31 de março de 2012

Radioamadores clandestinos tentavam desviar rotas de trens em Ourinhos

Radioamadores clandestinos tentavam desviar rotas de trens
em Ourinhos



Identificados pela Operação Linha Cruzada, da Polícia
Federal, tentavam desviar a rota dos trens

Além de atrapalhar a comunicação entre os trens e a estação
de controle na cidade de Ourinhos (SP), os interceptadores identificados pela
Operação Linha Cruzada, da Polícia Federal, tentavam desviar a rota dos trens.
De acordo com o vice-presidente da Liga de Amadores Brasileiros de Rádio
Emissão de São Paulo (Labre-SP), José Armando de Macedo Soares Júnior, os
infratores passavam instruções falsas para os maquinistas.

“Essas pessoas são criminosas, não deu para entender qual
era a intenção delas”, afirma. Ele explica que as interceptações foram feitas
por equipamentos de uso de radioamadores, mas quem os utilizava não pode ser
considerado radioamador. “Para ser um radioamador, é preciso atuar apenas
dentro da faixa estabelecida pela Anatel [Agência Nacional de
Telecomunicações]. Mesmo tendo autorização, se utilizar a comunicação fora da faixa,
é considerado clandestino”, diz.

A Labre está auxiliando a Polícia Federal nas investigações,
fazendo a intermediação das informações entre os radioamadores locais e as
autoridades policiais. “Existe uma lei do silêncio na cidade, a pessoa que
aparece nas gravações exerce grande influência ou temor nos moradores”, diz
Júnior. Para ele, ações como essas prejudicam a imagem dos radioamadores junto
à sociedade.

Em trechos da gravação da interferência, aos quais a Agência
Brasil teve acesso, um homem reclama do apito do trem, que passa próximo à sua
casa, e faz ameaças aos operadores. O clandestino não se intimida nem ao ser
informado de que as conversas estavam sendo gravadas e seriam analisadas pela
Polícia Federal. Durante a conversa, o operador da empresa alerta para o risco
de um acidente por causa das interferências.

O delegado responsável pela Operação Linha Cruzada, José
Navas, disse que foram identificadas interferências procedentes tanto de
equipamentos clandestinos quanto de autorizados. Segundo ele, a maioria dos
equipamentos apreendidos era utilizada por radioamadores sem autorização da
Anatel para operar. No entanto, também foram recolhidos equipamentos de pessoas
com autorização, para verificar se elas também poderiam estar interferindo na comunicação
dos trens.

De acordo com Navas, a Polícia Federal de Marília (SP) está
ouvindo dezenas de pessoas que podem estar envolvidas na comunicação
clandestina. Os equipamentos foram enviados para a perícia e o delegado deve
pedir a prorrogação do prazo de 30 dias estabelecido para a conclusão do
inquérito.

A operação apreendeu cerca de 20 equipamentos de radioamador
que poderiam estar interferindo na operação de deslocamento dos trens e vagões
que cruzam a área urbana de Ourinhos. Pelo local, passam diariamente vagões com
quase 500 mil litros de álcool combustível e outros 250 mil litros de materiais
inflamáveis.




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