se líder da maioria. Eleito deputado Federal (1923), foi autor da lei de proteção ao teatro, que levou seu nome, e participou ativamente da reforma constitucional do governo Artur Bernardes, que fortaleceu o poder executivo. Foi presidente da comissão de finanças da Câmara de Deputados, assumiu o Ministério da Fazenda (1926) no governo de Washington Luís, e formulou um plano de estabilização monetária, que previa a criação do cruzeiro, mas deixou a pasta (1928) para se candidatar e eleger-se presidente do estado pelo Partido Republicano do Rio Grande do Sul para o mandato seguinte (1928-1930). No ano seguinte Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba organizaram a Aliança Liberal e lançaram a chapa Getúlio Vargas/João Pessoa para a sucessão de Washington Luís na presidência. Com as denúncias de fraudes na eleição de Júlio Prestes (1930), a situação nacional agravou-se com o assassinato de João Pessoa e, com o apoio do movimento tenentista, a revolução foi deflagrada no Rio Grande do Sul, Washington Luís foi deposto, e uma junta de governo transmitiu o poder ao chefe civil da rebelião. O novo chefe do governo suspendeu a constituição, fechou o Congresso Nacional e reduziu de 15 para 11 o número de juízes do Supremo Tribunal Federal. Nomeou interventores para os estados e criou os Ministérios do Trabalho, da Indústria e Comércio e da Educação e Saúde. Promulgou uma nova lei sindical e anunciou um programa de 17 pontos, que incluía as principais promessas da Aliança Liberal. Esmagou a revolução constitucionalista em São Paulo (1932), promulgou uma nova constituição (1934) e foi eleito de forma indireta presidente da república por quatro anos e deu início a processos de reformas que puseram o Brasil agrário e semicolonial no caminho do desenvolvimento industrial, lançou as bases de uma legislação trabalhista e inaugurou o populismo e a intervenção do estado na economia. Criou a previdência social e os institutos de aposentadorias e pensões. Pôs os partidos esquerdistas na ilegalidade (1935) e com a aproximação das eleições diretas marcadas (1938), alegou a existência de um plano comunista para desencadear a guerra civil e conseguiu poderes excepcionais ao Congresso. Com eles, dissolveu a Câmara e o Senado, fez prender e exilar os principais líderes da oposição, revogou a constituição em vigor, suspendeu as eleições e instaurou no país o chamado Estado Novo. Sob essa ditadura, reprimiu toda a atividade política, adotou medidas econômicas nacionalizantes, como a criação do Conselho Nacional do Petróleo e da Companhia Siderúrgica Nacional, além do início da construção do complexo siderúrgico de Volta Redonda e criou as bases para a formação de um corpo burocrático profissional, com a instalação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). Na segunda guerra mundial, após o afundamento de 37 navios brasileiros no Atlântico e a pressão da opinião pública, declarou guerra à Alemanha (1942) e pôs em prática o processo de redemocratização do país. Porém, após II Guerra Mundial, a crise econômica européia e norte-americana agravara a situação do estado totalitário brasileiro. Na tentativa de salvar seu poder, decretou a anistia ampla para centenas de presos políticos, entre eles o chefe comunista Luís Carlos Prestes (1945) e marcou as eleições para 2 de dezembro do mesmo ano, mas terminou deposto em outubro por um golpe militar. Assumiu o governo José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal, o STF, e ele retornou para São Borja. Nas eleições de 2 de dezembro, foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul e por São Paulo e deputado federal pelo Distrito Federal e mais seis estados, mas manteve-se em São Borja, em exílio voluntário. No governo de Eurico Dutra, com a elaboração de uma nova Constituição Brasileira (1946), a quinta Constituição Brasileira que, entre outras determinações, restabelecia o regime democrático no país e o direito à educação, resolveu assumir sua cadeira no Senado. Candidatou-se à presidência (1950) pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) contra o brigadeiro Eduardo Gomes, que concorria pela União Democrática Nacional (UDN). Eleito tomou posse em janeiro (1951), mas sua política nacionalista, como a que orientaria a criação da Petrobrás (1954), encontrou fortíssimos adversários, entre eles o jornalista Carlos Lacerda. A nomeação de João Goulart para o Ministério do Trabalho (1953) desagradou os círculos militares, políticos e empresariais. Em fevereiro (1954) foi entregue ao ministro da Guerra um manifesto assinado por 48 coronéis e 39 tenentes-coronéis, que exprimia o descontentamento das forças armadas. Para controlar a situação, nomeou Zenóbio da Costa para o Ministério da Guerra e demitiu João Goulart. O aumento de cem por cento para o salário-mínimo junto com o pedido aos trabalhadores que se organizassem em defesa do governo e o atentado a tiros no Rio de Janeiro ao jornalista Carlos Lacerda, no qual morreu o major-aviador Rubens Vaz, que o acompanhava, precipitaram uma crise política sem precedentes. A prisão do suposto criminoso e suas revelações de ligação com a guarda pessoal do presidente e Gregório Fortunato e outros membros da guarda palaciana foram presos e descobriram-se várias irregularidades. O presidente reconheceu que, sem seu conhecimento, corria sob o palácio um mar de lama e os militares exigiam sua renúncia. O presidente reuniu o ministério e propôs se licenciar até que todas as responsabilidades pelo atentado fossem apuradas, porém o Exército não aceitou o afastamento temporário. A pressão foi demais e o presidente retirou-se da reunião e no mesmo dia, no palácio do Catete, no Rio de Janeiro, RJ, suicidou-se com um tiro no coração em 24 de agosto (1954), deixando uma carta-testamento de natureza fundamentalmente política.
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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:




João de Deus Menna Barreto




João de Deus Menna Barreto, o general



(1874 - 1933)



Militar e político brasileiro nascido em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, integrante como general da Junta Militar Governativa Provisória (1930) com o contra-almirante Almir José Isaías de Noronha e o também general, Augusto Tasso Fragoso, quando o presidente Washington Luís foi deposto e seu sucessor eleito Júlio Prestes foi impedido de tomar posse. De uma família de tradição militarista, era filho de um general de carreira e iniciou a sua própria por volta dos seus 16 anos (1890). Combateu (1893-1895) a Revolução Federalista deflagrada em seu estado contra o presidente Floriano Peixoto e, posteriormente, ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro (1898). Promovido a major, tornou-se (1911) adjunto do seu tio marechal, o então Ministro da Guerra, Antônio Adolfo da Fontoura Mena Barreto. Como comandante da 2ª Brigada de Infantaria, participou (1922) da repressão ao levante militar ocorrido no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, contra o surgente movimento político-rebeldista conhecido como tenentismo. Também participou da repressão a rebelião em Manaus (1924) e, em seguida, foi o comandante da 1ª Região Militar (1924-1926), cargo que deixou para ser inspetor do 1º Grupo de Regiões Militares, ano em que, também, foi eleito presidente do Clube Militar (1926). Durante a crise no processo de sucessão presidencial (1930), liderou na capital federal o golpe militar contra o presidente Washington Luís e o conseqüente impedimento da posse de seu sucessor eleito Júlio Prestes. Integrou a Junta Militar Governativa Provisória (1930) que governou o país por dez dias, antes de dar posse ao futuro ditador Getúlio Vargas. Vale observar historicamente, que a Junta Governativa não deixou registros de sua investidura no Livro de Posse do governo federal. Retomou suas funções de inspetor do 1º Grupo de Regiões Militares, até que foi nomeado interventor federal no Estado do Rio de Janeiro (1931). Renunciou ao cargo três meses depois por discordar dos temos do Código dos Interventores, mas ainda homem de confiança do Governo Vargas, em seguida foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (1931). Integrante das fileiras do Partido Trabalhista Brasileiro, procurou cumprir o papel de mediador no confronto então surgido entre os constitucionalistas de São Paulo e o governo federal (1932) e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, aos 58 anos. Não confundir com o homônimo e também militar, Visconde de São Gabriel (1769-1849).
Figura copiada do


CONTEXTO POLÍTICO:





João de Deus Menna Barreto, o visconde
(1769 - 1849)
Militar e político brasileiro nascido em Rio Pardo, no Estado do Rio Grande do Sul, primeiro e único visconde de São Gabriel. Filho de Francisco Barreto Pereira Pinto e de Francisca Veloso, assentou praça no regimento dos dragões, em Rio Pardo, tomando parte da campanha (1801) quando, devido a atos de heroísmo, foi promovido a sargento. Participou da campanha (1811) como tenente-coronel, guarnecendo o território das missões. Na guerra contra Artigas (1816), derrotou inicialmente a tropa do próprio Jose Artigas e depois derrotou definitivamente o caudilho José Antonio Berdún que mantinha domínio sobre Quaraí, Ibirocaí e Inhaduí, na Batalha de Carumbé. onde ele foi ferido em combate, porém sem muita gravidade. Recuperado, participou também das vitórias militares nas batalhas de Catalão e do arroio Gabiju (1817) e foi promovido a marechal. Foi presidente da província do Rio Grande do Sul (1822-1823) e participou na Guerra Cisplatin, porém sem comando formal, coordenando trapas mercenárias e voluntárias, tendo como principal vitória a no Passo Sarandi. Com problemas de saúde, desligou-se oficialmente do exército (1832), mas voltou as batalhas durante a Revolução Farroupilha (1836), participando da retomada de Porto Alegre pelos legalistas. Depois da Paz de Ponche Verde retirou-se definitivamente para Rio Pardo, onde faleceu aos 80 anos. Foi dignitário da Imperial Ordem do Cruzeiro, comendador da Imperial Ordem de Avis e foi agraciado visconde de São Gabriel (1836). Casado com Rita Bernarda Cortes de Figueiredo Menna e pai de Gaspar Francisco Menna Barreto e João Manuel Menna Barreto, tornou-se o patriarca da família Menna Barreto, ao retirar o seu sobrenome Pereira Pinto e reconstituir seu nome completo com o Menna da esposa. Não confundir com o homônimo general integrante da Junta Militar Governativa Provisória (1930). João Manuel Menna Barreto foi comandado do pai, morreu em combate durante a Guerra do Paraguai e tornou-se Patrono do 2º Regimento de Cavalaria.

Augusto Tasso Fragoso




Augusto Tasso Fragoso



(1869 - 1945)



Historiador e militar nascido em São Luís, Estado do Maranhão, chefe da Junta Governativa Provisória (1930), cuja atuação foi decisiva na deposição de Washington Luís. Diplomado em artilharia pela Escola Militar (1885-1889), depois cursou a Escola Superior de Guerra, onde foi discípulo de Benjamin Constant. Ainda jovem travou conhecimento, no Rio de Janeiro, com as idéias positivistas divulgadas por Constant e participou como alferes-aluno da operação militar pela proclamação da República (1889). Escolhido, contra a sua vontade, deputado à Assembléia Nacional Constituinte (1890) pelo Maranhão, renunciou ao mandado sem tomar parte de qualquer sessão parlamentar. Recusou o convite do presidente Floriano Peixoto para assumir a Prefeitura do Distrito Federal, no entanto aceitou a intendência do Departamento de Obras e Viação Geral daquela prefeitura, exercendo o cargo até o mês de abril do ano seguinte. Durante a revolta da armada que pretendia derrubar o governo de Floriano Peixoto, foi gravemente ferido no combate da ponta de Armação, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro (1894), mas recuperou-se. Viajou (1908) à Europa como membro do estado-maior do ministro da Guerra, Hermes da Fonseca, a fim de comprar armamentos para o Exército. Foi nomeado chefe da Casa Militar (1914) pelo presidente Venceslau Brás, permanecendo nessa função nos três anos seguintes. Nesse período, desempenhou papel importante na implantação do serviço militar obrigatório e na remodelação do Exército. Alcançou o generalato (1918) e exerceu o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército (1922-1929), onde destacou-se no processo de remodelação do Exército orientada por uma missão militar francesa e saiu por discordar de pontos de vista do governo sobre a reestruturação do ensino militar no país. Na chamada Revolução de 30, integrou, a comissão que se dirigiu à residência de Washington Luís para forçar seu afastamento do poder central. Depois que Washington Luís foi deposto em 24 de outubro (1930), assumiu o governo do Brasil com os generais João de Deus Mena Barreto e Alfredo Malan d'Angrogne. O golpe de estado liderado por ele, foi desenvolvido para impedir que o presidente eleito Júlio Prestes assumisse a presidência da república. Garantindo o chamado movimento getulista, dez dias depois a presidência foi entregue a Getúlio Vargas, que contava com o apoio popular e de movimentos militares de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Com Vargas no poder voltou novamente à chefia do Estado-Maior do Exército e, depois, tornou-se ministro do Supremo Tribunal Militar (1933) onde ficou até se aposentar compulsoriamente por limite de idade (1939). Casado com dona Josefa Graça Aranha, morreu no Rio de Janeiro, aos 76 anos. Destacado historiador militar, escreveu História da guerra entre a Tríplice Aliança e o Paraguai (1934) e A revolução farroupilha (1938).
Figura copiada do PROJETO VIP:


Almirante Almir José Isaías de Noronha




Almirante Almir José Isaías de Noronha



(1873 - 1963)



Militar da Marinha do Brasil nascido no Rio de Janeiro, então capital imperial brasileira, integrante como contra-almirante da Junta Militar Governativa Provisória (1930) com os generais Augusto Tasso Fragoso e João de Deus Menna Barreto, quando o presidente Washington Luís foi deposto e seu sucessor eleito, Júlio Prestes, impedido de tomar posse. De uma família de tradição militarista, era filho do general-de-divisão Manuel Muniz de Noronha e de Zulmira Augusta Aguiar, era sobrinho de Júlio César de Noronha, Ministro da Marinha (1902-1906), e primo de Sílvio de Noronha, ministro da Marinha (1946-1951). Ingressou no curso preparatório da Escola Naval (1887), seguindo o exemplo de muitos membros da sua família que se destacaram na carreira militar e alcançou a patente de contra-almirante (1923). Assumiu então a direção da Escola Naval por dois períodos não consecutivos (1923-1925 / 1926-1927) e foi nomeado comandante-em-chefe da esquadra brasileira (1927-1928). Dois anos depois (1930), com o início do movimento revolucionário promovido pelas forças de oposição ao governo federal, membros da alta oficialidade das Forças Armadas anteciparam-se aos revoltosos e depuseram o presidente Washington Luís.e inviabilizaram a posse de seu sucessor eleito, Júlio Prestes. Foi indicado como representante da Marinha, acumulava, ainda, o cargo de ministro da Marinhapara compor uma junta governativa que governou o país quando da eclosão da Revolução (1930), constituída assim que o presidente foi deposto. Vale observar historicamente, que a Junta Governativa não deixou registros de sua investidura no Livro de Posse do governo federal. A junta mesmo com poucos dias de governo (24/10-03/11), organizou um novo ministério, do qual faziam parte, entre outros, o general José Fernandes Leite de Castro como Ministério da Guerra, Isaías de Noronha como Ministério da Marinha, e Afrânio de Melo Franco como Ministério das Relações Exteriores. Com a situação na capital sob controle, a junta entregou o poder para Getúlio Vargas, comandante das forças revolucionárias, que assumiu a presidência em 3 de novembro (1930) com o apoio popular e de movimentos militares de Minas Gerais e Rio Grande do Sul garantindo a suspensão total das hostilidades em todo o país. Pediu demissão da pasta da Marinha no mês seguinte e no ano seguinte, foi promovido a vice-almirante e elegeu-se para a presidência do Clube Naval ( 1931). Morreu em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, aos 89 anos e meio, e seu nome foi dado ao primeiro navio rebocador de porto da Marinha do Brasil construído no Brasil (1972).
Figura copiada de página da WIKIPÉDIA:


http://en.wikipedia.org/wiki/Isa%C3%ADas_de_Noronha