21 de dezembro de 2014

Contos, de Machado de Assis - Frei Simão

Contos, de Machado de Assis - Frei Simão

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Contos
Machado de Assis

Frei Simão
                                                                      
                            CAPÍTULO PRIMEIRO                         
                                                                      
        FREI SIMÃO era um frade da ordem dos Beneditinos. Tinha, quando     
morreu, cinqüenta anos em aparência, mas na realidade trinta e oito.
A causa desta velhice prematura derivava da que o levou ao claustro
na idade de trinta anos, e, tanto quanto se pode saber por uns frag‑
mentos de memórias que ele deixou, a causa era justa.                 
        Era frei Simão de caráter taciturno e desconfiado. Passava dias     
inteiros na sua cela, donde apenas saía na hora do refeitório e dos
ofícios divinos. Não contava amizade alguma no convento, porque       
não era possível entreter com ele os preliminares que fundam e con‑
solidam as afeições.                                                  
        Em um convento, onde a comunhão das almas deve ser mais             
pronta e mais profunda, frei Simão parecia fugir à regra geral. Um
dos noviços pôs‑lhe alcunha de urso, que lhe ficou, mas só entre os
noviços, bem entendido. Os frades professos, esses, apesar do des‑    
gosto que o gênio solitário de frei Simão lhes inspirava, sentiam por
ele certo respeito e veneração.                                       
        Um dia anuncia‑se que frei Simão adoecera gravemente. Chama‑        
ram‑se os socorros e prestaram ao enfermo todos os cuidados neces‑    
sários. A moléstia era mortal; depois de cinco dias frei Simão expirou.
        Durante estes cinco dias de moléstia, a cela de frei Simão esteve
cheia de frades. Frei Simão não disse uma palavra durante esses       
cinco dias; só no último, quando se aproximava o minuto fatal, sen‑
tou‑se no leito, fez chamar para mais perto o abade, e disse‑lhe ao
ouvido com voz sufocada e em tom estranho:                            
        ‑‑ Morro odiando a humanidade!                                      
        O abade recuou até a parede ao ouvir estas palavras, e no tom em    
que foram ditas. Quanto a frei Simão, caiu sobre o travesseiro e      
passou à eternidade.                                                 
        Depois de feitas ao irmão finado as honras que se lhe deviam, a     
comunidade perguntou ao seu chefe que palavras ouvira tão sinis‑
tras que o assustaram. O abade referiu‑as, persignando‑se. Mas os
frades não viram nessas palavras senão um segredo do passado, sem
dúvida importante, mas não tal que pudesse lançar o terror no espí‑
rito do abade. Este explicou‑lhes a idéia que  tivera quando ouviu as
palavras de frei Simão, no tom em que foram ditas,  e acompanhadas
do olhar com que o fulminou: acreditara que frei Simão estivesse
doudo; mais ainda, que tivesse entrado já doudo para a ordem. Os
hábitos da solidão e taciturnidade a que se votara o frade pareciam
sintomas de uma alienação mental de caráter brando e pacífico; mas
durante oito anos parecia impossível aos frades que frei Simão não
tivesse um dia revelado de modo positivo a sua loucura; objetaram
isso ao abade; nuas este persistia na sua crença.                     
        Entretanto procedeu‑se ao inventário dos objetos que pertenciam
ao finado, e entre eles achou‑se um rolo de papéis convenientemente
enlaçados, com este rótulo: "Memórias que há de escrever frei Simão
de Santa Águeda, frade beneditino".                                 
        Este rolo de papéis foi um grande achado para a comunidade
curiosa. Iam finalmente penetrar alguma cousa no véu misterioso que
envolvia o passado de frei Simão, e talvez confirmar as suspeitas do
abade. O rolo foi aberto e lido para todos.                          
        Eram, pela maior parte, fragmentos incompletos, apontamentos
truncados e notas insuficientes; mas de tudo junto pôde‑se colher que
realmente frei Simão estivera louco durante certo tempo.              
        O autor desta narrativa despreza aquela parte das Memórias que
não tiver absolutamente importância; mas procura aproveitar a que
for menos inútil ou menos obscura.                                   
                                                                      
                               CAPíTULO II                            
                                                                     
        As NOTAS de frei Simão nada dizem do lugar do seu nascimento nem
do nome de seus pais. O que se pôde saber dos seus princípios é que,
tendo concluído os estudos preparatórios, não pôde seguir a carreira
das letras, como desejava, e foi obrigado a entrar como guarda‑livros
na casa comercial de seu pai.                                         
        Morava então em casa de seu pai uma prima de Simão, órfã de
pai e mãe, que haviam por morte deixado ao pai de Simão o cuidado
de a educarem e manterem. Parece que os cabedais deste deram
para isto. Quanto ao pai da prima órfã, tendo sido rico, perdera tudo
ao jogo e nos azares do comércio, ficando reduzido à última miséria.
        A órfã chamava‑se Helena; era bela, meiga e extremamente boa.
Simão, que se educara com ela, e juntamente vivia debaixo do mesmo
tecto, não pôde resistir às elevadas qualidades e à beleza de sua pri‑
ma. Amaram‑se. Em seus sonhos de futuro contavam ambos o casa‑
mento, cousa que parece mais natural do mundo para corações
amantes.                                                             
        Não tardou muito que os pais de Simão descobrissem o amor dos
dous. Ora é preciso dizer, apesar de não haver declaração formal
disto nos apontamentos do frade, é preciso dizer que os referidos
pais eram de um egoísmo descomunal. Davam de boa vontade o pão
da subsistência a Helena; mas lá casar o filho com a pobre órfã
que não podiam consentir. Tinham posto a mira em uma herdeira      
rica, e dispunham de si para si que o rapaz se casaria com ela.       
        Uma tarde, como estivesse o rapaz a adiantar a escrituração do
livro mestre, entrou no escritório o pai com ar grave e risonho ao    
mesmo tempo, e disse ao filho que largasse o trabalho e o ouvisse.
O rapaz obedeceu. O pai falou assim:                                  
        ‑‑ Vais partir para a província de ***. Preciso mandar umas car‑
tas ao meu correspondente Amaral, e como sejam elas de grande         
importância, não quero confiá‑las ao nosso desleixado correio. Que‑
res ir no vapor ou preferes o nosso brigue?                            
        Esta pergunta era feita com grande tino.                          
        Obrigado a responder‑lhe, o velho comerciante não dera lugar a    
que seu filho apresentasse objeções.                                  
        O rapaz enfiou, abaixou os olhos e respondeu:                     
‑‑ Vou onde meu pai quiser.                                        
        O pai agradeceu mentalmente a submissão do filho, que lhe pou‑    
pava o dinheiro da passagem no vapor, e foi muito contente dar        
parte à mulher de que o rapaz não fizera objeção alguma.              
        Nessa noite os dous amantes tiveram ocasião de encontrar‑se sós
na sala de jantar.                                                     
        Simão contou a Helena o que se passara. Choraram ambos algu‑      
mas lágrimas furtivas, e ficaram na esperança de que a viagem fosse
de um mês, quando muito.                                              
        À mesa do chá, o pai de Simão conversou sobre a viagem do         
rapaz, que devia ser de poucos dias. Isto reanimou as esperanças      
dos dous amantes. O resto da noite passou‑se em conselhos da parte    
do velho ao filho sobre a maneira de portar‑se na casa do correspon‑
dente. Às dez horas, como de costume, todos se recolheram aos         
aposentos.                                                            
        Os dias passaram‑se depressa. Finalmente raiou aquele em que      
devia partir o brigue. Helena saiu de seu quarto com os olhos ver‑
melhos de chorar. Interrogada bruscamente pela tia, disse que era     
uma inflamação adquirida pelo muito que lera na noite anterior. A    
tia prescreveu‑lhe abstenção da leitura e banhos de água de malvas.
        Quanto ao tio, tendo chamado Simão, entregou‑lhe uma carta para
o correspondente, e abraçou‑o. A mala e um criado estavam prontos.    
A despedida foi triste. Os dous pais sempre choraram alguma cousa,    
a rapariga muito.                                                      
        Quanto a Simão, levava os olhos secos e ardentes. Era refratário
às lágrimas; por isso mesmo padecia mais.                             
        O brigue partiu. Simão, enquanto pôde ver terra, não se retirou
de cima; quando finalmente se fecharam de todo as paredes do cár‑
cere que anda, na frase pitoresca de Ribeyrolles, Simão desceu ao
seu camarote, triste e com o coração apertado. Havia como um pres‑    
sentimento que lhe dizia interiormente ser impossível tornar a ver    
sua prima. Parecia que ia para um degredo.                            
        Chegando ao lugar do seu destino, procutou Simão o correspon‑     
dente de seu pai e entregou‑lhe a carta. O Sr. Amaral leu a carta,    
fitou o rapaz e, depois de algum silêncio, disse‑lhe, volvendo a carta:
        ‑‑ Bem, agora é preciso esperar que eu cumpra esta ordem de seu               
pai. Entretanto venha morar para a minha casa.                                  
        ‑‑ Quando poderei voltar? perguntou Simão.                                    
        ‑‑ Em poucos dias, salvo se as cousas se complicarem.                         
        Este salvo, posto na boca de Amaral como incidente, era a oração             
principal. A carta do pai de Simão versava assim:                             
                                                                               
  Meu caro Amaral,                                                               
  Motivos  ponderosos me obrigam a mandar meu filho desta cidade. Rete‑
nha‑o por lá como puder. O pretexto da viagem á ter eu necessidade de ultimar
alguns negócios com você, o que dirá ao pequeno, fazendo‑lhe sempre crer que
a demora é pouca ou nenhuma. Você, que teve na sua adolescência a triste
idéia de engendrar romances, vá inventando circunstâncias e ocorrências impre‑
vistas, de modo que o rapaz não me torne cá antes de segunda ordem. Sou,
como sempre, etc.                                                               
                                                                               
                                   CAPÍTULO III                                 
                                                                                
        PASSARAM‑SE DIAS e dias, e nada de chegar o momento de voltar à
casa paterna. O ex‑romancista era na verdade fértil, e não se cansava
de inventar pretextos que deixavam convencido o rapaz.                         
        Entretanto, como o espírito dos amantes não é menos engenhoso
que o dos romancistas, Simão e Helena acharam meio de se escre‑
verem, e deste modo podiam consolar‑se da ausência, com presença
das letras e do papel. Bem diz Heloísa que a arte de escrever foi
inventada por alguma amante separada do seu amante. Nestas car‑
tas juravam‑se os dous sua eterna fidelidade.                                  
        No fim de dous meses de espera baldada e de ativa correspon‑
dência, a tia de Helena surpreendeu uma carta de Simão. Era a vigé‑
sima, creio eu. Houve grande temporal em casa. O tio, que estava
no escritório, saiu precipitadamente e tomou conhecimento do negó‑
cio. O resultado foi proscrever de casa tinta, penas e papel, e instituir
vigilância rigorosa sobre a infeliz rapariga.                                  
        Começaram pois a escassear as cartas ao pobre deportado. Inqui‑
riu a causa disto em cartas choradas e compridas; mas como o rigor
fiscal da casa de seu pai adquiria proporções descomunais, acontecia
que todas as cartas de Simão iam parar às mãos do velho, que, depois
de apreciar o estilo amoroso de seu filho, fazia queimar as ardentes
epístolas.                                                                     
        Passaram‑se dias e meses. Carta de Helena, nenhuma. O corres‑
pondente ia esgotando a veia inventadora, e já não sabia como reter
finalmente o rapaz.                                                            
        Chega uma carta a Simão. Era letra do pai. Só diferençava das
outras que recebia do velho em ser esta mais longa, muito mais
longa. O rapaz abriu a carta, e leu trêmulo e pálido. Contava nesta
carta o honrado comerciante que a Helena, a boa rapariga que ele
destinava a ser sua filha casando‑se com Simão, a boa Helena tinha
morrido. O velho copiara algum dos últimos necrológios que vira nos
jornais, e ajuntara algumas consolações de casa. A última consola‑
ção foi dizer‑lhe que embarcasse e fosse ter com ele.                          
        O período final da carta dizia:

    Assim como assim, não se realizam os meus negócios; não te pude casar
com Helena, visto que Deus a levou. Mas volta, filho, vem; poderás consolar‑te
casando com outra, a filha do conselheiro  ***. Está  moça feita e é um bom
partido. Não te desalentes; lembra‑te de mim.                                
                                                                              
        O pai de Simão não conhecia bem o amor do filho, nem era gran‑
de águia para avaliá‑lo, ainda que o conhecesse. Dores tais não se
consolam com uma carta nem com um casamento. Era melhor man‑
dá‑lo chamar, e depois preparar‑lhe a notícia; mas dada assim fria‑
mente em uma carta, era expor o rapaz a uma morte certa.                     
        Ficou Simão vivo em corpo e morto moralmente, tão morto que
por sua própria idéia foi dali procurar uma sepultura. Era melhor
dar aqui alguns dos papéis escritos por Simão relativamente ao que
sofreu depois da carta; mas há muitas falhas, e eu não quero corrigir
a exposição ingênua e sincera do frade.                                      
        A sepultura que Simão escolheu foi um convento. Respondeu ao
pai que agradecia a filha do conselheiro, mas que daquele dia em
diante pertencia ao serviço de Deus.                                          
        O pai ficou maravilhado. Nunca suspeitou que o filho pudesse
vir a ter semelhante resolução. Escreveu às pressas para ver se o
desviava da idéia; mas não pôde conseguir.                                  
        Quanto ao correspondente, para quem tudo se embrulhava cada
vez mais, deixou o rapaz seguir para o claustro, disposto a não
figurar em um negócio do qual nada realmente sabia.                          
                                                                               
                                   CAPÍTULO IV                                 
                                                                              
        FREI Simão de Santa Águeda foi obrigado a ir à província natal em           
missão religiosa, tempos depois dos fatos que acabo de narrar.               
        Preparou‑se e embarcou.                                                 
        A missão não era na capital, mas no interior. Entrando na capital,       
pareceu‑lhe dever ir visitar seus pais. Estavam mudados física e mo‑        
ralmente. Era com certeza a dor e o remorso de terem precipitado             
seu filho à resolução que tomou. Tinham vendido a casa comercial             
e viviam de suas rendas.                                                     
        Receberam o filho com alvoroço e verdadeiro amor. Depois das             
lágrimas e das consolações, vieram ao fim da viagem de Simão.               
        ‑‑ A que vens tu, meu filho?                                              
        ‑‑ Venho cumprir uma missão do sacerdócio que abracei. Venho              
pregar, para que o rebanho do Senhor não se arrede nunca do bom              
caminho.                                                                     
        ‑‑ Aqui na capital?                                                       
        ‑‑ Não, no interior. Começo pela vila de ***.                              
        Os dous velhos estremeceram; mas Simão nada viu. No dia se‑             
guinte partiu Simão, não sem algumas instâncias de seus pais para            
que ficasse. Notaram eles que seu filho nem de leve tocara em Hele‑          
na. Também eles não quiseram magoá‑lo falando em tal assunto.                
        Daí a dias, na vila de que falara frei Simão, era um alvoroço para       
ouvir as prédicas do missionário.                                            
        A velha igreja do lugar estava atopetada de povo.                        
        À hora anunciada, frei Simão subiu ao púlpito e começou o dis‑           
curso religioso. Metade do povo saiu aborrecido no meio do sermão.
A razão era simples. Avezado à pintura viva dos caldeirões de Pedro
Botelho e outros pedacinhos de ouro da maioria dos pregadores, o
povo não podia ouvir com prazer a linguagem simples, branda, per‑
suasiva, a que serviam de modelo as conferências do fundador da
nossa religião.                                                       
        O pregador estava a terminar, quando entrou apressadamente na
igreja um par, marido e  mulher: ele, honrado lavrador, meio reme‑
diado com o sítio que possuía e a boa vontade de trabalhar; ela, se‑
nhora estimada por suas virtudes, mas de uma melancolia invencível.
        Depois de tomarem água‑benta, colocaram‑se ambos em lugar
donde pudessem ver facilmente o pregador.                            
        Ouviu‑se então um grito, e todos correram para a recém‑chegada,
que acabava de desmaiar. Frei Simão teve de parar o seu discurso,
enquanto se punha temia ao incidente. Mas, por uma aberta que a
turba deixava, pôde ele ver o rosto da desmaiada.                    
        Era Helena.                                                        
        No manuscrito do frade há uma série de reticências dispostas em
oito linhas. Ele próprio não sabe o que se passou. Mas o que se
passou foi que, mal conhecera Helena, continuou o frade o discurso.
Era então outra cousa: era um discurso sem nexo, sem assunto, um
verdadeiro delírio. A consternação foi geral.                        
                                                                     
                              CAPÍTULO V                               
                                                                     
        O DELÍRIO de frei Simão durou alguns dias. Graças aos cuidados,
pôde melhorar, e pareceu a todos que estava bom, menos ao médico,
que queria continuar a cura. Mas o frade disse positivamente que se
retirava ao convento, e não houve forças humanas que o detivessem.
        O leitor compreende naturalmente que o casamento de Helena
fora obrigado pelos tios.                                            
        A pobre senhora não resistiu à comoção. Dous meses depois mor‑
reu, deixando inconsolável o marido, que a andava com veras.         
        Frei Simão, recolhido ao convento, tornou‑se mais solitário e taci‑
turno. Restava‑lhe ainda um pouco da alienação.                       
        Já conhecemos o acontecimento de sua morte e a impressão que
ela causara ao abade.                                                
        A cela de frei Simão de Santa Águeda esteve muito tempo reli‑
giosamente fechada. Só se abriu, algum tempo depois, para dar en‑
trada a um velho secular, que por esmola alcançou do abade acabar
os seus dias na convivência dos médicos da alma. Era o pai de Simão.
A mãe tinha morrido.                                                 
        Foi crença, nos últimos anos de vida deste velho, que ele não
estava menos doudo que frei Simão de Santa Águeda.                   


O Fantasma da Ópera

O Fantasma da Ópera
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para a novela francesa de 1910, veja O Fantasma da Ópera (desambiguação).
Le Fantôme de l'Opéra (O fantasma da ópera em português) é um romance francês escrito por Gaston Leroux, inspirada no livro Trilby de George du Maurier. Publicada pela primeira vez em 1910, foi desde então adaptada inúmeras vezes para o cinema e atuações de teatro, atingindo o seu auge ao ser adaptada para a Broadway, por Andrew Lloyd Webber, Charles Hart e Richard Stilgoe. O espectáculo bateu o recorde de permanência na Broadway (superandoCats), e continua em palco até hoje desde a estreia em 1986. É o musical mais visto de sempre, visto por mais 100 milhões de pessoas, e também a produção de entretenimento com mais sucesso que alguma vez existiu, rendendo 5 bilhões de dólares.
Le Fantôme de l'Opéra foi inúmeras vezes traduzido para o português do Brasil, sendo que as versões mais difundidas são das editoras Ediouro e Ática. A preferência por essas versões devem-se à maior fidelidade à história originalmente criada por Gaston Leroux. Em Portugal, "O Fantasma da Ópera" foi traduzido e publicado pela editora Bico de Pena.
O enredo]
Gtk-paste.svg Aviso: Este artigo ou se(c)ção contém revelações sobre o enredo.
O fantasma da ópera é considerada por muitos uma obra gótica, por combinar romance, horror, ficção, mistério e tragédia.
Na obra original de Leroux, a ação desenvolve-se no século XIX, na Ópera de Paris, um monumental e luxuoso edifício, construído entre 1857 e 1874, sobre um enorme lençol de água subterrâneo. Os empregados afirmam que a ópera se encontra assombrada por um misterioso fantasma, que causa uma variedade de acidentes. O fantasma chantageia os dois administradores da Ópera, exigindo que continuem lhe pagando um salário de 20 mil francos mensais e que lhe reservem o camarote número cinco em todas as atuações.
Entretanto, a jovem inexperiente bailarina (e mais tarde cantora) Christine Daaé, acreditando ser guiada por um "Anjo da Música", supostamente enviado pelo seu pai após a sua morte, consegue subitamente alguma proeminência nos palcos da ópera quando é confrontada a substituir Carlotta, a arrogante Diva do espectáculo. Christine conquista os corações da audiência na sua primeira atuação, incluindo o do seu amor de infância e patrocinador do teatro, Visconde Raoul de Chagny.
Erik, o Fantasma, vive no "mundo" subterrâneo que Christine considera um lugar frio e sombrio, onde ela percebe que o seu "Anjo da Música" é na verdade o Fantasma que aterroriza a ópera. Christine descobre também que o Fantasma é fisicamente deformado na face, razão pela qual usa uma máscara para esconder a sua deformidade. Vendo a verdadeira imagem de Erik, ela entra em choque, e Erik decide prendê-la no seu mundo, dizendo que somente a deixará partir se ela prometer não amar ninguém além dele e voltar por vontade própria.
Christine enfrenta uma luta interna entre o seu amor por Raoul e a sua fascinação pelo gênio da personagem do Fantasma, e decide se casar com Raoul em segredo e fugir de Paris e do alcance do Fantasma. No entanto, o seu plano é descoberto e, durante uma atuação da Ópera Fausto de Charles Gounod, Christine é raptada do palco e levada para os labirintos embaixo da Ópera.
Nos aposentos de Erik ocorre o confronto final entre ele, Christine e o Visconde Raoul de Chagny, que é levado até lá pelo Persa, através dos subterrâneos da Ópera, passando pela câmara dos suplícios, onde ambos quase acabam por enlouquecer e enforcar-se com o "Laço de Punjab" (espécie de cordão feito de tripas de gato que Erik usava para matar), e Christine é forçada a escolher entre Erik e Raoul. Christine escolhe Erik, com o intuito de salvar a vida das pessoas da Ópera (já que ele ameaça destruir a Ópera de Paris, colocando muitas vidas em risco, caso Christine escolha ficar com Raoul). Christine diz ainda que concordará em ser a esposa de Erik se ele libertar o Persa e Raoul, ainda presos na câmara dos suplícios. Erik leva o Persa de volta para sua casa, mas mantém Raoul como refém e o encarcera no local mais longínquo dos subterrâneos da Ópera.
Quando Erik retorna para Christine, ela o está esperando como uma verdadeira noiva; ele então se atreve a dar-lhe um beijo na testa, o qual ela aceita sem rejeitá-lo ou demonstrar horror. Esse ato simples trouxe uma alegria imensa a Erik, que pela primeira vez na vida foi tratado como uma pessoa comum. Os dois começam a chorar e Erik diz a Christine que ela pode ir embora e se casar com Raoul, o homem que ela ama, e que ele, Erik, não passava de um cachorro aos seus pés, pronto para morrer por ela. A única coisa que ele pede é que, quando morrer, ela o enterre junto com o anel que lhe havia dado. Christine e Raoul vão embora e nunca mais são vistos. Erik morre três semanas depois. O anúncio de sua morte foi feito pelo Persa em um jornal. Anos mais tarde, um esqueleto é encontrado nos subterrâneos da ópera e, junto ao esqueleto, havia um anel de ouro, o mesmo que Erik havia dado a Christine, indicando que ela cumpriu sua promessa.
Gtk-paste.svg Aviso: Terminam aqui as revelações sobre o enredo.
Resumindo, a história se baseia entre a música e o amor. Formando um triângulo amoroso assustador e envolvente, onde se encontra um terrivel medo e um inigualavel amor entre uma cantora lírica, um nobre apaixonado e um "fantasma" obcecado.
Cinema, teatro e música]
Cinema
O fantasma da ópera foi inúmeras vezes transposto para os palcos e para a telas de cinema, quando fez um estrondoso sucesso, principalmente entre o grande público. A primeira versão de O fantasma da ópera' para o cinema foi em um filme mudo e em preto-e-branco, realizado em 1925, pelos estúdios da Universal, com Lon Chaney no papel do Fantasma.
Seguiram-se outras versões igualmente populares, incluindo a da década de 1940, dirigida por Arthur Lubin, com Claude Rains no papel-título. Em 1962, o estúdio inglês Hammer produziu a sua versão, numa adaptação com enfoque mais humano e trágico do personagem. Destaque também para a versão rock-musical de 1974, dirigida por Brian De Palma e estrelada por Paul Williams, intitulada comoPhantom of the Paradise. Já no teatro, há o célebre musical da Broadway escrito por Andrew Lloyd Webber, considerada a maior atração teatral de todos os tempos.
Em 2004, foi novamente encenado para o cinema, dirigido pelo renomado diretor Joel Schumacher, com Gerard Butler na pele do fantasma, Emmy Rossum como Christine e Patrick Wilson Raoul, fechando o triângulo amoroso. O Fantasma da Ópera foi indicado ao Oscar em três categorias.
Nesse mesmo ano surgiu o musical "O Fantasma da ópera" em São Paulo, que ficou em cartaz por 3 anos. O filme custou 96 milhões de dólares, sendo o mais caro filme independente já feito.
Depois de pronto, a Universal comprou os direitos autorais dessa versão. Os 96.000.000 saíram do bolso do próprio Andrew Lloyd Webber.
Musical
Um musical homônimo está em cartaz em Nova Iorque, no Teatro Majestic, desde 1986, sendo o musical de maior duração da história da Broadway. Em 2011 a ex-Pussycat Doll Nicole Scherzinger se apresentou com John-Owen-Jones, Ramin Karimloo, Earl Carpenter e Simon Bowman no festival Royal Variety, ocorrido no Reino Unido. A cantora americana de 34 anos impressionou o público com sua potente voz e notas altas alcançadas no final da apresentação.
A banda Iced Earth também fez uma musica com poema.
Teatro]
·         Ken Hill's The Phantom of the Opera (1976/1984): Musical por Ken Hill, con letras añadidas a la música de Gounod, Offenbach, Verdi, y otros.
·         The Phantom of the Opera (1986): Musical por Andrew Lloyd Webber
·         The Phantom of the Opera: Musical por Helen Grigal (libreto y letras) y Eugene Anderson (música).
·         Phantom (1991): Musical por Maury Yeston (música y letras) y Arthur Kopit (texto).
·         Phantom der Oper por Arndt Gerber / Paul Williams
·         The Phantom of the Opera por BAT Productions
·         Phantom of the Opera por David Bishop / Kathleen Masterson
·         Phantom der Oper por Karl Heinz Freynick / Ingfried Hoffmann
·         The Phantom of the Opera por Rob Barron / David Spencer
·         Das Phantom der Oper por Sahlia Raschen / Ulrich Gerhartz
·         The Phantom of the Opera por Sean Grennan, Kathy Santen, Cheri Coons / Michael Duff
·         The Phantom of the Opera por Gaslight Theatre
·         Das Phantom der Oper por Thomas Zaufke, Felix Müller / Victor Hunt
·         The Phantom of the Opera por Walter Murphy
·         O Fantasma da Ópera por Saulo Vasconcelos, Kiara Sasso
·         O Fantasma da Máscara - adaptação infantil dirigida por Rosi Campos.
·         The Phantom Of The Opera-adaptação da banda finlandesa Nightwish.
·         Em 2000, O Fantasma da Ópera foi interpretado por Paul Stanley, vocalista da banda de Hard Rock, Kiss
Ligações externas[Site oficial do musical
·         Site oficial do filme de 2004

Francisco Alves


Francisco Alves



Foto: Coleção Benjamin Batista - Abril Press


Francisco de Morais Alves nasceu no Rio de Janeiro RJ em 19 de Agosto de 1898. Filho de portugueses, nasceu na rua Conselheiro Saraiva, no centro, sendo criado nos bairros da Saúde, Estácio e Vila Isabel. Seu pai tocava alguns instrumentos e era dono de botequim. Cursou apenas a escola primaria e desde cedo interessou-se pela música. Da irmã Nair ganhou uma guitarra e as primeiras lições. Começou sua carreira de cantor em abril de 1918, na Companhia de João de Deus-Martins Chaves. Depois ingressou na Companhia de Teatro São José, do empresário José Segreto.
Em 1919, para o Carnaval de 1920, levado por Sinhô, gravou na etiqueta Popular (recém-fundada por Paulo Lacombe e João Batista Gonzaga, suposto filho de Chiquinha Gonzaga) dois discos com a marcha O pé de anjo e os sambas Fala meu louro e Alivia estes olhos, todas de Sinhô. Ganhava a vida como motorista de praça, apresentando-se como cantor-ator secundário de revistas musicais. Casou-se em 1920 com Perpétua Guerra Tutóia, de quem logo se separou. No mesmo ano conheceu a atriz-cantora Célia Zenatti, sua companheira por 28 anos. Em 1924 gravou para o Carnaval dois discos na Odeon, com o samba Miúdo (Sebastião Santos Neves) e as marchas Não me passo pra você e M.lle. Cinema (ambas de Freire Júnior). Voltou em 1927 a Odeon na qual rapidamente gravou 11 discos com 19 músicas ainda no sistema mecânico, com destaque para Cassino Maxixe (primeira versão de Gosto que me enrosco) e Ora vejam só, sambas de Sinhô. Em julho de 1927, quando a Odeon inaugurou no Brasil o sistema elétrico de gravações, foi o interprete da marcha Albertina e do samba Passarinho do má (ambas de Duque), as duas faces do primeiro disco produzido eletricamente, o Odeon 10.001. Em 1928 passou a gravar concomitantemente na Parlophon, subsidiaria da Odeon, utilizando o apelido de Chico Viola. Em fevereiro de 1929 fez sua estreia no radio, apresentando-se na Rádio Sociedade. Seus discos começaram a sair em profusão e sem tardar alcançou o topo do qual jamais saiu até falecer. Só em 1928 e 1929 gravou quase 300 musicas de reconhecida qualidade. Interpretou todos os gêneros e foi quem mais gravou em toda a historia dos discos de 78 rpm no Brasil: 526 discos com 983 musicas. Como compositor deixou cerca de 132 musicas, sendo seu forte a melodia.
Em 1928 fez na Parlophon o primeiro registro da canção A voz do violão, melodia sua e versos de Horácio Campos, grande sucesso, tanto que a regravou em 1929, 1939 e 1951. Nesse ano também lançou de Sinhô os sambas A favela vai abaixo, Ora vejam só (segunda matriz) e Não quero saber mais dela, em dueto com Rosa Negra, e de Pixinguinha com letras de Cícero de Almeida os sambas Festa de branco e Samba de nego, bem como a modinha Malandrinha, de Freire Júnior, e a canção Lua nova, sua e de Luís Iglesias. Nos anos de 1929 e 1930, de campanha presidencial, foi quem mais gravou canções de conteúdo político, como em 1929, o samba É sim senhor e a marcha Seu doutor (ambos de Eduardo Souto), a marcha Seu Julinho vem (Freire Júnior), e, em dueto com Araci Cortes, o samba É no toco da goiaba (Eduardo Souto e José Jannyni). No Carnaval de 1930 obteve notável êxito com a marcha Dá nela (Ary Barroso). Outro sucesso memorável foi sua gravação do Hino a João Pessoa (Eduardo Souto e Osvaldo Santiago), antes da revolução de outubro desse ano, durante o qual também excursionou pela primeira vez ao exterior, apresentando-se em Buenos Aires, Argentina, com a companhia de revistas musicais de Jardel Jercolis.
Na volta a Odeon reuniu-o a Mário Reis, por sugestão sua, para cantarem em dupla, estreando com os sambas Deixa essa mulher chorar (Brancura) e Qua-qua-quá (Lauro dos Santos), êxitos no Carnaval de 1931. A dupla durou ate o final de 1932 e deixou 12 discos com 24 gravações importantes, entre as quais o samba Se você jurar (1931), com Ismael Silva e Nilton Bastos, Marchinha do amor (1932), de Lamartine Babo, a marcha Formosa (Carnaval de 1933), de Nássara e J. Rui, e Fita amarela (Carnaval de 1933), de Noel Rosa.
Em 1931 gravou entre outros sucessos a versão da valsa Dançando com lagrimas nos olhos (Joe Burke e Lamartine Babo), a modinha Deusa (Freire Júnior) e o samba Mulher de malandro (Heitor dos Prazeres), no Carnaval de 1932, primeiro prêmio no primeiro concurso oficial de musicas carnavalescas. Ainda nesse ano lançou o samba Gandaia (seu com Ismael Silva) e Para me livrar do mal (Ismael e Noel Rosa) e começou sua parceria com Orestes Barbosa, apenas letrista, com a canção Meu companheiro, que produziu 14 composições ate 1934. Em 1933 gravou de Noel Rosa os sambas Fita amarela, já referido, Pra esquecer, Feitio de oração (com Vadico) em dueto com Castro Barbosa, Não tem tradução, entre outros, bem como a marcha junina Cai, cai balão (Assis Valente), com Aurora Miranda em sua estreia no disco, a rumba Garimpeiro do Rio das Garças (João de Barro), a canção Pálida morena (Freire Júnior). Nesse ano, o locutor César Ladeira deu-lhe o slogan de Rei da Voz. Em 1934 transferiu-se para a RCA Victor, na qual ficou ate 1937. Passou a dirigir um programa na Radio Cajuti, nele 1ançando o cantor Orlando Silva, que se tornaria seu grande rival junto ao publico. Ainda em 1934 gravou a valsa A mulher que ficou na taça (sua com Orestes) e fez aquele que seria seu único disco com Carmen Miranda, com a marcha Retiro da saudade (Noel Rosa e Nássara). Tinha se iniciado de certa forma no cinema em Voz do Carnaval (1933), de Ademar Gonzaga, no qual foi aproveitada apenas sua voz tirada de discos. Em 1935 estreia de fato na tela em Alô, alô Brasil, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, a que se seguiriam os filmes Alo, alo Carnaval, de Ademar Gonzaga (1936), Laranja da China (1940), de J. Rui, e Samba em Berlim (1943), Berlim na batucada (1944), Pif-paf (1945), Caídos do céu (1946) e Esta e fina (1948), todos de Luís de Barros.
No Carnaval de 1935 lançou o samba Foi ela (Ary Barroso) e a marcha Grau dez (Ary e Lamartine) e depois o samba Na virada da montanha (mesma parceria). Depois de vários anos, e pela ultima vez, atuou no teatro musicado na bem sucedida burleta Da favela ao Catête, de Freire Júnior. No Carnaval de 1936 lançou as marchas Manhas de sol (João de Barro e Alberto Ribeiro), Uma porta e uma janela (Nássara e Roberto Martins), A.M.E.I. (Nássara e Frazão), os sambas É bom parar (Rubens Soares) e Me queimei (Nássara e Valfrido Silva) e no meio do ano o samba Favela (Roberto Martins e Valdemar Silva). Nas festas juninas foi muito cantada a marcha Pula a fogueira (Getúlio Marinho e João Bastos Filho). Nesse ano apresentou-se na Radio El Mundo, de Buenos Aires, por dois meses, tendo levado Alzirinha Camargo e Benedito Lacerda, e também publicou sua autobiografia Minha vida, minha vida. Em 1937 gravou o samba-canção Serra da Boa Esperança (Lamartine Babo). Em 1938, no Carnaval pernambucano, marcou sucesso com as gravações dos frevos Ui, que medo eu tive! (Anibal Portela e José Mariano) e Júlia (Capiba) e, no Carnaval carioca, com os sambas Ando sofrendo (Roberto Martins e Alcebíades Barcelos) e Vão pro Scala de Milão (Ary Barroso). Nos gêneros sentimentais, lançou o samba-canção A única lembrança (Ary Barroso) e a canção Meu romance (Saint-Clair Senna).
Em 1939 registrou as valsas Diga-me e Minha adoração (ambas de Nelson Ferreira) e Valsa dos namorados (Silvino Neto) e o gênero a que se chamou "samba-exaltação" com Aquarela do Brasil (Ary Barroso), designado no selo do disco "cena brasileira". Transferiu-se para a Columbia e gravou nesse gênero Brasil! (Benedito Lacerda e Aldo Cabral), em dueto com Dalva de Oliveira, 1939; Onde o céu azul e mais azul (João de Barro, Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho), 1940; Canta Brasil! (Alcir e Davi Nasser), 1941; Bahia com H (Denis Brean), 1947; São Paulo, coração do Brasil (com Davi Nasser), 1951, e outros. Em 1940 lançou no Carnaval a marcha Dama das Camélias (Alcir e João de Barro) e os sambas Solteiro e melhor (Rubens Soares e Felisberto Silva) e Despedida de Mangueira (Benedito Lacerda e Aldo Cabral). Em 1941 lançou os sambas carnavalescos Poleiro de pato e no chão (Rubens Soares) e Eu não posso ver mulher (Osvaldo Santiago e Roberto Roberti) e a valsa Eu sonhei que tu estavas tão linda (Francisco Matoso e Lamartine Babo).
Depois de atuar em diversas emissoras, fixou-se a partir de 1941 na Radio Nacional ate falecer. Seu programa dos domingos ao meio-dia, Quando os Ponteiros se Encontram, apresentado pela locutora Lúcia Helena, obteve maciça audiência em todo o Brasil. Em 1942 foi um dos vencedores do Carnaval com Sandália de prata (Alcir e Pedro Caetano) e, na musica romântica, lançou as valsas Carnaval da minha vida (Benedito Lacerda e Aldo Cabral) e Capela de São José (Marino Pinto e Herivelto Martins). Em 1943 gravou as versões dos foxes-canções Beija- me muito (Consuelo Velasques e Davi Nasser) e O amor e sempre amor (Hupfeld e Jair Amorim), e a valsa- bolero A mulher e a rosa (Alcir e Davi Nasser) e, em 1944, no Carnaval, a marcha Eu brinco (Pedro Caetano e Claudionor Cruz) e o samba Odete (Herivelto Martins e Waldemar de Abreu), com o Trio de Ouro.
Em tempo de guerra gravou Canção do expedicionário (Espártaco Rossi e Guilherme de Almeida) e varias versões. Em 1945 seus sucessos no Carnaval foram o samba Isaura (Herivelto Martins e Roberto Roberti) e Que rei sou eu? (Herivelto e Valdemar da Ressurreição); em 1946, a marcha Palacete no Catête (Herivelto e Ciro de Sousa) e o samba Vaidosa (Herivelto e Artur Morais); depois, o samba Fracasso (Mário Lago) e as regravações da canção Minha terra (Valdemar Henrique) e do fox-canção O cigano (Marcelo Tupinambá e Gastão Barroso). Em 1947, no Carnaval, fez sucesso com o samba Palhaço (Herivelto e Benedito Lacerda) e depois com Cinco letras que choram (Adeus) (Silvino Neto), Bahia com H, já referido, e os sambas-canções Nervos de aço (Lupicínio Rodrigues) e Caminhemos (Herivelto Martins); em 1948, o samba Falta um zero no meu ordenado (Ary Barroso e Benedito Lacerda). Vieram então os sambas-canções Quem ha de dizer (Lupicínio e Alcides Gonçalves), Esses moços (Lupicínio) e Madrugada (Herivelto e Evaldo Rui). Em 1949 foram sucessos carnavalescos os sambas Maior e Deus (Felisberto Martins e Fernando Martins) e a marcha Pode matar que e bicho (sua com Haroldo Lobo e Nilton de Oliveira) e, em 1950, foi muito cantado o samba A Lapa (Herivelto e Benedito Lacerda); lançou ainda os sambas-exaltação Forasteiro e Aquarela mineira (ambos de Ary Barroso) e o samba Maria Rosa (Lupicínio Rodrigues). Em 1951, foi a vez dos sambas Deus lhe pague (Polera, André Penazzi e Davi Nasser) e Lili (Haroldo Lobo e Davi Nasser), das marchas Holandesa (Davi Nasser e Haroldo Lobo), com Dalva de Oliveira e Retrato do velho (Haroldo Lobo e Marino Pinto) e do samba-exaltação São Paulo, coração do Brasil (com Davi Nasser). A parceria com Davi Nasser, iniciada em 1940, resultou em 20 composições e um livro de bolso biográfico, escrito por Davi, Chico Viola, publicado em 1966. Em 1952, no Carnaval, teve muito êxito com a marcha Confete (Jota Júnior e Davi Nasser).
Faleceu em Pindamonhangaba SP em 27 de Setembro de 1952, num desastre de automóvel na Via Dutra, quando o Buick que dirigia recebeu o choque de um caminhão na contramão.
Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha