21 de novembro de 2008

O ANJO BOM

O ANJO BOM

Dois anos do surras incessantes.

Dois anos vivera o Chico junto da madrinha.

Numa tarde muito fria, quando entrou em colóquio com Dona Maria João de Deus, Chico implorou:

- Mamãe, se a senhora vem nos ver, porque não me retira daqui?

o Espírito carinhoso afagou-o e perguntou:

Por que está você tão aflito? Tudo, no mundo, obedece a vontade de Deus...

- Mas a senhora sabe que nos faz muita falta...

A Mãezinha consolou-o e explicou:

- Não perca a paciência. Pedi a Jesus para enviar um anjo bom que tome conta de vocês todos.

E sempre que revia a progenitora, o menino indagava:

- Mamãe, quando é que a anjo chegará?

- Espere, meu filho! - era a resposta de sempre.

Decorridos dois meses, a Sr. João Cândido Xavier resolveu casar-se em segundas núpcias.

E Dona Cidália Batista, a segunda espôsa, reclamou os filhos de Dona Maria João de Deus, que se achavam espalhados em casas diversas.

Foi assim que a nobre senhora mandou buscar também o Chico.

Quando a criança voltou ao antigo lar contemplou a madrasta que lhe estendia as mãos...

Dona Cidália abraçou-o e beijou-o com ternura a perguntou:

- Meu Deus, onde estava êste menino com a barriga deste jeito?

Chico, encorajado com a carinho dela, abraçou-a também, como o pássaro que sentia saudades do ninho perdido.

A madrasta bondosa fitou-o bem nos olhos e indagou:

- Você sabe quem sou, meu filho?

- Sei sim. A senhora é o anjo bom de que minha mãe já falou...

E, desde então, entre as dois, brilhou a amor puro com que o Chico seguiu a segunda mãe, até a morte.
Ramiro Gama (Chico Xavier)

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