25 de junho de 2017

Alhandra (Paraíba)



Alhandra (Paraíba)


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para outro significado de Alhandra, veja Alhandra.
Município de Alhandra
"Rainha do litoral"
Bandeira
Brasão
24 De Abril
Fundação
24 de abril de 1959 (58 anos)
alhandrense
Renato Mendes (DEM)
Localização

Localização de Alhandra na Paraíba

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Red_pog.svg/8px-Red_pog.svg.png
Alhandra
Localização de Alhandra no Brasil
Municípios limítrofes
NorteConde e Santa Rita;
Sul
Caaporã;
Leste
Pitimbu;
Oeste
Pedras de Fogo
Distância até a capital
32 km
Características geográficas
182,664 km² [2]
20 158 hab. estimativa populacional -IBGE/2013[3]
110,36 hab./km²
49 m
Tropical chuvoso com verão seco As'
Indicadores
R$ 191 514,540 mil IBGE/2008[5]
R$ 10 255,68 IBGE/2008[5]
Página oficial
Alhandra é um município brasileiro localizado na microrregião do Litoral Sulestado da Paraíba. Sua população em 2012 foi estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 18.324 habitantes,[3] distribuídos em 182.664 km² de área.
História
Em 1574, por um Decreto Real, a Paraíba foi desmembrada de Itamaracá, sendo criada a Capitania Real da Paraíba, cujos limites iam do rio Abiaí à Baia da Traição (SILVEIRA, 1999). A conquista da Paraíba só foi consolidada em 1585, com a fundação da cidade de Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa), depois de onze anos de expedições e inúmeras batalhas sangrentas entre colonizadores e os nativos locais. Os Potiguaras aliados dos franceses não facilitaram em nada a ação dos colonizadores portugueses nessas terras. O ato considerado fundante da Paraíba foi uma aliança celebrada entre os portugueses e os Índios Tabajaras, cujos personagens conhecidos desse fato são João Tavares e Piragibe.
Como aconteceu em todo o Brasil, após a conquista definitiva das terras da Paraíba pelos portugueses foram criadas as aldeias missionárias, a exemplo de Jacoca (atual cidade de Conde), e a dos Arataguis (atual cidade de Alhandra). Nas missões, os índios ficavam sobre os cuidados de religiosos, que vestidos segundo os ideários cristãos levavam os índios à prática dos “bons costumes”, ensinando a educação moral e religiosa. O índio era visto como aquele a ser salvo, pois os consideravam como os “pobrezinhos” que não conheciam a verdade, era dever dos padres mostrar-lhes o caminho do céu. A mentalidade européia e cristã da época, não entendia e nem aceitava o diferente.
Nesse sentido, a cultura indígena era vista como algo que precisava ser superado pelo ideário católico, tendo nos jesuítas os primeiros padres missionários a estarem na Paraíba. Segundo Wilson Seixas (1979), os padres jesuítas Simão Travassos, Jerônimo Machado e Baltazar Lopes fundaram residência na região, dando início as práticas que se ocupavam na catequese dos índios situados nas aldeias tanto do litoral quanto do sertão. Com a chegada dos franciscanos, que também passaram a se ocupar com os serviços de catequização das aldeias, vieram os conflitos. Os jesuítas acabaram sendo expulsos da Capitania, em 1593, pelo então governador da Paraíba Feliciano Coelho de Carvalho, restando aos franciscanos todo o trabalho missionário da região.
...após a expulsão dos jesuítas cresceu muito na capitania a devoção e o número dos cristãos impulsionados pela grande confiança que tinham os padres franciscanos sobre os quais recaia o peso de muitos serviços nas aldeias, tanto que passaram a ser considerados como os melhores auxiliares na conversão moral e religiosa entre os índios e moradores. (SEIXAS, 1979. p. 47)
Para Seixas (1979) os franciscanos eram melhores na catequização indígena que os jesuítas, inclusive eles eram detentores do afeto dos nativos da região. Neste discurso ingênuo até parece que não havia conflitos e nem resistência por parte dos índios, uma vez que por trás desse conflito entre jesuítas e franciscanos estava um interesse maior, o dos colonos pela mão-de-obra indígena, acabando por desencadear na escravização.
Os franciscanos foram assim construindo igrejas e conventos nas aldeias, no intuído de exercer uma maior presença e por isso controle sobre os índios. Assim foi fundada a igreja de Alhandra com a invocação de Nossa Senhora da Assunção, uma das primeiras a ser erguidas em 1740. Sob um estilo barroco rural, a igreja de Nossa Senhora de Assunção já sofreu muitas alterações, porém conserva até hoje muito de sua arquitetura original. Associado a isto, houve a construção da igreja e do convento pelos próprios índios, o que corroborou no deslocamento de sua cultura e de sua religião, pela visão e instituição do Deus cristão. Sob esta perspectiva temos que “Na Paraíba, as tabas foram sendo esvaziadas, virando aldeias missionárias, manipulados por poucos religiosos... A política colonialista era de misturar os índios de tribos e nações diferentes...” (MELO, 1999, p. 201). O autor reforça a concepção já discutida que as aldeias, na Paraíba, passaram a ser responsabilidade dos religiosos, onde a política colonialista misturava diferentes aldeias e nações indígenas, demonstrando que sempre que uma nova aldeia era conquistada pelos brancos ela era levada para um outro lugar, este já espaço de índios amansados.
A aldeia missionária de Alhandra, ao que parece, sempre recebia novos índios, trazidos de outras partes da Paraíba, principalmente do interior (sertão). Tal fato pode ser percebido quando nos deparamos com os dados: em 1804, Alhandra tinha cerca de 766 índios, no ano seguinte ela já apresentava 1.372 (MEDEIROS, 1999). Segundo Maria do Céu Medeiros, essa faceta dos colonizadores possibilitava a concentração de mão-de-obra indígena, o que se fazia necessário na produção do litoral canavieiro (o sertão paraibano era um território relegado pelo interesse dos colonizadores), na construção de obras públicas, nas lavouras e engenho, enfatizando o índio como um “produto” cobiçado pelas nações. Alhandra era, então, um espaço propício de índios para o trabalho, provindos muitas vezes do sertão, predispostos aos mandos e desmandos das autoridades coloniais.
Daí a aldeia missionária ser de extrema importância para os colonizadores europeus, pois tiravam os índios de seu território e levavam para um lugar estratégico, propiciado pelas missões. Estas ações de isolamento e controle dos índios eram bem sucedidas, servindo na pacificação dos índios. A importância da missão indígena de Alhandra foi enfática, pois uma vez a capela construída, a cidade logo foi elevada a Freguesia de Nossa Senhora da Assunção (1749), sendo a segunda freguesia a ser criada na Paraíba. A freguesia de Alhandra era ligada à diocese de Olinda. Após a criação da freguesia, em 1758, o reduto indígena foi tornado vila: “...Em virtude da Carta Régia de 14 de Setembro e Alvará desta data, é elevada a categoria de villa a aldeia de Arataguy, com o nome de Alhandra.” (PINTO. 1977, p. 158).
Em 1758 se torna a primeira vila da Paraíba, sendo apenas instalada em 1765. Após Alhandra se seguiram quatro vilas, a de Pilar (1758), a de São Miguel da Baía da Traição (1762), a de Monte-Mor da Preguiça (atual Rio Tinto em 1762) e a de Jacoca, (atual Conde em 1768). Todas elas fundadas a partir de aldeias indígenas. Percebe-se que todas foram criadas em um curto espaço de tempo, e todas além de serem aldeias indígenas, ficavam também na faixa litorânea. O que nos demonstra um maior controle indígena. Na medida em que Alhandra deixa de ser uma simples aldeia missionária e passa a ser vila, ela deixa de ter apenas as autoridades religiosas, e passa a ter um controle das autoridades civis. Nesse sentido o índio deixa de obedecer ao padre e passa a obedecer ao capitão-mor e ao capitão dos índios e as demais autoridades civis locais.
Alhandra não era, portanto, um lugar de grande expressão, era um pequeno lugarejo. Consta que por volta de 1774, possuía cerca de 620 construções e 1089 habitantes, isso é mais do que a população de Jacoca que, no mesmo ano possuía 445 construções e 744 habitantes. Mas se comparada a Pombal que foi elevada a vila depois, no mesmo ano de 1774 já tinha 2451 construções e 5422 habitantes (SILVEIRA, 1999. p. 33). Contudo a maior razão por ter sido Alhandra a primeira vila foi por certo os índios.
Alhandra não surge vila assim, por sua grandeza, desenvolvimento ou por ser um povoado de relevante expressão. Mas sim para atender a uma estratégia da política colonialista, não é de se estranhar que Alhandra irá permanecer por mais de duzentos anos na categoria de vila.
- No ano de 1959, um grupo de moradores da Vila de Alhandra, cansados da Vila viver dependente administrativamente da Capital João Pessoa, começam a pensar que Alhandra deveria se tonar cidade. Inicia então a luta dos filhos de Alhandra pela Emancipação política da vila.
Os senhores Valdemar Galdino Naziazeno, Adalberto Fulgencio dos Santos, Roldão Guedes, Manoel Torres Filho, Teófilo Calixto, José Guedes Francisco Barbosa e outros lutaram incansavelmente para a sonhada emancipação.
Sua emancipação política se deu em 24 de abril de 1959, sendo instalada em 8 de maio do mesmo ano, ficando desmembrada de João Pessoa e formando o município de Alhandra.
Referências
1.     ↑ Ir para:a b «Divisão Territorial do Brasil»Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2008. Consultado em 11 de outubro de 2008
2.     Ir para cima IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
3.     ↑ Ir para:a b «Estimativa Populacional 2013» (PDF)Estimativa Populacional 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 3 de agosto de 2013
4.     Ir para cima «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil»Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
5.     ↑ Ir para:a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010
Ligações externasPágina da prefeitura
v  e

v  e

Ícone de esboço
Este artigo sobre municípios da Paraíba é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.

·         https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/05/Flag_of_Brazil.svg/25px-Flag_of_Brazil.svg.png Portal do Brasil

Algodão de Jandaíra






Algodão de Jandaíra


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Município de Algodão de Jandaíra
Bandeira
Brasão
Fundação
algodoense
Maricleide Izidro da Silva[1] (PSD)
(2017–2020)
Localização

Localização de Algodão de Jandaíra na Paraíba

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Red_pog.svg/8px-Red_pog.svg.png
Algodão de Jandaíra
Localização de Algodão de Jandaíra no Brasil
Municípios limítrofes
Distância até a capital
121 441 km
Características geográficas
220,246 km² [3]
2 366 hab. IBGE/2010[4]
10,74 hab./km²
470 m
Indicadores
0,552 baixo PNUD/2000[5]
R$ 12 298,498 mil IBGE/2008[6]
R$ 5 109,47 IBGE/2008[6]
Página oficial
Algodão de Jandaíra é um município brasileiro do estado da Paraíba, emancipado no ano de 1994 desmembrando-se de seu município mãe Remígio, situado no agreste paraibano, e tendo autoridade política no ano de 1997.
História
A cidade de Algodão de Jandadaíra foi emancipada em 29 de Abril de 1994, desmembrando-se de seu município mãe a cidade de Remígio. A cidade tem este nome por que foi construída em uma antiga plantação de algodão da fazenda Jandaíra que na época ainda pertencia ao município de Areia.
Primitivamente, as terras onde hoje se localiza o município pertenceu ao Templo da Aldeia, por onde passavam os índios das aldeias de Queimadas.
Os primeiros colonizadores foram:
(Capitanias) Duarte Coelho Pereira, (Filho), Jorge de Albuquerque Coelho, (Neto), Matias de Albuquerque, em 1713 foi João Batista de Albuquerque.
Duarte Coelho Pereira, era filho bastardo da antiga família dos Coelhos, da nobreza agrária do Entre-Douro e Minho. Sem ter um lar organizado, teria sido criado por uma tia materna que era Prioresado Mosteiro de Vila Nova de Gaia. Seu pai era Gonçalo Coelho, Escrivão da Fazenda Real e comandante da expedição portuguesa que partiu para o Brasil em 1503, na qual Duarte o acompanhou. Sua mãe era Catarina Anes Duarte, uma plebeia.
Jorge de Albuquerque Coelho foi um português, filho de Duarte Coelho Pereira, donatário da capitania de Pernambuco e de D. Brites de Albuquerque, nascido em Olinda, cidade fundada por seu pai, em 23 de Abril de 1539.Em 1554, enquanto estudava em Portugal, morre seu pai. Em 1560, regressa ao Brasil juntamente com seu irmão primogênito, Duarte Coelho de Albuquerque filho, . Com o irmão, combate os indígenas e atua na exploração dos rios e das florestas. Ele próprio explorou uma grande parte do curso do rio São Francisco.
Matias de Albuquerque (Lisboa, c. 1580 — Lisboa, 9 de junho de 1647) foi um português, Netode Duarte Coelho Pereira, donatário da capitania de Pernambuco e de D. Brites de Albuquerque, nascido em Olinda, cidade fundada por seu pai, em 23 de Abril de 1539.Em 1554, foi um administrador colonial e militar superior português na Guerra da Restauração. Foi Governador da Capitania de Pernambuco, governador-geral do Brasil e o primeiro e único Conde de Alegrete. neto de Duarte Coelho Pereira, o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, e primo de Matias de Albuquerque filho, 15.º vice-rei da Índia.
A família de Barbosa Freire, assentaram-se às margens de uma lagoa, conhecida como Lagoa dos Remédios por volta de 1778. A fazenda Jandaíra localizava-se entre Areia e Vila de Pocinhos. Próximo à fazenda estava um local de passagem de gado e encontro de vaqueiros, chamado Algodão.
O major Joaquim dos Santos Leal, dono da fazenda Jandaíra, foi deputado pelo Partido Liberal em 1858 e 1870. Ele participou de um movimento contra o Império. Os rebeldes da Revolução Praieira, malogrados em Recife, refugiaram-se em Areia. Ali receberam o apoio do juiz municipal Maximiano Lopes Machado e do major Joaquim dos Santos Leal. O último combate ocorreu em ferereiro de 1849. Após seis horas de luta, os combatentes fugiram e o major refugiou-se na fazenda Jandaíra.
O distrito foi criado com a denominação Algodão, pela lei estadual nº 2778, de 18 de janeiro de 1962, subordinado ao município de Remígio. A lei estadual nº 5928, de 29 de abril de 1994, criou o município de Algodão de Jandaíra, desmembrado de Remígio, constituído do distrito sede. Foi instalado em 1 de janeiro de 1997.
Geografia
Localizado na microrregião do Curimataú Ocidental. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano 2008 sua população era estimada em 2.407 habitantes. Área territorial de 220 km².
O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005.[7] Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca.
O município insere-se na unidade geoambiental dos Serrotes, Inselbergues e Maciços Residuais. A vegetação nativa é a Caatinga Hipoxerófila.
Algodão de Jandaíra está inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Curimataú e tem como principais tributários o Rio Curimataú e os riachos da Arara, Jandaíra, da Serra, do Cágado e dos Negros, a maioria de regime intermitente. O principal reservatório é o Açude do Algodão.
Os prinipais produtos agrícolas do município são o caju, o algodãofavafeijão e milho, bem como a exploração do sisal.
Referências
1.     Ir para cima Portal Eleições 2016. «Resultado das Eleições: Algodão de Jandaíra-PB». Consultado em 7 de janeiro de 2017
2.     ↑ Ir para:a b «Divisão Territorial do Brasil»Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2008. Consultado em 11 de outubro de 2008
3.     Ir para cima IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
4.     Ir para cima «Censo Populacional 2010»Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010
5.     Ir para cima «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil»Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
6.     ↑ Ir para:a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010

Ícone de esboço
Este artigo sobre municípios da Paraíba é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.