4 de junho de 2018

Bezerra da Silva

Tributo a Bezerra da Silva







Bezerra da Silva

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Bezerra da Silva
Informação geral
Nome completoJosé Bezerra da Silva
Também conhecido(a) comoEmbaixador dos morros e favelas
Voz do morro
Nascimento23 de fevereiro de 1927
Local de nascimentoRecifePernambuco
Brasil
Data de morte17 de janeiro de 2005 (77 anos)
Local de morteRio de JaneiroRJ
Brasil
Gênero(s)Sambapartido-altococo
Instrumento(s)Vocalviolãopercussão
Período em atividade19742005 (31 anos)
Outras ocupaçõesPercussionistacompositor
Gravadora(s)RCABMGCIDTapecar
Afiliação(ões)DicróMoreira da SilvaRegina do Bezerra
Influenciado(s)Marcelo D2[1]
José Bezerra da Silva (Recife23 de fevereiro de 1927 — Rio de Janeiro17 de janeiro de 2005) foi um cantorcompositorviolonistapercussionista e intérprete brasileiro dos gêneros musical coco e samba, em especial de partido-alto.
No princípio, dedicava-se principalmente ao coco até se transformar em um dos principais expoentes do samba nos anos seguintes.[2]Através do samba, cantou sobre os problemas sociais encontrados dentro das comunidades, se apresentando no limite da marginalidade e da indústria musical. Estudou violão clássico por oito anos e passou outros oito anos tocando na orquestra da Rede Globo, sendo um dos poucos partideiros que lia partituras.[3]
Gravou seu primeiro compacto em 1969 e o primeiro disco em 1975, de um total de 28 álbuns lançados em toda a carreira que, somados, venderam mais de 3 milhões de cópias.[3] Ganhou 11 discos de ouro, 3 de platina e 1 de platina duplo.[4] Apesar de ter sido um dos artistas mais populares do Brasil, foi um artista bastante ignorado pelo "mainstream".[nota 1]

    Biografia

    Primeiros anos

    Filho de família pobre, Bezerra da Silva nasceu no Recife em 23 de fevereiro de 1927. Sua mãe, Hercília Pereira da Silva, foi abandonada pelo marido, Alexandrino Bezerra da Silva, quando estava grávida do filho.[2] Aos 15 anos de idade, depois de ser expulso da Marinha Mercante, Bezerra da Silva viajou para o Rio de Janeiro, com o objetivo de procurar o pai e fugir da pobreza.[2] Fez a viagem em um navio que carregava açúcar e estava apenas com a roupa do corpo.[3] Teria encontrado o pai, mas com mais atritos com o pai, acabou ficando sozinho.[carece de fontes]
    Passou então a trabalhar na construção civil como pintor de paredes e tinha como endereço a obra na zona central da cidade, onde exercia sua profissão.[3] Pelos idos de 1949, começou a se enamorar de uma "dona" e foi morar com ela no Morro do Cantagalo, na Zona Sul.[3]

    Boemia, detenções e queda

    Juntamente com o trabalho de pintor, começou a desenvolver a verve musical, a partir do coco de Jackson do Pandeiro, e logo ingressou na bateria do bloco carnavalesco Unidos do Cantagalo, tocando tamborim.[3][5] Em 1950, conheceu Doca,[nota 2] também morador do Morro do Cantagalo, que o convidou para participar do "Programa da Rádio Clube do Brasil", onde Bezerra participava como ritmista — além do tamborim, tocava surdo e instrumentos de percussão em geral.[3] Boêmio e malandro, foi detido dezenas de vezes pela polícia e acabou desempregado em 1954.[2] Durante muitos anos viveu como morador de rua em Copacabana, quando chegou a tentar o suicídio, mas foi salvo e acolhido em um terreiro de umbanda. Lá, descobriu sua mediunidade e soube, através de uma mãe-de-santo, que o seu destino era a música.[2]

    Renascimento com a música

    Convencido de que não deveria mais procurar trabalho no ramo da construção civil, reinventou sua vida como músico profissional e compositor.[nota 3]
    Sob o nome artístico José Bezerra, teve as composições "Acorrentado" e "Leva teu gereré", em parceria com Jackson do Pandeiro, lançadas no primeiro álbum da carreira do pernambucano, em 1959. Na primeira metade da década de 1960, ingressou na orquestra da gravadora Copacabana Discos, que acompanhava vários artistas de renome, e também teve novas composições, assinadas com outros músicos, gravadas por Jackson do Pandeiro, como "Meu veneno" (com Jackson do Pandeiro e Mergulhão), "Urubu molhado" (com Rosil Cavalcanti), "Babá" (com Mamão e Ricardo Valente), "Criando cobra" (com Big Ben e Odelandes Rodrigues) e "Preguiçoso" (com Jackson do Pandeiro). Em 1965, a cantora Marlene gravou "Nunca mais", uma parceria de Bezerra com Norival Reis.
    Em 1967, compôs seu primeiro samba, chamado "Verdadeiro amor", que foi gravado por Jackson do Pandeiro naquele ano.

    Primeiros discos

    No final daquela década, mudou o nome artístico para Bezerra da Silva e, em 1969, gravou um compacto simples pela Copacabana Discos, com as músicas "Mana, cadê meu boi?" e "Viola testemunha".[5]
    Seu primeiro LP,"Bezerra da Silva - O Rei do Coco Volume 1", seria apenas lançado em 1975, pela gravadora Tapecar, e teve como destaque a canção "O rei do coco". No ano seguinte, pela mesma gravadora, lançou "Bezerra da Silva - O Rei do Coco Volume 2", cujo maior destaque foi "Cara de boi".[5]

    Fama

    A partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar o público. O repertório dos discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra. Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a mostrar a sua realidade em músicas como: "Malandragem Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô". Em 1995 gravou pela gravadora CID "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano PavarottiPlácido Domingo e José Carreras.

    Anos finais

    Em 2001 tornou-se evangélico neopentecostal da Igreja Universal do Reino de Deus.[6] Em 2005, perto da morte, mas ainda demonstrando plena atividade, participou de composições com Planet HempO Rappa e outros nomes de prestígio da Música Popular Brasileira.
    Em setembro de 2004, foi internado em uma clínica privada do Rio de Janeiro, quando foi diagnosticado com pneumonia e enfisema pulmonar e chegou a ficar por quase uma semana em coma.[7] Um mês depois, o sambista passou mal novamente. Foi levado pelo Corpo de Bombeiros de seu apartamento, no bairro de Copacabana (zona sul carioca), ao Hospital dos Servidores do Estado, onde foi internado com problemas pulmonares e faleceu em 17 de janeiro de 2005, aos 77 anos.[8][9][10]
    Ainda naquele ano, teve lançado postumamente seu disco evangélico Caminho de Luz, que vinha sendo preparado nos últimos anos da vida do sambista.[8][10]

    Vida pessoal

    Foi casado com Regina de Oliveira, que também foi sua empresária e até mesmo uma de suas compositoras, sob o pseudônimo de Regina do Bezerra.[9]
    Antes de se tornar cristão evangélico ao final da vida, Bezerra foi por décadas ligado à umbanda e assíduo frequentador do terreiro do Pai Nilo, em Belford Roxo.[3]
    Um de seus filhos, Ytallo Bezerra da Silva, também seguiu a carreira de músico.[11]

    Legado

    O sambista pernambucano foi tema do livro "Bezerra da Silva - Produto do Morro", de Letícia Vianna, lançado em 1998.[carece de fontes]
    O rapper Marcelo D2 lhe prestou homenagem quando lançou em 2010, pela gravadora EMI, o álbum "Marcelo D2 canta Bezerra da Silva", no qual perfilou parte da obra interpretada pelo sambista.[carece de fontes]
    Em 2012, foi lançado o documentário "Onde a coruja dorme", de Márcia Deraik e Simplício Neto, que destaca os compositores de suas músicas, trabalhadores anônimos, que abordavam em suas letras temas da realidade brasileira como o malandro, o otário, o alcaguete, a maconha. O filme teve origem no curta-metragem homônimo, lançado onze anos antes.[12]
    Outro legado é o incontestável e único estilo do típico malandro carioca com seu boné brad brim estampado até hoje inspira muitos admirados em rodas de samba.[carece de fontes]

    Obra

    Temática

    Os principais temas de suas canções foram a vida do povo e os problemas da sociedade e das favelas, como a exploração e a opressão sofridas pelos trabalhadores, a malandragem e ladrões à margem da lei, a questão do uso de drogas como a maconha e a condenação à caguetagem (delação de companheiros).[13] "Essas músicas que eu canto são de compositores que são servente de pedreiro, camelô, outro tá desempregado, outro limpa o carro da madame e a mulher é a cozinheira."[14]

    Discografia

    Notas

    1. Ir para cima Uma prova disso é que ele só tocou no Canecão, uma das mais tradicionais casa de espetáculos do país, em 1996, depois de duas décadas de uma carreira de consecutivos sucessos.[3]
    2. Ir para cima José Alcides, ou Doca, é mais conhecido por um dos autores da música "General da banda" (ao lado de Tancredo Silva e Sátiro de Melo)
    3. Ir para cima Como ele próprio explica, sua ligação com o mundo musical se deu por causa do "medo da fome". Diz também que a única saída que tinha era "lutar por dias melhores", pois "tinha dias que trabalhava e não comia". Não se cansa de afirmar que saiu da construção civil porque achava que algum dia iria "virar uma escada, um tijolo, um saco de cimento".[3]

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    Cantor brasileiro Wando morre aos 66 anos

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    8 de fevereiro de 2012
    Brasil — Morreu na manhã de hoje aos 66 anos, o cantor brasileiro Wanderley Alves dos Reis, mais conhecido como Wando, no hospital Biocor Instituto, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (capital do Estado de Minas Gerais). Wando vinha sofrendo de complicações cardíacas e será enterrado amanhã.
    O músico brasileiro estava internado desde o dia 27 de janeiro após ser diagnosticado de entupimento das três artérias coronárias e foi submetido a duas cirurgias. Wando chegou a ficar em estado grave, na UTI, respirando com a ajuda de aparelhos. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital na madrugada de hoje, a situação piorou após alguns dias de melhorar e às 8 horas da manhã (horário de Brasília) após ter parada cardíaca.
    Wando ganhou projeção pelo sucesso entre o público feminino, que atirava calcinhas no palco durante o show, ao som de canções que falavam de amor, mulher e sexo. Dentre os sucessos, destaca-se "Fogo e Paixão", famosa pelo refrão “Você é luz, é raio estrela e luar. Manhã de sol, meu iaiá, meu ioiô”.

    Biografia

    Nascido Wanderley Alves dos Reis na pequena cidade de Cajuri, no interior de Minas Gerais, em 2 de outubro de 1945, Wando passou a infância em Juiz de Fora, também em Minas Gerais. Já adolescente, se mudou para Volta Redonda (Rio de Janeiro), onde foi vendedor de jornal, entregador de leite, feirante e motorista de caminhão. Lá, começou a estudar violão clássico, mas percebeu que procurava algo diferente.
    A carreira só engatou quando Wando se mudou para a cidade mineira de Congonhas do Campo, onde morou por cinco anos em uma república de estudantes. Ali, participou do grupo musical Escaravelhos até ser descoberto pelo cantor Nilo Amaro, da banda Cantores de Ébano. Já em contato com gravadoras, foi morar na cidade do Rio para tentar a sorte como compositor, sem muito sucesso, seguindo para São Paulo.



    Paulo Sérgio

    Paulo Sérgio (cantor)

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    Paulo Sérgio Seleção de ouro





    Paulo Sérgio (cantor)

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    Paulo Sérgio
    Informação geral
    Nome completoPaulo Sérgio de Macedo
    Nascimento10 de março de 1944
    OrigemAlegre Espírito Santo
    País Brasil
    Data de morte29 de julho de 1980 (36 anos)
    Local de morteCidade de São Paulo São Paulo
    Gênero(s)Romântico popularJovem Guarda
    Período em atividade1967-1980
    Gravadora(s)Discos CaraveleDiscos Copacabana. (1968 a 1971eDiscos BeverlyDiscos Copacabana. (1972/1980)
    Página oficialwww.paulosergiodemacedo.com
    Paulo Sérgio de Macedo, mais conhecido como Paulo Sérgio(Alegre10 de março de 1944 – São Paulo29 de julho de 1980), foi um cantor e compositor brasileiro.
    O cantor e compositor capixaba iniciou sua carreira em 1968, no Rio de Janeiro, lançando um compacto com o sucesso Última Canção. O disco obteve sucesso imediato e vendeu 60 mil cópias em apenas três semanas, transformando seu intérprete num fenômeno de vendas. A despeito da curta carreira, Paulo Sérgio lançou treze discos e algumas coletâneas, obtendo uma vendagem superior a 10 milhões de cópias, em apenas 13 anos de carreira.[1]Ele teve uma morte prematura, aos 36 anos, em decorrência de um derrame cerebral.

      Biografia

      Primeiro filho do alfaiate Carlos Beath de Macedo e de Hilda Paula de Macedo, Paulo Sérgio, se não tivesse manifestado desde cedo o intento de tornar-se músico profissional, talvez teria se realizado como alfaiate, haja vista que aos dez anos frequentava a alfaiataria do pai, aprendendo os primeiros segredos da agulha e da tesoura. Porém, a veia artística já se desenhava cedo. Aos seis anos de idade, quando em sua cidade natal Alegre-ES, apareceram as caravanas de artistas de emissoras de rádio do Rio de Janeiro, Paulo Sérgio participou, ao fim do espetáculo, de um mini-concurso de calouros. Foi escolhido o melhor dentre vários concorrentes, passando a ser requisitado como atração especial em todas as festinhas da pequena Alegre.
      Ao chegar no Rio de Janeiro, para onde a família se mudara em meados dos anos 50, a trajetória do menino Paulo ganhou uma nova conotação. Estudou no Colégio Pedro II e morava em Brás de Pina, na zona norte carioca, quando terminou o ginásio. Aos 15 anos, foi trabalhar em uma loja no bairro de Bonsucesso. Coincidência ou não, era uma loja de discos e eletrodomésticos, chamada “Casas Rei da Voz”. Como tocava bem violão, logo os amigos o incentivaram e Paulo Sérgio começou a mostrar suas composições.
      Os anos 60 sacudiam a juventude e Paulo Sérgio fez seu batismo no programa Hoje é Dia de Rock, comandado por Jair de Taumaturgo, o mais badalado entre os jovens do Rio. Posteriormente, passaria ainda por muitos outros programas de calouros, como o Clube do Rock, do compositor Rossini Pinto, onde muitos outros ídolos que iriam formar o pessoal da Jovem Guarda se apresentaram. Em 1966, no filme Na Onda do Iê-iê-iê, Paulo Sérgio aparece como calouro do apresentador Chacrinha, cantando a canção Sentimental Demais, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia.
      Em 1967, uma nova e grande oportunidade de Paulo Sérgio surgiu, quando um amigo seu foi convidado para realizar testes na gravadora Caravelle, do empresário Renato Gaetani. Paulo, então, prontificou-se a acompanhar o amigo ao violão, que infelizmente não teve sorte. Porém, durante o teste, Alvaro Menezes, integrante do conjunto Os Selvagens e que era responsável por descobrir novos talentos da Jovem Guarda para a Caravelle, constatou que Paulo Sérgio também cantava e manifestou interesse em ouvir algumas de suas composições.
      Alvaro assegurou a Renato Gaetani, seu tio, que Paulo Sérgio seria sucesso absoluto e assim, um contrato foi prontamente assinado. Mas o sucesso veio mesmo antes de gravar. Alvaro o levou várias vezes ao programa Haroldo de Andrade na TV Excelsior e o auditório vinha a baixo ao ouvi-lo cantar "Benzinho" que ainda nem havia sido gravada.
      Paulo Sérgio tornou-se muito amigo de Alvaro a quem pedia conselhos sobre os mais diversos assuntos, até mesmo sobre a compra de seus dois primeiros carrões, um Mustang e um Cadillac presidencial. Na época, o motorista de Paulo Sérgio era Tony Damito, o qual tempos depois, também gravou um disco com a ajuda de Paulo Sérgio e Alvaro.
      Após alguns dias, Paulo Sérgio gravou um compacto simples, que continha as músicas Benzinho e Lagartinha. Entretanto, a sua afirmação definitiva deu-se com o lançamento, em 1968, do primeiro disco, denominado Paulo Sérgio - Volume 01, que, alavancado pelo grande sucesso Última Canção, vendeu mais de 300.000 cópias. Paralelo ao sucesso meteórico de Paulo Sérgio, surgiu a acusação de que ele era um imitador do cantor Roberto Carlos, então ídolo inconteste da juventude, dada a semelhança do seu timbre vocal. Como contrapartida, naquele mesmo ano Roberto Carlos lançaria o álbum O Inimitável. Ainda em 1968, Paulo Sérgio se defende sobre as acusações de mero imitador e, em entrevista ao radialista Antônio Aguillar, admite ser fã de Roberto, que estava somente buscando seu lugar no cenário musical brasileiro e que seu timbre de voz ser parecido com o de Roberto Carlos era uma simples coincidência.
      Já no final da década de 1960, com o fim do movimento Jovem Guarda, foi contratado exclusivo por Silvio Santospara integrar o elenco fixo de cantores do extinto programa Os Galãs Cantam e Dançam. Apesar de nunca ter pisado no palco do programa Jovem Guarda, chegou a se apresentar com Roberto Carlos nos Galãs, pois Roberto, que na época não era contratado por nenhuma emissora, também era convidado de Silvio Santos.
      Do sucesso inicial advieram propostas para que Paulo Sérgio ingressasse numa grande gravadora. Em 1972, este assinaria um vultoso contrato com a Copacabana, o qual, em razão das cifras envolvidas, foi considerado o maior acontecimento artístico daquele ano. Por conta disso, muda-se definitivamente para São Paulo, terra que ele adotou como sua. Pelo selo Beverly, Paulo Sérgio lançaria, ao todo, oito álbuns.
      No dia 4 de março de 1972, Paulo Sérgio contraiu matrimônio com Raquel Teles Eugênio de Macedo, a qual conhecera casual e sugestivamente num pequeno acidente de trânsito. O casamento aconteceu secretamente, numa cerimônia simples, em Castilho, pequena cidade do interior de São Paulo. Em 23 de maio de 1974, nascia Rodrigo, que mais tarde usaria artisticamente o codinome de Paulo Sérgio Jr. Além de Rodrigo, Paulo Sérgio tivera ainda duas filhas, Paula Mara e Jaqueline Lira, fruto de relacionamentos anteriores.
      Em abril de 2011, a sua filha Paula Mara faleceu.

      Últimos momentos

      Paulo Sérgio, a partir do final do ano de 1979, praticamente se isolou da vida artística. Muda-se para um sítio, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, e começa a levar uma vida bem simples, criando galinhas, cultivando plantas e passa a viver em contato mais direto com a natureza. Muito caseiro, convida seus pais para virem morar juntos com ele em sua chácara. Inicialmente, os mesmos aceitam sua proposta, mas dias depois, retornam ao Rio de Janeiro, onde fixaram residência desde a saída do interior do Espírito Santo. Naquela mesma época, o cantor declara que pensava em abandonar a carreira quando completasse 40 anos. Permanece quase um ano e meio sem gravar discos e, também, sem fazer aparições públicas, uma vez que seu LP volume 12 foi lançado no início de 1979. Até que, em maio de 1980, lança o volume 13 e alguns sucessos já começam a figurar nas paradas de sucesso de todo Brasil.
      No dia 27 de julho de 1980, um domingo, Paulo Sérgio fez sua última apresentação na TV, no programa do apresentador Bolinha, da Rede Bandeirantes, onde cantou duas músicas que já eram sucesso do seu último trabalho fonográfico: “O Que Mais Você Quer de Mim” e “Coroação”. Logo após apresentar-se no “Clube do Bolinha”, nos arredores do teatro onde aquele programa era veiculado, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, envolveu-se num incidente que talvez tenha provocado sua morte.
      Quando Paulo saiu do auditório para pegar seu carro, um Camaro de cor gelo estacionado próximo à Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, várias fãs o cercaram. Queriam beijos, autógrafos, carinhos e fotografias. Uma delas, agressivamente, começou a comentar fatos relacionados à vida íntima do cantor e sua ex mulher, Raquel Telles Eugênio de Macedo, de quem era desquitado desde 1978.
      Para evitar encrencas, os amigos trataram de afastá-la de Paulo, enquanto a moça garantia que ainda tinha muito a dizer. Nervoso, Paulo Sérgio deu a partida em seu carro, mas quando manobrou o veículo, foi atingido por uma pedrada no para-brisa. Fora de si, ele desceu do automóvel e partiu em perseguição à moça, que se refugiou no interior de um edifício, para onde o zelador não permitiu que Paulo a seguisse. Furioso, o cantor avaliou os danos causados ao seu veículo e aguardou vários minutos, na calçada, que a garota voltasse à rua.
      Seu secretário Luiz Mendes procurou acalmá-lo. Ele ainda teria de cumprir três apresentações, antes que o domingo terminasse. Finalmente, o convenceram a esquecer o incidente e sair dali. Rumaram para uma pizzaria em Moema. Paulo tentou fazer um lanche, mas não conseguiu comer direito. Tinha muita dor de cabeça e nenhum apetite.
      A primeira apresentação foi no Grajaú. Quando terminou de cantar, Paulo chamou seu secretário, pedindo a ele que encontrasse uma farmácia e providenciasse comprimidos para sua dor de cabeça, que estava cada vez mais violenta. Ingeriu dois de uma só vez e partiu para Itapecerica da Serra. Mas conseguiu cantar apenas duas músicas. A cabeça latejava dolorosa e implacavelmente e sua visão estava começando a ficar turva. Cambaleando, ele voltou ao seu camarim. Foi levado até o micro-ônibus e transportado para o Hospital Piratininga. De lá, enviaram-no para o Hospital São Paulo. Quando chegou a este último, ele já estava em coma. O diagnóstico foi rápido e assustador: Paulo Sérgio tivera um derrame cerebral.
      Após as primeiras providências clínicas, Paulo foi internado na UTI. Uma desesperada batalha pela sua sobrevivência estava se iniciando. Amigos e parentes foram alertados. Apesar de preocupados, todos, tanto familiares como fãs e equipe médica, estavam confiantes até aquele momento, uma vez que o cantor era um homem forte e sadio. Com esse perfil, acreditavam que não havia motivo para que se duvidasse de uma possível recuperação.
      No entanto, mesmo com a equipe médica fazendo o possível, os esforços de nada adiantaram. Na manhã de segunda-feira, 28 de julho, os corredores do hospital já estavam repletos de pessoas que queriam ver e saber alguma notícia sobre o estado de Paulo Sérgio. O otimismo já cedia lugar a um certo desespero. Afora os familiares, ninguém mais naquele momento tinha autorização para entrar na UTI, onde ele se encontrava.
      As reações de Paulo Sérgio continuavam desfavoráveis. O Dr. Pimenta, chefe da equipe que incansavelmente tentava reabilitar o cantor, após exames minuciosos, revelou aos familiares de Paulo que suas possibilidades de sobrevivência já eram mínimas e, mesmo assim, a luta prosseguia. No hospital, a vigília permanecia continua. Mais uma noite e o estado de saúde de Paulo Sérgio, ao invés de melhorar, se agravou mais. Às 14 horas e trinta minutos de terça-feira, 29 de julho, foi declarado que já não havia mais nenhuma possibilidade de reversão do quadro clínico, de modo que e sua morte clínica definitiva passara a ser apenas uma questão de tempo. Paulo Sérgio já estava praticamente sem vida e apenas os aparelhos mantinham sua respiração e seus batimentos cardíacos. Às vinte horas e trinta minutos, foi anunciado o fim de uma longa e dolorosa agonia. Apesar do esforço feito para salvá-lo, Paulo Sérgio, aos 36 anos de idade, estava morto.
      Durante a madrugada e a manhã seguinte, o corpo do cantor ficou exposto para visitação no velório do Cemitério de Vila Mariana, em São Paulo. Atendendo ao pedido dos pais de Paulo Sérgio, foi sepultado no Rio de Janeiro. Na capital carioca, o velório ocorreu no Cemitério do Caju. Entre cantores e artistas que prestaram suas últimas homenagens, estavam presentes: Antônio MarcosJerry AdrianiAgnaldo TimóteoZé Rodrix, Edson Wander e Renato Aragão, um de seus maiores admiradores. O cantor Roberto Carlos não pôde comparecer ao enterro, mas prestou sua homenagem enviando uma enorme coroa de flores com os seguintes dizeres: “Meu coração está em luto, pois morreu meu grande ídolo”. Às 16 horas do dia 30 de julho (quarta-feira), o seu corpo baixou à sepultura ao som de seu maior sucesso, “Última Canção”. Segundo alguns amigos de Paulo Sérgio, nos últimos meses, o cantor dava sinais claros que algo não ia bem com sua saúde, já que o artista vinha emagrecendo muito e sentindo fortes dores de cabeça, sempre tratando os sintomas com analgésicos e não dando maior importância ao fato. Para a gravadora Copacabana, declarou Clayton Lazzarini, diretor de divulgação e um grande amigo de Paulo Sérgio, sua morte repentina representava um prejuízo de mais de 10 milhões de dólares por ano a cada disco lançado, já que o artista, juntamente com Benito di Paula, era o grande responsável pelo faturamento da empresa. Só seu último LP, lançado dois meses antes de morrer, já havia alcançado a marca de 100 mil cópias, uma excelente vendagem para os padrões da época.
      Em 1981, a então gravadora Copacabana lançava o LP Volume 14. Tratava-se de 12 faixas inéditas que Paulo Sérgio havia gravado durante os anos 1970 e não aproveitadas em trabalhos anteriores. Curiosamente, a faixa que abre o disco chama-se O amor é cada vez maior, a última música gravada por Paulo Sérgio duas semanas antes de sua morte. No final dos anos 1980, uma nova tecnologia permitiu juntar as vozes de Paulo Sérgio e de seu filho, então com 12 anos. A canção escolhida foi “Quero Ver Você Feliz”, música que Paulo gravou em 1975 em homenagem ao nascimento do filho. Na nova versão, lançada em 1987, o filho responde ao pai com novos versos, incluídos à letra original da canção.

      Curiosidades

      A última entrevista do cantor, foi concedida a um programa de rádio ao comunicador Altieris Barbiero, na Rádio Record de São Paulo. Esta ocorrera dia 11 de julho de 1980, sendo veiculada em 18 de julho de 1980. Curiosamente, o apresentador faz como última pergunta se Paulo Sérgio teria medo da morte. Bem descontraído, Paulo Sérgio responde que se a morte viesse naquele momento não teria medo, mas que se algum dia estivesse mais velho e sabendo que sua hora estava chegando, teria medo. 18 dias depois de gravada a entrevista, ele morreria inesperadamente, causando uma extensa comoção nacional por todo Brasil. Esta sua última entrevista está disponível em áudio no Youtube.
      Desde 1980, ocasião de sua morte, que o túmulo do cantor, segundo Ricardo Cravo Albin é campeão de visitas nos dias de finados. Localizado no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro. O túmulo do artista atrai uma verdadeira multidão.
      José Alves de Moura, conhecido popularmente como Beijoqueiro, durante o velório de Paulo Sérgio no Rio, aproximou-se do caixão e deu dois beijos na testa do cantor, fazendo com que as fãs de Paulo Sérgio, que se aglomeravam no local, quisessem imitá-lo e provocassem um início de tumulto, tentando romper um cordão de isolamento feito pela polícia.
      Roberto Carlos e Paulo Sérgio tiveram um encontro oficial na Páscoa de 1973, mais precisamente no dia 23 de abril. Na ocasião, foram a um evento beneficente em prol das crianças com câncer, num hospital de São Paulo. O encontro foi coberto por toda a imprensa e os dois cantores conversaram por mais de 2 horas, além de terem esbanjado intimidades, fato que deixou a mídia curiosa por conta da suposta rivalidade existente entre os dois cantores. Ambos os artistas sabiam que o o encontro seria inevitável, sendo que os dois confirmaram presença. Vários jornalistas juraram que exatamente minutos antes, um deles daria uma desculpa e não iria comparecer, porém o encontro aconteceu, causando surpresa aos críticos da época.
      No dia 26 de novembro de 2016, seu filho Rodrigo Telles Eugênio de Macedo morreu em São Paulo, aos 42 anos, em decorrência de complicações de esclerose múltipla. A doença foi descoberta quando Rodrigo tinha apenas 6 anos, ainda em 1980, quatro meses após o falecimento de Paulo Sérgio.
      Paulo Sérgio mantinha um pequeno estúdio em sua chácara de Itapecerica da Serra e lá segundo alguns amigos, teria gravado algumas músicas que jamais foram lançadas pela Copacabana.

      Discografia

      ANO
      TÍTULO
      MÚSICAS
      1968
      VOLUME 1
      No Dia Em Que Parti / Gosto Muito De Você / Sorria, Meu Bem / Se Você Voltar / Não Sei Te Esquecer / Para O Diabo Os Conselhos De Vocês / Não Me Trate Como Um Cão / Última Canção / Não Quero Mais Você / Quando A Saudade Apertar / Doce Ilusão / Do Nosso Amor
      1968
      VOLUME 2
      Pelo Amor De Deus / Não Consigo Esquecer Você / Distância Ingrata / Veja / Sou Feliz Morrendo Assim / Não Vou Querer / Não Fico Aqui / Por Tudo Que Há De Mais Sagrado / Não Brinque Comigo / Amor Sem Fim / Menina Triste / Manhã De Esperança
      1969
      VOLUME 3
      O Amanhã Espera Por Nós Dois / Faça O Que Quiser De Mim / Estou Só / Será Que Você Não Tem Coração? / Nem Vejo A Hora De Voltar Aos Seus Braços / Chega / Sai De Mim / Ninguém Pode Proibir Que Eu Te Ame / Não Quero Saber De Você Nunca Mais / Felicidade Para Nós Dois / Vou Ver Meu Amor / Vai Ser Feliz Quem Ganhar Meu Coração
      1970
      VOLUME 4
      Você Não Presta / A Verdade É Diferente / Não Creio Em Mais Nada / Eu Não Sei, Eu Não Sei / Preciso Acreditar / Não Importa O Que Os Outros Falam / Eu Quero Ver Você Viver Sem Mim / Não Precisa Deixar Nada / À Procura De Um Novo Amor / Fujo De Mim / O Quanto Eu Te Amo / Eu Venho De Longe Só Por Causa De Você
      1971
      VOLUME 5
      Só Não Lhe Dou Meu Coração / Minha Cinderela / A Minha Lua / Preciso Esquecer Você / Minha Vida Pertence A / Canção Do Violeiro / Alfaiate / E O Destino Desfolhou / Não Vou Mais Lhe Escrever / Ficar Nunca Mais / Não / Tire A Indecisão De Si
      1972
      VOLUME 6
      Desiludido / Agora Quem Parte Sou Eu / Lembranças / Fiz Um Mundo Para Nós Dois / Sem Você / Minha Vila / Amor Eterno / Fiz / Idioma Do Amor / Uma História, Um Caminho / Como É Que Eu Vou Poder Viver Tão Triste / Capela / Hora De Esquecer O Mal
      1973
      VOLUME 7
      Nem Mesmo Cristo / Falta Alguém Em Nossa Vida / A Fera De Olhos Mansos / Aquele Tempo Bom / Mesmo Que Seja O Último Adeus / Índia / Máquinas Humanas / O Retratinho / De Coração A Coração / Rosana / Lágrimas Rolaram / C’e Sempre Una Speranza
      1974
      VOLUME 8
      Não Quero Você / Minhas Qualidades, Meus Defeitos / Pense Em Mim / Multicolorida / Vida, Para Quê? / Já Não Sinto Nada Por Você / Não Morreu A Esperança / Só Você / La Bohême / O Que Importa É O Nosso Amor / Você Me Disse Adeus / Vou Voltar Para Minha Terra
      1975
      VOLUME 9
      Noite Cheia De Estrelas / Quem Sabe Muito, Perde Mais / Quero Ver Você Feliz / Depois Que Perdi Você / Só Hoje / Vida Sem Graça / Nordeste 1920 (Terra Prometida) / Eu Te Amo Tanto, Tanto / As Aparências Enganam / Não Vou Deixar / Nem O Tempo Pode Apagar / Não Vale A Pena
      1976
      VOLUME 10
      O Grande Senhor / Amor Tem Que Ser Amor / Sempre No Meu Coração / Pra Ver Se Aprende A Viver / Não Vou Ficar / Mendigo Do Amor / O Cangaceiro / Sou Metade Em Você / Apenas Uma Palavra / Apesar Dos Pesares / Viver / Vai Ficar Na Recordação
      1977
      VOLUME 11
      Eu Te Amo, Eu Te Venero / Você Pode Me Perder / Como Me Arrependo / Que Felicidade / O Quê Foi Que Eu Disse / Bodas De Prata / O Tempo Dirá / Perdi Quem Mais Amei / Eu Deixo De Gostar Até De Mim / Meu Desejo / Eu Não Ligo / Minha Decisão
      1979
      VOLUME 12
      Pra Ela / Nossos Problemas / Preciso Me Libertar / Senhora / Recalques / Se O Mundo Acabar / Eu Te Amava, Eu Te Queria / Você Diz Que Me Amou / Você É O Problema / Pensando Melhor / Nos Braços Teus / O Trapo
      1980
      VOLUME 13
      O Que Mais Você Quer De Mim / A Volta / Precipitação / A Busca / Do Amor De Deus / Promessas / Vou Tirar Você De Mim / Por Causa Do Amor / Vai Ser Difícil Te Esquecer / Vou Sonhar Mais Uma Noite / Coroação / Sem Você
      1980
      ME AJUDE A MORRER
      Por Favor Me Ajude A Morrer / Vou Pedir Outra Vez / Um Amor Nascendo E Outro Morrendo / Não Queria Sentir Pena De Você / Eu Bem Sabia / Lagartinha / Benzinho (Dear Someone) / Logo Agora / Não Preciso Mais De Você / Minha Madrinha / Eu Não Sou O Que Você Está Pensando / Tudo Isso Me Faz Lembrar Que O Amor Morreu / Você Não É Como Eu Quis
      1981
      VOLUME 14
      O Amor É Cada Vez Maior / Meus "ais" / Tristeza Maior / Não Sei Lhe Esquecer / Eu Seguirei Te Amando / Ainda Resta A Esperança / Revelação / Separação / Eu Não Devia Gostar De Você / Brigas De Amor / O Retrato / Parto Em Preto E Branco
      1987Paulo Sérgio & AmigosÚltima Canção/ A Capela/ Índia/ Tristeza do Jeca/ Minhas Qualidades Meus Defeitos/ Desiludido/ Quero Ver Você Feliz/ Pelo Amor de Deus/ No Dia Em Que Parti/ Eu Te Amo Eu Te Venero/ O Amanhã Espera Por Nós Dois/ Fujo de Mim