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Data da marcação: 29 de setembro de 2018.
Angela Maria, nome artístico de Abelim
Maria da Cunha (Macaé, Rio de Janeiro, 13 de maio de 1929 – São Paulo, São Paulo, 29 de setembro de 2018),[1] foi
uma cantora e atriz brasileira,
expoente da Era do Rádio e considerada dona de uma das
melhores vozes da MPB.[2]
Intérprete de canções como Babalu (Margarita
Lecuona), Gente Humilde (Garoto/Chico Buarque/Vinicius de Moraes), Cinderela (Adelino Moreira)
e Orgulho (Waldir Rocha/Nelson Wederkind), serviu como fonte
de inspiração para artistas como Elis Regina, Djavan, Milton
Nascimento, Ney Matogrosso, Cesária Évora e Gal Costa,
além de ter sido, comprovadamente pelo Ibope, por um longo
período, a cantora mais popular do Brasil e conquistado a admiração de
personalidades como Édith Piaf, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Amália Rodriguese Louis Armstrong.
Biografia
Vida pessoal
A cantora nasceu em 1929 no interior
fluminense, em Macaé, no Rio de Janeiro, distrito de Conceição de Macabu.
Em 1952 o distrito foi emancipado de Macaé. De família muito humilde, sua mãe
era dona-de-casa e seu pai pastor de igreja evangélica. Por conta disso, desde
criança cantava no coral de uma Igreja Batista próxima a sua casa e com
isso foi aprendendo a amar a música e o universo das melodias. Durante sua
infância e adolescência, devido a dificuldades financeiras, morou com a família
nas cidades de Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti,
em busca de uma vida melhor em cidades com mais recursos. Durante sua juventude
trabalhou em uma fábrica de lâmpadas e foi operária tecelã em uma indústria de
tecidos, mas sempre quis ser cantora. Sonhava com a vida nas rádios e com o
sucesso,mas seu pai era contra por ser muito religioso, querendo que a filha se
convertesse na igreja evangélica e casasse cedo. Ângela não tinha o desejo de
viver assim, e foi atrás do seu grande sonho, que era cantar.
Angela sempre contou em entrevistas
ter sofrido na vida pessoal. Nunca pode ter filhos, por problemas em seu útero, que ela descobriu ter ainda na
adolescência. Foi constantemente alvo da mídia, que sempre tocava no assunto ou
inventava boatos a deixando magoada,pois ela sempre quis ser mãe. Apesar de ter
feito inúmeros tratamentos, nunca conseguiu engravidar. A cantora foi casada
seis vezes e teve muitos namorados, e revelou que sempre sofreu na mão de todos
eles com humilhações e até agressões físicas. A cantora revelou também que
certa vez já tentou o suicídio. Contou que
quase perdeu tudo, já que seu patrimônio era administrado por seus assessores,
que não pagavam suas contas e a roubavam constantemente. Em 1967, desesperada
com sua vida, foi para São Paulo, porém continuava a topar com empresários
golpistas e namorados ladrões. Apesar de ter ficado muito tempo vivendo em
grande pobreza, cantando em boates e tendo que complementar a renda fazendo
faxina para sobreviver, deu a volta por cima anos depois. Angela Maria revelou
que seu melhor amigo sempre foi Cauby Peixoto e que tinha uma grande
admiração por Dalva de Oliveira.
Em 1979, com 50 anos, conheceu um
homem que mudaria sua vida: Um rapaz de dezoito anos que mexeu com seu coração.
Ele era noivo. Porém o garoto, chamado Daniel D'Angelo, gostou de Angela,
abandonou a noiva e os dois passaram a ter um envolvimento amoroso intenso.
Daniel a ajudou quando sofreu um novo golpe, lhe arranjando trabalhos. Eles
foram morar juntos com poucos meses de namoro, até que em 13 de maio de 2012,
no dia do seu aniversário de 83 anos (e ele com 51) casaram-se oficialmente, no
civil e na igreja. Ela foi pedida em casamento dias antes, e aceitou. Embora
tenha sido pedida outras vezes, nunca quis se casar oficialmente, até aquele
momento. A celebração do casamento foi realizada com uma grande festa para os
familiares e amigos. Angela dizia que ele havia sido o único homem que lhe fez
verdadeiramente feliz. A cantora era casada com Daniel desde 1979 e adotaram
quatro filhos: Ângela Cristina, Lis Ângela, Rosângela e Alexandre.[5]
Carreira[
Angela Maria, ao
receber o prêmio de melhores de 1959. Arquivo Nacional.
Em 1947, aos dezenove anos,
trabalhava de dia e à noite tentava por todos os meios conseguir vaga em algum
programa de música. Ia de rádio em rádio fazer inscrições para sorteios, até
que conseguiu ser premiada e se apresentou aos jurados em uma rádio, passando
no teste. Com isso, começou a apresentar-se como cantora no Pescando
Estrelas, um programa de calouros. Adotou o nome Angela Maria para
não ser identificada pela família, que se soubesse não a deixaria mais sair de
casa. Sua interpretação era considerada belíssima, sempre tirava nota máxima e
ganhava todos os concursos. Todos a queriam para cantora e assim, foi cantar no
famoso Dancing Avenida e depois na rádio Mayrink Veiga.
Em 1951, já com o aval da família mesmo após inúmeras brigas, gravou o primeiro
disco. Vieram assim os sucessos que a consagraram.
Com grande sucesso no Brasil, passou
a viajar o mundo com canções belíssimas em sua voz, considerada muito
harmônica. Além de cantora, fez cursos de teatro e atuou em cinema, no
longa-metragem Portugal, Minha Saudade em 1973.
Angela Maria consagrou-se como uma
das grandes intérpretes do gênero samba-canção (surgido na década de 1930), ao lado de Maysa, Nora Ney e Dolores Duran.
Gravou dezenas de sucessos
como: Não Tenho Você, Babalu, Cinderela, Moça
Bonita, Vá, mas Volte, Garota Solitária, Falhaste
coração, Canto paraguaio, A noite e a despedida, Gente
humilde, Lábios de mel, e outros.
Em 1994 foi Homenageada pela escola
de samba paulistana Rosas de Ouro, que
com o enredo Sapoti, foi consagrada campeã do carnaval de São Paulo
daquele ano.
Neste mesmo ano o cantor Ney
Matogrosso gravou o disco Estava Escrito, em homenagem a Angela
Maria. O álbum contém canções do repertório da cantora que ficaram consagradas
na sua voz.
Angela Maria
com Carmen Mirandae Almirante em
1955. Arquivo Nacional.
Em 1996, foi contratada pela
gravadora Sony Music e
lançou o CD Amigos, com a participação de
vários artistas como Roberto Carlos, Gal Costa, Caetano Veloso, Alcione, Fafá de Belém entre
outros. O trabalho foi um sucesso, celebrado num espetáculo no Metropolitan,
atual Claro Hall, no Rio de Janeiro, e um especial na Rede Globo. O disco vendeu mais de quinhentas
mil cópias.
Foi uma fase muito feliz da carreira da cantora que, no ano seguinte, apresentou o álbum Pela Saudade que me Invade, com sucessos de Dalva de Oliveira; e um ano depois gravou com Agnaldo Timóteo, o CD Só Sucessos, também na lista dos cem álbuns nacionais mais vendidos. Após a saída da Sony, Angela voltou a gravar em 2003, desta vez pela Lua Discos, o Disco de Ouro, com um viés eclético, abrangendo compositores que vão de Djavana Dolores Duran.
Em 2011, após 45 anos do surgimento da série Depoimentos para a Posteridade do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, foi convidada, em 23 de agosto, para deixar registrada sua história. Na entrevista contou passagens importantes de sua carreira artística, afirmando ter gravado 114 discos e vendido cerca de 60 milhões de exemplares.
Nas eleições municipais de 2012,
candidatou-se a vereadora da cidade de São Paulo pelo PTB,
porém não se elegeu.
Em 2015 foi lançada a sua biografia
escrita pelo jornalista Rodrigo Faour, que contou com depoimentos
preciosos da cantora.
Morte
Angela Maria morreu em São Paulo no dia 29 de setembro de 2018,
aos 89 anos, em decorrência de uma infecção generalizada e uma parada cardíaca.[7] Estava internada havia 34 dias
em um hospital da zona sul da capital paulista. O velório e sepultamento foram
programados para o dia seguinte no Cemitério Congonhas, também na zona sul da
capital. A TV Globo preparava uma minissérie contando a trajetória de Angela,
cuja estreia foi prevista para 2019.[8]
3 comentários:
Ótimo conteúdo!
Especialista em Impressão Digital, São Paulo - SP
Me agradou bastante!
Profissional de Moveis Planejados, São Paulo - SP
Ótimo site,parabéns!
Dança Árabe Grupo Nasser, São Paulo - SP
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