14 de março de 2013

A arte de Hanna Barbera


A arte de Hanna Barbera




Época da TV preto & branco, onde "Cavaleiros do Zodíaco" eram "Cavaleiros das Arábias", "Os Simpsons" eram "Os Flintstones".

Ainda tenho na memória aqueles momentos mágicos das figuras animadas. Sentada no sofá da sala, olhos grudados na telinha e muitas gargalhadas quando um urso com chapéu em forma de torta, surrupiava uma cesta de piquenique ou quando um cavalo mascarado de capa e violão gritava ¿Cabong¿ desarmando qualquer vilão, apenas com uma paulada da sua poderosa arma na cabeça. O gato malandro, chefe de um grupo de 5 amigos felinos, dava muita dor de cabeça para o guarda Belo que em vão tentava expulsar Manda-Chuva e sua turma do beco onde morava.




Independente de sua longevidade como uma equipe, Hanna Barbera conquistou seu status como uma história americana de sucesso, numa época em que a animação para televisão era considerada nada realista e contraproducente. Desenvolveram e aperfeiçoaram suas técnicas. Tornaram possível produzir um grande número de desenhos animados todas as semanas.

Várias gerações de jovens dos anos 60 desenvolveram uma crescente parcela de afeição e entusiasmo por um destemido urso do parque Jellystone. Não é exagero declarar que Bill Hanna e Joe Barbera mudaram para sempre a face da nossa TV.



Desenvolveram uma nova forma de humor que condizia com os menos pacientes e mais bem informados. Rápido, básico e sem enfeites, eles projetaram as sutilezas da animação com muita sátira e vários truques. Hanna Barbera sentiu que os jovens e seus "pais" que assistiam a Dom Pixote respondiam apreciativamente, e aqueles que usavam o imaginário ao assistir Pepe Legal reconheciam sua alegre sátira às trama de faroeste concebidas pelos produtores de filmes. Encontraram mais motivos para rir das artimanhas dos suburbanos da Idade da Pedra Fred e seu amigo Barney, cujas vidas tão coincidentemente fariam com que eles se espelhassem no século XX.
Quando é que a magia começou? Em que momento no tempo aqueles dois homens de experiências completamente diferentes iniciaram uma parceria criativa que sobreviveu por meio século?
Por sua própria conta, nenhuma faísca centelhou, nenhuma chama iluminou os céus, quando eles se encontraram pela primeira vez em 1937 no novo departamento de desenhos animados da MGM.
Havia respeito mútuo e admiração, mais nada.
Com o passar de um ano, sentaram-se em carteiras frente a frente e mesclaram seus talentos para criar a estória de um gato chamado Tom e um pequeno, mas porém esperto, rato chamado Jerry. O resto é animação e a magia, que se estenderam por duas décadas. Mais tarde se transformou num mundo de desenhos, habitado por personagens como Dom Pixote, Zé Colmeia, Fred Flintstone, Wally Gator, Touché, Matraca Trica, Os Impossíveis, Manda Chuva, Pepe Legal, Penélope Charmosa, e muito, muito, muito mais!!!


Texto extraído do livro
The Art of Hanna Barbera
by Ted Sennett
tradução: Rodrigo Palhares


A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.
A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.
Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.
Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!
O egoísmo afasta as pessoas e as isola.
A amizade as aproxima e irmana.
O medo agride as almas e infelicita.
A amizade apazigua e alegra os indivíduos.
A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.
Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.
Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.
Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.
Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.
Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.
Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.
Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.
A amizade é fácil de ser vitalizada.
Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.
Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.
Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.
A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.

Joanna de Ângelis

A Alegria na Tristeza


A Alegria na Tristeza

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.