1 de abril de 2008

A Flor


A Flor

Durante algum tempo, em todos os domingos uma
pessoa me deu um botão de rosa para colocar na
lapela do meu terno.
Como eu sempre recebi a flor pela manhã,
realmente nunca pensei muito naquilo.
Foi um belo gesto que apreciei,
mas tornou-se rotina.
Contudo, em um domingo, o que eu considerava
comum tornou-se muito especial.

Quando eu saía da igreja, um garoto veio em
minha direção e disse:
- Senhor, o que vai fazer com essa flor?
Em princípio eu não soube do que ele estava
falando, mas depois compreendi.
- Está falando disto?
- perguntei, apontando para a rosa em
minha lapela.
- Sim - respondeu ele.
- Gostaria que me desse, se for jogá-la fora.
Então eu sorri, disse-lhe que poderia ficar
com a flor e perguntei casualmente o que
pretendia fazer com ela.
O garoto, que provavelmente tinha menos de
dez anos, ergueu os olhos para mim e respondeu:

- Vou dá-la para a minha avó. Minha mãe e meu
pai se divorciaram no ano passado.
Eu estava morando com a minha mãe, mas quando
ela se casou novamente, quis que eu fosse morar
com o meu pai.
Morei com ele durante algum tempo, mas ele disse
que eu não podia ficar, por isso me mandou ir
morar com a minha avó.
Ela é muito boa.
Cozinha para nós dois e cuida de mim.
Tem sido tão boa que eu quero dar-lhe
essa linda flor para que fique feliz comigo.

Quando o garotinho terminou, eu mal podia falar.
Meus olhos encheram-se de lágrimas e eu soube
que ele tocara nas profundezas da minha alma.
Eu tirei a flor da lapela.
Com a flor na minha mão, olhei para ele e disse:

- Filho, essa é a coisa mais bonita que eu já ouvi,
mas você não pode ficar com esta flor porque não
é o suficiente.
Se olhar para o púlpito da igreja,
verá um grande buquê de flores.
Famílias diferentes o compram para a igreja
todas as semanas.
Por favor, leve aquelas flores para a sua avó,
porque ela merece as melhores.

Como se não bastasse a minha emoção,
ele proferiu uma última frase da qual sempre
me lembrarei:
- Que dia maravilhoso!
Pedi apenas uma flor,
mas recebi um lindo buquê!


Autor Pastor John R.

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