Nome completo
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Wilson Simonal de Castro
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Também conhecido(a) como
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Simona
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Nascimento
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Local de nascimento
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Data de morte
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25 de junho de 2000 (62 anos)
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Local de morte
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Período em atividade
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1961-2000
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Afiliação(ões)
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Influência(s)
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Agostinho dos Santos, Cauby Peixoto, Orlando Dias, Chaim Lewak, Tito Madi
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Influenciado(s)
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Página oficial
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Wilson Simonal de
Castro (Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 1938 — São Paulo, 25 de junho de 2000)[1] foi
um cantor brasileiro de muito sucesso nas décadas de 1960 e 1970,
chegando a comandar um programa na TV Tupi,Spotlight, e dois programas na TV Record, Show
em Si... Monal e Vamos S'imbora, e a assinar o
que foi considerado na época o maior contrato de publicidade de um artista
brasileiro, com a empresa anglo-holandesa Shell.[1]
Cantor detentor de esmerada técnica e
qualidade vocal, Simonal viu sua carreira entrar em declínio após o episódio no
qual teve seu nome associado ao DOPS,
envolvendo a tortura de seu contador Raphael Viviani.[2] O
cantor acabaria sendo processado e condenado por extorsão mediante sequestro,[1] sendo
que, no curso deste processo, redigiu um documento dizendo-se delator, o que acabou levando-o ao ostracismo
e a condição de pária da música popular brasileira.[1]
Seus principais sucessos são "Balanço Zona Sul",
"Lobo Bobo", "Mamãe Passou
Açúcar em Mim", "Nem Vem Que não Tem",
"Tributo a
Martin Luther King", "Sá Marina" (que chegou a ser regravada
por Sérgio Mendes e Stevie Wonder, como "Pretty World"[1] ),
"País Tropical",
de Jorge Ben, que seria seu maior êxito
comercial, e "A Vida É Só pra Cantar". Simonal teve uma filha,
Patrícia, e dois filhos, também músicos, Wilson Simoninha e Max de Castro.
Em 2012,
Wilson Simonal foi eleito o quarto melhor cantor brasileiro de todos os tempos
pela revista Rolling Stone Brasil.[3]
Índice
Biografia[editar | editar
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Infância[editar | editar código-fonte]
Filho de Maria Silva de Castro, uma
cozinheira e empregada doméstica mineira, e do também mineiro Lúcio Pereira de
Castro, radiotécnico que havia se mudado com sua mulher para o Rio de Janeiro,
Simonal recebeu esse nome em homenagem ao médico que realizou o parto.[1] Mas,
por obra de seu pai, o que deveria ter sido Roberto Simonard de Castro acabou
tornando-se Wilson Simonal de Castro.[1] Estudou
em colégio católico chegando inclusive a ter aulas de canto orfeônicoao
participar do coral mudando-se após para um colégio público.[1] Na
praça Antero de Quental, onde jovens se reuniam para passar os fins de semana,
chegou a causar algum rebuliço cantando sucessos da época em inglês.[1] Ali
conheceu Edson Bastos, filho da pianista Alda Pinto Bastos, que lhe ensinou a
tocar violão e piano e com quem pretendia formar um conjunto musical.[1]
Mas os planos de formar um grupo musical
foram interrompidos quando Simonal foi chamado para servir no 8º Grupo de
Artilharia de Costa Motorizado (8º GACOSM) e neste quartel, que era famoso pelo
seu time de futebol e pela sua banda, Simonal aprendeu a comandar platéias, já
que era chefe da torcida do time do quartel, além de ter participado de vários
bailes como cantor[4] :
Percebi que podia dominar o
público. Como, nem sei explicar direito. Descobri o valor da entonação e
aprendi que há um segredo na maneira de falar, na maneira de olhar, na
maneira de se portar. Quando não gritava, me impunha com o olhar,
naturalmente.
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Primeiro conjunto, carreira solo, Beco das Garrafas e estréia
na TV[editar | editar código-fonte]
Em 1960, Simonal deu baixa do exército como sargento[1] e,
juntando-se ao irmão Zé Roberto e aos amigos Marcos Moran, Edson Bastos e Zé
Ary, adotaram o nome de Dry Boys. O conjunto durou até os primeiros meses de
1961, quando se apresentaram no programa Clube
do Rock de Carlos Imperial, na TV Tupi.[1]Depois da apresentação tentaram um
contrato com uma gravadora, por intermédio de Imperial, mas foram recusados.
Isto levou o grupo ao fim, com Simonal seguindo carreira solo sob a proteção de
Imperial, tornando-se também crooner do
Conjunto Guarani,[1] se
apresentando como o "Harry
Belanfonte brasileiro",
uma alusão ao Rei do calipso americano".[1]
Com o fim dos Dry Boys, Simonal ficou sem
ter onde morar, já que morar na casa da sua mãe em Areia Branca[1] e
trabalhar na Zona Sul não era possível. Carlos Imperial contratou-o como seu
secretário, ao lado de Erasmo Carlos, e arranjou um modo de Simonal
morar na casa de Eduardo Araújo que, ainda adolescente, morava em uma
quitinete alugada pelo seu pai, no Catete.[1] Nesta
época, Simonal chegou a substituir Cauby Peixoto em uma apresentação na antiga Rádio
Nacional carioca, conseguindo um contrato.[1] Entretanto,
a estada na casa de Eduardo Araújo não é longa e Simonal logo se muda para um
apartamento de Imperial. Numa das apresentações do Clube do Rock conhece Tereza Pugliesi, que viria a
ser sua esposa, e começa a namorá-la.[1]
No mesmo ano torna-se crooner da boate Drink, pela qual chega,
inclusive, a gravar duas faixas para um LP que só sairia em 1962.[1] A
sua exposição na boate lhe rende um contrato com a gravadora Odeon pela
qual lançaria, em dezembro de 1961, seu primeiro compacto com
"Terezinha", um Chá-chá-chá de Imperial em homenagem a namorada de
Simonal, e "Biquínis e Borboletas". Ainda em dezembro, troca a Drink pela boate Top Club.[1] Nos
anos de 1962 e 1963, sua gravadora lançaria mais três compactos de Simonal de
modo a testar sua receptividade em diferentes estilos musicais, antes de lançar
seu disco de estréia em novembro de 1963, Tem
"Algo Mais". Neste disco está "Balanço Zona Sul",
seu primeiro sucesso nas rádios. Pouco antes do lançamento do álbum, casaria
com Tereza Pugliesi (já grávida do primeiro filho do casal), em 24 de outubro
de 1963.[1]
O álbum e a música lhe dão maior exposição,
provocando um convite da dupla Miele & Bôscoli para que ele deixasse o Top Club e passasse a se apresentar nos shows
que eles organizavam, conhecidos como "pocket shows", no Beco das Garrafas. Simonal aceita e participa
de várias apresentações entre o início de 1964 e meados de 1965.[1]
quando surgiu o cantor no
Beco das Garrafas, Simonal era o máximo para seu tempo: grande voz, um senso
de divisão igual aos dos melhores cantores americanos e uma capacidade de
fazer gato e sapato do ritmo, sem se afastar da melodia ou apelar para os scats fáceis.
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No dia 6 de abril de 1964 nasce seu
primogênito, Wilson Simonal Pugliesi de Castro. Em julho de
1964, lança mais um compacto com "Nanã" e "Lobo Bobo", recebendo boa acolhida nas
rádios e abrindo espaço para a gravação do seu segundo álbum, A Nova Dimensão do Samba, ainda
considerado por muitos como o melhor disco da carreira de Simonal.[6]
No final de 1964, chega a excursionar
quarenta dias com a dançarina Marly Tavares e o conjunto Bossa Três, do
pianista Luís Carlos Vinhas,
pela Colômbia com o show "Quem Tem Bossa Vai à Rosa", o primeiro de
Miele & Bôscoli que havia sido pensado para um teatro de verdade, isto é,
fora do circuito do Beco das Garrafas.[1] O
sucesso no Beco e com as músicas gravadas trazem o interesse da TV Tupi em
produzir um programa apresentado por Simonal. Assim, em janeiro de 1965 assina
contrato para apresentar o programa Spotlight,
mudando-se para São Paulo.[1]
O programa era uma tentativa de tocar
músicas de modo mais "sofisticado" e com arranjos mais próximos ao
jazz americano da época, de Miles Davis e Gil Evans. Por isso, todos os seus lançamentos
nesse ano seguem essa linha. Assim são o álbum auto intitulado de março de
1965, o compacto do mesmo mês, o compacto duplo de julho de 1965 - acompanhado
pelo Bossa Três e no qual Caetano Veloso foi lançado como compositor com sua
música, "De Manhã"[4] -
e o seu quarto álbum, S'imbora.
Exemplo disso são os arranjos de, entre outros, Eumir Deodato e J.T. Meirelles.[1]
Foi nessa época que defendeu "Rio do
Meu Amor", de Billy Blanco e
"Cada vez mais Rio" de Luís Carlos Vinhas e Ronaldo Bôscoli, no I
Festival da Música Popular Brasileira, da Tv Excelsior.[1] Simonal
se mostrava antenado com a música que estava sendo feita no país. Além de ter
sido o segundo a gravar Caetano Veloso - sua irmã, Maria Bethânia, já o havia gravado, mas
Simonal era mais conhecido[4] -
foi o segundo a gravar Chico Buarque, apenas depois de Geraldo Vandré (que havia defendido "Sonho de um
Carnaval" em 1965), mas antes de Nara Leão, frequentemente lembrada por ter
sido quem lançou o compositor carioca.[4] Também
foi o primeiro a gravar Toquinho, defendo uma canção sua,
"Belinha", no III
Festival da Música Popular Brasileira, de 1967.[4]
Mudança de canal, pilantragem e o Mug[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: A Turma da
Pilantragem
Em janeiro de 1966, acabou o contrato de
Simonal com a TV Tupi e ele não queria renová-lo. Ao invés disso, assinou com a TV Record que
era o maior canal de TV brasileiro desde 1965, graças aos seus programas
musicais, em especial O Fino
da Bossa, comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues e que era o reduto da Bossa Nova e da canção de protesto,
e ao programa Jovem Guarda,
comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa e
propagador do iê-iê-iê.[1] Logo
no início, Simonal já passou a ser uma atração fixa no programa de Elis e Jair
Rodrigues, mas participava também do programa dos jovem guardistas, algo que só
ele e Jorge Ben faziam.[1]
Neste ano, lançou mais dois compactos em
abril e maio de 1966, sendo que o segundo, "Mamãe Passou
Açúcar em Mim", gravado para a trilha sonora do primeiro filme
d'Trapalhões (Na Onda do Iê-iê-iê)
e com a banda The Fevers acompanhando
o cantor, estourou nas rádios e foi o maior sucesso de Simonal até então.[1] Na
onda desse novo sucesso, em agosto de 1966, Simonal firma uma parceria com o
Som Três, formado por Toninho na bateria, Sabá no baixo e César Camargo Mariano
no piano, para que o grupo o acompanhasse na carreira solo e no seu futuro
programa que deveria estrear ainda aquele ano.[1] A
ideia de Simonal e César Camargo Mariano era misturar bossa nova, samba, a
nascente música soul americana, o jazz, a música de protesto e o rock que se
fazia por aqui na época sem perder a qualidade, mas fazendo um som que eles
definiam como "mais comunicativo", isto é, que se comunicasse melhor
com as massas do que a bossa nova.[1] Este
novo som seria chamado futuramente de pilantragem, uma mistura de samba, iê-iê-iê e soul,
constituindo-se em verdadeiro movimento, capitaneado por Wilson Simonal, Carlos
Imperial e Nonato Buzar.[7]
Algo que mantivesse a
qualidade musical dele, a nossa, que estivesse dentro do espírito musical da
época, mas que fosse algo evidentemente mais popular. E nem era
"popular" o termo que a gente usava, era "comunicativo".
Isso se transformou em um desejo legítimo nosso. Trabalhávamos o tempo todo
em cima desse conceito. Era comum que nos trancássemos os quatro e
passássemos dias bolando os arranjos, elaborando cada detalhe do repertório,
buscando essa união do bom gosto com a comunicação imediata.
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Assim, Simonal e o Som Três gravaram juntos
pela primeira vez em 2 de fevereiro de 1966, numa rápida viagem ao Rio de
Janeiro, a música "Carango" de Carlos Imperial e Nonato Buzar, que já havia sido gravada por
Erasmo Carlos. A canção fez ainda mais sucesso que "Mamãe Passou Açúcar em
Mim", como que garantindo que estavam na trilha correta.[1] Estes
nove meses nos quais Simonal trabalhou na Record sem programa próprio serviram
para que ele adquirisse experiência e ensaiasse com o seu conjunto. E às 20h20m
do dia 20 de outubro de 1966, estreou o seu programa "Show em Si...
Monal", tendo entre os seus roteiristas Miele, Bôscoli, Carlos Imperial e Jô Soares.[8] Nos
intervalos do programa que, como era gravado, precisava, de quando em quando,
parar para as trocas das fitas de rolo, Simonal entretinha o público com
piadas, imitações e algumas músicas despretensiosas. Foi assim que surgiu a ideia
de gravar "Meu Limão, meu Limoeiro" que, já sendo "sucesso"
nos intervalos do programa, sairia no álbum Vou
Deixar Cair, o quinto de Simonal.[1] Este
disco, que saiu em novembro de 1966, já começava a explorar a ideia da
pilantragem, recorrendo a uma mistura de compositores e estilos, tudo
"amalgamado" pelos arranjos de César Camargo Mariano. Ou, nas
palavras de Sabá em depoimento para o jornalista Ricardo Alexandre, era algo
que "não era iê-iê-iê, não era bossa-nova, não era canção de protesto, não
era jazz, mas era tudo isso e era algo completamente diferente".[1] Em
setembro defendeu "Querendo Ficar", composição de Johnny Alf, no primeiro festival da Record, e
em outubro defendeu, juntamente com o MPB4,
"Maria", de Francis Hime e Vinicius de Moraes,
no Primeiro
Festival Internacional da Canção.[1]
Capítulo singelo na história não só de
Simonal como também da música popular brasileira é a campanha ou happening[1] do
Mug. Mug era um boneco de "pano preto, redondo e sem pescoço, com os olhos
esbugalhados, cabelos vermelhos e calça xadrez ao estilo escocês, que virou
febre ao ser vendido como amuleto da sorte para o Ano-Novo de 1967".[1] Os
mais variados artistas e personalidades participaram da campanha, como o Zimbo Trio, Chico Buarque, Ari Toledo, Hebe Camargo e Maurício de Sousa,
além, é claro, de Simonal. Aproveitando o momento, Simonal estreou em dezembro
um show produzido por Miele & Bôscoli no Teatro Princesa Isabel, em
Ipanema. O nome era "Mugnífico Simonal" e trazia o cantor acompanhado
da sua banda, o Som Três, cantando músicas e realizando alguns esquetes.[1]
Alegria, Alegria[editar | editar
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Na temporada no Teatro Princesa Isabel com
o show "Mugnífico Simonal", o cantor escreveu nos bastidores uma
música com Ronaldo Bôscoli. Nela assumia-se negro e falava em luta, em uma
reflexão sobre Martin Luther King
Jr., pastor americano ícone na luta pelos direitos civis naquele país. A canção foi tocada na
temporada do show e gravada pela banda em 28 de fevereiro de 1967,[1] mas,
como era de se imaginar, ficaria retida na censura por quatro meses.[1] Ainda
assim, na entrega do troféu Roquete Pinto para os melhores do ano, Simonal
cantou a música para um Teatro Paramount lotado, fazendo um discurso:
Essa música, eu peço
permissão a vocês, porque eu dediquei ao meu filho, esperando que no futuro
ele não encontre nunca aqueles problemas que eu encontrei, e tenho às vezes
encontrado, apesar de me chamar Wilson Simonal de Castro.[9]
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O compacto foi lançado em junho de 1967 e
estreou direto no primeiro lugar na parada do IBOPE.[10] No
mesmo mês, houve a gravação de um álbum ao vivo e duplo para comemorar o
primeiro aniversário do show. Realizado no mesmo Teatro Paramount onde ocorria
o programa de Simonal, encerrou com quatro mil pessoas cantando em uníssono
"Tributo a
Martin Luther King".[1] Em
setembro de 1967, lançou mais um compacto, "Nem Vem Que não Tem",
que fez um sucesso imenso, só ultrapassado na carreira do cantor por "Sá
Marina" e "País Tropical". No dia 6 do mesmo mês, o programa de
Simonal na TV trocou de horário e de nome e ganhou a participação de Chico Anysio, passando a chamar-se Vamos S'imbora e deixando as 22h40m de domingo para
passar para as 20h10m de quarta-feira.[1]
No famoso III
Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, Simonal foi
indicado como intérprete por tantos compositores que a organização abriu uma
exceção para que ele apresentasse uma música em cada uma das três
eliminatórias.[1] Assim,
o cantor defendeu "Balada do Vietnã", de Elizabeth Sanches eDavid Nasser, vestido de guerrilheiro; "O
Milagre", de Nonato Buzar, com um grande crucifixo no peito; e
"Belinha", de Toquinho e Victor Martins, "vestido de
pilantragem".[1]
No mês seguinte sairia o próximo álbum de
Simonal e o primeiro de quatro a se chamar Alegria,
Alegria!!!, bordão que Simonal usava na televisão e que Caetano Veloso
pegou emprestado para usar como nome de uma música no
festival do mês anterior.[1] O
disco era pilantragem pura, com várias cantigas de roda, palmas, muita gente no
estúdio durante a gravação e alguns sucessos, como "Vesti Azul".[1]
Mudanças no som[editar | editar
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Em junho de 1968, Simonal lançou "Sá
Marina", de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar, uma música que seria o segundo
maior sucesso de sua carreira e o maior até então. O arranjo de César Camargo
Mariano tornava a música delicada, quase um soul. A música também tornou-se o
maior "cartão de apresentações" de Simonal no exterior, tendo sido
gravada por Sérgio Mendes, Herp Albert & Tijuana Brass e Stevie Wonder como
"Pretty World".[1] Um
mês depois estrearia um novo show pra teatro do cantor. "Horário
Nobre" era dirigido por João das Neves, que era egresso do Centro Popular de
Cultura da UNE e visto como um diretor de teatro
combativo e político,[1] e
estreou no Teatro Toneleros no dia 12 de julho de 1968.[1] O
show foi sucesso de crítica por ser tido como menos óbvio já que não trazia
simplesmente sucessos de Simonal ("Meu Limão, meu Limoeiro" nem
constava do show[1] ),
mas continha momentos diferentes como interpretações deCole Porter e George Gershwin.[1] Também
tinha comentário político, com Simonal se solidarizando com os atores da peça Roda Viva, que
haviam apanhado de membros do Comando de
Caça aos Comunistas, um grupo paramilitar da época.[1]
Em agosto de 1968, saiu o segundo disco de
Simonal com o nome Alegria,
Alegria, tendo como subtítulo Quem
Não Tem Swing Morre com a Boca Cheia de Formiga. Este segundo disco
continua na guinada do cantor em direção a um som mais próximo ao soul e ao
funk estadunidenses. Além de "Sá Marina", o álbum traz também "Zazueira", de Jorge Ben e, puxado por
essas músicas, teve boa vendagem no mercado fonográfico nacional.[1] Em
outubro, o cantor e sua banda tocaram no Olympia em Paris, aproveitando para
tocar também na TV daquele país e realizar uma pequena turnê internacional.[1]
Voltando ao Brasil, começaram os
preparativos para mais um show teatral de Simonal, que seria batizado "De
Cabral a Simonal". Com direção de Oswaldo Loureiro e textos de Arnaud Rodrigues e Oduvaldo Vianna Filho,
estreou em janeiro de 1969 no mesmo Teatro Toneleros de "Horário
Nobre".[1] Este
foi seu show de maior sucesso de público, rodando o país todo e contando com a
banda de Simonal, o Som Três, reforçada com metais, a percussão de Chacal e a
guitarra deLuiz Cláudio Ramos,
da banda "A Brazuca".[1] Um
dos pontos altos do show era protagonizado por seu coreógrafo, Gerson Côrtes.
Utilizando um jogo de luz e sombras ele aparecia no palco dançando enquanto
Simonal aparecia no fundo dos teatros, dando a impressão que estava em dois
lugares ao mesmo tempo.[1]Graças ao sucesso do show, Gerson
conseguiu gravar um compacto pela CBS,
"Não Volto mais Aqui". Anos depois, faria sucesso como Gerson King
Combo.[1]
Em 5 de fevereiro de 1969 seu contrato com
a TV Record terminava e seu show, o "Vamos S'imbora", saiu do ar.
Renegociou o contrato por mais alguns meses apenas para aparições esporádicas,
já que a agenda de shows não estava permitindo as gravações toda semana.[1] Em
abril do mesmo ano saía o seu terceiro álbum, Alegria,
Alegria, com o subtítulo de Cada
um Tem o Disco que Merece. Neste disco, o Som Três foi definitivamente
ampliado, passando a contar com o sax barítono de Aurino, o trompetista Darcy,
seu irmão Zé Roberto Simonal no sax, Maurílio no trompete e Juarez no sax tenor, além de Don Chacal tocar
frequentemente percussão nos discos e Sabá passar a usar um contrabaixo elétrico.[1] Os
destaques do disco eram os arranjos mais complicados de César Camargo,
utilizando vários instrumentos diferenciados para conseguir sons, como fagotes e flugelhorns, além do lançamento de
"Mustang Cor de Sangue" dos irmãos Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle,
saindo da pilantragem em direção a um som cada vez mais soul e mais próximo do
que Sérgio Mendes fazia nos EUA.[1]
O contrato com a Shell e o último Alegria, Alegria[editar | editar código-fonte]
Ricardo Amaral, um empresário carioca, resolve
promover uma turnê de Sérgio Mendes no Brasil. Fala com a Shell atrás
de patrocínio e consegue agendar dezessete shows a serem realizados em vinte
dias por todo o país, com cachê de 1 milhão de dólares por apresentação para o
artista. O contrato incluía uma apresentação a ser gravada e transmitida pela
TV Tupi, no Clube Monte Líbano, e uma apresentação a preços populares no Maracanãzinho, a última da turnê. Pelo tamanho
do Maracanãzinho, o show foi "engordado" com outras atrações como Jorge Ben, Marcos Valle, Gal Costa, Maysa, Milton Nascimento, Os Mutantes,Gracinha Leporace, Pery Ribeiro e
Wilson Simonal. Caso sobrassem ingressos eles seriam comprados pela Shell e
utilizados em promoções nos seus postos de gasolina.[1]
Ficou acertado que Simonal faria o show que
antecederia o de Sérgio Mendes com os grupos Brasil '66 e Bossa Rio. No dia 5
de julho de 1969, trinta mil pessoas lotavam o Maracanãzinho, não tendo sido
necessária a compra dos ingressos pela empresa patrocinadora.[1] O
destaque negativo do show era o som dosamplificadores, que eram engolidos pelo
barulho que vinha da platéia. Simonal entrou nervoso, já que nunca tinha tocado
para um público tão grande e, além do mais, para ele e sua banda aquele público
estava ali para ver Sérgio Mendes. Mas o que aconteceu viraria notícia em toda
a imprensa no outro dia: Simonal tocou seis ou sete músicas - apenas hits - e foi ovacionado, com a platéia
cantando junto com ele durante todo o show, além de ter divido o público em
vozes tal como fazia no seu antigo programa de TV durante "Meu Limão, meu
Limoeiro".[1] O
sucesso foi tanto que, quando o show terminou, Simonal desmaiou no camarim.[1]
Foi nesse clima que Sérgio Mendes subiu ao
palco e iniciou sua apresentação. Quando começou a tocar "Pretty
World" (sua versão de "Sá Marina") o público delirou.[1] Entretanto,
quando as vocalistas de sua banda começaram a cantar a letra em inglês, a
platéia começou em coro a gritar "Simonal! Simonal!".[1]Somente quando o cantor subiu ao
palco para cantar "Sá Marina" o público sossegou. Sérgio Mendes
acabaria sendo muito aplaudido quando tocou sua versão de "Mas que Nada".[1] A
cobertura da imprensa foi extremamente favorável a Simonal, enaltecido mais do
que Sérgio Mendes por alguns (como Nelson Motta no
jornal Última Hora[1] ). O Pasquim tripudiou Sérgio Mendes, considerado
vendido pelo tablóide[1] ,
publicando que Simonal "jantou" o músico niteróiense.[1]
O impacto do show foi tão grande na cúpula
de marketing da Shell, que estava assistindo a tudo no Maracanãzinho[1] ,
que Simonal passou a ser sondado para assinar um contrato como garoto
propaganda da companhia. Enquanto estava em conversações com a empresa, o
cantor lançou o que viria a ser o seu maior sucesso comercial, "País Tropical". Simonal conheceu a canção
quando foi levado por Jorge Ben para assistir a um show de Gal Costa, com quem Jorge Ben estava tendo um
caso.[1] Lá
o cantor viu Gal cantar "País Tropical" e, ignorando a preferência
dada por Jorge Ben para a cantora gravá-la, arrastou-o para o estúdio para
mostrar a canção à sua banda.[1] Simonal
fez grandes modificações na música, cortando estrofes inteiras, introduzindo
menções ao slogan da Shell na época ("algo
mais") e inventando um bis para a música no qual cantava-se apenas a
primeira sílaba das palavras, criando o célebre termo "patropi",
utilizado até hoje para referir-se ao Brasil.[1]
A Shell, após ter tido como
garotos-propaganda Os Mutantes, avaliava que precisava de um
grande nome (como Roberto tinha
sido nos tempos do programaJovem Guarda), já que acreditava que a
parceria com o grupo paulista havia sido mais benéfica para os artistas do que
para a companhia.[1] Assim,
após a apresentação de Simonal no Maracanãzinho, a empresa acreditou que tinha
achado o homem certo. No dia 16 de setembro de 1969, o artista assinou um
contrato de publicidade com a Shell, sendo chamado pela imprensa da época de
"o mais fabuloso contrato de publicidade já assinado no Brasil"[1] ,
com uma duração inicial de seis meses, sendo renovado em março de 1970 por mais
um ano, com condições ainda mais vantajosas para Simonal.[1]
Simonal já vinha há algum tempo flertando
com a ideia de tomar conta da própria carreira autonomamente, criando uma
pessoa jurídica que faria toda a sua movimentação financeira, reduzindo custos
e tributos. A convivência com Sérgio Mendes, que era "empresário de si
próprio", e João Carlos Magaldi, publicitário de muito sucesso na época,
assim como os exemplos de músicos de fora como Frank Sinatra que tinha fundado a Reprise Records e os Beatles que
haviam iniciado a Apple Corps,
levaram Simonal à conclusão que este era o melhor caminho a seguir para sua
carreira.[1] Assim,
no dia 12 de setembro de 1969, o cantor juntou alguns amigos, entre eles o
empresário Ruy Brizolla, para tocarem a produtora, criando a Simonal Produções
Artísticas.[1]
No mês seguinte, o contrato com a Shell
começou a render seus frutos. Magaldi tinha excelentes contatos na Globo - por
ser padrinho de casamento de José Bonifácio
de Oliveira Sobrinho e,
além disso, serem sócios em uma empresa[1] -
conseguindo que Simonal fosse indicado presidente do júri do IV
Festival Internacional da Canção, que fizesse o show de entreato da
final e, também, que fosse o embaixador do evento no ano seguinte.[1] No
dia 4 de outubro de 1969, Simonal subiu ao palco do Maracanãzinho, dessa vez
com várias pessoas segurando cartazes em referência ao cantor, outras com
bandanas na testa, tal qual o próprio cantor, e regeu o público como se fosse
um coral novamente, dividindo a platéia em vozes durante "Meu Limão, meu
Limoeiro".[1]
Em novembro de 1969, chegou às lojas o
quarto e último álbum de Simonal com o título de Alegria, Alegria. Tentando
aproveitar-se do sucesso de "País Tropical" e do show de encerramento
do FIC no Maracanãzinho, o disco continha como subtítulo o monólogo
introdutório do cantor na música, Homenagem
à Graça, à Beleza, ao Charme e ao Veneno da Mulher Brasileira, além de a
capa ser uma imagem do cantor durante o show. O disco vendeu bem, trazendo
ainda a música "Que Maravilha",
uma composição de Jorge Ben e Toquinho.[1] No
mesmo mês, o músico foi o anfitrião da festa do milésimo gol de Pelé: como o jogador também era patrocinado
pela Shell, a empresa promoveu o show, que ocorreu no dia da bandeira daquele ano, e, nada mais natural, chamou
seu outro contratado para ser o mestre de cerimônias.[1]
A Copa do Mundo e o início do fim[editar | editar código-fonte]
Em janeiro de 1970, Simonal excursionou
pela Europa como embaixador do FIC daquele ano e aproveitou para promover a sua
própria carreira além-mar, tendo conseguido que todos os nove músicos que
compunham sua banda (o Som Três mais os "metais com champignon", como
o cantor chamava o naipe de metais[1] )
acompanhassem a comitiva.[1] Apresentou-se
no Midem,
na França, na TV
RAI da Itália, chegando a gravar uma versão em
italiano de "País Tropical" para ser lançada naquele país, e também
na televisão portuguesa.[1] Ao
voltar ao Brasil, gravou o novo hino do FIC, composto por Miguel Gustavo e acompanhado por uma banda regida por Lyrio Panicali.[1]
Após temporada na boate Sucata no início do
ano, Simonal e sua banda (o único músico que não foi junto foi o baterista
Toninho, substituído por Victor Manga, da banda "A Brazuca")
embarcaram para o México em
maio de 1970 para acompanhar a Seleção
Brasileira de Futebol na Copa do Mundo
daquele ano. Antes da viagem, na qual faria apresentações na boate
El Dorado, em Guadalajara, e uma temporada de quarenta e cinco dias no hotel
Camino Real,[1] Simonal
deixou gravadas quatro músicas para o lançamento de um compacto duplo em junho
daquele ano, contendo, entre outras, "Aqui É o País do Futebol" de Milton Nascimento e Fernando Brant, para que pudesse se ausentar
do país deixando algo pra ser lançado.[11] Lá,
o cantor conquistou o povo mexicano, em uma estratégia planejada por João Havelange para que a equipe se sentisse em casa,
e participou ativamente da vida do time, conseguindo acesso livre à
concentração,[1] além
de ter chegado a lançar um álbum em solo mexicano, México '70, que viria a ser
lançado no Brasil apenas quarenta anos depois.[11]
Em 24 de junho de 1970, estreou o filme É Simonal, indo na onda dos
filmes com músicos que existiam à época. Dirigido por Domingos de Oliveira,
que havia dirigido o sucesso Todas as
Mulheres do Mundo, contava com produção de César Thedim e com a
atriz Irene Stefânia, além de participações
especiais de Marília Pêra, Jorge Dória, Milton Gonçalves, Ziembinski e
trilha sonora de Erlon Chaves. O filme naufragaria nas
bilheterias em 1970, devido ao fato de ter que competir com Roberto
Carlos e o Diamante Cor-de-rosa, maior bilheteria do ano no
Brasil,[12] e,
depois, com Let It Be, dos Beatles.[1] Em
1971, no seu relançamento, o filme não conseguiria atrair boas bilheterias
novamente, devido a aparição de Simonal nas páginas policias.[1]
No dia 19 de agosto, Simonal e sua banda
entraram em estúdio e gravaram o que ele chamava de "músicas
nativistas",[1] e
que incorporavam uma visão ufanista do país.[4] Assim,
além do hino do FIC, gravado mais cedo aquele ano, incluíam também "Que
cada um Cumpra o seu Dever", do próprio cantor, e "Brasil, Eu
Fico" e "Resposta", ambas de Jorge Ben Jor. Esta última canção era uma
resposta à "Paris Tropical", de Juca Chaves, canção esta que, por sua vez, era
uma sátira à
"País Tropical".[1]
O contrato com a Shell previa, mensalmente,
"shows em rede nacional de altíssima qualidade", entretanto, o único
destes shows ocorreu em setembro de 1970 quando Simonal recebeu Sarah Vaughan para um concerto acompanhado do Som
Três, da banda da Tupi (regida por Erlon Chaves), e do conjunto de Sarah (John
Donald Abne no piano, Gene Perio no baixo e Jimmy Cobb na bateria). No show os
dois cantaram vários clássicos, incluindo um dueto em "The Shadow of Your
Smile", para encerrar. A transmissão ocorreu no dia 20, um domingo,
durante o programa de Flávio Cavalcanti,
contando ainda com a dupla Miéle e Bôscoli na produção.[1]
Nos últimos meses Simonal vinha preparando
um álbum, em sua cabeça, que deveria chamar-se Samba Soul, tendo, inclusive,
músicas já reservadas para o cantor, como "Atropelado Bacharel", de
Marcos Valle, e "Mano Caetano", que Jorge Ben havia feito para
Caetano Veloso, que se encontrava exilado.[1] Entretanto,
devido à falta de foco em música (o Som Três estava em franca desaceleração,
fazendo cada vez menos shows e gravando cada vez menos), o álbum acabou virando
lenda.[1] Para
ter um álbum para lançar ainda aquele ano, o cantor e sua banda entraram em
estúdio em outubro e, em apenas três dias, gravaram o que seria o álbum Simonal, considerado por alguns como um
dos melhores de sua carreira, devido a sua despretensão, entrosamento e coesão,
afinal, havia sido praticamente gravado ao vivo em estúdio.[1] O
álbum foi lançado em dezembro daquele ano, juntamente com o compacto contendo
"A Tonga da
Mironga do Kabuletê", que seria a última música de Simonal
arranjada por César Camargo Mariano e o último no qual o compositor era
acompanhado pelo Som Três.[1]
Para o lançamento do álbum, Simonal
estrearia um show no Canecão, produzido pela dupla Miele &
Bôscoli, que seria o último com a participação do Som Três e o último de sua
fase de sucesso.[1] O
nome seria Simona/Simonal,
concebido pela dupla fazendo uso da velha dicotomia entre o "Simonal"
sofisticado, cantor de bossa nova, e o "Simona" pilantra: o showman,
o entertainer. Uma semana antes da estréia é que o Som Três e César Camargo
Mariano foram avisados que o espetáculo aconteceria,[1] tendo
sido chamados para ensaiar as músicas já arranjadas por Erlon Chaves, já que o
show contaria também com a presença da banda Veneno. Neste ensaio, Simonal
recusou todas as músicas arranjadas pelo maestro, com a exceção da abertura e
do encerramento (nas quais ele não cantava).[1] Então,
César Camargo teve apenas quatro dias para rearranjar tudo e, as duas bandas,
mais dois dias para ensaiar aqueles novos arranjos a tempo da estréia.[1] No
final, deu tudo certo e o espetáculo foi um sucesso de público e crítica,
ficando em cartaz até fevereiro de 1971.[1]
No dia 22 de abril de 1971, Simonal estava
participando da gravação programa Som
Livre Exportação, da Rede Globo. O programa consistia em uma espécie de
festival itinerante pelo país que era gravado e editado para transmissão na
televisão. A gravação ocorria em Brasília quando, um pouco antes de entrar no
palco, Simonal brigou com César Camargo Mariano nos bastidores e este último
voltou para o hotel para fazer as malas e viajar pra São Paulo, dando por
encerrada a parceria de sucesso. Simonal acabaria apresentando-se com a Banda
Veneno de Erlon Chaves e César Camargo viraria pianista e arranjador de Elis
Regina, com quem acabaria se casando.[1]
Episódio do contador[editar | editar
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Em setembro de 1970, a Simonal Produções
Artísticas completaria seu primeiro ano de vida e, com isso, seria realizado
seu primeiro balanço anual.[1] Pelo
volume de contas não pagas no escritório, Simonal desconfiou que alguma coisa
estava errada e ordenou uma devassa nas contas ao seu encarregado, Ruy
Brizolla.[1]Brizolla chamou um amigo seu de São
Paulo, Raphael Viviani, para organizar o balanço da empresa e fazer com que ela
passasse a operar no azul. Viviani assumiu suas funções em 24 de setembro e,
logo nos primeiros dias, assustou-se com a quantidade de gastos pessoais
lançados na conta da empresa e com o hábito dos amigos do cantor de realizarem
"saques" diretamente da conta da Simonal Produções.[1]
Na mesma época, para conseguir aumentar o
volume de dinheiro entrando, Simonal decidiu renegociar o contrato que havia
assinado com a Rede Globo para participar do Festival Internacional da Canção
de 1970 como jurado e como estrela do show de encerramento, além de pedir um
programa semanal na grade da emissora carioca.[1] Apesar
de não ter o apoio de Magaldi, que gerenciava seus contratos de marketing,
reuniu-se sozinho com Boni e Walter Clark em
um restaurante e os dois diretores da Globo negaram-se terminantemente a rever
contratos, mas prometeram estudar a proposta de um programa.[1] Simonal,
insatisfeito, acabou brigando com os dois dizendo que se não revissem o
contrato, ele não participaria do festival. Quando o cantor tornou a briga
pública, no programa de Flávio Cavalcanti da semana seguinte, a Globo decidiu
boicotar o cantor não só do festival, mas de toda a sua grade de programas.[1]
Assim, antes mesmo do fim do contrato com a
Shell, que se daria em março de 1971, Simonal começou a desmontar a estrutura
da sua empresa, antevendo a diminuição de receitas.[1] Como
acreditava que estava sendo lesado e suspeitava de todo mundo, rompeu com
todos: Magaldi, Brizolla e Viviani. O contador foi demitido em maio de 1971,
tendo Simonal alegado "incompetência profissional".[1] Só
que, como Viviani havia sido trazido de São Paulo para o Rio de Janeiro por
Brizolla e o aluguel de seu apartamento era pago por Simonal, que também era o
seu fiador,[1] o
escriturário, desempregado e sem perspectiva de emprego numa cidade nova, parou
de pagar o aluguel e entrou com uma ação trabalhista contra Simonal, para
receber as verbas indenizatórias relativas ao tempo em que havia trabalhado na
empresa do cantor.[1]
Simonal ficou com muita raiva: havia
perdido seu apartamento, seu escritório, seus funcionários, sua banda, seu
arranjador e estava vendo seu sucesso e prestígio ruírem. Para completar, agora
estava respondendo a dois processos (o trabalhista e a cobrança dos aluguéis
não pagos por Viviani) por causa de pessoas que o cantor acreditava que o
haviam roubado.[1] Simonal
queria que Viviani confessasse o desfalque que ele acreditava que havia
ocorrido e, para conseguir isso, recorreu a alguns policiais, agentes do DOPS,
que o cantor conheceu quando foi interrogado em 1969, por causa de uma bandeira
da União Soviética presente no cenário do show "De
Cabral a Simonal".[1] Eles
criaram uma história toda para justificar a "ajuda" que prestariam a
Simonal como uma ação legal.[1] [4]
A história era baseada em uma declaração
que Simonal assinou no DOPS no dia 24 de agosto. Nela o cantor dizia que vinha
recebendo ameaças anônimas através do telefone da sua casa e que acreditava que
essas ameaças eram feitas por seu ex-contador, Raphael Viviani.[1] Além
disso, Simonal declarava-se como "antigo colaborador do DOPS" e
"divulgador do programa democrático do governo da República".[1] O
cantor terminava oferecendo seu carro e seu motorista ao DOPS já que,
pretensamente, o departamento estaria com problemas em conseguir veículos para
realizar diligências.[1] No
dia seguinte, os policiais Hugo Corrêa de Mattos e Sérgio Andrade Guedes foram
até a casa de Viviani no Opala do
cantor e identificaram-se como "policiais do DOPS a serviço de Simonal",
levaram o escriturário para a sede da Simonal Produções Artísticas e revelaram
que queriam que ele confessasse o desfalque.[1] Como
Viviani negou por quase uma hora qualquer desvio, foi levado para a sede do
DOPS, comandada por Mário Borges. Lá, como continuava a negar, foi torturado e,
quando ameaçaram sua família, aceitou assinar uma declaração confessando o
desfalque.[1]
O que os policiais do DOPS não esperavam
era que, após quase 20 horas sem notícias do marido, a mulher de Viviani fosse
à polícia prestar queixa de sequestro, contando a história de dois homens que
foram a sua casa, se dizendo vinculados ao DOPS e a serviço de Wilson Simonal,
e levaram seu marido.[2] Na
sexta-feira, dia 27, logo após a realização de exame de corpo de delito que
confirmava que Viviani havia sido vítima de tortura, quinze policiais foram
destacados para encontrar Wilson Simonal e levá-lo para depor.[1] Simonal
manteve-se fiel à sua declaração do dia 24 de agosto e, após o depoimento, o
delegado Ivã Santos Lima enviou uma cópia para a imprensa.[1]
O inquérito policial foi finalizado e
enviado ao promotor Pedro
Fontoura, que em 21 de julho de 1972 ofereceu denúncia pelos crimes de extorsão
e extorsão mediante sequestro contra Wilson Simonal, Luiz Ilogti (seu motorista),
Mário Borges, Hugo Corrêa de Mattos e Sérgio Andrade Guedes.[1] A
sentença de primeiro grau saiu em 11 de novembro de 1974 e o juiz João de Deus
Lacerda Menna Barreto inocentou o segundo e o terceiro réus, ficando os outros
três condenados a cinco anos e quatro meses apenas pelo crime de extorsão.[1] Simonal
foi preso imediatamente e passou nove dias na cadeia até que os três
desembargadores da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
concedessem, por unanimidade, um habeas corpus para soltar o cantor.[1] No
dia 03 de julho de 1976, saiu o resultado da apelação e Simonal, bem como os
dois policiais, tiveram o crime reclassificado de extorsão mediante sequestro
para constrangimento ilegal e a pena mudada para seis meses, a serem cumpridos
no regime aberto.[1] No
final daquele mesmo ano Simonal estaria quite com a justiça brasileira.
Inconstâncias e incertezas[editar | editar
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A acusação de extorsão mediante sequestro
pegou a carreira de Simonal em um momento delicado de redefinição: alguns
críticos[1] [4] acreditam
que Simonal fazia o movimento de guinada para um estilo mais próximo ao soul e
ao funk, mas este movimento nunca foi completado devido aos problemas não musicais
que acabaram criando problemas musicais (como a dificuldade em arranjar
repertório e apresentações).[1] Entre
junho e agosto de 1971, Simonal gravou Jóia, Jóia, seu último trabalho pela Odeon
e o primeiro sem o Som Três, marcando a estréia de Sérgio Carvalho como
pianista e arranjador do cantor. Sem um grande sucesso radiofônico, o disco não
obteve boas vendagens, tendo apenas a música "Na Galha do Cajueiro"
tocado no rádio. Simonal, em busca de novos ares, resolveu abandonar a Odeon e
seu empresário, Marcos Lázaro, conseguiu para o cantor um contrato com a Philips de André Midani.[13]
Em 1972, já na nova gravadora, Simonal
gravou Se Dependesse de Mim.
O disco, produzido por Nelson Motta, deveria ser a redenção de
Simonal. Entretanto, a fama de delator que
o cantor foi, progressivamente, adquirindo após o episódio do contador acabou
por contaminar a reação da crítica especializada ao trabalho: os jornalistas
escreviam mais sobre as atividades do cantor com o DOPS do que sobre o disco.[1] Ainda
assim, o álbum vendeu 14 mil cópias, volume considerado baixo para um artista
popular como Simonal (esperava-se que vendesse pelo menos 100 mil cópias), mas
comparável ao que vendiam Caetano Veloso e Os Mutantes, por exemplo.[1] Assim,
a ideia da gravadora para melhorar as vendagens foi "reenquadrar" o
cantor como um cantor de partido-alto ou
de sambão ou samba-jóia,[1] já
que o samba vivia um bom momento, com Martinho da Vila, Clara Nunes, Beth Carvalho, Benito di Paula e a dupla Antônio Carlos e
Jocáfi. Jair Rodrigues havia feito o mesmo movimento com
muito sucesso (cantando "Festa para um Rei Negro") e o resultado
parecia, para a gravadora, promissor. O disco lançado deste
"reenquadramento" é Olhaí,
Balândro... É Bufo no Birrolho Grinza!, lançado em novembro de 1973, e,
embora não seja considerado ruim musicalmente, mostra a patente falta de
convicção dos músicos: o maestro Sérgio Carvalho não conseguia fazer valer a
sua opinião (e a dos músicos) e isso dava em um resultado muito frouxo
musicalmente.[1] Apesar
disto, o álbum teve uma música que chegou às rádios populares ("Dingue li
Bangue") e vendeu mais do que o seu antecessor (21 mil cópias).[1]
Em 11 de junho de 1974, Simonal estreou o
espetáculo Circus, seu
último grande show, no Canecão. Com produção de Augusto César
Vannucci e Ronaldo
Bôscoli, contava com a participação de Sônia Santos, Kate Lyra e Carlos Leite e,
embora escorraçado pela crítica, ficou em cartaz até setembro, garantindo
sessenta e nove apresentações.[1] Em
novembro daquele ano sairia Dimensão
75, último disco do contrato com a Philips. O repertório do disco é
variado, contendo desde sambões até músicas românticas. Dentro desse universo o
que fez mais sucesso foi "Cuidado com o Buldogue", inédita de Jorge
Ben que começou a ter boa repercussão nas rádios, mas, quando a canção estava
decolando, sobreveio a prisão de Simonal em 11 de novembro de 1974.[1] Em
setembro de 1975, Simonal assina contrato com a RCA para a produção de outros
três discos. Lá, teria a oportunidade de gravar versões em português de
sucessos internacionais licenciados pela gravadora e, também, de trabalhar com
Cayon Gadia, aficcionado por música negra americana e que daria uma cor
diferente ao próximo disco do cantor, Ninguém
Proíbe o Amor. Gravado com uma banda de estúdio e com arranjos de José
Briamonte, é um disco inventivo e com arranjos sofisticados, o preferido de
Simonal por vários músicos, como Ed Motta.[1] Ainda
assim, o disco foi ignorado por boa parte da crítica e detonado por outros,
como o crítico Maurício Kubrusly,
do Jornal da Tarde.[1]
Quando já estava com mais material pronto
para um segundo disco na mesma linha de Ninguém
Proíbe o Amor, Simonal foi convencido a lançar uma versão de "Viva
América", grande sucesso na Europa, batizada de "A Vida É Só pra
Cantar". Lançada em outubro de 1976, o compacto fez um sucesso enorme nas
rádios, chegando a vender 100 mil cópias, maior marca do cantor desde
"País Tropical".[1] Com
esse sucesso, o cantor conseguiu apresentar-se no Globo de Ouro,
sua primeira aparição na Rede Globo desde 1971.[1] Entretanto,
o álbum homônimo contendo a canção foi lançado apenas em abril de 1977 e,
contendo "versões discoteca" de antigos sucessos e sem o sucesso do
compacto para puxar as vendas, o disco vendeu muito menos.[1] Com
a desilusão, a gravadora desistiu de investir tanto dinheiro no cantor. Apenas
em 1979 Simonal lança outro disco, Se
Todo Mundo Cantasse Seria Bem Mais Fácil Viver, mais próximo do álbum de
1975, mas com forte apelo na nostalgia, contando com várias canções famosas da
bossa-nova, num forte tom de despedida.[1] Ao
final do ano, o cantor seria dispensado da sua última grande gravadora.
Ostracismo e morte[editar | editar
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A década de 1980 começou com Simonal tornando-se
"independente": o cantor trocou de empresário e soltou alguns
lançamentos pela WM Produções (pequeno selo independente de seu novo
empresário) e com arranjos em grande parte feitos pelo próprio cantor,
utilizados apenas para gerar alguma mídia e proporcionar repertório para os
shows, carro chefe da carreira de Simonal após o episódio do contador.[1] Na
primeira metade da década, Simonal lançou apenas dois discos (Alegria
Tropical e Simonal) e dois compactos que
trazem de novo apenas a estréia fonográfica de seu filho, Max de Castro, então com dez anos.[1] Simonal
passaria mais de uma década sem lançar nenhum disco no mercado brasileiro e,
com seus discos clássicos fora de catálogo, caiu em absoluto esquecimento.[14]Apesar de não lançar discos,
continuou fazendo shows pelo país todo, agora trocando os grandes espetáculos
por pequenas temporadas em boates, churrascarias e pequenas casas de shows.[1]
Ele dizia para mim:
"Eu não existo na história da música brasileira". Sandra Cerqueira,
segunda mulher de Simonal em depoimento para o documentário Simonal
- Ninguém Sabe o Duro que Dei.[15]
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—
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Com o passar dos anos Simonal foi
tornando-se alcoólatra, bebendo principalmente uísque. O consumo da bebida anestesiava as pregas vocais que eram forçadas pelo cantor sem que
este percebesse. Com isso, Simonal foi gradativamente perdendo a capacidade
vocal, chegando aos anos 90 com
a voz muito debilitada.[1] O
disco Os Sambas da minha Terra,
lançado em 1991, foi gravado apenas graças a uma fã que pagou as horas de
estúdio, os músicos e o cachê de Roberto Menescal produzindo e arranjando. O
próprio Menescal ofereceu-o a todas as grandes gravadoras brasileiras, mas só
conseguiu o lançamento pelaColumbia da Venezuela, que era dirigida por um amigo seu
na época.[1] Simonal
ficou muito deprimido nesse período, recuperando-se apenas
com o segundo casamento, com Sandra Cerqueira em 1994.[1]
Em 1994, saiu A Bossa e o Balanço, primeiro
registro de Simonal na era do CD,
contendo seus principais sucessos e com texto de Ronaldo Bôscoli (que viria a falecer
dali alguns meses), a coletânea lançada pela WEA (através do selo "All the
Best") foi o responsável por apresentar Simonal a toda uma nova geração.[1]Com o lançamento da coletânea,
Simonal voltou a ter mídia, aparecendo no humorístico Escolinha
do Professor Raimundo, de seu amigo Chico Anysio, e tendo a oportunidade de gravar
um novo disco para o mercado brasileiro, depois de mais de uma década. O álbum Brasil sairia pela pequena gravadora
Movieplay no início de 1995, com arranjos do próprio Simonal e repertório
saudosista, variando entre regravações e clássicos do cancioneiro nacional.[1] No
ano seguinte, saiuBem Brasil - Estilo Simonal, por outra pequena
gravadora (Happy Sound), contando com programações de teclados e uma pequena
participação especial de Toninho e Sabá, revivendo dois terços do Som Três. O
"revival" de Simonal continuava com o convite do produtor Max Pierre,
então diretor-artístico da PolyGram, para que César Camargo Mariano
produzisse um disco intitulado Casa
da Bossa, contando com a participação de músicos consagrados da Bossa em
duetos com músicos mais novos. César logo pensou em Simonal e marcou para ele
um dueto com Ivete Sangalo, mas, devido a problemas com a
voz, Sandra de Sá foi
quem acabou sendo escalada para o dueto em "Lobo Bobo".[1]
No dia 25 de março de 2000, Simonal fez o
seu último show, no Espaço Memphis, um bar em Moema.
Alguns dias depois foi internado no Hospital
Sírio-Libanês, recebendo visitas de Jair Rodrigues e, inesperadamente, de Geraldo Vandré.[1] O
cantor faleceu em 25 de junho de 2000, vítima de uma cirrose hepáticadecorrente
do alcoolismo.[14]
Tentativas de
reabilitação[editar | editar
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O processo de reabilitação do cantor na
memória coletiva é já longo e não sem alguns percalços. Começou no início dos
anos 90 quando Simonal obteve documentos da Presidência da República que, após
vasculhar os arquivos dos serviços de informação, informavam que nada fora
encontrado sobre a associação do cantor com os denominados serviços. Assim, o
cantor voltou a aparecer na mídia como uma vítima do clima da ditadura militar
que provocava patrulhamentos.[16]
O artista acabaria morrendo sem conseguir
sair do ostracismo.[17]
Em 2002,
a pedido da família, a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB)
abriu um processo para apurar a veracidade das suspeitas de colaboração do
cantor com os órgãos de informação do regime militar. A comissão analisou
documentos da época, manteve contato com pessoas do meio artístico, como o
comediante Chico Anysio e
os cantores Ronnie Von e Jair Rodrigues, e analisou reportagens
publicadas nos jornais. Em notícia veiculada em 1992 pelo Jornal da Tarde, por exemplo, Gilberto Gil e Caetano Veloso, oficialmente perseguidos pelo
regime militar, declararam não ter tido problemas de convivência com Simonal,
sendo que Veloso ainda elogiou as qualidades de Simonal como artista.
Além de depoimentos de artistas e de
material enviado por familiares e amigos, constou do processo um documento de
janeiro de 1991,
assinado pelo então secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, no qual atestava que, após
pesquisa realizada nos arquivos de órgãos federais, como o SNI e o Centro de
Informações do Exército (CIEx),
não foram encontrados registros de que Simonal tivesse sido colaborador,
servidor ou prestador de serviços daquelas organizações.
Em 2003,
concluído o processo, Wilson Simonal foi moralmente reabilitado pela Comissão
Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos
Advogados do Brasil(OAB), em julgamento simbólico.[18] [19] [20]
Em 2009,
foi lançado o documentário Simonal
- Ninguém Sabe o Duro que Dei, dirigido por Claudio Manoel (da troupe Casseta & Planeta),
Micael Langer e Calvito Leal, que tenta resgatar a trajetória de vida do
cantor, baseando-se em depoimentos e traçando um retrato simpático ao cantor,
apesar de contar com um longo testemunho de Raphael Viviani.[21] O
filme mostra que a popularidade do cantor chegou a rivalizar com a dos artistas
da Jovem Guarda[22] e
chega a conclusões sobre o seu ostracismo, sobre o qual Claudio Manoel chegou a
dizer que Simonal "pagou uma pena dura demais, desproporcional ao que ele
fez, porque sua condenação foi até o fim da vida. Para ele, não teve anistia".[23] [24]
Em 2009,
também foi lançada a biografia Nem
Vem que Não Tem - A Vida e o Veneno de Wilson Simonal. Nela, segundo Marcus
Preto, repórter do jornal Folha
de S.Paulo, seu autor, o jornalista Ricardo Alexandre, apresenta fatos que
tentam levar o leitor a acreditar na inocência alegada por Simonal.[2] A
narrativa desenvolvida no livro sustenta que, para se inocentarem, os agentes
do Dops que torturaram o contador teriam improvisado uma farsa: Viviani seria
um possívelterrorista denunciado por
Simonal. Para dar um ar de credibilidade à história, o cantor assinou documento
em que se assumia acostumado a "cooperar com informações que levaram
esta seção [o Dops] a desbaratar por diversas vezes
movimentos subversivos no meio artístico".[2]
A Folha voltou a contestar as tentativas de
reabilitação em reportagem onde apresentava o processo no qual Simonal era
citado como colaborador das Forças Armadas e informante do DOPS, citando ainda um acórdão do
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro de 1976,
que também se referia à sua condição de colaborador.[25]
Claudio Manoel, produtor e diretor do
documentário Simonal - Ninguém
Sabe o Duro que Dei, rebateu os relatos segundo ele
"sensacionalistas" da Folha dizendo que no processo de 1971,
"em sua argumentação final, o ilustre meritíssimo alega que não tem como
julgar os agentes do DOPS, já que estávamos vivendo um estado de exceção e, por
isso, ele não tinha competência para julgar atos que poderiam ser de 'segurança nacional',
mas Wilson Simonal, que era civil, não tinha esse tipo de 'cobertura', portanto
pena de 5 anos e 4 meses para ele (...) Se em 1971 fosse provado que ele era um
colaborador, ele não seria julgado por isso, seria condecorado".[26] [27]
Em 2011 foi lançado o livro Simonal: quem não tem swing morre
com a boca cheia de formiga, do historiador Gustavo Alonso, pela Editora
Record. Nele o autor mostra um painel complexo dos anos 60/70, deixando claro
que Simonal não foi o único que flertou com o regime, e problematiza a recente
reabilitação do cantor. Alonso aponta uma instigante questão: sendo Simonal
vítima ou algoz, a sociedade continua se vendo como resistente ao regime
ditatorial, algo que o historiador busca questionar. Ele mostra como vários
artistas da MPB flertaram com a ditadura, dentre eles Elis Regina, Jair
Rodrigues, Tom Jobim, João Nogueira, o grupo Os Originais do Samba, artistas
como Tonico e Tinoco, os tropicalistas, Jorge Ben, e até Chico Buarque, dentre
vários outros. O autor nega que o racismo tenha sido preponderante para o
ostracismo de Simonal, que, junto da grande maioria da população, era um
defensor da ideia vulgar da "democracia racial". A concepção de que
Simonal teria sofrido "racismo" por parte da sociedade contribui,
segundo Alonso, para a vitimização do cantor, que finalmente também pôde entrar
no panteão das "vítimas" do regime, ou seja, ao lado da sociedade
também "vitimizada", que sente dificuldade de se reconhecer no papel
de algoz. Para o historiador, a forma vitimizada de se recordar Simonal nos
dias de hoje não problematiza o apoio da sociedade ao regime e se cala sobre o
principal motivo da exclusão do cantor: o flerte incessante com a cultura de
massa através da Pilantragem e a concorrência com o Tropicalismo na
modernização antropofágica da música brasileira.[28]
Em 5 de setembro de 2012,
o Jornal do Brasil publicou matéria na qual divulgou
documentos de 1971 considerados secretos pelos militares, onde constavam nomes
de artistas tidos como simpatizantes da ditadura e que por isso estavam
supostamente sendo perseguidos por publicações como O Pasquim e A
Última Hora; dentre nomes como Agnaldo Timóteo, Antônio Marcos, Clara Nunes, Wanderley Cardoso e Roberto Carlos, entre outros, estava também
Wilson Simonal.[29]
Discografia[editar | editar
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Estúdio[editar | editar código-fonte]
·
1963 - Tem
"Algo Mais"
·
1964 - A
Nova Dimensão do Samba
·
1965 - Wilson
Simonal
·
1965 - S'imbora
·
1966 - Vou
Deixar Cair...
·
1967 - Alegria,
Alegria !!!
·
1968 - Alegria,
Alegria Volume 2 ou Quem não Tem Swing Morre com a Boca Cheia de Formiga
·
1969 - Alegria,
Alegria Volume 4 ou Homenagem à Graça, à Beleza, ao Charme e ao Veneno da
Mulher Brasileira
·
1970 - México
'70 (lançado apenas no
mercado mexicano, chegou ao Brasil em 2010)
·
1971 - Jóia, Jóia
·
1972 - Se
Dependesse de Mim
·
1973 - Olhaí,
Balândro... É Bufo no Birrolho Grinza!
·
1974 - Dimensão
75
·
1975 - Ninguém
Proíbe o Amor
·
1977 - A
Vida É só pra Cantar
·
1979 - Se
todo mundo Cantasse Seria bem mais Fácil Viver
·
1982 - Alegria
Tropical
·
1983 - Simonal
·
1991 - Os
Sambas da minha Terra (lançado
apenas na Venezuela)
·
1995 - Brasil
·
1998 - Bem
Brasil - Estilo Simonal
Ao vivo[editar | editar código-fonte]
·
1967 - Show
em Simonal
Compactos simples[editar | editar
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·
1961 - Teresinha / Biquinis
e Borboletas
·
1962 - Eu
te Amo / Beija meu Bem
·
1963 - Está
Nascendo um Samba / Garota Legal
·
1963 - Walk
Right In / Fale de Samba que Eu Vou
·
1965 - Garota
Moderna / Juca Bobão
·
1966 - Se
você gostou / Mangangá
·
1966 - Mamãe Passou
Açúcar em Mim / Tá por Fora
·
1966 - Carango / Enxugue
os Olhos
·
1967 - A
Praça / Ela É Demais
·
1967 - Tributo a
Martin Luther King / Deixa quem quiser falar
·
1967 - Duas
Contas / Balada do Vietnã
·
1967 - Belinha / Samba
do Carioca
·
1967 - O
Milagre / O Apito no Samba
·
1967 - Alegria, Alegria / Pata,
Pata
·
1968 - Correnteza / Meia-volta
·
1969 - País Tropical / Se Você Pensa
·
1970 - Que
cada um Cumpra com o seu Dever / Canção nº 21
·
1970 - A Tonga da
Mironga do Kabuletê / No Clarão da Lua Cheia
·
1971 - Obrigado,
Pelé / Você Abusou
·
1971 - Gemedeira / Tristeza
·
1972 - Noves
Fora / Paz e Arroz
·
1973 - Homem
de Verdade / Viva em Paz
·
1976 - A
Vida É só pra Cantar / Trinta Dinheiros
·
1977 - Meu
Ofício É Cantar / Viva a Planta
·
1977 - Compacto
Argentina 78: Macumbancheiro / Vamos
Vencer
·
1980 - Vinte
Meninas / Várzea
·
1984 - Foi
Cachaça que Matou / Banho de Alegria
Compactos duplos[editar | editar
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·
1963 - Está
Nascendo um Samba / O Estranho na Praia / Garota
Legal / O que Eu Faço pra Esquecer
·
1965 - De
Manhã / Das Rosas / Cuidado
Cantor - Passarinho - Nêga - Não
Ponha a Mão - Já Vai? - Na
Onda do Berimbau
·
1966 - A Banda / Disparada / Quem
Samba, Fica / Máscara Negra
·
1967 - Tributo a
Martin Luther King / Deixa quem Quiser Falar / Ela
É Demais / Está Chegando a Hora
·
1968 - Samba
do Crioulo Doido / Alegria, Alegria / Pata,
Pata / A Rosa da Roda
·
1968 - Correnteza / Meia-volta / A
Saudade Mata a Gente / Terezinha de Jesus
·
1970 - Kiki / Menininhas
do Leblon / Aqui É o País do Futebol / Eu
Sonhei que tu Estavas tão Linda
·
1970 - Compacto
Promo Shell: Hino do
Festival Internacional / Brasil, Eu Fico / Que
cada um Cumpra com o seu Dever
·
1970 - Brasil,
Eu Fico / Canção nº 21 / Resposta / Que
cada um Cumpra com o seu Dever
·
1971 - Na
Galha do Cajueiro / Ouriço / África
África
·
1973 - Tanauêra / Glória
e Paz nas Alturas / Mexericos da Candinha / Quarto
de Tereza
·
1976 - Navio
Negreiro / O Amor Está no Ar / Escola
em Luto / Esses Tempos de Agora
·
1977 - A
Vida É só pra Cantar: A
Vida É só pra Cantar / Cordão / Trinta
Dinheiros / Coisa de Louco
·
1978 - Nós
Somos Filhos do mesmo Deus / Quando Ele Dormir / Macumbancheiro / Vamos
Vencer
Coletâneas[editar | editar
código-fonte]
·
1974 - Wilson
Simonal (lançado apenas no
mercado mexicano)
·
1974 - Os
Grandes Sucessos de Wilson Simonal
·
1994 - A
Bossa e o Balanço
·
1997 - Série
Aplauso: Wilson Simonal
·
2002 - De
A a Z : Wilson Simonal
·
2004 - Rewind
- Simonal Remix
·
2004 - Série
Retratos: Wilson Simonal
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2005 - A
Arte de Wilson Simonal
·
2006 - Simonal
Canta Tom e Chico
·
2009 - Um
Sorriso Pra Você
·
2011 - Nem
Vem Que não Tem
Caixas[editar | editar código-fonte]
·
2004 - Wilson
Simonal na Odeon (1961-1971)
Trilha sonora[editar | editar
código-fonte]
·
2009 - Simonal
- Ninguém Sabe o Duro que Dei
Filmografia[editar | editar
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·
1958 - Minha
Sogra É da Polícia
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1970 - É
Simonal
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1971 - Som
Alucinante
Ver também[editar | editar
código-fonte]
Referências
1. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am anao ap aq ar as at au av aw ax ay az ba bb bc bd be bf bg bh bi bj bk bl bm bn bo bp bq brbs bt bu bv bw bx by bz ca cb cc cd ce cf cg ch ci cj ck cl cm cn co cp cq cr cs ct cu cvcw cx cy cz da db dc dd de df dg dh di dj dk dl dm dn do dp dq dr ds dt du dv dw dx dy dzea eb ec ed ee ef eg eh ei ej ek el em en eo ep eq er es et eu ev ew ex ey ez fa fb fcALEXANDRE, Ricardo. Nem vem que não tem: a vida e o veneno de
Wilson Simonal. São Paulo: Globo, 2009. ISBN 978-85-750-4728-1.
2. ↑ Ir para:a b c d "Biografia leva leitor à inocência de Wilson
Simonal" - Folha Online,
Ilustrada, 23 de outubro de 2009 (por Marcus Preto).
4. ↑ Ir para:a b c d e f g h ALONSO, Gustavo. Quem não tem swing morre com a boca cheia
de formiga: Wilson Simonal e os limites de uma memória tropical. Rio de Janeiro:Record, 2011. ISBN 978-85-01-08482-8.
5. Ir para cima↑ CASTRO, Ruy. Chega de saudade: A história e as histórias
da bossa-nova. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. ISBN 978-85-7164-137-2.
6. Ir para cima↑ 50 melhores discos brasileiros - Playboy, Edição nº 375, setembro de 2006, pp.
57 a 63.
7. Ir para cima↑ "10 mitos sobre Simonal" - Revista Época, Edição n° 597, 26 de outubro de2009. Editora Globo (por Luís Antônio Giron).
8. Ir para cima↑ "Wilson Simonal: o rei do Pa-tro-pi" - Digestivo Cultural, 26 de abril de 2004(por Mônica Herculano).
10. Ir para cima↑ Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística
(IBOPE). Pesquisa de vendas de discos: Relatório semanal sobre
vendas de discos. 1960 - 1970. São Paulo:
AEL, Unicamp.
11. ↑ Ir para:a b "Disco mexicano de Simonal chega ao Brasil com 40
anos de atraso" -Folha Online,
Ilustrada, 21 de julho de 2010 (por Marcus Preto).
12. Ir para cima↑ Agência Nacional
do Cinema, Filmes nacionais com mais de um milhão de espectadores
(1970/2010) por ano de lançamento [em linha].
13. Ir para cima↑ SANCHES, Pedro Alexandre. [http://pedroalexandresanches.wordpress.com/2008/09/19/andre-midani/Entrevista
com André Midani. Versão integral da entrevista publicada na revistaCartaCapital, Edição nº 513, 17 de setembro de 2008. Página visitada em 23 de julho de 2012.
14. ↑ Ir para:a b BARBOSA, Marco Antonio. "Homenagem alto-astral para Wilson Simonal" -CliqueMusic, 24 de junho de 2001. Página visitada em 23 de julho de 2012.
15. Ir para cima↑ Simonal
- Ninguém Sabe o Duro que Dei. Dirigido por Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal.
Lançado em 2009.
16. Ir para cima↑ "Esquecemos de anistiar o Wilson Simonal" - Estado de S. Paulo, 16 de janeirode 1995 (por Mário Prata). Página visitada em 23 de julho de 2012.
17. Ir para cima↑ "Simonal morre sem conseguir sair do
ostracismo" - CliqueMusic, 26 de junhode 2000 (por Nana Vaz de Castro). Página visitada
em 23 de julho de 2012.
18. Ir para cima↑ "OAB absolve o cantor Wilson Simonal" - Estado de S. Paulo,
Caderno2, 24 de setembro de 2003 (matéria não assinada).
19. Ir para cima↑ Dicionário
Cravo Albin da Música Popular Brasileira - Verbete Wilson Simonal. Página visitada em 12 de julho de 2009.
20. Ir para cima↑ "Wilson Simonal inocentado pela OAB" - CliqueMusic, 02 de outubro de 2003(por Marco Antonio
Barbosa). Página visitada em 23 de julho de 2012.
21. Ir para cima↑ "Ouça o diretor do filme 'Simonal - Ninguém Sabe o
Duro que Dei'" - Folha Online, 16 de maio de 2009 (por Anaísa Catucci).
22. Ir para cima↑ "Documentário sobre vida de Simonal fala de música e
ditadura" - Folha Online, 17 de maio de 2009 (matéria não assinada).
23. Ir para cima↑ Vídeo: Claudio Manoel e Micael Langer falam sobre
Simonal: Ninguém sabe o duro que dei - Entrevista. Página visitada em 12 de julho de 2009.
24. Ir para cima↑ "Simonal - Ninguém sabe o duro que dei" - Site oficial do documentário.
Página visitada em 12 de julho de 2009.
25. Ir para cima↑ Simonal 3.540/72: Processo a que a Folha teve acesso
explicita colaboração entre cantor e o Departamento de Ordem Política e Social - Folha de S.Paulo, Mais!, 21 de junho de 2009 (por Mário Magalhães) - também reproduzido
noScribd.
26. Ir para cima↑ Documentário "Simonal" refaz saga de cantor - Folha Online, Ilustrada, 15 de maio de 2009 (por Marcus Preto).
27. Ir para cima↑ "O Deformante". Blog do site oficial
de Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, 23 de junho de 2009
28. Ir para cima↑ "Pilantragem, o gênero que a MPB esqueceu" - O Globo, Segundo caderno, 03 de agosto de 2011 (Coluna de Artur Xexéo).
29. Ir para cima↑ "Na ditadura, militares complicam artistas em
documento". Jornal do Brasil, 5 de setembro de 2012
Ligações externas[editar | editar
código-fonte]
Wilson Simonal
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Álbuns de estúdio
|
Tem "Algo Mais" (1963) • A
Nova Dimensão do Samba (1964)
• Wilson Simonal (1965) • S'imbora (1965) • Vou Deixar Cair... (1966) • Alegria, Alegria !!! (1967) •Alegria, Alegria
Volume 2 ou Quem não Tem Swing Morre com a Boca Cheia de Formiga (1968) • Alegria, Alegria Volume 3 ou Cada
um Tem o Disco que Merece(1969) • Alegria,
Alegria Volume 4 ou Homenagem à Graça, à Beleza, ao Charme e ao Veneno da
Mulher Brasileira (1969)
• México '70 (1970) • Simonal (1970) •Jóia, Jóia (1971) • Se Dependesse de Mim (1972) • Olhaí, Balândro... É Bufo no
Birrolho Grinza! (1973)
• Wilson Simonal (1974) • Dimensão 75 (1974) • Ninguém Proíbe o Amor (1975) • A Vida É só pra Cantar (1977) • Se todo mundo Cantasse Seria bem
mais Fácil Viver (1979)
• Alegria Tropical (1982) • Simonal (1983) • Os Sambas da minha Terra (1991) • Brasil (1995) • Bem Brasil - Estilo Simonal (1998)
|
Ao Vivo
|
Show em Simonal (1967)
|
Compactos Simples
|
Teresinha / Biquinis
e Borboletas (1961) • Eu te Amo / Beija
meu Bem (1962) • Está Nascendo um Samba / Garota
Legal (1963) • Walk Right In / Fale
de Samba que Eu Vou (1963)
• Nanã / Lobo
Bobo (1964) • Garota Moderna / Juca
Bobão(1965) • Se
você gostou / Mangangá (1966) • Mamãe Passou
Açúcar em Mim / Tá por Fora (1966) • Carango / Enxugue
os Olhos (1966) • A Praça / Ela
É Demais (1967) • Tributo a Martin Luther King / Deixa
quem Quiser Falar (1967)
• Nem Vem que não Tem / Escravos de Jó (1967) • Duas Contas / Balada
do Vietnã (1967) • Belinha / Samba
do Carioca (1967) • O Milagre / O
Apito no Samba (1967)
•Alegria, Alegria / Pata,
Pata (1967) • De como um Rapaz Apaixonado
Perdoou por Causa de um dos Mandamentos / Sá Marina (1968) • Sá Marina / Namoradinha
de um Amigo Meu (1968)
• Correnteza / Meia-volta (1968) • País Tropical / Se Você Pensa (1969) • Que cada um Cumpra com o seu
Dever / Canção nº 21 (1970) •A Tonga da
Mironga do Kabuletê / No Clarão da Lua Cheia (1970) • Obrigado, Pelé / Você
Abusou (1971) • Gemedeira / Tristeza (1971) • Noves Fora / Paz
e Arroz(1972) • Homem
de Verdade / Viva em Paz (1973) • A Vida É só pra Cantar / Trinta
Dinheiros (1976) • Meu Ofício É Cantar / Viva
a Planta (1977) • Compacto Argentina 78: Macumbancheiro / Vamos
Vencer (1977) • Vinte Meninas / Várzea (1980) • Foi Cachaça que Matou / Banho
de Alegria (1984)
|
Compactos Duplos
|
Está Nascendo um Samba / O
Estranho na Praia / Garota Legal / O
que Eu Faço pra Esquecer (1963)
• De Manhã / Das
Rosas / Cuidado Cantor - Passarinho - Nêga -Não Ponha a Mão - Já
Vai? - Na Onda do Berimbau (1965) • A Banda / Disparada / Quem
Samba, Fica / Máscara Negra (1966) • Tributo a Martin Luther King / Deixa
quem Quiser Falar / Ela É Demais / Está
Chegando a Hora (1967)
• Samba do Crioulo
Doido / Alegria, Alegria / Pata,
Pata / A Rosa da Roda (1968) • Correnteza /Meia-volta / A
Saudade Mata a Gente / Terezinha de Jesus (1968) • Kiki / Menininhas
do Leblon / Aqui É o País do Futebol / Eu
Sonhei que tu Estavas tão Linda(1970) • Compacto Promo Shell: Hino do Festival Internacional / Brasil,
Eu Fico / Que cada um Cumpra com o seu
Dever (1970) • Brasil, Eu Fico / Canção
nº 21 /Resposta / Que
cada um Cumpra com o seu Dever (1970)
• Na Galha do Cajueiro / Ouriço / África
África (1971) • Tanauêra / Glória
e Paz nas Alturas / Mexericos da Candinha / Quarto
de Tereza (1973) • Navio Negreiro / O
Amor Está no Ar / Escola em Luto / Esses
Tempos de Agora (1976)
• A Vida É só pra
Cantar: A Vida É só pra
Cantar / Cordão / Trinta
Dinheiros / Coisa de Louco (1977) • Nós Somos Filhos do mesmo Deus / Quando
Ele Dormir / Macumbancheiro / Vamos
Vencer (1978)
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Coletâneas
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A Bossa e o Balanço (1994) • Meus
momentos: Wilson Simonal (1997)
• De A a Z :
Wilson Simonal (2002)
• Rewind - Simonal
Remix (2004) • Série Retratos: Wilson Simonal (2004) • Wilson Simonal - Um Sorriso Pra
Você (2009)
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Caixas
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Wilson Simonal na Odeon (1961-1971) (2004)
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Trilhas Sonoras
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Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei (2009)
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Filmografia
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Minha Sogra É da Polícia (1958) • Na Onda do Iê-iê-iê (1966) • É Simonal (1970) • Som Alucinante (1971) • Simonal
- Ninguém Sabe o Duro que Dei (2009)
|
Artigos relacionados
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