24 de maio de 2015

Lenbrança de Morrer

Lenbrança de Morrer

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça a dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lagrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adorme ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste pensamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
(...)

Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas
De ti, ó minha mãe! Pobre coitada
Que por minha tristeza te desfinhas!
(...)

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecidos,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Elson Santos da Silva - 1983 à ...,
Foi poeta - Sonhou - E amou a vida

Então eu vos direi: Muito Obrigado!!!



Floquinho

Floquinho

Havia aldeia pequena onde o dinheiro não entrava.
Tudo o que as pessoas compravam, tudo o que era
cultivado e produzido por cada
um, era trocado.
A coisa mais importante, a coisa mais valiosa, era a Amizade.
Quem nada produzia, quem não possuía coisas que pudessem ser trocadas por alimentos,
ou utensílio, dava seu CARINHO.

O CARINHO era simbolizado por um floquinho de algodão.
Muitas vezes, era normal
que as pessoas trocassem floquinhos sem querer nada em troca. As pessoas davam seu CARINHO pois sabiam que receberiam outros num outro momento ou outro dia.


Um dia, uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia, convenceu um pequeno garoto a não mais dar seus floquinhos.

Desta forma, ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria o que quisesse.

Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar CARINHOS e em pouquíssimo tempo sua casa estava repleta de floquinhos, ficando até difícil de circular dentro dela.

Daí então, quando a cidade já estava praticamente sem floquinhos, as pessoas
começaram a guardar o pouco CARINHO que tinham e toda a HARMONIA da cidade desapareceu.
Surgiram a GANANCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro ROUBO, o ODIO, a DISCORDIA,
as pessoas se XINGARAM pela primeira vez e passaram a IGNORAR-SE pelas ruas.


Como era o mais querido da cidade, o garoto foi a primeiro a sentir-se TRISTE
e SOZINHO, o que o fez o menino procurou a velha para perguntar-lhe e dizer-lhe
se aquilo fazia parte da riqueza que ele acumularia.
Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão. Pegou uma grande carriola, colocou todos os seus floquinhos em cima e caminhou por toda a cidade distribuindo aleatoriamente
seu CARINHO. A todos que dava CARINHO, apenas
dizia: Obrigado por receber meu
carinho.

Assim, sem medo de acabar com seus floquinhos, ele distribuiu até o último CARINHO sem receber um só de volta.

Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu CARINHO. Um outro fez o mesmo...Mais outro...e outro...até que definitivamente a aldeia voltou ao normal.

MORAL DA ESTORIA: Nunca devemos fazer as coisas pensando em receber em troca.
Mas
devemos fazer sempre. Lembrar que um amigo existe é muito importante.

Muito mais importante do que cobrar dos outros que se lembrem de você, pois assim, você estará querendo acumular amizades sem fazer o seu
papel de amigo.

Receber CARINHO é muito bom. E o simples gesto de lembrar que um amigo existe é a forma mais simples de fazê-lo.



4 de maio de 2015

Capitanias Hereditárias


Capitanias Hereditárias
A colonização do Brasil, iniciada em 1530 com a expedição de Martim Afonso de Souza, não foi uma tarefa fácil. Em 1532, Martim Afonso fundou São Vicente, a primeira vila brasileira. No entanto, um único núcleo de povoamento na imensidade da costa não resolvia os problemas causados por navios franceses que vinham buscar pau-brasil.

Era necessário povoar rapidamente a região costeira, mas a Coroa portuguesa não dispunha na época de recursos humanos nem econômicos para colonizar, em curto prazo, o litoral brasileiro. Por isso, a partir de 1534, o governo português resolveu iniciar no Brasil um processo de colonização que já havia sido aplicado, com muito sucesso, na ilha da Madeira e nos Açores: a divisão da terra em capitanias. Dessa forma, a Coroa portuguesa pretendia ocupar o território brasileiro e torná-lo uma fonte de lucros.

As capitanias eram imensos lotes de terra que se estendiam, na direção dos paralelos, do litoral até o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Esses lotes foram doados em caráter vitalício e hereditário a elementos pertencentes à pequena nobreza lusitana. Os donatários tinham de explorar com seus próprios recursos as capitanias recebidas.

Ao doar as capitanias, a Coroa portuguesa abria mão de certos direitos e vantagens, em favor dos donatários, esperando com isso despertar seu interesse pelas terras recebidas. A Carta de Doação e o Foral garantiam os direitos do capitão donatário.

  • Pertenciam-lhe todas as salinas, moendas de água e quaisquer outros engenhos da capitania.
  • Podia escravizar índios em número indeterminado, mas devia enviar 39 para Lisboa, anualmente.
  •  Ficava com a vigésima parte da renda do pau-brasil.
  • Podia criar vilas, administrar a justiça e doar sesmarias, menos para a esposa, para o filho mais velho e para judeus e estrangeiros. Sesmaria era uma extensão de terra que o donatário doava a quem se dispusesse a cultivá-la. Ao contrário da capitania, da qual o donatário não tinha a propriedade (mas apenas o uso), a sesmaria era propriedade do sesmeiro, após dois anos de real utilização
    O rei reservava para si algumas vantagens que, na verdade, lhe garantiam os melhores proveitos que a terra poderia oferecer;
  • dez por cento de todos os produtos da terra;
  •  vinte por cento (um quinto) das pedras e metais preciosas;
  •  monopólio do pau-brasil, das drogas e das especiarias.
    No Brasil, o sistema de divisão da terra em capitanias não deu bons resultados. A grande extensão dos lotes talvez a principal razão do insucesso. Sem recursos suficientes, os donatários só conseguiam fundar estabelecimentos precários na região costeria dos lotes que recebiam; não tinham condições de tentar a colonização do interior.
A enorme distância que separava as capitanias da metrópole, de onde vinham os recursos necessários para a sobrevivência dos núcleos iniciais, dificultava ainda mais a colonização.

As capitanias de São Vicente e de Pernambuco, apresentaram resultados melhores do que as outras. O sucesso dessas capitanias se deveu ao êxito da cultura canavieira e da criação de gado.

Com o passar do tempo, as capitanias foram revertendo ao governo português. No século XVIII, quando Portugal era governado pelo Marquês de Pombal, o sistema foi ttalmente extinto. Os limites das capitanias sofreram modificações, mas determinaram os contornos gerais das províncias do Império que se limitavam com o Atlântico; estas, por sua vez, deram origem aos Estados litorâneos do Brasil atual. Os estados do interior tiveram origem diferente.

Brasil Colônia - História do Brasil - Brasil Escola


Óperas de Carlos Gomes O Guarani

Óperas de Carlos Gomes

O Guarani

Texto de Sergio Nepomuceno


Ceci
Opera-balé em quatro atos. Libreto de Antônio Scalvini, baseado no romance do mesmo título de José de Alencar. Estréia a 19 de março de 1870 no Teatro Alla Scala de Milão, Itália.

Peri


Capa da Partitura
  • Resumo: A história se passa nos arredores do Rio de Janeiro por volta de 1560. Os Índios aimorés e guaranis estão em guerra. Cecília, filha de D. Antônio de Mariz, velho fidalgo português e chefe dos caçadores de uma colônia lusitana, está comprometida por imposição paterna a casar-se com D. Álvaro, aventureiro português, apesar de a este os caçadores haverem prometido uma índia aimoré. Entretanto, Cecília enamora-se do índio Pery, líder da tribo guarani, que, por sua vez, apaixonado, resolve apoiar os caçadores em sua luta contra os aimorés. Em meio à contenda, Gonzáles, outro aventureiro português, hóspede de D. Antônio, planeja trair os companheiros, seqüestrando Cecy, mas Pery descobre o plano e susta a tentativa. Durante a disputa, Cecy é aprisionada pelos aimorés e o Cacique destes, por sua vez, apaixona-se por ela. Pouco depois, também Pery é aprisionado pelos guerreiros. Ciente do amor entre Pery e Cecy, o Cacique resolve sacrificá-los. Entrementes, com a repentina chegada do velho d. Antônio e seus companheiros, tudo se resolve. Uma nova traição de Gonzáles faz com que D. Antônio e Cecília sejam encarcerados em seu próprio castelo. Pery vai em busca da amada, pois sabe que d. Antônio pretende matar-se e levá-la consigo. Pery implora por Cecília e d. Antônio, emocionado ante a força do sentimento que une os dois amantes, tomando da espada batiza Pery, tornando-o cristão. Cecília e Pery fogem e, ao longe, contemplam a explosão do castelo junto com d. Antônio, que resolveu sacrificar a vida para salvar a da filha.

Cenário

Sobre a encenação de O Guarani em 1933 comenta Mário de Andrade na coluna Teatro Lírico


Biografia
Óperas

Carlos Gomes - Índice

Richard Wagner

Richard Wagner

1813/1883


Nascido em Leipzig, na Alemanha, Wagner, compositor e maestro, iniciou seus estudos musicais influenciado pela literatura e filosofia românticas. Buscou, em sua arte, alcançar a síntese perfeita entre música e drama. Construiu o Teatro Bayreuth, que, segundo ele, era o espaço perfeito para a apresentação de suas óperas. O "Templo da Arte" seguia o modelo do teatro grego, concebido para unificar gestos, luz, cenário, figurino e música , tudo sob a direção do maestro. Em suas montagens, a orquestra permanecia invisível para o público, transformando a cena numa emanação da música e criando um clima mágico com fortes efeitos cênicos.


Wagner foi um maestro prodigioso, experimentando todas as possibilidades da arte de reger. Sua expressão artística destacava-se pelo refinamento da utilização orquestral, pela força dramática dos cantores e pelo desenvolvimento do tema e motivo que assumiam um papel estrutural em sua obra (Leitmotiv).

Reconhecido na Europa como o representante máximo do neo-romantismo alemão, seus ideais artísticos foram a expressão de sua vida particular e pública, sendo considerado um dos intelectuais mais atuantes do século XIX. Suas convicções estavam fundadas na tragédia clássica e na criação de uma música nacional que, baseada nos mitos de origem do povo alemão e na criação da identidade coletiva, fosse capaz de educar e formar um novo homem. Segundo ele, a concretização desses ideais somente seria possível se um efeito revolucionário atingisse a sociedade, sendo que tal elemento revolucionário era a música. Assim, a sua arte resultou numa estética rigorosa e moralizante, com o objetivo de determinar e influenciar todos os âmbitos sociais.
Havia, na época, uma disputa entre a ópera italiana e a alemã. Wagner sempre rejeitou todas as convenções da ópera italiana, classificando-as de "frívolas"; a francesa, segundo ele, possuía um "ar coquete com um sorriso frio". A música de Richard Wagner era um "modismo" incompreensível para os ouvintes italianos, habituados aos dramas românticos e ao teatro bufo.
Dom Pedro II desejava muito que Carlos Gomes fosse estudar música na Alemanha. O Imperador era grande admirador da obra de Wagner, colaborando, inclusive, com a construção do Teatro Bayreuth. No entanto, Gomes preferiu a Itália, terra do Bellcanto, das revistas das cançonetas românticas, terra de Verdi.
Ironicamente, Gomes chegou a ser acusado de inserir certos wagnerismos em sua ópera Fosca, segundo Mário de Andrade:
"É sabido que uma das causas a que se atribui o pouco sucesso da Fosca em 1873, é ser música erudita demais. Chegaram mesmo a afirmar que a ópera estava impregnada de wagnerismos. O que determinaria a influência de Wagner sobre Gomes, seria a utilização do Leitmotiv wagneriano, o que não ocorre. Para Carlos, o motivo condutor não é o elemento sinfônico como em Wagner, é antes o elemento melódico"


Biografia

Carlos Gomes - Índice

Villa Brasília em Lecco

Villa Brasília em Lecco



"Conhecida também como Villa Gomes, em Lecco, Maggianico, a obra foi encomendada ao arquiteto Attilio Bolla. O edifício de refinado gosto eclético, com feições burguesas, reproduz o estilo neoclássico em alta na época. Se tornou um ponto de referência para artistas e burgueses de Milão. "

"Na mansão que ele fez questão de denominar Brasília, havia reunido tudo o que lhe podia recordar o Brasil... Nas gaiolas imensas voavam uma quantidade enorme de pássaros brasileiros e macaquinhos ressoavam nos jardins. "

"É nesta pequena aldeia, recanto genial preferido por muitos artistas, que Almicare Ponchielli e Carlos Gomes fixaram suas moradas... A de Gomes suntuosa, vasta e principesca; a outra, de Ponchielli, simples, sem ares de grandiosidade, muito semelhante ao caráter nada pretensioso do proprietário."

Gaspare Nello Vetro


Biografia
Carlos Gomes - Índice


Visconde Alfredo d' Escragnolle Taunay

Visconde Alfredo d' Escragnolle Taunay

1843 - 1899


De família renomada do Império, Taunay exerceu a carreira militar, tendo sido recrutado para a Guerra do Paraguai em 1865, o que lhe valeu muitas honras. Foi presidente de Santa Catarina e do Paraná. Eleito senador, defendeu, com André Rebouças e José do Patrocínio os princípios abolicionistas.

Monarquista convicto, após a Proclamação da República tornou-se um crítico mordaz do novo regime, escrevendo nesta época O Encilhamento.

Como escritor, ganhou notoriedade com o romance Inocência.

Amigo íntimo de Carlos Gomes, mantiveram durante anos uma assídua correspondência, sendo grande incentivador e divulgador de sua obra. Juntamente com André Rebouças, intermediou a concretização de vários projetos do maestro, ajudando-o financeiramente em momentos difíceis de sua vida.

Foi o autor do argumento original de O Escravo, posteriormente alterado por Rodolfo Paravicini, o que causou sério desentendimento entre Taunay e Gomes.


"Amigo Alfredo,
Creio não tê-lo ofendido nunca em coisa alguma
para merecer as humilhações de seu silêncio,
a não ser alguma falta involuntária de etiqueta
que espero me perdoará."
Carta de Carlos Gomes a Visconde de Taunay (1888)


Biografia

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