3 de novembro de 2014

Guerras do Vietnã



Guerras do Vietnã

O atual Vietnã, juntamente com o Laos e o Camboja, fazia  parte do território conhecido como Indochina, que desde o final do século XIX era uma possessão da França. No decorrer da Segunda Guerra Mundial, o Japão avançou sobre o Sudeste Asiático, desalojou os franceses e anexou a região aos seus domínios. Organizadas na Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã, liderados por Ho Chi Minh, os vietnamistas reagiram aos japoneses e no final da Segunda Guerra proclamaram, na parte norte do país, a República Democrática do Vietnã. Logo a seguir, os vietnamistas entraram em guerra contra os franceses, que teimavam em reconquistar a região, e os venceram de modo espetacular na Batalha de Dien Bien Phu, em 1954.
Nesse mesmo ano, na Conferência de Genebra, convocada para celebrar a paz, decidiu-se que até as eleições gerais, que se realizaria em 1956, o Vietnã independente ficaria dividido em:
* Vietnã do Norte (socialista), com capital em Hanói, governado por Ho Chin Minh;
* Vietnã do Sul (pró-capitalista), com capital em Saigon, liderado por Bao Dai.
Nos anos seguintes, ao mesmo tempo em que a Guerra Fria se acentuava, a rivalidade entre os dois Vietnãs cresceu e as eleições com vistas à reunificação do país não se realizaram. Opondo-se à divisão do Vietnã e ao ditador que os governava, os sul-vietnamistas fundaram, em 1960, a Frente Nacional de Libertação. Essa organização era formada por grupos de guerrilheiros socialistas conhecidos como vietcongues. A Frente recebeu o imediato apoio do Vietnã do Norte.
Decididos a conter a expansão do socialismo na região, os Estados Unidos começaram a enviar ajuda militar ao governo do Sul e com isso precipitaram o início de uma nova guerra.
Durante os doze anos em que estiveram envolvidos nesse conflito, os EUA despejaram sobre o Vietnã milhões de toneladas de napalm e chegaram a manter na região 550 mil soldados.
Apesar do poderoso arsenal bélico, os norte-americanos foram derrotados pelas forças norte-vietnamistas e vietcongues, retirando-se da região em 1973. A guerra, no entanto, prosseguiu até 1975, ano em que o governo de Saigon rendeu-se aos seus adversários.
No ano seguinte, os vencedores promoveram a unificação do país, transformando o Vietnã num Estado socialista.


Guerra no Afeganistão

A nação afegã é formada por uma série de etnias que mantêm rivalidades entre si: 50% da população é constituída pelos patãs, 30% são tradjiques, além de outra parte em que se incluem usbeques, turcomanos e beluques. Em termos religiosos, 90% são muçulmanos sunitas e 9%, xiitas.
Por se expandir em uma área ampla dos continentes asiático e africano, o islamismo se dividiu em xiitas e sunitas. As divergências entre essas duas seitas referiam-se, basicamente, a quem deveria suceder Maomé após sua morte; contudo, o tempo foi mostrando outras diferenças entre elas: os sunitas passaram a aceitar com mais facilidades as transformações pelas quais o mundo passou e vem passando, enquanto os xiitas se mostraram avessos a elas, tornando-se defensores intransigentes dos fundamentos da fé islâmica.
A população, de maneira geral, é resistente aos invasores, sendo que gerrilhas atuam, há muito tempo no páis, recebendo ajuda financeira externa. No período da Guerra Fria, os russos aspiraram dominar a região para controlar o acesso ao Golfo Pérsico. Do outro lado, os Estados Unidos buscavam controlar a expansão soviética, apoiando as ações das guerrilhas. Internamente, o país passou por várias transformações, salientando-se o golpe militar que em 1973 derrubou a monarquia no país e o de 1978 que conduziu os comunistas ao poder. Ao mesmo tempo que se instalava o governo de esquerda, a oposição crescia, além da forte presença e atuação dos xiitas, influenciados pela Revolução Islâmica do Irã.
O governo instalado não foi capaz de conter as insurreições freqüentes, ocorrendo, então, a ajuda da URSS e depois dos americanos, sob o governo do presidente Ronald Reagan. A China também enviou auxílio no sentido de reforçar os movimentos contrários à expansão do regime soviético. A URSS despendeu grandes somas de recursos e soldados para garantir seu domínio sobre as principais cidades, mas não foi capaz de deter o movimento das guerrilhas.
Em 1988, após as transformações realizadas pelo líder soviético Mikhail Gorbatchev, os representantes da URSS, EUA, Afeganistão e Paquistão (que atuava junto aos americanos) reuniram-se em Genebra para a realização de um acordo sobre a questão afegã.
Pelo tratado firmado, o Paquistão e o Afeganistão comprometeram-se a não interferir nos assuntos internos um do outro; a URSS retiraria suas forças militares da região e os governos, americanos e soviéticos, aceitariam as cláusulas do acordo.
   Apesar dos esforços, a guerra continuou entre governo e guerrilheiros. Estes, por sua vez, lutaram com obstinação superando os exércitos das potências estrangeiras. O prolongamento do conflito trouxe desgaste à população civil, vítima de violência progressiva.