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9 de abril de 2008
EU SOU A PAZ
Eu sou a paz que habita alguns seres
Sou a procura, sou a ventura, sou a luz
Não me foi dado escolher os caminhos
Mas sou dos pássaros feridos, o ninho.
O vento que toca uma tristeza no rosto
Um carinho inventado, um dia, por mim
A onda do mar, buscando o amor, sou eu
O sol ao nascer, é de mim um rompante.
Sou a homenagem, de Deus para os homens
O resquício de amor desse mundo, imundo
Aragem fresca que banha as verdes planícies
As árvores fortes, crescidas na encosta rude.
Eu sou a luta, sou a vida e sou a morte
E serei sempre a sombra de um forte.
Sou o sonhar incessante, almejado, querido
A razão constante de não sei quantas vidas.
Eu sou a amiga que empresta o colo macio
Na tarde dolente, de mágoas e alma carente
Sou a esperança no leito de um rio fluente
Que corre na vida e no poder de um homem.
Sou o esquecimento, a lembrança, a saudade
Sou o abandono e o arrependimento tardio
Sou a luz de um outro caminho que se abre
Para quem procura, na vida a grande verdade.
Sou o afeto sublime para doar a quem merece
Sou a carícia morna e às vezes sou uma prece
Para os sábios que sabem sondar minha alma
Sou a vertiginosa escalada que muito enobrece.
E sou também, em maior número talvez, a dor
A ilusão perdida, encantos de uma vida partida
Mas se tiveres a sensibilidade que os poetas têm
Pode me ter somente o lado bom, nunca o desdém.
E posso ser, por amor, jamais por gratidão, mulher
Parceira conivente de um momento de delírios vivos
Que lhe tira o saber em troca do prazer, e o enlouquece
Na divisão mais sábia que Deus inventou: o ato de amor!
(Desconheço Autor)
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