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O general Emílio Garrastazu Médici governou até 15 de março
de 1974. Do ponto de vista político, foram os anos mais duros do governo
militar, com o silenciamento total das oposições.
Qualquer manifestação contrária ao governo era considerada perigosa; muitos
cidadãos foram perseguidos, presos ou banidos do país por motivos
políticos. Centenas de brasileiros sofreram maus-tratos nas prisões, outros
morreram ou desapareceram, em circunstâncias não explicadas, quando se
encontravam sob a guarda das autoridades para responder a interrogatórios.
Os grupos de esquerda, que agiam na clandestinidade, foram desbaratados.
Depois do AI-5 não havia mais qualquer possibilidade de
oposição legal ao governo. Nessa época, alguns grupos de esquerda decidiram
iniciar uma luta armada contra o regime militar, num movimento que ficou
conhecido como guerrilha
urbana. Fizeram parte desses movimentos, principalmente,
estudantes, intelectuais e alguns militares.
Inspirados nas revoluções socialistas ocorridas na China, em Cuba e no
Vietnã, a esquerda armada esperava contar com o apoio da população para
derrotar o regime militar. Organizaram-se ações espetaculares nas
principais cidades do Brasil, como assaltos a bancos para conseguir
recursos financeiros, seqüestros de embaixadores para serem trocados por
presos políticos, atentados contra autoridades e empresários. Nos anos 70,
movimentos de guerrilha ocorreram na região do rio Araguaia e no vale do
rio Ribeira (Estado de São Paulo). A guerrilha do Araguaia durou muitos
anos, mas a nação não tomou conhecimento de sua existência devido à censura
imposta aos meios de comunicação.
Os principais grupos armados que atuaram entre 1968 e meados
dos anos 70 foram: Aliança Libertadora Nacional (ALN), Movimento Revolucionário
8 de outubro (MR-8), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Vanguarda Armada
Revolucionária (VAR-Palmares) e outros.
No governo Médici, a economia brasileira teve um grande crescimento. Foram
os anos do "milagre econômico", marcados pelo aumento das exportações
agrícolas e pela expansão da indústria. O governo investiu em grandes
projetos (construção de estradas e hidrelétricas) e estimulou a exploração
econômica da Amazônia e da Região Centro-Oeste. A expansão da oferta de
empregos e a prosperidade beneficiaram principalmente a classe média.
Campanhas oficiais incentivavam o ufanismo utilizando slogans: Ninguém mais segura este país ou
Brasil, ame-o ou deixe-o. No entanto a euforia durou pouco. A
partir de 1974, o ritmo de crescimento da economia brasileira começou a
diminuir, retirando uma base de apoio importante do regime militar e
abrindo o caminho para a crise.
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