3 de maio de 2015

A um ausente

A um ausente


Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.


Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?


Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.


Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste


Feliz aniversário

Feliz aniversário

Um momento especial de renovação para sua alma e seu espírito, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza, a capacidade de desabrochar a cada nova estação e a nós capacidade de recomeçar a cada ano.
Desejo a você, um ano cheio de amor e de alegrias.
Afinal fazer aniversário é ter a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas.
Sorrir novos motivos e chorar outros, porque, amar o próximo é dar mais amparo, rezar mais preces e agradecer mais vezes.
Fazer Aniversário é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como uma dádiva de Deus.
É ser grato, reconhecido, forte, destemido.
É ser rima, é ser verso, é ver Deus no universo;
Parabéns a você nesse dia tão grandioso.

A arte de ser feliz

A arte de ser feliz


Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

19 de janeiro de 2015

Jonathan Antoine - Time to say goodbye


A saudade

A saudade com certeza machuca, na verdade faz doer, ela não vem do nada, vem de você...
Dizem que ela não tem nome, mas encontrei alguns que definem bem, este sentimento, que neste momento eu chamo de tormento...
Uma delas foi vontade. Sim, vontade de tê-la ao meu lado,
O outro foi à razão, que insistiu em dizer sobre distância, mas com esta polêmica fiquei com a esperança...
O medo apareceu, perguntei a ele do que se tratava, ele lembrou da saudade, mas o medo, cá entre nós, não pertence aos que amam...
Veio à desilusão, não teve segredo, e muito menos medo, pra esta tal desilusão encontrei a paixão, não tão longe, perto de meu coração...
Dentre todos o que me chamou atenção foi o AMOR. Ele veio tímido, não me falou a que veio, nem como me conheceu, me fortaleceu. Disse a ele: “Amor, eu procuro por uma dama, uma linda mulher”. Doe demais o silêncio, à distância, as incertezas.
Ele olhou nos meus olhos e disse: As borboletas virão, as rosas se abrirão, a lua vai refletir sua luz, o sol vai brilhar, a chuva vai cair, e outra vez o sol surgir.
Eu preocupado comecei a refletir, e com certeza entendi, que o medo e o amor, são sentimentos distintos, onde os mitos se confundem com a realidade.
Mas na verdade eu realmente compreendi que o AMOR, supera a distância, a ausência, as incertezas; ele está além do infinito com sua grandeza, é uma surpresa agradável, que só desfrutam aqueles que o buscam e o recebem de braços abertos.
Eu sou o amor, eu sou a verdade, puro e sem vaidade, que quebra as barreiras, que dá força e coragem, que é uma fortaleza de emoções puras e belas, não aquelas, mas estas que estamos vivendo.
NÃO SE ESQUEÇA, O AMOR, É MEU, ELE É SEU, ELE É NOSSO....

ADHEMAR VIDAL

1º SUCESSOR: ADHEMAR VIDAL



               ADHEMAR Victor de Menezes VIDAL: Nasceu no dia 07 de outubro de 1897, na capital do Estado da Paraíba e faleceu no Rio de Janeiro no dia 30 de novembro de 1986. Deixou viúva a senhora Maria do Céu Vidal co cinco filhos . Eram seus pais o jornalista Francisco de Assis Vidal e D. Amélia Augusta Menezes Vidal; foi alfabetizado em casa, com a sua mãe, freqüentando depois o Colégio Nossa Senhora das Neves, Colégio Diocesano Pio XII , preparando-se para ingressar no Lyceu com o poeta Augusto dos Anjos, cujas aulas eram ministradas na própria residência do poeta, à Rua Direita, 93, atual Duque de Caxias. Desse contato diário com Augusto dos Anjos, Adhemar Vidal armazenou lembranças que, mais tarde, lhe ofereceram subsídios para escrever o livro intitulado O outro EU de Augusto dos Anjos . Formou-se em Direito pela Faculdade do Recife, em 1920 , começando a advogar na capital do seu Estado, depois, transferiu-se para o Rio de Janeiro, submetendo-se a concurso público para o Itamaraty , tendo sido aprovado e nomeado para a Legação do Brasil na Holanda, porém, teve problema de saúde e renunciou ao cargo, retornando à Paraíba. Aqui chegando, foi nomeado Oficial de Gabinete do Presidente Solon de Lucena ocupando, também, o cargo de Procurador da República . Mais tarde, o Presidente João Pessoa convidou-o para assumir as pastas de Justiça e Segurança, permanecendo à frente dessas Secretarias até 1930. Aos doze anos, começou a trabalhar no jornal A União como revisor, ocupando, mais tarde, a direção do órgão. Fundou a Revista A Novela, que circulou na capital e foi classificada como precursora do movimento modernista no Nordeste. Escreveu em vários jornais do país e em revistas estrangeiras, representou o Brasil em Congressos, fez conferências em diversas Universidades sobre temas políticos e jurídicos. Colaborador assíduo da Revista Era Nova e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Foi eleito, por aclamação, membro efetivo da Academia Paraibana de Letras, tendo sido empossado no dia 24 de outubro de 1979 e recepcionado pelo acadêmico José Octávio de Arruda Mello. A sua produção literária é vasta e variada. Além de artigos em jornais e revistas, publicou:: Fome, 1922; O incrível João Pessoa, 1931; 1930 – História da Revolução na Paraíba, 1933; Epitácio Pessoa ou o sentimento de autoridade, 1942; Recordações sentimentais de Epitácio Pessoa, 1942; Guia da Paraíba, 1943; Terra de homens, 1945; América, mundo livre, 1945; Espírito de reforma, 1945; Importância do açúcar, 1945; Lendas e superstições, 1950; Europa, 1950; Reparações de guerra, 1952; Organização judiciária dos Estados Unidos do Brasil, 1959; Liquidação dos bens de guerra, 1960; O outro Eu de Augusto dos Anjos, 1967; Canção de liberdade; Regime jurídico do estrangeiro; Moderno sentido de soberania, s/d. O grande presidente; A família brasileira e as suas origens; João Pessoa e a Revolução de 30.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para uma bibliografia paraibana.
de Janeiro:1972.

DUARTE, Waldemar. Adhemar Vidal um revolucionário de 30 que se
Projetou nas letras nacionais. In: Jornal A UNIÃO. João Pessoa: 07/12/86.
RAMOS, Adauto. Ademar Vidal – Súmula – biobibliográfica. João Pessoa: 1999.

VIDAL, Adhemar. O outro Eu de Augusto dos Anjos. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1967 .




Adelina Peri

Adelina Peri

1842 – 1887






Conheceu Carlos Gomes quando era professora de piano do Conservatório de Milão, e logo iniciaram um namoro, contra a vontade de seus pais. Casaram-se somente após receberem uma carta de D. Pedro II recomendando Carlos Gomes ao pai de Adelina.


Tiveram cinco filhos e um casamento instável, devido à personalidade inconstante de Carlos, às dificuldades financeiras e aos sofrimentos causados pelas mortes prematuras de três filhos. Separaram-se em 1885, em meio à falência do maestro.

"... figura de ter 25 a 28 anos de idade, muito inteligente, uma irradiação geral de bondade e de amor infinito a Carlos Gomes. Cabelos negros, olhos pretos com fundo azul à brasileira, dentes de rara beleza, cútis alva, estatura média... A vê-la ao lado do caboclo Gomes, sempre impaciente e de mau humor dir-se-ia uma ovelha ao lado de um leão."

André Rebouças (Milão -1873)