2 de fevereiro de 2009

Washington Luís Pereira de Sousa




Washington Luís Pereira de Sousa



(1869 - 1957)



Presidente da república brasileira (1926-1930) nascido em Macaé, RJ, conhecido como o último presidente do período da República Velha, deposto, 21 dias antes do término do mandato. Estudou no Rio de Janeiro como aluno interno do Colégio Pedro II e bacharelou-se (1891) pela Faculdade de Direito de São Paulo. Nomeado promotor público em Barra Mansa, RJ, depois passou a se dedicar à advocacia em Batatais, SP, onde iniciou a carreira política. Elegeu-se vereador (1897), prefeito (1898) e deputado estadual para a legislatura (1904). Foi secretário estadual de Justiça e Segurança Pública (1906-1914), assumiu o cargo de prefeito da capital paulista (1914) e à presidência do estado (1920). Filiado ao Partido Republicano Paulista, o PRP, foi eleito para o Senado Federal (1925) e no ano seguinte, presidente da república, substituindo um período de agitações políticas no governo de Artur da Silva Bernardes. Libertou presos políticos, não prorrogou o estado de sítio, enfrentou a crise internacional do café e com seu ministro da Fazenda, Getúlio Vargas, buscou estabilizar o câmbio e equilibrar a economia nacional. Construiu a rodovia Rio-Petrópolis (1928), mais tarde Rodovia Washington Luís. As eleições de 1º de março (1930) deram a vitória a Júlio Prestes, contra Getúlio Vargas, porém as denuncias de fraude nas eleições e o assassinato, em Recife, de João Pessoa, companheiro de chapa de Getúlio, desencadeou a revolução em 3 de outubro 3 e, no dia 24 de outubro as forças armadas depuseram o presidente, que se exilou na Europa e só retornou ao país (1947) após a queda da ditadura Vargas. Além de político, foi historiador e publicou diversos trabalhos, entre os quais um importante estudo, Na capitania de São Vicente (1956) e morreu em São Paulo.
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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:


Artur da Silva Bernardes




Artur da Silva Bernardes



(1875 - 1955)



Presidente da república brasileira (1922-1926) nascido em Viçosa, MG, cujo governo foi marcado por revoltas militares e crises políticas que o levaram a governar quase que durante todo o mandato, sob estado de sítio. De formação básica no colégio do Caraça, trabalhou como comerciário para continuar os estudos em Ouro Preto, onde se matriculou na Faculdade Livre de Direito. Transferiu-se posteriormente para São Paulo onde formou-se (1900). Voltando a Viçosa foi eleito vereador e presidente da Câmara Municipal (1906) e no ano seguinte deputado estadual. Eleito deputado federal (1909), ocupou o cargo de secretário das Finanças do estado de Minas Gerais. Novamente eleito para a Câmara dos Deputados, foi conduzido ao governo de Minas (1918-1922). Numa campanha histórica por sua violência concorreu à presidência da república contra Nilo Peçanha. Antes da sua posse ocorreu o episódio das cartas falsas, a ele atribuídas, com grosseiros insultos às forças armadas e alusões desabonadoras ao marechal Hermes da Fonseca, publicadas pelo jornal Correio da Manhã. A questão levantou acirrada polêmica e protestos entre os militares, sobretudo a oficialidade jovem, e deu origem ao histórico levante do Forte de Copacabana (1922). Essa primeira manifestação do tenentismo foi debelada e ele assumiu a presidência em 15 de novembro. Para conter o surto revolucionário e as agitações operárias, o presidente muniu-se de poderes especiais por meio do Decreto no 4.743 (1923), chamado lei infame pela imprensa oposicionista. Decretou novo estado de sítio (1924) para combater a revolução chefiada pelo general Isidoro Dias Lopes, em São Paulo. Dominado o levante em São Paulo, o capitão Luís Carlos Prestes sublevou a guarnição de Santo Ângelo, RS, para se reunir em Foz do Iguaçu, PR, com os revolucionários paulistas, dando início ao movimento denominado Coluna Prestes, que percorreu 36.000km no interior do país e travou uma série de combates com as forças legalistas. Após o mandato presidencial foi eleito senador por Minas Gerais (1927), pela Aliança Liberal. Apoiou a revolução constitucionalista de São Paulo (1932) e foi preso em Viçosa, remetido para o Rio de Janeiro e deportado para a Europa, onde permaneceu durante quase dois anos. Novamente no Brasil, elegeu-se deputado federal (1935), mas o golpe de novembro (1937) afastou-o da ação política durante o governo comandado por Getúlio Vargas. Eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte (1946) fundou o novo Partido Republicano, após divergências com a União Democrática Nacional (UDN). Foi presidente da Comissão de Segurança Nacional da Câmara dos Deputados (1947) e assumiu a liderança no debate sobre o petróleo, em defesa do monopólio estatal. Ainda como deputado, combateu a internacionalização da Amazônia e morreu no Rio de Janeiro.
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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:


Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa




Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa



(1865 - 1942)



Presidente da república brasileira (1919-1922) nascido em Umbuzeiro, Estado da Paraíba, tornando-se o único paraibano a chegar ao mandato máximo da nação brasileira, cujas ações de governo centraram-se no desenvolvimento siderúrgico, na recuperação econômica do Nordeste e no incentivo a produção do café. Descendente de importantes proprietários rurais pernambucanos, ficou órfão dos pais, José da Silva Pessoa e Henriqueta Barbosa de Lucena, após uma epidemia de varíola (1873) e foi educado pelo tio materno Henrique de Lucena, então governador de Pernambuco. Ingressou na Faculdade de Direito de Recife, bacharelou-se (1886) e, um mês depois, foi nomeado promotor público na cidade de Bom Jardim. Depois foi promotor na cidade de Cabo (1887-1889) e professor de Direito na FDR. Após uma breve passagem pelo Rio de Janeiro, com a proclamação da República retornou à Paraíba (1889), convidado pelo então presidente da província, Venâncio Neiva, para assumir o cargo de secretário-geral do Estado. Elegeu-se deputado à Assembléia Constituinte (1890-1891), mas na oposição a Floriano Peixoto, abandonou temporariamente a política. Neste período esteve na Europa e casou-se com Maria da Conceição de Manso Saião. Voltou a cena política nomeado ministro da Justiça (1898) pelo presidente Campos Sales. Com grande prestígio junto ao presidente, revelou-se um administrador competente e ganhou o respeito até da imprensa oposicionista e marcou sua passagem pelo ministério, apresentando o Projeto do Código Civil, elaborado com a coordenação de Clóvis Beviláqua, e o encaminhando ao Congresso Nacional (1901) e que seria sancionado anos depois (1916). Exerceu simultaneamente o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal e procurador-geral da República (1902-1905). Aposentado como ministro do Supremo Tribunal Federal (1911), voltou à Paraíba e elegeu-se para o Senado. Depois de passar algum tempo na Europa, com a eclosão da I Guerra Mundial (1914) voltou a Paraíba e elegeu-se para o governo do estado (1915). Com o fim da Primeira Guerra Mundial, foi nomeado delegado do Brasil na Conferência de Versalhes (1919) e, neste mesmo ano, foi eleito presidente da república, tomando posse em 28 de julho. Disputou a sucessão de Delfim Moreira pela presidência da República com Rui Barbosa, vencendo as eleições sem precisar sair da França. Eleito pelo Partido Republicano Mineiro, na presidência enfrentou um dos períodos políticos mais conturbados da Primeira República, com a Revolta do Forte de Copacabana, a crise das cartas falsas e a revolta do clube militar e o surgimento do Tenetismo, além de muitas greves operárias e a pressão do empresariado e dos então poderosos produtores de café. Como administrador inovou nomeando civis para as pastas militares, como a do historiador Pandiá Calógeras como Ministro da Guerra. Fechou um contrato pioneiro com a Itabira Iron para a instalação de uma usina siderúrgica de 150.000 toneladas, fortaleceu as exportações de matérias-primas, ampliou o parque industrial do país, fabricando aqui produtos antes importados, e deu impulso sem precedentes ao combate à seca no Nordeste, com a construção de mais de 200 açudes na região, certamente a maior de suas obras sociais. Construiu mais de 1000 km de ferrovias no sul do país, criou a Universidade do Rio de Janeiro. Fez a primeira transmissão radiofônica do país como parte das comemorações oficiais do centenário da proclamação da Independência: um discurso comemorativo do presidente transmitido para os visitantes da Exposição Internacional do Rio, nas instalações pioneiras daquela que seria inaugurada no ano seguinte como a primeira estação de rádio do Brasil (1923), a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Edgard Roquete Pinto e Henry Morize. Sua sucessão foi marcada por uma agitação da campanha presidencial e um clima altamente agitado nas Forças Armadas, que culminou com o levante dos 18 do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, sufocada pelo poder central. Após deixar a presidência em 15 de novembro, substituiu Rui Barbosa na Corte Internacional de Haia (1922-1930). Com forte prestígio na política nacional, indicou o sobrinho João Pessoa para a presidência da Paraíba e apoiou Getúlio Vargas, na campanha presidencial (1930). Sofreu grande golpe emocional ao ser surpreendido em Haia da trágica notícia do assassinato de seu sobrinho. A morte de João Pessoa, o desmotivou politicamente, deixou Haia e a atividade pública e, acometido do mal de Parkinson (1936), morreu em 13 de fevereiro, no sítio Nova Betânia, nos arredores de Petrópolis, interior do Estado do Rio de Janeiro. Seus restos mortais, como os da sua esposa, foram transportados para João Pessoa, Paraíba, e inumados na cripta do Fórum Epitácio Pessoa. Em vida publicou o livro Pela verdade (1925).
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BANDEIRA E REPÚBLICA / NM:


Delfim Moreira da Costa Ribeiro




Delfim Moreira da Costa Ribeiro



(1868 - 1920)



Presidente militar da república brasileira (1918-1919) nascido em Cristina, MG, que deu especial atenção aos problemas educacionais. Estudou no seminário de Mariana, MG, e diplomou-se (1890) pela Faculdade de Direito de São Paulo. Promotor público em Santa Rita do Sapucaí e em Pouso Alegre, MG, onde iniciou a carreira política como vereador e foi eleito deputado estadual (1894-1902). Foi secretário do Interior de Minas Gerais no governo de Francisco Sales, e eleito para a Câmara Federal (1909), mas voltou à secretaria do Interior no governo de Júlio Bueno Brandão, a quem sucedeu na presidência do estado (1914-1918). Vice-presidente da república eleito (1918), assumiu de imediato a presidência da república em 15 de novembro do mesmo ano, em virtude do impedimento do presidente Rodrigues Alves, que contraíra a gripe espanhola. Com a morte de Rodrigues Alves em 16 de janeiro (1919), e também com problemas de saúde, confiou praticamente os encargos do governo ao ministro da Viação, Afrânio de Melo Franco, e presidiu novas eleições (1919) em que foi eleito seu candidato, o senador Epitácio da Silva Pessoa. Morreu em 1º de julho, em Santa Rita de Sapucaí e para cumprimento do restante de seu mandato de vice-presidente, foi eleito o senador mineiro Francisco Álvaro Bueno de Paiva.
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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:


Venceslau Brás Pereira Gomes




Venceslau Brás Pereira Gomes



(1868 - 1966)



Presidente da república brasileira (1914-1918) nascido em São Caetano da Vargem Grande, hoje Brasópolis, MG, conhecido por seu pragmatismo, habilidade e moderação e um dos impulsionadores da indústria no Brasil, em um processo de substituição de importações. Formado em direito em São Paulo (1890), retornou a Minas Gerais, onde exerceu as funções de promotor público em Jacuí e Monte Santo, onde foi eleito vereador e presidente da Câmara Municipal. Eleição para deputado estadual (1892) e federal (1896), consolidou seu comando político durante o governo de Silviano Brandão em Minas Gerais, quando ocupou a Secretaria do Interior e Justiça (1898-1902). Reeleito para a câmara federal, foi o líder da bancada mineira durante o governo de Rodrigues Alves (1902-1906). Ainda na câmara federal assumiu o governo de Minas Gerais (1909), em substituição a Bueno Brandão, vice-presidente do estado em exercício, devido à morte do presidente estadual João Pinheiro (1908). Candidato como vice-presidente da república na chapa presidencial com Hermes da Fonseca, elegeu-se para o mandato seguinte (1910-1914). Um acordo entre os políticos de São Paulo e Minas, conhecido como acordo do café com leite, que contrariou as pretensões de Pinheiro Machado, vice-presidente do Senado Federal e chefe do Partido Republicano Conservador, resultou na sua eleição para a presidência da república (1914), coincidindo com o período da primeira guerra mundial. Adotou uma política financeira de redução nos gastos públicos, bem como de estímulo às exportações de matérias-primas e de alimentos, estimulando ao mesmo tempo a implantação de novas indústrias para fazer frente às dificuldades de importação. Rompeu relações com os impérios centrais (1917), devido aos sucessivos afundamentos de navios brasileiros, reconhecendo e proclamando afinal o estado de guerra com a Alemanha em 26 de outubro (1917). A cooperação brasileira com os aliados, além do fornecimento de gêneros essenciais, cingiu-se à ajuda no patrulhamento do Atlântico e ao envio de uma missão médico-militar à Europa. No último ano do governo (1918), entre outubro e novembro, o país foi assolado pela gripe espanhola, com milhares de vítimas, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Após completar seu mandato, recolheu-se a Itajubá, MG, como presidente vitalício de um grupo de empresas de âmbito regional, ali falecendo.
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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:


Hermes Rodrigues da Fonseca




Hermes Rodrigues da Fonseca


(1855 - 1923)



Presidente da república brasileira (1910-1914) nascido em São Gabriel RS, que como ministro da Guerra no governo Afonso Pena instituiu o serviço militar obrigatório no Brasil. Sobrinho do marechal Deodoro da Fonseca, ingressou na Escola Militar (1871), onde foi aluno de Benjamin Constant, de quem herdaria seu pensamento positivista. Como capitão participou do movimento de 15 de novembro pela proclamação da república ao lado do tio (1889) e por ocasião da revolta da esquadra (1893), destacou-se na defesa do governo de Floriano Peixoto. Comandou a Brigada Policial do Rio de Janeiro (1899-1904), quando assumiu o comando da Escola Militar do Realengo. Promovido a marechal pelo presidente Rodrigues Alves, foi ministro da Guerra no governo seguinte, de Afonso Pena. Nesse ministério reformou os serviços técnicos e administrativos e instituiu o serviço militar obrigatório. Após regressar de uma viagem à Alemanha (1908), e numa disputa contra Rui Barbosa, foi eleito e empossado como o sexto presidente da república. Logo no início do governo enfrentou a revolta dos marinheiros (1910), seguida de um levante no batalhão de fuzileiros navais. Restabelecida a ordem pública e apoiado pelo Partido Republicano Conservador, liderado por Pinheiro Machado, retomou o esquema das administrações anteriores, porém teve que "administrar" o surto militarista que visava a derrubada das oligarquias que dominavam as regiões Norte e Nordeste e colocar militares na chefia dos estados, em substituição aos políticos. Em política externa promoveu uma aproximação com os Estados Unidos e no plano interno prosseguiu o programa de construção de ferrovias e de escolas técnico-profissionais, delineado no governo Afonso Pena. Concluiu as reformas e obras da Vila Militar de Deodoro e do Hospital Central do Exército, entre outras, além das vilas operárias, no Rio de Janeiro, no subúrbio de Marechal Hermes e no bairro da Gávea. Após deixar a presidência, em novembro, foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul (1915), mas não assumiu a cadeira, em virtude do assassinato de Pinheiro Machado, no dia em que deveria ser diplomado, em setembro daquele ano. Viajou para a Europa e só retornou ao Brasil seis anos depois, quando iniciava-se uma nova campanha presidencial. Na presidência do Clube Militar, apoiou a candidatura de Nilo Peçanha, no movimento reação republicana. Sua prisão foi então decretada pelo presidente Epitácio Pessoa e, seis meses depois, foi libertado graças a um habeas corpus. Doente, retirou-se para Petrópolis, RJ, onde morreu.
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Nilo Procópio Peçanha




Nilo Procópio Peçanha



(1867 - 1924)



Presidente da república brasileira (1909-1910) nascido em Campos dos Goitacases, RJ, que como presidente da república, procurou manter-se neutro durante a disputada campanha eleitoral entre Hermes da Fonseca e Rui Barbosa, pela sua sucessão. Filho de camponeses humildes, formou-se pela Faculdade de Direito de Recife, PE (1887), onde depois criou um escritório de advocacia. Atraído pela política, fundou, com Francisco Portela, o Clube Republicano de Campos e foi membro do Congresso Constituinte (1890-1891) e da primeira legislatura do Congresso Nacional. Reeleito sucessivamente, foi eleito presidente do estado do Rio de Janeiro (1903), onde se mostrou um administrador dinâmico e eficiente. Compondo como vice a chapa vitoriosa de Afonso Pena, assumiu a presidência com a morte do titular. Após passar o governo para o eleito Hermes Rodrigues da Fonseca, foi para Europa (1910-1912), só voltando para assumir a cadeira de senador pelo Rio de Janeiro. Eleito presidente do estado do Rio de Janeiro (1914), antes do término do mandato foi nomeado para o Ministério das Relações Exteriores (1917). Formou uma chapa oposicionista com José Joaquim Seabra, presidente da Bahia, com o apoio dos maçônicos da Grande Oriente do Brasil, na chamada Reação Republicana (1921), contra o candidato das correntes oficiais, Artur Bernardes, presidente de Minas Gerais, apoiado pela Igreja Católica, e foi derrotado (1922). Publicou os livros Impressões da Europa (1913), com suas observações sobre a primeira viagem ao exterior, e Política, economia e finanças (1922), com os discursos de campanha da Reação Republicana, e morreu no Rio de Janeiro, RJ, em 31 de março.
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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA: