4 de junho de 2018

Elis Regina


Elis Regina - Completo Programa Ensaio TV Cultura 1973






Elis Regina - Completo Programa Ensaio TV Cultura 1973



Elis Regina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Elis Regina
Elis-regina (1).jpg
Elis Regina em meados dos anos 70.
Informação geral
Nome completoElis Regina Carvalho Costa
Também conhecido(a) comoPimentinha (por Vinicius de Moraes)
Elis-cóptero (por Rita Lee)
Lilica (apelido de infância)
Nascimento17 de março de 1945
Local de nascimentoPorto AlegreRS
 Brasil
Data de morte19 de janeiro de 1982 (36 anos)
Local de morteSão PauloSP
 Brasil
Gênero(s)Bossa-nova
MPB
jazz
samba
pop
ProgenitoresMãe: Ercy Carvalho
Pai: Romeu Costa
CônjugeRonaldo Bôscoli (c. 1967–72)
César Camargo Mariano (c. 1973–81)
Filho(s)João Marcelo Bôscoli
Pedro Camargo Mariano
Maria Rita
Instrumento(s)Voz
Extensão vocalMeio-soprano
Período em atividade19581982
Outras ocupaçõesCompositora (Elis compôs apenas uma música em sua carreira: "Triste amor que vai morrer").
Gravadora(s)Continental (196062)
CBS (1963)
Philips (196478)
WEA (197980)
EMI-Odeon (1980)
Som Livre (198182)
Afiliação(ões)Jair RodriguesTom JobimTim MaiaMilton NascimentoChico BuarqueIvan LinsLuizão MaiaBelchiorAdoniran BarbosaLuís Carlos MieleRita LeeToots Thielemans
Influência(s)Ella FitzgeraldEdith PiafCarmem MirandaLaurindo AlmeidaNancy WilsonPeggy LeeEartha KittBillie HolidayÂngela Maria
Página oficialelisregina.com.br
Elis Regina Assinatura.png
Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre17 de março de 1945 — São Paulo19 de janeiro de 1982) foi uma cantora brasileira. Conhecida por sua competência vocal, musicalidade e presença de palco,[1][2][3][4][nota 1] é considerada por muitos críticos a melhor cantora popular do Brasil a partir dos anos 1960 ao início dos anos 1980; para muitos, a melhor cantora brasileira de todos os tempos, comparada a cantoras como Ella FitzgeraldSarah Vaughan e Billie Holiday.[6][7][8][9][10] Com os sucessos de Falso Brilhante (1975-1977) e Transversal do Tempo (1978), Elis Regina inovou os espetáculos musicais no país. Foi casada com Ronaldo Bôscoli, com quem teve João Marcello Bôscoli (1970); em 1973, casou-se com o pianista César Camargo Mariano[11], com quem teve dois filhos: Pedro Camargo Mariano (1975) e Maria Rita Camargo Mariano (1977). Aclamada no Brasil e no exterior, Elis Regina faleceu no auge de sua carreira, aos er

Biografia

Juventude

Foto tirada por Richard Lima, com carinho para Wander Luz.
Casa de infância de Elis Regina, na Vila do IAPI, em Porto Alegre.
Filha de Romeu Costa e de Ercy Carvalho, Elis Regina nasceu no Hospital da Beneficência Portuguesa,[18] na capital do Rio Grande do Sul.[19] Tinha um irmão, Rogério (nascido em 1949). Seu nome tem origem no nome de uma personagem de um romance que sua mãe lia na época de seu nascimento: "Miss Elis". Romeu tentou batizá-la assim, mas foi impedido sob a argumentação de que Elis Carvalho Costa poderia ser nome tanto de homem quanto de mulher e que deveria haver um nome feminino entre "Elis" e "Carvalho". Lembrando de uma prima sua nascida na semana anterior e batizada como Sandra Regina, Romeu sugeriu então que ela fosse chamada Elis Regina Carvalho Costa, uma vez que Elis Sandra não soava bem aos seus ouvidos.[20]
Elis começou a carreira como cantora aos 11 anos de idade em um programa de rádio para crianças chamado O Clube do Guri, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego. Em Porto Alegre, sua família morava em um apartamento na chamada Vila do IAPI, no bairro Passo d'Areia, na Zona Norte da cidade.[21]Revelando enorme precocidade, aos dezesseis anos lançou o primeiro LP da carreira. Sobre o começo da carreira de Elis e a disputa entre quem de fato a lançou, o produtor Walter Silva disse à Folha de S.Paulo:[22]

Década de 1960, surge uma estrela

Cartaz anunciando apresentação de Elis Regina no Olympia, em 1968.
Em dezembro de 1958, com 13 anos, foi contratada pela Rádio Gaúcha, passando a ser chamada de "a estrelinha da Rádio Gaúcha". Nesse mesmo ano foi eleita "Melhor Cantora do Rádio" gaúcho, em concurso realizado pela Revista de TV, Cinema, Teatro, Televisão e Artes, com apoio da sucursal gaúcha da Revista do Rádio, com sede no Rio de Janeiro. Além da sua atuação profissional em rádio - e na TV Gaúcha a partir de 1962 - Elis Regina também cantava em boates atuando como crooner nos chamados "conjuntos melódicos" de Porto Alegre, como o de Norberto Baldauf e o Flamboyant.[23] Em 1961 viajou ao Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro disco, Viva a Brotolândia. Lançou ainda mais três discos enquanto morava no Rio Grande do Sul.[24] Em 1964, um ano com a agenda lotada de espetáculos no eixo Rio-São Paulo, assinou um contrato com a TV Rio para participar do programa Noites de Gala; é levada por Dom Um Romão para o Beco das Garrafas sob a direção da dupla Luís Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli, com os quais ainda realizaria diversas parcerias, e um casamento com Bôscoli em 1967.[24] Acompanhada agora pelo grupo Copa trio, de Dom Um, canta no Beco das Garrafas, o reduto onde nasceu a bossa nova, e conhece o coreógrafo americano Lennie Dale, que a ensinou a mexer o corpo para cantar, tirando aquele nado que ela tinha com os braços.[24]
Elis Regina no Teatro da Praia, em 1969.
Elis Regina em show com Jair Rodrigues.
Participa do espetáculo Fino da Bossa organizado pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, que ficou conhecido também como Primeiro Demti-Samba, dirigido por Walter Silva, no Teatro Paramount, atual Teatro Abril (São Paulo). Ao final do mesmo ano (1964) conhece o produtor Solano Ribeiro, idealizador e executor dos festivais de MPB da TV Record. Um ano glorioso, que ainda traria a proposta de apresentar o programa O Fino da Bossa, ao lado de Jair Rodrigues. O programa, gravado a partir dos espetáculos e dirigido por Walter Silva, ficou no ar até 1967 (TV Record, Canal 7, SP) e originou três discos de grande sucesso: um deles, Dois na Bossa, foi o primeiro disco brasileiro a vender um milhão de cópias. Seria dela agora o maior cachê do show business.[25]
Em 1965, interpretou a canção "Arrastão", de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, que venceu o I Festival de Música Popular Brasileira na TV Excelsior, na ocasião também foi premiada com o troféu Berimbau de Ouro de melhor intérprete[26].
Um dos grandes sucessos dessa época e ao longo de toda a carreira de Elis Regina foi a canção Upa neguinho, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, que fez parte do musical Arena conta Zumbi, dirigido por Augusto Boal, em 1965. A canção apareceu no LP O Dois na Bossa 2, lançado em 1966 e gravado ao vivo no programa O Fino da Bossa, na TV Record. Sendo uma artista recordista de vendagens pela gravadora Philips cantou no Mercado Internacional de Discos e Edições Musicais (MIDEM), em Cannes, em janeiro de 1968, quando começou a direcionar sua carreira para o reconhecimento também no exterior. Em 1969 gravou e lançou no exterior dois LPs: um com o gaitista sueco Toots Thielemans, em Estocolmo, e Elis in London.[27]

Anos de glória

Durante os anos 1970, aprimorou constantemente a técnica e domínio vocal, registrando em discos de grande qualidade técnica parte do melhor da sua geração de músicos.[28]
Patrocinado pela Philips na mostra Phono 73, com vários outros artistas, deparou-se com uma plateia fria e indiferente, distância quebrada com a calorosa apresentação de Caetano VelosoRespeitem a maior cantora desta terra. Em julho lançou Elis (1973).[29]
Em 1974, gravou com Antônio Carlos Jobim, o álbum Elis & Tom (1974), considerado um dos melhores LP's da história da música popular brasileira.[30]
Em 1975, com o espetáculo Falso Brilhante, que mais tarde originou um disco homônimo, atinge enorme sucesso, ficando mais de um ano em cartaz e realizando quase 300 apresentações. Lendário, tornou-se um dos mais bem sucedidos espetáculos da história da música nacional e um marco definitivo da carreira. Ainda teve grande êxito com o espetáculo Transversal do Tempo, em 1978, de um clima extremamente político e tenso; o Essa Mulher em 1979, direção de Oswaldo Mendes, que estreou no Anhembi em São Paulo e excursionou pelo Brasil no lançamento do disco homônimo; o Saudades do Brasil, em 1980, sucesso de crítica e público pela originalidade, tanto nas canções quanto nos números com dançarinos amadores, direção de Ademar Guerra e coreografia de Márika Gidali (Ballet Stagium); e finalmente o último espetáculo, Trem Azul, em 1981, direção de Fernando Faro.[carece de fontes]

Anos de chumbo

Elis em dezembro de 1979, durante uma entrevista com Klaudio Kleiman à Revista Expreso Imaginario, em Buenos Aires.
Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, nos difíceis Anos de chumbo, quando muitos músicos foram perseguidos e exilados. A crítica tornava-se pública em meio às declarações ou nas canções que interpretava. Em entrevista, no ano de 1969, teria afirmado que o Brasil era governado por gorilas.[31] A popularidade a manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espetáculo em um estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira.[carece de fontes]
Sempre engajada politicamente, Elis participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileira, com voz ativa da campanha pela Anistia de exilados brasileiros. O despertar de uma postura artística engajada e com excelente repercussão acompanharia toda a carreira, sendo enfatizada por interpretações consagradas de O bêbado e a equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc), a qual vibrava como o hino da anistia. A canção coroou a volta de personalidades brasileiras do exílio, a partir de 1979. Um deles, citado na canção, era o irmão do Henfil, o Betinho, importante sociólogo brasileiro. Também merece destaque, o fato de Elis Regina ter se filiado ao PT, em 1981.[carece de fontes]
Outra questão importante se refere ao direito dos músicos brasileiros, polêmica que Elis encabeçou, participando de muitas reuniões em Brasília. Além disso, foi presidente da AssimAssociação de Intérpretes e de Músicos.[carece de fontes]

Morte

Causando grande comoção nacional, faleceu aos 36 anos de idade em 19 de janeiro de 1982,[32] devido a complicações decorrentes de uma overdose de cocaína, e bebida alcoólica. O laudo médico foi elaborado por José Luiz Lourenço e Chibly Hadad, sendo o diretor do IML Harry Shibata, médico conhecido por seu envolvimento no caso do jornalista Vladimir Herzog, assassinado por elementos da ditadura militar. O corpo de Elis encontra-se sepultado no Cemitério do Morumbi em São Paulo.[33]

Vida pessoal

Elis Regina é mãe de João Marcelo Bôscoli (n. 1970), filho do seu primeiro casamento com o músico Ronaldo Bôscoli (1928-1994), e de Pedro Camargo Mariano (n. 1975) e Maria Rita (n. 1977), filhos de seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano (n. 1943).[19]

Estilo musical

O estilo musical interpretado ao longo da carreira percorria assim o "fino da bossa nova", firmando-se como uma das maiores referências vocais deste gênero. Aos poucos, o estilo MPB, pautado por um hibridismo ainda mais urbano e 'popularesco' que a bossa nova, distanciando-se das raízes do jazz americano, seria mais um estilo explorado. Já no samba consagrou Tiro ao Álvaro e Iracema (Adoniran Barbosa), entre outros. Notabilizou-se pela uniformidade vocal, primazia técnica e uma afinação a toda prova. O registro vocal pode ser definido como de uma mezzo-soprano característico com um fundo levemente metálico e vagamente rouco.[carece de fontes]
Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), até o final da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos; apresentando os novos talentos, registravam índices recordes de audiência. No Festival conheceu Chico Buarque, mas acabou desistindo de gravá-lo devido à impaciência com a timidez do compositor. Elis participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), um desses momentos marcantes da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria BethâniaFafá de BelémZezé MottaMarina LimaSimoneRita LeeJoanna, Elis Regina, Gal Costa e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.[carece de fontes]
A antológica interpretação de Arrastão (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), no Festival, escreveu um novo capítulo na história da música brasileira, inaugurando a MPB e apresentando uma Elis ousada. Essa interpretação, da qual sobrou apenas um pequeno registro audiovisual, foi comentada pelo músico Bob Dylan em seu programa de rádio Theme Time Radio Four no episódio 64, "Travelling around the world part 1", no qual, a partir dos 40 minutos de programa, Dylan ressalta a interpretação de Elis Regina, a "little pepper" ("pimentinha" em inglês), que termina cantando em lágrimas. Uma interpretação inesquecível, encenada pouco depois de completar apenas 20 anos de idade e coroada com o reconhecimento do Prêmio Berimbau de Ouro. O Troféu Roquette Pinto veio na sequência, elegendo-a a Melhor cantora do ano.[carece de fontes]
Fã incondicional de Ângela Maria, a quem prestou várias homenagens, Elis impulsionava uma carreira não menos gloriosa, possibilitando o lançamento do quinto LP individual, Samba eu canto assim (CBD, selo Philips). Pioneira, em 1966 lançou o selo Artistas, registrando o primeiro disco independente produzido no Brasil, intitulado Viva o Festival da Música Popular Brasileira, gravado durante o festival. Apesar da dificuldade em atribuir pioneirismos (que costumam durar até o aparecimento de novas pesquisas), costuma ser atribuído a Cornélio Pires o pioneirismo na gravação e divulgação de música independente no Brasil, pois em 1929 ele financiou o custo dos discos da "Turma Caipira Cornélio Pires".[34] O selo (ou etiqueta, como era chamado na época) Artistas Unidos foi lançado pela fábrica de discos Rozenblit, sediada em Recife, e que já tinha um selo de sucesso desde os anos 1950, o Mocambo.[35] O LP Viva o Festival da Música Popular Brasileira foi uma parceria da Rozenblit com a TV Record, conforme indicado na contracapa do disco. Mais uma vitoriosa participação no III Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), a canção O cantador (Dori Caymmi e Nelson Motta), classificando-se para a finalíssima e reconhecida com o prêmio de Melhor Intérprete.[carece de fontes]
Em 1968, uma viagem à Europa a lança no eixo musical internacional, conquistando grande sucesso, principalmente no Olympia de Paris, onde se tornou a primeira artista a se apresentar duas vezes num mesmo ano, naquela que é a mais antiga sala de espetáculos musicais de Paris. Em 1969, gravou Aquarela do Brasil em Estocolmo com Toots Thielemans.[carece de fontes]
Foi Elis quem também lançou boa parte dos compositores até então desconhecidos, como Milton NascimentoRenato TeixeiraTim MaiaGilberto GilJoão Bosco e Aldir BlancSueli Costa, entre outros. Um dos grandes admiradores, Milton Nascimento, a elegeu musa inspiradora e a ela dedicou inúmeras composições.[24]

Legado

Acervo Elis Regina, na Casa de Cultura Mario Quintana.
Em 22 de setembro de 2005, inaugurou-se na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, um espaço memorial para abrigar o Acervo Elis Regina. Trata-se de uma coleção de fotografias, artigos, objetos, discos e outros tipos de materiais relacionados com a vida e a obra da cantora, tendo sido doado por fãs, jornalistas e amigos pessoais de Elis.[carece de fontes]
Em 2015, Elis Regina foi a grande homenageada da Escola de Samba Vai-Vai, com o enredo "Simplesmente Elis - A Fábula de Uma Voz na Transversal do Tempo". Sendo o décimo quinto título da escola paulistana, o que a fez conquistar o título do ano de 2015.[36] Em 2016, foi lançado o filme Elis, tendo Andreia Horta como a famosa intérprete.



      Bibliografia
      • KIECHALOSKI, Zeca (1984Elis Regina. Col. Esses Gaúchos. Porto Alegre: Tchê! 101p.
      • ECHEVERRIA, Regina (1985Furacão Elis. Inclui cronologia e discografia por Maria Luiza Kfouri. Rio de Janeiro: Nórdica / Círculo do Livro. 363p. 2.ed. rev. ampl. 1994 (São Paulo: Ed. Globo); 3.ed. 2002 (São Paulo: Ed. Globo). 239p. ISBN 8525035149
      • Elis Regina Por Ela Mesma. (1995) Org. Osny Arashiro. São Paulo: Martin Claret. 2.ed. rev. 2004. 229p. ISBN 8572320857.
      • O Melhor de Elis Regina. (2003) Melodias cifradas com as letras de 28 músicas do repertório de Elis Regina. Ed. Irmãos Vitale. 112p. ISBN 8574070882.
      • SARSANO, José Roberto. (2005Boulevard des Capucines. Teatro Olympia, Paris 1968: Elis Regina e Bossa Jazz Trio em uma época de ouro da MPB. Ed. Árvore da Terra. 207p. ISBN 8585136294.
      • GOÉS, Ludenbergue (2007), Mulher brasileira em primeiro lugar: o exemplo e as lições de vida de 130 brasileiras consagradas no exteriorISBN 85-0001998-0, Ediouro.
      • Ricardo Pugialli, Almanaque da Jovem guarda: nos embalos de uma década cheia de brasa, mora?. Ediouro Publicações, 2006. ISBN 8500020733
      • Walter Silva, Vou te contar: histórias de música popular brasileira. Conex, 2002. ISBN 8588953056
      • Osny Arashiro, Elis Regina por ela mesma. M. Claret, 1995.
      • MARIA, JULIO Elis Regina - Nada Será Como Antes. Editora Master Books,2015. ISBN 9788563201102


      Cauby Peixoto




      Cauby Peixoto - Eternamente - Show Completo - HD - Oficial



      Cauby Peixoto Barros (Niterói10 de fevereiro de 1931 — São Paulo15 de maio de 2016) foi um cantor brasileiro, considerado um dos maiores e mais versáteis intérpretes da música brasileira.[1]
      Iniciou sua carreira artística no final da década de 1940. Estudou em um Colégio de Padres Salesianos em Niterói, onde chegou a cantar no coro da escola e também no coro da igreja que frequentava. Também trabalhou em um comércio até resolver participar de programas de calouros no rádio, no final da década de 40, no Rio de Janeiro.
      Sua voz era caracterizada pelo timbre grave e aveludado, mas principalmente pelo estilo próprio de cantar e interpretar, além da extravagância e penteados excêntricos. Proveniente de uma família de músicos, o pai (conhecido como Cadete) tocava violão, a mãe bandolim, os irmãos eram instrumentistas, as irmãs cantoras e o tio pianista. Sobrinho do músico Nonô, pianista que popularizou o samba naquele instrumento, Cauby também era primo do cantor Ciro Monteiro.
      Em 15 de maio de 2016, Cauby morreu em São Paulo, após dar entrada no hospital Sancta Maggiore.

      Infância

      Cauby era o caçula de seis irmãos (Aracy, Moacyr, Andyara, Aráken e Iracema); Alice (Mãe de Cauby, na época, com vinte anos) passaram por dificuldades depois da morte de Eliziário (Pai de Cauby), foram ajudados pela cunhada de Alice, conhecida como Dona Corina, a qual ajudou-os a se mudarem para Fonseca. Para os seis, nenhum trauma. Cauby com o tempo foi fazendo amizades em seu novo bairro, juntamente com Aráken e Andyara. Durante sua infância, seu hobby era ir à praia para aperfeiçoar seus dotes de nadador. Já pré-adolescentes, aprontavam muito, tanto que apanhavam e tinham castigos rigorosos.
      A casa onde moravam inicialmente em São Francisco Xavier, era moderna, e de alto custo na época. Só foi possível adquiri-la, com a ajuda de Dona Corina, que nunca faltava com sua atenção nas horas mais difíceis, desde de que Eliziário morreu. Na época, era uma casa grande com varanda, quintal, e três quartos.
      Cauby mesmo morando em São Francisco Xavier não deixava de ir à Fonseca, rever seus amigos e sua namorada, Josélia, com quem gostava muito de dançar. No Líder Esporte Clube de Niterói, chegou a ganhar prêmios por dançar e também gostava de ir a Santa Rosa em época de carnaval, para brincar no Ringue e Barreto: os pointsanimados de então. Com a devida ajuda de Dona Corina, ele se fantasiava com roupas cuidadosamente confeccionadas por ela. Desde pequeno já gostava de roupas diferenciadas.
      Tempos depois, Alice (Mãe de Cauby), começou a se relacionar com um homem chamado Anacleto, o qual se aproximou lentamente da família Peixoto.
      Cauby na adolescência foi considerado diferenciado, pois era vaidoso e sedutor (Mal sabia que em 1954, seria considerado o homem mais bonito do Brasil, eleito por uma revista americana).
      Em uma família de músicos, Cauby passou a ter seus primeiros contatos, por meio de discos de seu irmão, Moacyr, que lhe mostrava canções de Sílvio Caldas e Orlando Silva. Ouvindo um dos discos de seu irmão, escutou a interpretação de Orlando Silva (que se tornou seu ídolo), e se apaixonou pela canção "Rosa" (de Pixinguinha e Otávio de Souza). O rádio já era veículo de massa, e todos gostavam de ouvi-lo. Além de tudo sua mãe e suas irmãs adoravam cantar.
      Em 1945, seguindo o exemplo dos irmãos mais velhos, Cauby tratou de ajudar nas finanças de casa, pois já tinha quinze anos. Passou então estudar à noite, e a trabalhar durante o dia no comércio. Mesmo sabendo que a música era sua meta, ainda muito jovem nem sonhava com a reviravolta que estava para acontecer em sua vida.
      Por esse tempo, foi trabalhar como vendedor em uma sapataria no centro da cidade, na Gonçalves Dias, quase em frente á Confeitaria Colombo. Mas, na flor de sua libido, encantou-se por uma mulher, e embaralhou-se ao oferecer-lhe um monte de pares de sapatos. A sujeita queixou-se ao seu patrão, um italiano de poucas palavras. Resultado: foi demitido.
      A demissão não lhe rendeu maiores traumas. Tornou-se mais responsável e foi contratado pela Perfumaria Hermany, na mesma rua da sapataria. Na perfumaria ganhou títulos de melhor funcionário, pois estava encarando o comércio muito bem, mas às vésperas de se tornar gerente, largou o emprego por causa da música.
      Antes de pedir suas contas, foi até a Av. Venezuela, onde se localizava a Rádio Tupi. Apresentou sua carteira de trabalho, e foi fazer um testes para atuar num curioso programa da "Cacique no Ar". Patrocinado pelo SESC do Rio e promovido pela pianista Babi de Oliveira, era o programa "Hora do Comerciário". Era perfeito para ele, porque ia ao ar aos sábados, das 18 h às 19 h, horário de sua folga. Ele esmerava-se ao máximo para fazer tudo direito e deu certo. Logo nas primeiras apresentações, em fevereiro de 1949, o novato teve os louvores da dirigente do programa. Já se destacava dos demais.
      Depois da "Hora do Comerciário", Cauby foi aos poucos tentando penetrar em outros espaços. E como sempre pedindo para dar "canjas" em Boates como a Vogue e procurando até mesmo em teatros. O ator e diretor Sérgio Britto lembra-se bem da primeira vez que viu o cantor. Foi no palco do Theatro Rival, na Cinelândia, nos intervalos, entre uma mudança de cenário e outra, do espetáculo do grupo "A Brasiliana", criado pelo polonês Mieci Askanazy. Esse grupo fazia parte do cunho folclórico, explorando a arte negra. Para Sérgio, o mais espetacular em Cauby sempre foi sua entrada no palco, além do fato de cantar bem.
      Cauby prosperando. Felizmente, no momento de honrar seus compromissos com as forças armadas, escapou de servir o Exercito. Motivo? Magro demais. Animado com o sucesso da Rádio Tupi e no Theatro Rival, sentiu que nascera para cantar. Como nessa altura (1949/50) Moacyr e Andyara já estavam em São Paulo atuando na noite paulistana, seu lugar deveria ser lá também.
      Com a ajuda de seus irmãos (já na música) Cauby teve a primeira oportunidade de realizar sua primeira gravação. Foi em 1951, um ano antes da contratação pela emissora em meio aos festejos carnavalescos daquele ano, uma época profícua para o meio fonográfico. Os executivos da etiqueta Carnaval o convocaram para que gravasse seu primeiro 78 rpm.

      Carreira



      Carreira


      Cauby Peixoto na viagem inaugural do avião de modelo "Super Constellation G" da Varig, em 2 de agosto de 1955. No voo estavam abordo grandes personalidades e artistas.
      Cauby gravou seu primeiro álbum em 1951, que foi chamado de "Saia Branca". Na época, por não ser muito famoso, teve pouca repercussão.
      Em 1952, por intermédio de seu irmão Moacyr, conheceu Di Veras, famoso empresário, conhecido por suas grandes estratégias de marketing. Ele o levou a São Paulo, especificamente à rua da Rádio Nacional. Di Veras começou a trabalhar na estética de Cauby, exigindo que ele vestisse-se bem, pois por ser de família humilde não era acostumado, mas perante os cantores da época, era uma obrigação ser elegante. As mudanças no seu visual tornar-se-ia uma constante. Cauby não deixou de gravar discos durante as mudanças, e em 1955 lançou seu primeiro sucesso no Brasil, o Blue Gardênia, em uma versão que trouxe dos Estados Unidos em português. Na época, era um sucesso na voz de Nat King Cole, seu ídolo. Di Veras trabalhou com Cauby até 1958, quando ele atingiu o 5º lugar nos álbuns mais tocados nos EUA.
      Cauby foi convidado para uma excursão aos EUA por Cardinal Spellman em 1955. Durante a viagem no navio, cantou músicas religiosas. Já nos EUA, com nome artístico de Ron Coby, gravou alguns LP's com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês. Entre 1955 e 1958, ficou indo e voltando dos Estados Unidos.
      Em 1956, ele apareceu no filme Com Água na Boca cantando seu grande sucesso, Conceição. Na época, foi citado nas revistas Time e Life como: Elvis Presley brasileiro.
      Em 1957, foi o primeiro cantor brasileiro a gravar uma canção de rock em português, denominada Rock and Roll em Copacabana, que foi composta por Miguel Gustavo, também autor da marchinha "Pra Frente, Brasil".[3]
      O cantor foi acompanhado pelo grupo The Snakes, formado por Arlênio, Erasmo Carlos, Edson Trindade e José Roberto (o "China"), no filme "Minha Sogra é da Policia" (1958). O grupo acompanhou-o na canção That's Rock, composta por Carlos Imperial. Cauby ainda gravaria a canção "Enrolando o Rock", da banda Betinho & Seu Conjunto. Após essa rápida passagem pelo gênero, o cantor não voltaria mais a gravar canções de rock, mas essa escolha não interferiu em sua carreira. Em 1958, cantou com seu ídolo de infância, Nat King Cole, ao qual dedicou um disco, em 2015.

      Cauby Peixoto depois de um show, em 1957.
      Em 1959, retornou aos EUA para uma temporada de catorze meses, durante os quais realizou espetáculos, aparições na televisão e gravou, em inglês, Maracangalha (Dorival Caymmi), que recebeu o título de I Go (Musica que levou Cauby a atingir o 5º lugar de discos mais tocados nos EUA em 1958, gravado em um disco compacto de 78 rpm da Epic Records). Numa terceira visita aos EUA, algum tempo depois que participou do filme Jamboreé, da Warner Brothers. Durante toda a década de 1960, limitou-se a apresentações em boates e clubes. Pois, de volta ao Brasil, comprou, em sociedade com os irmãos, a boate carioca Drink, passando a se dedicar mais a administração da casa e interrompendo, assim, suas apresentações.
      A partir da década de 1970, apresentou-se com frequência em programas de televisão no Rio de Janeiro, e pequenas temporadas em casas noturnas do Rio e de São Paulo. Em 1979, o roteiro profissional incluiu Vitória (ES) e Recife (PE), no Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga.
      Em 1980, em comemoração aos 25 anos de carreira, lançou pela Som Livre o álbum Cauby, Cauby, com composições escritas especialmente para ele por Caetano Veloso (Cauby, Cauby), Chico Buarque (Bastidores), Tom Jobim (Oficina), Roberto Carlos e Erasmo Carlos (Brigas de amor) e outros. Bastidores, particularmente, se converteria em um dos maiores sucessos do repertório do cantor. No mesmo ano, apresentou-se nos espetáculos Bastidores (FunarteRio de Janeiro) e Cauby, Cauby, os bons tempos voltaram, na boate Flag (SP).
      Em 1982, teve uma temporada no 150 Night Club (SP), com os irmãos Moacyr (pianista) e Araken (pistonista) e lançou o LP Ângela e Cauby, o primeiro encontro dos dois cantores em disco, com sucessos como Começaria tudo outra vez (Gonzaguinha), Contigo aprendi (Armando Manzanero), Recuerdos de Ipacaray (Z. de Mirkin e Demétrio Ortiz) e a valsa Boa-noite, amor (José Maria de Abreu e Francisco Matoso). Apenas em 1985 participaria com a banda Tokyo - do cantor Supla - num rock-bolero chamado "Romântica", composto pelos integrantes do grupo paulista.
      Em 1989, os 35 anos de carreira foram comemorados no bar e restaurante A Baiuca (São Paulo), ao lado dos irmãos Moacyr, Arakén, Yracema e Andyara (vozes). No mesmo ano, a RGE relançou o "LP Quando os Peixotos se encontram", de 1957. Em 1993 foi o grande homenageado, ao lado de Ângela Maria, no Prêmio Sharp. Foi lançada pela Columbia caixa com 2 CDs abrangendo as gravações de 1953 a 1959, com sucessos como Conceição entre outros.
      Ao lado de Roberto Carlos, Cauby foi o artista que mais fez parceria musical no Brasil. Teve uma carreira muito eclética, talvez maior do que a de qualquer outro, gravando músicas de vários estilos, tais como: sambabossa-novaboemiasertanejojazzrockpopsoultangobolerojovem guardaseresta e música romântica.
      Foi o primeiro cantor brasileiro a gravar uma música do célebre maestro Tom Jobim, "Foi a Noite", em 1956; de quem também gravou o clássico "Samba do Avião", em 1962, cuja gravação é tida como a primeira da Bossa Nova.
      Pelo seu estilo espalhafatoso, cheio de brilhos e paetês, Cauby é considerado o Liberace do Brasil. Também já foi comparado à Michael Jackson, e considerado pela revista estadunidense Time, o Elvis Presley brasileiro.
      Em 2007, foi o vencedor do Grammy Latino na categoria "Melhor Álbum de Música Romântica" com o CD "Eternamente Cauby Peixoto - 55 anos de carreira" lançado em 2006 pela gravadora Atração.
      "Em 2011, em ocasião dos seus oitenta anos de idade e sessenta anos de carreira, a organização do Grammy Latino decidiu que Cauby Peixoto seria homenageado com o prêmio Latin Recording Academy's President Merit Award. O artista foi ovacionado pelo público presente no Teatro Paulo Goulart, em São Paulo. Cauby foi o primeiro artista a receber esta homenagem do Grammy Latino. Quando foi até o microfone para agradecer, soltou a voz: “cantei, cantei, jamais cantei tão lindo assim”, trecho de “Bastidores”, um dos seus maiores sucessos. Ele justificou assim: “não sou de falar, por isso cantei”. O maestro espanhol Luis Cobos, presidente da curadoria do evento, foi quem entregou o prêmio, com direito a apresentação da cantora Elba Ramalho. O maestro disse: "senhoras e senhores, estamos diante de uma das poucas personalidades do mundo para nos pressionar a fazer o melhor e a fazer mais bonito sempre"." (Obvious - Gabriel Elias)[4]
      Em 2016, pouco mais de dois meses após o seu falecimento, Cauby foi o vencedor do Prêmio da Música Brasileira, na categoria "Melhor Álbum em Língua Estrangeira", pelo CD "Cauby Sings Nat King Cole", gravado em 2015.

      Últimos anos


      Cauby se apresentando no Bar Brahma, em 2015.
      Cauby vivia em São Paulo com sua fã, a empresária e cuidadora Nancy Lara, responsável pela agenda, figurinos, cenários, montagem dos palcos e repertório. Se apresentava nas noites de Segunda-Feirano Bar Brahma, um tradicional templo da boemia paulistana, em funcionamento desde os anos 40's, se localiza na mais famosa esquina brasileira (Av. Ipiranga com Av. São João, em São PauloBrasil), uma temporada de três meses, com seu sucesso, levou á uma temporada que durou mais de uma década, com ingressos concorridos, tanto no Bar Brahma, como em seus shows que realizava pelo Brasil, com seu violonista e amigo Ronaldo Rayol, irmão do cantor Agnaldo Rayol.
      Em 2012, foi homenageado no carnaval pela escola de samba Águia de ouro, onde desfilou em cima de um carro alegórico, vestido de rei da MPB.
      Em 28 de maio de 2015, seu documentário foi lançado no Brasil, (Cauby - Começaria tudo outra vez) de Nelson Hoineff. O filme possui noventa minutos, e conta toda sua trajetória. A película marcou a reinauguração do Cine Odeon, Cauby fala sobre sua sexualidade e outros temas. Ao longo dos noventa minutos de exibição, o público se assenta em três pilares: além da ideia do eterno recomeço, o modelo de interpretação atemporal de Cauby Peixoto e a sinergia entre ele e a plateia, que transcende gerações. O documentário foi o mais rentável e de maior sucesso do ano de 2015. .[5] [6]
      Em 2016, o jornalista, crítico e produtor musical Nelson Motta, classificou-o como o único cantor tecnicamente perfeito do Brasil.

      Morte

      Cauby Peixoto morreu na noite do dia 15 de maio de 2016, aos 85 anos, em São Paulo. O cantor morreu por volta das 23h50. Ele estava internado devido a uma pneumonia, desde o dia 9 de maio no Hospital Sancta Maggiore, no Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo.[7]
      A última apresentação do artista ocorreu no dia 3 de maio de 2016, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Cauby cantou ao lado de cantora Ângela Maria com quem estava em turnê de comemoração de sessenta anos de carreira.[7]
      O velório de Cauby Peixoto aconteceu no hall da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, sendo seu corpo sepultado no Cemitério de Congonhas.[8]

      Prêmios Póstumos

      Em 22 de junho de 2016 pouco depois de sua morte Cauby ganhou prêmio póstumo no Prêmio da Música Brasileira, pelo seu trabalho "Cauby sings Nat King Cole" de 2015.[9]
      Em 9 de Julho de 2016, um túnel na Estrada da Boiúna, TaquaraRJ. (via-expressa Transolímpica) recebeu o nome do cantor Cauby Peixoto.

      Discografia

      Filmografia

      • 1955 - Carnaval em Marte, cantando "Se você pensa"
      • 1955 - Aí vem o general, cantando "Mil mulheres"
      • 1956 - Com água na boca, cantando "Conceição"
      • 1957 - Com jeito vai, cantando "Melodia do céu"
      • 1957 - Canjerê
      • 1957 - Chico Fumaça, cantando "Onde ela mora"
      • 1957 - Tagarela
      • 1957 - Metido a bacana, cantando "O teu cabelo não nega"
      • 1957 - Jamboreé, cantando "El toreador"
      • 1958 - De pernas pro ar, cantando "Nono mandamento"
      • 1958 - Minha sogra é da polícia, cantando "That's rock"
      • 1970 - O donzelo, cantando "Vagador"
      • 1992 - O corpo, cantando "Blue gardenia"
      • 1997 - Ed mort, cantando "Bastidores"

      ALTEMAR DUTRA


      ALTEMAR DUTRA DVD COMPLETO










      Altemar Dutra de Oliveira (Aimorés6 de outubro de 1940 — Nova Iorque9 de novembro de 1983) foi um cantor e compositorbrasileiro.
      Sucesso em toda a América Latina, interpretando obras como "Sentimental Demais", "O Trovador", "Brigas" e "Que Queres Tu de Mim", boa parte das canções de autoria da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim, foi progressivamente destacando-se no gênero musical bolero. De fato, veio a ser aclamado como o "rei do bolero" no Brasil.

      Biografia

      Início da carreira

      Iniciou sua carreira na Rádio Difusora de Colatina, no Espírito Santo, localidade para onde sua família havia se mudado, cantando uma música de Francisco Alves. Antes de completar sua maioridade, seguiu para o Rio de Janeiro, levando uma carta de apresentação para o compositor Jair Amorim, que o encaminhou a amigos do meio artístico. Tentou a sorte como crooner em boates e casas de espetáculos.

      Primeiro disco

      Gravou seu primeiro disco na Tiger, com "Saudade que vem" (Oldemar Magalhães e Célio Ferreira) e "Somente uma vez" (Luís Mergulhão e Roberto Moreira). Por volta de 1963, foi levado por Jair Amorim para o programa Boleros Dentro da Noite, na Rádio Mundial, e no mesmo ano Joãozinho, do Trio Irakitan, levou-o para a Odeon, onde foi contratado. Logo atingiu os primeiros lugares nas paradas de sucesso com Tudo de mim (Evaldo Gouveiae Jair Amorim), tornando-se conhecido em todo o Brasil.

      Carreira internacional

      Em 1964, gravou com grande sucesso Que queres tu de mim, O trovador, Sentimental demais e Somos iguais (todas de Evaldo Gouveia e Jair Amorim). Destacou-se também na América Latina, fazendo apresentações em vários países e gravando um LP com Lucho Gatica: El bolero se canta así.
      Com suas versões em espanhol, chegou a vender mais de 500 mil cópias na América Latina. Depois de ter dominado as paradas de sucesso locais, a partir de 1969 passou a conquistar fãs de origem latina nos Estados Unidos. Em pouco tempo tornou-se um dos mais populares cantores estrangeiros nos Estados Unidos. Apresentava um show para a comunidade latino-americana, no clube noturno "El Continente", em Nova Iorque, quando faleceu aos 43 anos, de derrame cerebral.
      Foi casado com a cantora Marta Mendonça, tendo dois filhos, Deusa Dutra e Altemar Dutra Júnior, este também a seguir carreira artística.

      Discografia

      • 1963 - "Mensagem"
      • 1963 - "A Grande Revelação"
      • 1964 - "Sentimental Demais"
      • 1964 - "Que Queres tu de Mim"
      • 1965 - "Eu te Agradeço"
      • 1966 - "Sinto que Te Amo"
      • 1967 - "Dedicatória"
      • 1969 - "O Trovador das Américas"
      • 1970 - "O Romântico"
      • 1971 - "Altemar Dutra"
      • 1971 - "Companheiro"
      • 1972 - "A Força do Amor"
      • 1973 - "Altemar Dutra"
      • 1974 - "Enamorado"
      • 1975 - "Amor de Pobre"
      • 1976 - "Amigos"
      • 1977 - "Sempre Romântico"
      • 1978 - "Mais Sentimental"
      • 1979 - "Altemar Dutra"
      • 1980 - "Especialmente pra Você"
      • 1980 - "Siempre Romantico - 25 Boleros Inolvidables"
      • 1981 - "Eu Nunca Mais vou te Esquecer"
      • 1982 - "Estranho Amor"
      • 1983 - "Inédito"
      • 1984 - "Altemar Dutra"
      • 1989 - "O Trovador das Américas"
      • 1990 - "Especial - Altemar Dutra"
      • 1993 - "Nunca mais vou te Esquecer"
      • 1994 - "Meus Momentos - Altemar Dutra"
      • 1997 - "Meus Momentos Vol.II - Altemar Dutra"
      • 2000 - "Série Bis: Altemar Dutra"
      • 2005 - "Maxximum (Altemar Dutra)"