23 de fevereiro de 2013

BIOGRAFIA Elizeth Cardoso






BIOGRAFIA Elizeth Cardoso


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Elizeth Cardoso (Rio de Janeiro, 16 de julho de 1920 — 7 de maio de 1990) foi uma cantora brasileira. Conhecida como A Divina, Elizeth é considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira e um das mais talentosas cantoras de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.



[editar] Biografia

Elizeth Moreira Cardoso nasceu na rua Ceará, no subúrbio de São Francisco Xavier, e cantava desde pequena pelos bairros da Zona Norte carioca, cobrando ingresso (10 tostões) das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar.

[editar] Primeira apresentação

Desde cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, funcionária de uma fábrica de saponáceos e cabeleireira, até que o talento foi descoberto aos dezesseis anos, quando comemorava o aniversário. Foi então convidada para um teste na Rádio Guanabara, pelo chorão Jacob do Bandolim.

Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se em 1936 no Programa Suburbano, ao lado de Vicente Celestino, Araci de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal na rádio.

Casou-se no fim de 1939 com Ari Valdez, mas o casamento durou pouco. Trabalhou em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo.

Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do Dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa Pescando Humoristas.

[editar] Estilo

Além do choro, Elizeth consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção (surgido na década de 1930), ao lado de Maysa, Nora Ney, Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo ou fossa. O samba canção antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 1950, 1957). Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia.

Elizeth migrou do choro para o samba-canção e deste para a bossa nova gravando em 1958 o LP Canção do Amor Demais,[1] considerado axial para a inauguração deste movimento, surgido em 1957. O antológico LP trazia ainda, também da autoria de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, Chega de Saudade, Luciana, As Praias Desertas e Outra Vez. A melodia ao fundo foi composta com a participação de um jovem baiano que tocava o violão de maneira original, inédita: o jovem João Gilberto.

[editar] Anos 1960

Em 1960, gravou jingle para a campanha vice-presidencial de João Goulart.[2] Nos anos 1960 apresentou o programa de televisão Bossaudade (TV Record, Canal 7, São Paulo). Em 1968 apresentou-se num espetáculo que foi considerado o ápice da carreira, com Jacob do Bandolim, Época de Ouro e Zimbo Trio, no Teatro João Caetano, em benefício do Museu da Imagem e do Som (MIS) (Rio de Janeiro). Considerado um encontro histórico da música popular brasileira, no qual foram ovacionados pela platéia; long-plays (Lps) foram lançados em edição limitada pelo MIS. Em abril de 1965 conquistou o segundo lugar na estréia do I Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) interpretando Valsa do amor que não vem (Baden Powell e Vinícius de Moraes); o primeiro lugar foi da novata Elis Regina, com Arrastão. Serviu também de influência para vários cantores que viriam depois, sendo uma das principais a cantora Maysa.

Apelidos

Teve vários apelidos como A Noiva do Samba-Canção, Lady do Samba, Machado de Assis da Seresta, Mulata Maior, A Magnífica (apelido dado por Mister Eco) e a Enluarada (por Hermínio Bello de Carvalho). Nenhum desses títulos, porém, se iguala ao que foi consagrado por Haroldo Costa –- A Divina -- que a marcou para o público e para o meio artístico.

Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México.

Elizeth Cardoso morreu aos 69 anos, vítima de câncer.

[editar] Discografia

[editar] Álbuns de estúdio e compilações

• (1955) Canções à Meia Luz

• (1956) Fim de Noite

• (1957) Noturno

• (1958) Retrato da Noite

• (1958) Canção do Amor Demais

• (1958) Naturalmente

• (1959) Magnífica

• (1960) Sax Voz

• (1960) A Meiga Elizeth

• (1961) Sax Voz nº 2

• (1962) A Meiga Elizeth nº 2

• (1963) A Meiga Elizeth nº 3

• (1963) Elizeth Interpreta Vinícius

• (1963) A Meiga Elizeth nº 4

• (1963) Elizeth Canta Seus Maiores Sucessos

• (1963) Grandes Momentos com Elizeth Cardoso

• (1964) A Meiga Elizeth nº 5

• (1965) Quatrocentos anos de samba

• (1965) Elizeth sobe o morro

• (1966) Muito Elizeth

• (1966) A bossa eterna de Elizeth e Cyro – Elizeth Cardoso e Cyro Monteiro

• (1967) A enluarada Elizeth

• (1968) Ao vivo no Teatro João Caetano - Elizeth Cardoso, Zimbo Trio e Jacob do Bandolim - Vol. I e II

• (1968) Momento de Amor

• (1969) Elizeth e Zimbo Trio na Sucata

• (1970) Elizeth no Bola Preta com a Banda do Sodré

• (1970) Falou e disse

• (1970) É de manhã - Elizeth Cardoso e Zimbo Trio

• (1970) Elizeth, a exclusiva

• (1970) A bossa eterna de Elizeth e Ciro - Nº 2 - Elizeth Cardoso e Cyro Monteiro

• (1971) Elizeth Cardoso

• (1971) Elizeth Cardoso - Disco de ouro

• (1971) Elizeth Cardoso e Silvio Caldas

• (1971) Elizeth Cardoso e Silvio Caldas - Vol. II

• (1972) Preciso Aprender A Ser Só

• (1972) Elizeth Cardoso

• (1974) Edição histórica - VOL. 3

• (1974) Elizeth / Feito em Casa

• (1974) Mulata Maior

• (1975) Bossaudade - A bossa eterna

• (1975) Elizeth Cardoso

• (1976) Elizeth Cardoso

• (1977) Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, Zimbo Trio e Época de Ouro

• (1978) A Cantadeira do Amor

• (1978) Live in Japan

• (1979) O Inverno do meu Tempo

• (1980) Elizeth Cardoso nº 1

• (1980) Elizeth Cardoso nº 2

• (1980) Elizeth Cardoso nº 3

• (1981) Elizethíssima

• (1982) Outra vez Elizeth

• (1982) Recital

• (1983) Elizeth - Uma rosa para Pixinguinha

• (1984) Leva meu Samba - Elizeth Cardoso e Ataulfo Júnior

• (1986) Luz e Esplendor

• (1989) Elizeth Cardoso

• (1989) Elizeth Cardoso - Jacob do Bandolim - Zimbo Trio e Conj. Época de Ouro

• (1991) Todo Sentimento

• (1991) Ary Amoroso

[editar] Bibliografia

• ALBIN, Ricardo Cravo. MPB - A História de um século. Rio de Janeiro: Funarte, 1998.

• ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB - A História de nossa música popular de sua origem até hoje. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

• AZEVEDO, M. A. de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

• CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro. Lumiar, 1994.

• CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário biográfico da música popular. Rio de Janeiro; Edição do autor, 1965.

• EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1982.

• MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

• PAVAN, Alexandre. Timoneiro, perfil biográfico de Hermínio Bello de Carvalho. Ed. Casa da Palavra. [1]

• SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Vol 1. São Paulo: Editora 34, 1997.

• VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira. Rio de Janeiro: Martins, 1965.




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